Linha do Côa – Wikipédia, a enciclopédia livre

Linha do Côa
Info/Ferrovia
Informações principais
Área de operação Portugal Portugal
Especificações da ferrovia
Extensão 183 Km
Linha do Côa (proj. 1930)


Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlCONTg@G"
L. SaborDuas Igrejas - Miranda (enc.)
Unknown route-map component "CONTgq"
Unknown route-map component "STR+r" + Unknown route-map component "exnSTR"
L. DouroErmesinde
Straight track + Unknown route-map component "eKBHFxe" + Unknown route-map component "exnSTR"
Pocinho
Unknown route-map component "exSTRl" + Unknown route-map component "exnSTR"
Unknown route-map component "exCONTfq"
L. DouroBarca de Alva (enc.)
Unknown route-map component "exlCONTg@Fq" Unknown route-map component "exnABZg+r"
L. LamegoRégua (proj. abd.)
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlBHF"
Pinhel
Unknown route-map component "CONTr+f"
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exnSTR"
L. B. AltaPampilhosa
Unknown route-map component "XBHF-L"
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "XPLTeq" + Unknown route-map component "exlBHF"
Guarda
Unknown route-map component "xABZgl"
Transverse track + Unknown route-map component "exnSTR"
Unknown route-map component "CONTfq"
L. B. AltaVilar Formoso
Unknown route-map component "exCONTf" Unknown route-map component "exnSTR"
L. B. BaixaEntroncamento (em obras)
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Sabugal
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlBHF"
Penamacor
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlBHF"
Idanha-a-Nova
Unknown route-map component "exlCONTg@Fq" Unknown route-map component "exnSTRr"
L. SertãNazaré (proj. abd.)

A Linha do Côa foi um caminho de ferro planeado mas nunca construído, que deveria ter ligado a Linha do Douro à Linha da Beira Alta, em Portugal.

Mapa do plano de 1900, mostrando o projecto de V. F. Naves ao Pocinho.

História[editar | editar código-fonte]

Primeira fase[editar | editar código-fonte]

A Gazeta dos Caminhos de Ferro de 16 de Julho de 1897 reportou que o Ministro da Fazenda tinha apresentado um projecto de lei às câmaras, relativo ao arrendamento das linhas férreas que pertenciam ao estado, e à construção de novos caminhos de ferro, incluindo a ligação entre as linhas da Beira Alta e do Douro, seguindo os rios Távora ou Coa.[1] O preço quilométrico para a construção deste ramal deveria ser determinado por um orçamento a aprovar pelo governo, não podendo ser superior a 35:000$000.[1] No entanto, quando foi criada uma comissão técnica para estudar os projectos para o futuro plano da rede ferroviária, esta linha não fazia parte das recomendações da comissão, que defendeu em vez disso a construção das linhas de Régua a Vila Franca das Naves e de Viseu a Foz Tua.[2] Ainda assim, a Linha do Pocinho a Vila Franca das Naves foi inserida no Plano da Rede Complementar ao Norte do Mondego, decretado em 15 de Fevereiro de 1900, utilizando via métrica.[3] No entanto, era considerada de menor importância, uma vez que se previa que teria uma procura muito reduzida, servindo principalmente para continuar a futura Linha do Sabor até à Linha da Beira Alta e à projectada linha até à Régua.[3]

Mapa do plano de 1930, com o projecto da Linha do Côa.

Segunda fase[editar | editar código-fonte]

