Fernando Pinto (carnavalesco) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Fernando Pinto
Fernando Pinto (carnavalesco)
Informações pessoais
Nome completo Carlos Fernando Ferreira Pinto
Data de nasc. 6 de maio de 1945
Local de nasc. Recife, Pernambuco,  Brasil
Falecido em 29 de novembro de 1987 (42 anos)
Local da morte Rio de Janeiro, Rio de Janeiro,  Brasil
Informações profissionais
Escolas de samba

Carlos Fernando Ferreira Pinto (Recife, 6 de maio de 1945Rio de Janeiro, 29 de novembro de 1987) foi um carnavalesco, artista visual, diretor de teatro e cantor brasileiro.

Celebrado como um dos carnavalescos mais geniais da história do carnaval carioca, ganhou destaque no Império Serrano e da Mocidade Independente de Padre Miguel nos anos 70 e 80. Faleceu precocemente num acidente de carro.[1][2][3]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Cresceu em Recife, onde começou a estudar teatro, tendo se mudado para o Rio de Janeiro em 1969. No Rio construiu uma carreira no teatro como diretor, coreografo, cenógrafo e figurinista. Atuou na peça teatral Ópera do Malandro, e outras. Fez parte da segunda geração do grupo Dzi Croquettes. Dirigiu e elaborou figurinos e cenários para artistas como As Frenéticas, Elba Ramalho, Ney Matogrosso e Chico Anysio.

Trajetória no carnaval[editar | editar código-fonte]

Começou a carreira de carnavalesco no Império Serrano, em 1971, assumindo a missão de substituir Acir Pimentel e Swayne Moreira Gomes[4]. Levou a escola de Madureira ao terceiro lugar no Carnaval daquele ano, com o enredo Nordeste, seu povo, seu canto, sua gente[5], e ganhou o título de 1972 com Alô, alô, taí Carmen Miranda. Permaneceu no Império até 1976, quando A lenda das sereias, rainhas do mar obteve apenas o sétimo lugar. Voltou dois anos depois, mas o desfile Oscarito, carnaval e samba, uma chanchada no asfalto foi desastroso, culminando com o primeiro rebaixamento da história do Império.

Mas foi na década de 1980, contratado pela Mocidade Independente de Padre Miguel, que Fernando Pinto brilhou, amadurecendo seu estilo de forte influência tropicalista. O enredo Tropicália Maravilha, combinando flores, frutas e diversas plantas, numa explosão de cores, deu à escola o vice-campeonato de 1980, ao lado de Vila Isabel e União da Ilha.

Depois de uma rápida passagem pela Estação Primeira de Mangueira, no desfile de 1982, voltou à Mocidade e conquistou seu segundo título em 1985.

Ziriguidum 2001 – Carnaval nas estrelas foi a consagração do estilo de Fernando Pinto, que explorou a luz do sol (a escola desfilou pela manhã) com fantasias e alegorias prateadas. Misturou estrelas, espaçonaves, discos voadores, alienígenas e astronautas para imaginar um carnaval de ficção científica.

Tentou a carreira de cantor com o LP Estrelas, em 1986. Em 1987, apresentou o inesquecível Tupinicópolis, enredo que apresentava a cidade indígena com todos os elementos da cultura capitalista sobre o olhar nativo. Apontada como a grande favorita do ano, a Mocidade acabou com o vice-campeonato.

Morte[editar | editar código-fonte]

Fernando Pinto morreu na madrugada de 29 de novembro de 1987, num acidente de carro na Avenida Brasil, quando desenvolvia o enredo "Beijim Beijim, Bye Bye Brasil" para a Mocidade desfilar em 1988. Fernando voltava da quadra da escola após participar de uma festa anual promovida pela Mocidade. Foi homenageado pela União de Rocha Miranda, que em 1990 levou à avenida o desfile Mamãe, eu quero Fernando Pinto, ziriguidum e carnaval[6]. Em 2014, foi a vez de a escola de Padre Miguel reconhecer o seu papel como enredo Pernambucópolis, que transportou a fictícia Tupinicópolis (enredo feito por ele em 1987) para o estado de Pernambuco, terra natal do carnavalesco[7].

