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Max Lopes
Nascimento 18 de junho de 1939
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
Morte 23 de setembro de 2023 (84 anos)
Maricá, Rio de Janeiro
Nacionalidade brasileiro
Ocupação carnavalesco e comentarista

Max Lopes (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1939Maricá, 23 de setembro de 2023) foi um carnavalesco brasileiro, conhecido como "O Mago das cores", que desenvolvia desfiles em estilo barroco, sua especialidade. Foi campeão do carnaval carioca com a Imperatriz Leopoldinense em 1989 e pela Estação Primeira de Mangueira em 1984 e 2002.

É considerado como um dos mais criativos e importantes carnavalescos do carnaval brasileiro, e o único a obter a comanda maior de Imortal da Academia e Belas Artes, e também obtém uma Cadeira Permanente o Conselho de Carnaval da Mangueira. Foi homenageado pela Vila Santa Tereza no ano de 2005.

Histórico no Carnaval[editar | editar código-fonte]

Max Lopes iniciou sua carreira no ano na década de 70, como ajudante de Fernando Pamplona (um dos grandes carnavalescos do carnaval carioca da época) no Salgueiro. Seu primeiro desfile como carnavalesco principal foi em 1976, na escola de samba Unidos de Lucas, com o enredo: "Mar Baiano em Noite de Gala" alcançando a 12ª colocação, sendo a escola rebaixada. Em 1977 passou para a Imperatriz, onde fez o enredo "Viagem fantástica às terras de Ibirapitanga". A escola foi rebaixada, mas o carnavalesco continuou seu trabalho e no ano seguinte voltaram ao grupo principal com o enredo "Vamos brincar de ser criança". seu primeiro carnaval de sucesso, foi em 1982, na escola de samba União da Ilha do Governador, com o enredo "É Hoje!", ano também que começou a ser conhecido pelas formas deu trabalhava com as cores, ganhando o título de "Mago das Cores".

Nos anos seguintes assinou os desfiles da tradicional escola carioca, Estação Primeira de Mangueira, levando a escola em 1984 ao campeonato e ao supercampeonato, com o enredo; "Yes, Nós Temos Braguinha", fora seu primeiro título, e o único a conquistar o supercampeonato, oferecido apenas no ano de 1984, inauguração do Sambódromo. no ano de 1989, voltou a Imperatriz Leopoldinense, assinando o enredo; "Liberdade! Liberdade! Abra as Asas Sobre Nós!", levando a escola ao campeonato, e conquistando seu terceiro título. em 1991 assinou o desfile da Unidos do Viradouro; cujo enredo homenageava a atriz comediante, Dercy Gonçalves, com o enredo; "Bravo, Bravíssimo - Dercy, o Retrato de um Povo".

No ano de 1992, fora personagem de um dos mais trágicos acidentes que já aconteceram no Sambódromo, o último carro da agremiação teve problemas em seu gerador, e pegou fogo durante o desfile da Viradouro, cujo enredo era; "...E a Magia da Sorte Chegou!", desfile assinado em conjunto com o carnavalesco Mauro Quintaes, desde lá, jamais usou qualquer artifício com fogo em suas alegorias. Em 1998 assinou no Acadêmicos do Grande Rio o enredo; "Prestes, O Cavaleiro da Esperança" e em 1999 o enredo; "Ei, Ei, Ei, Chateau é Nosso Rei".

Em 2000 para carnaval 2001, voltou a agremiação tradicional Verde-e-Rosa da Mangueira, onde já havia assinado os desfiles de 1983 e 1984. No ano de 2002 já se sagrou, pela quarta vez, campeão com a Estação Primeira, cujo enredo era; "Brazil com 'Z' é pra Cabra da Peste, Brasil com 'S' é a Nação do Nordeste", um desfile colorido e irreverente. No ano seguinte, 2003, trouxe um dos desfiles mais luxuosos e requintados de sua carreira e da Estação Primeira, o enredo era; "Os Dez Mandamentos: O Samba da Paz Canta a Saga da Liberdade", nesse enredo a agremiação Verde-e-Rosa trouxe o maior carro que já passou na Marquês de Sapucaí, seu abre-alas tinha 87 metros, e 10 metros de altura.