Em 1927, foi formada uma comissão técnica para elaborar os estudos preparatórios para a revisão do plano ferroviário nacional, e propor novas linhas e alterações aos projectos já existentes[2]; uma das linhas sugeridas era a do Pocinho a Vila Franca das Naves por Foz Coa, tendo as autoridades militares aconselhado o uso de via métrica, enquanto que o Conselho Superior de Caminhos de Ferro aceitava esta bitola apenas se os interesses estratégicos fossem superiores aos económicos.[4] Com efeito, devido ao traçado quase paralelo com a fronteira, esta linha causava receios do ponto de vista da defesa nacional.[2] Por outro lado, se a linha fosse de via estreita, poderia ser considerada como um prolongamento da Linha do Sabor, e ligar-se depois por outra linha até à Nazaré, formando uma grande rede transversal.[4] Esperava-se que as obras se iniciassem após a conclusão da Linha do Sabor, que nessa altura estava prevista acabar no Vimioso.[4] No Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, a Linha do Côa ficou classificada como sendo de via estreita, ligando o Pocinho a Idanha-a-Nova, passando por Pinhel, Guarda, Sabugal e Penamacor.[4] Na Idanha ligava-se à Linha da Sertã, que deveria terminar na Nazaré.[4] Caso tivesse sido construída, a Linha do Coa teria uma extensão aproximada de 183 Km, desde o Pocinho até à Idanha.[5]

Num artigo publicado na Gazeta dos Caminhos de Ferro de 1 de Janeiro de 1954, o escritor José da Guerra Maio defendeu a construção da linha, embora tenha apontado que a via férrea não deveria seguir sempre as margens do rio Coa, que era muito pedregosa e por isso dificultaria as obras, nem as do Rio Massueime, como já tinha sido sugerido.[6] A linha, de bitola larga, deveria sair da estação do Côa e ir até Vila Franca das Naves, ou então abandonar o rio cerca de 10 a 15 km antes da foz, e seguir pelo planalto do Ribacoa até Vilar Formoso.[6] Esta zona seria de fácil construção, sendo apenas necessário um curto túnel para atravessar a Serra da Marofa.[6] Seguindo esta última opção, não só ficariam unidas as linhas do Douro e da Beira Alta, mas também seria criada uma ligação entre o Porto e Salamanca alternativa à de Barca de Alva, que estava condenada a desaparecer devido aos grandes custos de substituição das pontes metálicas.[6] Esta linha daria um grande impulso à procura turística do Douro, já que podiam ser criados comboios directos até ao Porto, com ligação ao Sud Express em Vilar Formoso.[6] Embora o percurso ficasse mais longo do que por Barca de Alva, a diferença no tempo seria compensada pelas obras que estavam a ser feitas na linha de Vilar Formoso a Medina del Campo.[6] Em 1956, os horários dos comboios internacionais em Barca de Alva deixaram de estar concertados com os da Linha do Douro, obrigando os passageiros a ficarem naquela estação durante um dia, ou então a utilizarem o transporte rodoviário até à estação de Vilar Formoso, situação que revelou a falta que fazia uma linha que ligasse directamente a Linha do Douro à da Beira Alta.[7]

Terceira fase[editar | editar código-fonte]

Em 16 de Dezembro de 1968, a Gazeta dos Caminhos de Ferro noticiou que o Gabinete de Estudos e Planeamento de Transportes Terrestres já tinha concluído um estudo sobre uma linha do Pocinho a Vila Franca das Naves, projecto que surgiu numa altura em que o governo estava a investir fortemente nas infraestruturas básicas, como estradas e abastecimento de água, no Distrito da Guarda.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  2. a b c SOUSA, José Fernando de; Esteves, Raul (1 de Março de 1935). «O Problema da Defesa Nacional» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1133). p. 101-103. Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  3. a b SOUSA, José Fernando de (16 de Junho de 1903). «A Rêde Complementar ao Norte do Mondego» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 16 (372). p. 204-205. Consultado em 10 de Outubro de 2012 
  4. a b c d e PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.
  5. SOUSA, José Fernando de (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1139). p. 235-237. Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  6. a b c d e f MAIO, José da Guerra (1 de Janeiro de 1954). «Caminhos de Ferro nos cimos de Mogadouro e em Riba-Côa» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 66 (1585). p. 413-415. Consultado em 17 de Outubro de 2017 
  7. MAIO, Guerra (1 de Março de 1956). «Anomalias Ferroviárias» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 68 (1637). p. 122-123. Consultado em 29 de Agosto de 2017 
  8. «Jornal do mês» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 81 (1932). 16 de Dezembro de 1968. p. 161-162. Consultado em 17 de Outubro de 2017 



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