Nocardiose – Wikipédia, a enciclopédia livre

Nocardia
Nocardiose
Nocardia asteroides em amarelo
Especialidade infecciologia
Classificação e recursos externos
CID-10 A43
CID-9 039.9
CID-11 6555116
DiseasesDB 9058
eMedicine 224123, 1052944, 966919
MeSH D009617
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Nocardiose é uma doença infecciosa causada por bactérias do gênero Nocardia que afeta humanos e animais.

Classificação[editar | editar código-fonte]

Possui três formas principais:

  • Nocardiose cutânea,
  • Nocardiose pulmonar,
  • Nocardiose sistêmica.

Causas[editar | editar código-fonte]

Os membros do gênero Nocardia são actinomicetos aeróbicos e saprófitas ubíquos (encontrados no mundo todo) no solo, matéria orgânica em decomposição, água doce e água salgada. Nao tem potencial invasivo, só penetrando em áreas de corte expostas ao solo ou a água ou ao ser aspirado para dentro dos pulmões. Os principais agentes etiológicos envolvidos são a Nocardia asteroides, geralmente causando nocardiose pulmonar e Nocardia brasiliensis, que geralmente causa infecção de pele.[1][2]

A nocardiose ocorre comumente em pacientes imunossuprimidos e possui a capacidade de resistir ao sistema imunológico persistindo por muitos anos dentro de macrófagos.[3]

Sinais e sintomas[editar | editar código-fonte]

Pulmão com nódulos de nocardiose

Alguns pacientes podem ser assintomáticos. Os sintomas são mais graves em indivíduos imunocomprometidos e costumam voltar poucas semanas após o tratamento. Os sintomas dependem do local da infecção.

Infecção cutânea

Pode formar qualquer dos seguintes sintomas[4]:

Infecção pulmonar

É uma forma contagiosa de pneumonia bacteriana crônica[4]:

  • Suores noturnos,
  • Febre,
  • Náusea e vômito,
  • Perda de apetite,
  • Perda de peso,
  • Tosse com ou sem sangue,
  • Dor no peito e dificuldade pra respirar leve.
Infecção do sistema nervoso central

O sistema nervoso central é afetada de mais de 30% dos casos de infecção sistêmicas/disseminadas e geralmente resulta na formação de abscesso cerebral resultando em:

Diagnóstico[editar | editar código-fonte]

O diagnóstico é confirmado pelo cultivo de amostras de tecidos infectados (seja pele, líquido cefalorraquídeo, catarro...) enviados para a coloração e cultura. Nocardia é um aeróbio estrito e seu crescimento é muito lento, pode demorar até quatro semanas, formando colônias com hifas e odor míldio. Não há métodos sorológicos atualmente disponíveis para o diagnóstico. O laboratório de microbiologia tem de ser informada de suspeitas de nocardia para que as amostras sejam incubadas durante um período de tempo maior do que o habitual.[4]

Nocardia é um bacilo gram-positiva; no entanto, as aparições na coloração de Gram pode ser enganosa, especialmente se o paciente tomou antibióticos recentemente. Estudos radiológicos pulmonares mostram várias infiltrações pulmonares com tendência a necrose central.

Epidemiologia[editar | editar código-fonte]

São mais diagnosticados nos EUA, com 500 a 1000 casos por ano e em Índia e África. Na América do sul e central as infecções cutâneas por Nocardia brasiliensis são muito mais comuns que qualquer outra, enquanto nos EUA as infecçoes pulmonares por Nocardia asteroides responde por 90% dos casos de nocardiose.[4] Poucos estudos epidemiológicos foram feitos em outros países. Sao 3 vezes mais comuns em homens, provavelmente por sofrerem mais ferimentos.[5]

Tratamento[editar | editar código-fonte]

Nocardiose pulmonar ou sistêmica requer de 6 a 12 meses de tratamento, de preferência com trimetoprim ou sulfametoxazol ou doses elevadas de sulfonamidas. Em pacientes que não respondem ao tratamento de sulfonamida, de outras drogas, como a ampicilina, eritromicina, minociclina, imipenem ou amicacina podem ser adicionados.[6]

O tratamento também pode incluir a drenagem cirúrgica de abscessos e excisão de tecido necrosado. A fase aguda requer repouso completo.

Referências

  1. Saubolle, M.A.; Sussland, D. (2003). «Nocardiosis: review of clinical and laboratory experience». J. Clin. Microbiol. 41 (10): 4497-501 
  2. Corti, M.E.; Villafane-Fioti, M.F. (2003). «Nocardiosis: a review». Int. J. Infect. Dis. 7 (4): 243-50 
  3. Rapini, Ronald P.; Bolognia, Jean L.; Jorizzo, Joseph L. (2007). Dermatology: 2-Volume Set. St. Louis: Mosby. ISBN 1-4160-2999-0 
  4. a b c d http://www.patient.co.uk/doctor/Nocardia.htm
  5. http://emedicine.medscape.com/article/224123-overview#a0199
  6. http://www.wrongdiagnosis.com/n/nocardiosis/book-diseases-7a.htm