No ano de 2005, trouxe um enredo sobre a energia na Estação Primeira; um desfile com conceitos diferentes dos habituais da escola e do carnavalesco, que não conquistou muito o público. Em 2006, resolveu realizou um carnaval tradicional, falando sobre temática nordestina novamente, cujo enredo era; "Das Águas do Velho Chico, Nasce Um Rio de Esperança". A escola saiu do sambódromo aclamada como campeã, mas no resultado final ficou em 4º lugar. No ano de 2007 optou pelo tema da história da língua portuguesa e sua influência literárias até os dias de hoje, um desfile didático e extremamente acadêmico que liderou até o 5º quesito da apuração, tendo como resultado final o 3º lugar.

Para 2008, o carnavalesco apostou novamente no nordeste para trazer o 19º título para a Estação Primeira e conquistar seu 5º título. Falou do centenário do Frevo, com o enredo; "100 Anos do Frevo, é de Perder o Sapato. Recife Mandou me Chamar...", com o qual a escola ficou em 10º lugar. Saiu da Mangueira após oito anos[1].

No ano de 2009, estreou como carnavalesco da Unidos do Porto da Pedra,[2] onde falou sobre a curiosidade, com o enredo "Não Me Proíbam Criar. Pois Preciso Curiar! Sou o País do Futuro e Tenho Muito a Inventar!", porém a escola ficou com o 10º lugar.

Após 20 anos, Max retorna a Imperatriz onde desenvolve um enredo sobre as religiões. No entanto, devido a problemas estruturais da escola, ficou na 8ª colocação. No carnaval de 2011 teve como enredo a saúde, e terminou na 6ª colocação. Depois do carnaval surgiram boatos de que Max iria para Portela,[3] o qual no entanto foi negado pelo mesmo.[3] Após o carnaval de 2012, foi demitido devido a mudanças na escola de Ramos para a próxima edição.[4] No ano de 2013, retorna a Viradouro,[5][6] sendo que pela primeira vez não fará uma escola do Especial ou dividindo, no entanto fará estreia na escola de samba Gaviões da Fiel, famosa escola do Grupo especial da folia Paulistana.[7]

Em 2013, após ser dispensado da Viradouro, declarou ter a cara da Mangueira,[8] mesmo assim não sacramentou sua volta a ela, passando então boa parte do ano sem atuar no mundo carnavalesco, até ser confirmado em novembro como integrante da comissão de carnaval da São Clemente,[9] onde num enredo sobre as favelas, terminou na 11ª colocação.

Em 2015, foi novamente carnavalesco da Vila Isabel, onde recebeu o 11º lugar num enredo sobre a música clássica, e ainda colaborou com a Unidos de Lucas, onde iniciou no mundo do carnaval.[10] No ano seguinte Max não ficou de fora do carnaval, pois retorna pela terceira vez à Viradouro.[11][12] Depois de um ano fora do carnaval, Max acertou pra ser carnavalesco da Santa Cruz.[13]

Morreu em 23 de setembro de 2023, vítima de um câncer de próstata, no Hospital Municipal Conde Modesto Leal, em Maricá, no Rio de Janeiro, onde estava internado desde 24 de agosto do mesmo ano. Na internação, apresentava instabilidade hemodinâmica e insuficiência renal aguda.[14]

Carnavais[editar | editar código-fonte]

Abaixo, a lista de desfiles assinados por Max Lopes.

