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Síndrome do choque tóxico
Síndrome do choque tóxico
Toxina-1 do síndrome do choque tóxico de estafilococos
Sinónimos Choque tóxico
Especialidade Infectologia
Sintomas Febre, erupções cutâneas, descamação da pele, baixa pressão arterial[1]
Início habitual Súbito[1]
Tipos Estafilocócico (menstrual e não-menstrual), estreptocócico[1]
Causas Streptococcus pyogenes, Staphylococcus aureus, outras[1][2]
Fatores de risco Tampões muito absorventes, lesões na pele em crianças mais novas[1]
Método de diagnóstico Baseado nos sintomas[1]
Condições semelhantes Choque séptico, doença de Kawasaki, síndrome de Stevens-Johnson, escarlatina[3]
Tratamento Antibióticos, incisão e drenagem dos abcessos, imunoglobulina humana[1]
Prognóstico Risco de morte: ~50% (estreptocócico), ~5% (estafilocócico)[1]
Frequência 3 em 100 000 por ano (países desenvolvidos)[1]
Classificação e recursos externos
CID-10 A48.3
CID-9 040.82
CID-11 114886962
DiseasesDB 13187
MedlinePlus 000653
eMedicine 169177
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Síndrome do choque tóxico é uma condição causada por toxinas bacterianas.[1] Os sintomas incluem febre, erupções cutâneas, descamação da pele e baixa pressão arterial.[1] Estes sintomas podem ser acompanhados de outros sintomas causados pela infeção subjacente específica, como mastite, osteomielite, fasceíte necrotizante ou pneumonia.[1]

A síndrome do choque tóxico é geralmente causada por bactérias dos géneros Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus, embora possa também ser causada por outras.[1][2] O mecanismo subjacente envolve a produção de superantígenos durante uma infeção por estreptococos invasiva ou uma infeção por estafilococos localizada.[1] Entre os fatores de risco para o tipo estafilocócico estão a utilização de tampões muito absorventes e lesões na pele em crianças mais novas.[1] O diagnóstico geralmente baseia-se nos sintomas.[1]

O tratamento consiste na administração de soro, antibióticos, incisão e drenagem de eventuais abcessos e possivelmente imunoglobulina humana.[1][4] Embora seja comum ser recomendada, há poucas evidências que apoiem a necessidade de rápida remoção cirúrgica do tecido infetado em casos estreptocócicos.[1] Algumas orientações recomendam atrasar a remoção dos tecidos.[1] Nos casos estreptocócico o risco de morte é de 50%, enquanto nos casos estafilocócicos é de 5%.[1] A morte pode ocorrer no prazo de dois dias.[1]

Nos Estados Unidos, a síndrome do choque tóxico estreptocócica ocorre em cerca de 3 em cada 100 000 pessoas por ano, enquanto a estafilocócica ocorre em cerca de 0,5 em cada 100 000 por ano.[1] A síndrome é mais comum em países desenvolvidos.[1] Foi descrita pela primeira vez em 1927.[1] Devido à associação com os tampões muito absorventes, estes produtos têm sido retirados do mercado.[1]

Sinais e sintomas

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Os sintomas incluem:[5]

  • Febre alta (mais de 39°C)
  • Pressão sanguínea baixa (sistólica <90 mmHg)
  • Vermelhidão, erupção difusa, branqueamento com descamação subsequente, especialmente das palmas e solas dos pés
  • Envolvimento de três ou mais sistemas:

A síndrome é causada pela resposta dos linfócitos T às toxinas produzidas pelas bactérias Gram-positivas Staphylococcus aureus ou Streptococcus de grupo A.

Nos primeiros casos identificados, a causa foi o acúmulo de sangue menstrual em absorventes internos por mais de um dia que utilizavam fibras sintéticas e produtos químicos que ampliavam sua absorção, facilitando a replicação do S. aureus. Atualmente os fabricantes voltaram a utilizar fibras de algodão e cessaram com o acréscimo desses produtos químicos. Atualmente o maior risco está em feridas de pele não esterilizadas adequadamente ou após cirurgia geral.[6]

Após imediata hospitalização deve ser feita:[7]

O CDC americano aprova o uso de oritavancina, dalbavancina e tedizolid nesses casos.

Epidemiologia

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A incidência é de 15 a 52 casos em cada milhão de habitantes, na maior parte das vezes associado ao pós-cirúrgico. A mortalidade varia entre 30 e 70% dos casos. Desde de 1996 são raros os casos associados ao uso de tampões.[8]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y Low, DE (julho de 2013). «Toxic shock syndrome: major advances in pathogenesis, but not treatment.». Critical Care Clinics. 29 (3): 651–75. PMID 23830657. doi:10.1016/j.ccc.2013.03.012 
  2. a b Gottlieb, Michael; Long, Brit; Koyfman, Alex (junho de 2018). «The Evaluation and Management of Toxic Shock Syndrome in the Emergency Department: A Review of the Literature». The Journal of Emergency Medicine. 54 (6): 807–814. PMID 29366615. doi:10.1016/j.jemermed.2017.12.048 
  3. Ferri, Fred F. (2010). Ferri's differential diagnosis : a practical guide to the differential diagnosis of symptoms, signs, and clinical disorders 2nd ed. Philadelphia: Elsevier/Mosby. p. Chapter T. ISBN 978-0323076999 
  4. Wilkins, Amanda L.; Steer, Andrew C.; Smeesters, Pierre R.; Curtis, Nigel (2017). «Toxic shock syndrome – the seven Rs of management and treatment». Journal of Infection (em inglês). 74: S147–S152. PMID 28646955. doi:10.1016/S0163-4453(17)30206-2 
  5. http://wwwn.cdc.gov/nndss/script/casedef.aspx?CondYrID=869&DatePub=1/1/2011%2012:00:00%20AM
  6. http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/toxic-shock-syndrome/basics/definition/con-20021326
  7. «Toxic Shock Syndrome Treatment & Management: Medical Care, Surgical Care, Consultations». 17 de outubro de 2021. Consultado em 29 de abril de 2022 
  8. http://emedicine.medscape.com/article/169177-overview#a0199

Ligações externas

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