Noma – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Noma (desambiguação).
Noma
Noma
Noma (1836)
Especialidade pediatria, otorrinolaringologia, medicina dentária
Classificação e recursos externos
CID-10 A69.0
CID-9 528.1
CID-11 340823130
DiseasesDB 30727
MedlinePlus 001342
MeSH D009625
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Caso severo de Noma

Noma, estomatite gangrenosa, cancrum oris ou cancro oral, é uma infecção bacteriana destrutiva dos tecidos faciais e bucais que atinge mais frequentemente pacientes debilitados e gravemente desnutridos, em particular crianças.

Causas[editar | editar código-fonte]

Ocorre quando as bactérias Fusobacterium necrophorum e Prevotella intermedia encontram um organismo debilitado por[1]:

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Primeiro aparecem inflamações nas gengivas e bochechas que começam a formar úlceras. As úlceras desenvolvem um odor fétido e mau hálito. A ulceração dolorosa da gengiva ou mucosa jugal evolui rapidamente para necrose progressiva extensa da pele, músculos e inclusive dos ossos. Também pode ocorrer nos genitais, uma variação conhecida como "noma pudendi".[3]

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

A doença está associada com alta morbidade e mortalidade e afeta principalmente crianças com menos de doze anos de idade nos países mais pobres da África. Também há casos de Noma em crianças na Ásia e em alguns países da América do Sul. A maioria das crianças que contraem a doença está entre as idades de dois e seis anos de idade, com desnutrição e outras doenças crônicas. Em 1999, a OMS estimou que havia 500 mil pessoas afetadas e ocorreram 140 mil novos casos. A taxa de mortalidade sem tratamento é de 80-90 por cento.[4]

Conhecida desde a antiguidade pelos primeiros médicos, como Hipócrates e Galeno, foi comum durante as épocas de fome e guerra até a segunda guerra mundial. Foi eliminada da maior parte dos países do mundo conforme as condições sanitárias melhoraram e tratamento com antibióticos se tornaram comuns e acessíveis. Persiste atualmente apenas nos locais mais pobres do mundo.

Tratamento[editar | editar código-fonte]

O seu tratamento é feito com doses elevadas de penicilina e outros antibióticos, água potável, dieta com vitaminas A e complexo B e higiene oral diária. A deformação que causa é permanente e pode ser necessário realizar cirurgia plástica reconstrutiva para reparar os danos. Esta, deve ser adiada até a recuperação completa do paciente, que tipicamente se dá após um ano do início do tratamento.[5]

Referências

  1. "Noma--the ulcer of extreme poverty". N. Engl. J. Med. 354 (3): 221–4. 2006. doi:10.1056/NEJMp058193. PMID 16421362.
  2. Neville, Brad. Oral and Maxillofacial Pathology (3rd ed.). Saunders Book Company. pp. 062008. 5.11.
  3. http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/spanish/ency/article/001342.htm
  4. Bourgeois DM, Leclercq MH. The World Health Organization initiative donde noma. Oral Dis 1999; 5: 172-174.
  5. Neville, Brad. Oral and Maxillofacial Pathology, 3rd Edition. Saunders Book Company, 062008. 5.11.2