Ano Escola Colocação Divisão Enredo Ref.
1976 Unidos de Lucas 12.º lugar Grupo 1 Mar baiano em noite de gala
1977 Imperatriz 9.º lugar Grupo 1 Viagens Fantástica às Terras de Ibirapitanga
1978 Imperatriz Vice-campeã Grupo 2 Vamos Brincar de Ser Criança
1982 União da Ilha 5.º lugar Grupo 1A É Hoje!
1983 Mangueira 5.º lugar Grupo 1A Verde que Te Quero Rosa...Semente Viva do Samba
1984 Mangueira Campeã Grupo 1A Yes, Nós Temos Braguinha
1985 Vila Isabel 3.º lugar Grupo 1A Parece que foi ontem
1986 Vila Isabel 11.º lugar Grupo 1A De alegria cantei, de alegria pulei, de três em três pelo mundo rodei
1987 Vila Isabel 7.º lugar Grupo 1 Raízes
1988 União da Ilha 6.º lugar Grupo 1 Aquarilha do Brasil
Cubango 4.º lugar Grupo 3 Ave Bahia, cheia de graça
1989 Imperatriz Campeã Grupo 1 Liberdade! Liberdade! Abra as Asas sobre Nós
1990 Imperatriz 4.º lugar Especial Terra Brasilis, o que se plantou deu
Viradouro Campeã Grupo A Só vale o escrito
1991 Viradouro 7.º lugar Especial Bravo, Bravíssimo - Dercy Gonçalves, o retrato de um povo
1992 Viradouro 9.º lugar Especial E a magia da sorte chegou
1993 Viradouro 7.º lugar Especial Amor, sublime amor
1995 Vila Isabel 9.º lugar Especial Cara e Coroa, as duas faces da moeda
Arrastão 3.º lugar Grupo A Frevança
1996 Vila Isabel 7.º lugar Especial A heroica cavalgada de um povo
1997 Estácio 13.º lugar
(Rebaixada)
Especial Através da fumaça, o mágico cheiro do carnaval
1998 Grande Rio 8.º lugar Especial Prestes, o cavaleiro da esperança
Sossego 3.º lugar Grupo C Em busca do destino
1999 Grande Rio 6.º lugar Especial Ei, Ei, Ei, Chateau é o nosso rei!
Sossego 8.º lugar Grupo B 500 Anos - Brasil - O que Caminha viu e não viu
2000 Grande Rio 9.º lugar Especial Carnaval à vista - não fomos catequizados, fizemos carnaval
2001 Mangueira 3.º lugar Especial A Seiva da Vida
2002 Mangueira Campeã Especial "Brasil com "Z" é pra cabra da peste, Brasil com "S" é nação do Nordeste"
2003 Mangueira Vice-campeã Especial Os dez mandamentos - o samba da paz canta a saga da liberdade
2004 Mangueira 3.º lugar Especial Mangueira redescobre a Estrada Real e faz deste eldorado seu carnaval
2005 Mangueira 6.º lugar Especial Mangueira energiza a avenida. Carnaval é pura energia e a energia é o nosso desafio
2006 Mangueira 4.º lugar Especial Das Águas do Velho Chico nasce um rio de esperança
2007 Mangueira 3.º lugar Especial Minha língua é minha pátria, Mangueira meu grande amor. Meu samba vai ao lácio e colhe a última flor
2008 Mangueira 10.º lugar Especial 100 anos de frevo, é de perder o sapato. Recife mandou me chamar...
2009 Porto da Pedra 10.º lugar Especial Não Me Proíbam Criar. Pois Preciso Curiar! Sou o País do Futuro e Tenho Muito a Inventar!
2010 Imperatriz 8.º lugar Especial Brasil de todos os deuses
2011 Imperatriz 6.º lugar Especial A Imperatriz adverte: sambar faz bem à saúde
2012 Imperatriz 10.º lugar Especial Jorge, amado Jorge
2013 Gaviões da Fiel 9.º lugar Especial (SP) Ser Fiel é a alma do negócio
Viradouro Vice-campeã Série A Nem melhor e nem pior que não sai da minha mente ...inspiração do meu samba, eu também sou diferente
2014 São Clemente 11.º lugar Especial Favela
2015 Vila Isabel 11.º lugar Especial O maestro brasileiro está na terra de Noel, a partitura é azul e branco, da nossa Vila Isabel
Unidos de Lucas 7.º lugar Série B Em busca do destino
2016 Viradouro 3.º lugar Série A O Alabê de Jerusalém: A Saga de Ogundana
2018 Santa Cruz 10.º lugar Série A No voo mágico da esperança, quem acredita sempre alcança

Títulos e estatísticas[editar | editar código-fonte]

Max Lopes é um dos maiores vencedores do carnaval do Rio de Janeiro, com três conquistas na primeira divisão.