Carnavais[editar | editar código-fonte]

Abaixo, a lista de desfiles assinados por Fernando Pinto.

Ano Escola Colocação Divisão Enredo
1971 Império Serrano 3.º lugar 1 Nordeste - seu povo, seu canto, sua gente
1972 Império Serrano Campeã 1 Alô, alô, taí Carmem Miranda
1973 Império Serrano Vice-campeã 1 Viagem encantada Pindorama adentro
1974 Império Serrano 3.º lugar 1 Dona Santa, rainha do maracatu
1975 Império Serrano 3.º lugar 1 Zaquia Jorge, a vedete do subúrbio, estrela de Madureira
1976 Império Serrano 7.º lugar 1 A lenda das sereias, rainhas do mar
1978 Império Serrano 7.º lugar 1 Oscarito, carnaval e samba, uma chanchada no asfalto
1980 Mocidade Vice-campeã 1A Tropicália Maravilha
1982 Mangueira 4.º lugar 1 As mil e uma noites cariocas
1983 Mocidade 6.º lugar 1A Como era verde meu Xingu
1984 Mocidade Vice-campeã 1A Mamãe eu quero Manaus
1985 Mocidade Campeã 1A Ziriguidum 2001, carnaval nas estrelas
1987 Mocidade Vice-campeã 1 Tupinicópolis
1988 Mocidade 8.º lugar 1 Beijim, beijim, bye bye Brasil

Títulos e estatísticas[editar | editar código-fonte]

Divisão
Campeonato
Ano
Vice
Ano
Terceiro lugar
Ano

Primeira divisão
1 1972 (Império Serrano) e 1985 (Mocidade) 4 1973, 1980, 1984, 1987 3 1971, 1974, 1975

Premiações[editar | editar código-fonte]

  1. 1972 - Melhores fantasias (Império Serrano) [8]
  2. 1972 - Melhor enredo (Império Serrano - "Alô, alô, taí Carmem Miranda") [8]
  3. 1973 - Melhores fantasias (Império Serrano) [9]
  4. 1983 - Melhor enredo (Mocidade - "Como Era Verde Meu Xingu") [10]
  5. 1985 - Prêmio extra de criatividade [11]
  6. 1987 - Melhor enredo (Mocidade - "Tupinicópolis") [12]

Discografia[editar | editar código-fonte]

  • 1986 - Estrelas

Referências

  1. «Os 25 anos sem Arlindo Rodrigues e Fernando Pinto». Extra. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  2. «Eterno! Paulo Barros grava depoimentos para posteridade do Museu da Imagem e do Som». Sambarazzo. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  3. «Genial e genioso». SRzd. Consultado em 21 de fevereiro de 2019 
  4. Fernando Pinto. Samba Rio
  5. Império Serrano 1971. Galeria do samba
  6. União de Rocha Miranda 1990. Galeria do samba
  7. Mocidade costura biografia de carnavalesco à história de Pernambuco. R7, 21 de fevereiro de 2014
  8. a b «Império Ganha Quatro dos Dez Estandartes de Ouro». O Globo. 16 de fevereiro de 1972. p. 7. Consultado em 21 de junho de 2019. Arquivado do original em 21 de junho de 2019 
  9. «Mangueira, Salgueiro e Império dividem os Estandartes de Ouro». O Globo. 7 de março de 1973. p. 3. Consultado em 22 de junho de 2019. Arquivado do original em 22 de junho de 2019 
  10. «Os ganhadores do Estandarte». O Globo. 16 de fevereiro de 1983. p. 9. Consultado em 30 de julho de 2019. Arquivado do original em 30 de julho de 2019 
  11. «Estandarte premia inovação do desfile: simpatia». O Globo. 20 de fevereiro de 1985. p. 2. Consultado em 30 de julho de 2019. Arquivado do original em 30 de julho de 2019 
  12. «Estandarte de Ouro 1987: Vila Isabel é a melhor escola e Império leva mais troféus». O Globo. 4 de março de 1987. p. 2. Consultado em 12 de agosto de 2019. Arquivado do original em 12 de agosto de 2019 

Ver também[editar | editar código-fonte]