Divisão
Campeonato
Ano
Vice
Ano
Terceiro
Ano

Primeira divisão
3 1984, 1989 e 2002 1 2003 4 1985, 2001, 2004, 2007

Segunda divisão
1 1990 2 1978, 2013 2 1995, 2013

Premiações[editar | editar código-fonte]

  1. 2006 - Personalidade [15]
  • OSK do Samba
  1. 2015 - Melhor enredo (Unidos de Lucas - "Em Busca do Destino") [16][17]
  • Prêmio Elite do Samba
  1. 2015 - Melhor enredo (Unidos de Lucas - "Em Busca do Destino") [18][19]
  • Troféu Jorge Lafond
  1. 2004 - Melhor carnavalesco (Mangueira) [20]
  2. 2016 - Melhor enredo (Viradouro - "O Alabê de Jerusalém: A Saga de Ogundana") [21][22]

Referências

  1. Extra (20 de fevereiro de 2008). «Carnavalesco Max Lopes deixa Mangueira depois de oito anos». 19:30. Consultado em 12 de novembro de 2013 
  2. Isaac Ismar, para o SRZD-Carnaval (20 de fevereiro de 2008). «Max Lopes é da Porto da Pedra». 19h45. Consultado em 29 de fevereiro de 2012 
  3. a b Vicente Almeida, para o SRZD-Carnaval (15 de março de 2011). «Max Lopes fica na Imperatriz». Consultado em 28 de janeiro de 2012 
  4. O Dia na Folia. «Imperatriz Leopoldinense demite Max Lopes». Consultado em 23 de fevereiro de 2012 
  5. Tudo de Samba (7 de maio de 2012). «Max Lopes na Viradouro 2013». 11:07. Consultado em 8 de maio de 2012 
  6. Carnavalesco (7 de maio de 2012). «Max promete trabalho 'diferente' na Viradouro». 23:17. Consultado em 8 de maio de 2012 
  7. SRZD/Carnaval/SP]]. «Gaviões anuncia Max Lopes como carnavalesco». Consultado em 7 de agosto de 2012 
  8. SRZD-Carnaval (27 de fevereiro de 2013). «Max Lopes: 'A Mangueira tem a minha cara e eu tenho a cara dela'». 15h25. Consultado em 12 de novembro de 2013 
  9. Carnavalesco (11 de novembro de 2013). «Exclusivo: Max Lopes é contratado para integrar comissão de carnaval da São Clemente». 20:27. Consultado em 12 de novembro de 2013 
  10. SRZD-Carnaval (5 de setembro de 2014). «Max Lopes retorna à Unidos de Lucas 38 após assinar seu primeiro desfile no Especial». Consultado em 22 de abril de 2015 
  11. Trindade, Rodrigo (21 de abril de 2015). «Reviravolta na Viradouro: Márcia Lage deixa escola. Max Lopes assume». 16h21. Consultado em 22 de abril de 2015 
  12. Carnavalesco (21 de abril de 2015). «Márcia Lage alega problemas de saúde, deixa Viradouro e Max Lopes retorna à agremiação». Consultado em 22 de abril de 2015 
  13. Carnavalesco. «Max Lopes é o novo carnavalesco da Santa Cruz». Consultado em 30 de maio de 2017 
  14. «Max Lopes, carnavalesco de 'Liberdade, Liberdade' e primeiro campeão do Sambódromo, morre no RJ». G1. 24 de setembro de 2023. Consultado em 24 de setembro de 2023 
  15. «Estandarte vai para a Unidos da Tijuca: Originalidade, criatividade e alegria, os detalhes decisivos». O Globo. 1 de março de 2006. p. 21. Consultado em 14 de outubro de 2019. Arquivado do original em 14 de outubro de 2019 
  16. «OSK do Samba 2015». Site OSK do Samba. Consultado em 21 de novembro de 2015. Arquivado do original em 21 de novembro de 2015 
  17. Figueiredo, Rodney (26 de fevereiro de 2015). «Osk do Samba anuncia os melhores do carnaval nos grupos de acesso». Site Carnaval Carioca. Consultado em 27 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2017 
  18. Figueiredo, Rodney (9 de abril de 2015). «Prêmio Elite do Samba chega a sua sexta edição com festa neste domingo». Site Carnaval Carioca. Consultado em 27 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 27 de setembro de 2017 
  19. «Prêmio Elite do Samba 2015». Site SRZD - Sidney Rezende. Consultado em 27 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 25 de julho de 2015 
  20. «Troféu Jorge Lafond 2004». Academia do Samba. Consultado em 21 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 11 de julho de 2015 
  21. «Troféu Jorge Lafond 2016». Site Carnaval Carioca. Consultado em 22 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 4 de agosto de 2016 
  22. «Troféu Jorge Lafond 2016». Site Apoteose. Consultado em 22 de setembro de 2017. Cópia arquivada em 6 de agosto de 2016 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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