Linha do Vouga e Ramal de Aveiro – Wikipédia, a enciclopédia livre
A Linha do Vouga, originalmente conhecida como Linha do Vale do Vouga, e alcunhada de Linha do Vale das Voltas devido ao seu sinuoso traçado, é um troço ferroviário português de bitola métrica que atualmente liga Espinho a Sernada do Vouga, passando por Oliveira de Azeméis e Albergaria-a-Velha, numa extensão de 61 km. Em Sernada do Vouga, a Linha do Vouga liga-se ao Ramal de Aveiro, de 37 km de comprimento, que atravessa Águeda e termina na Estação de Aveiro, na Linha do Norte. Deste modo, a Linha do Vouga entre Espinho e Sernada do Vouga e o Ramal de Aveiro formam uma ferrovia contínua de bitola métrica de 98 km que liga Espinho a Aveiro via Entre Douro e Vouga e região central do Baixo Vouga. No entanto, na sua extensão máxima, a Linha do Vouga compreendia-se desde a Estação de Espinho, na Linha do Norte, até Viseu, totalizando 140 km, servindo, depois de Sernada do Vouga, vilas como Sever do Vouga, Oliveira de Frades e Vouzela. Com efeito, na sua extensão máxima, a Linha do Vouga entre Espinho e Viseu e o Ramal de Aveiro formavam uma rede de 177 km que ligava entre si a área metropolitana do Porto (com quebra de bitola em Espinho), Aveiro e Viseu. O primeiro troço da Linha do Vouga, entre Espinho e Oliveira de Azeméis, entrou ao serviço em 21 de Dezembro de 1908, tendo a Linha entre Espinho e Viseu sido totalmente concluída com a abertura do troço Vouzela–Bodiosa em 5 de Fevereiro de 1914.[1] O Ramal de Aveiro foi inaugurado em 8 de Setembro de 1911.[2]
Em agosto de 1972,[3] o troço entre Sernada do Vouga e Viseu foi encerrado, com a alegação de que as locomotivas a vapor causavam incêndios florestais.[4] Após a Revolução de 25 de Abril, a Linha do Vouga foi reaberta em julho de 1975,[3] agora com comboios a diesel.[5][6] No entanto, o troço entre Sernada do Vouga e Viseu acabou por ser definitivamente encerrado em 1 de Janeiro de 1990.[7] Em 2005, devido ao projeto de enterramento da estação ferroviária de Espinho, a Linha do Vouga deixou de começar nesta estação e passou a ter o seu início na estação de Espinho-Vouga.[8] Em finais de 2011,[9] toda a linha entre Espinho e Aveiro esteve à beira de encerrar, no entanto a pressão das populações e autarcas impediu o seu encerramento.[10] Em 1 de novembro de 2013, o serviço regular de passageiros no troço entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga foi suspenso.[11] Desde então, esse troço só é utilizado para as automotoras afetas ao troço Espinho–Oliveira de Azeméis se deslocarem às oficinas de Sernada do Vouga.[12][13] O troço Oliveira de Azeméis–Sernada do Vouga está em risco de encerramento definitivo com a construção de novas oficinas em Paços de Brandão.[12][13] Em inícios de 2019 foram apresentados planos governamentais para a modernização do troço Espinho–Oliveira de Azeméis da Linha do Vouga, estando a ser estudada a sua conversão para bitola ibérica.[14][15]
A Linha do Vouga é o único caminho de ferro de via estreita em funcionamento em Portugal.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Linha do Vouga
[editar | editar código-fonte]Traçado
[editar | editar código-fonte]A Linha do Vouga é um caminho de ferro em via métrica[16] que ligava, no seu auge, as localidades de Viseu e Espinho, atingindo uma extensão de cerca de 140 km.[17] Em 1990, o troço de Sernada do Vouga a Viseu, com 79 km de comprimento, foi encerrado,[7] reduzindo a linha aos cerca de 61 km entre Espinho e Sernada.[18]
Actualmente, apenas subsiste a ligação de Espinho a Sernada do Vouga, continuando os serviços pelo Ramal de Aveiro até à localidade com o mesmo nome.
Até 2005, quando o terminal da Linha foi passado para a Estação de Espinho-Vouga, a Linha do Vouga saída da Estação de Espinho, na Linha do Norte; em seguida, abandona a zona litoral e dirige-se para o interior, passando por várias estações e apeadeiros, destacando-se o Apeadeiro de Ul, a interface com a mais curta denominação em Portugal.[19] A Linha termina na Estação de Sernada do Vouga, sendo continuada pelo Ramal de Aveiro.[18]
Em 2013 os serviços ferroviários foram suspensos no troço entre Oliveira de Azeméis e Sernada do Vouga, por motivos de segurança, circulando apenas composições com fins técnicos (inspeção, manutenção, etc.), sendo o transporte de passageiros neste trajeto efetuado por táxis ao serviço da C.P. que frequentam locais próximos de cada estação e apeadeiro para tomadas e largadas.[20][21]
|
O ponto fulcral da Linha do Vouga é a estação de Sernada,[2] onde a linha oriunda de Aveiro se bifurca — seguindo para Viseu, à direita, e para Espinho, à esquerda.[22] No entanto, desde a fase de planeamento (década de 1890)[23] até 1992,[24] a nomenclatura das linhas contrariava a sua topologia, designado-se o trajeto Espinho-Viseu (incl. infleção em Sernada) como Linha do Vouga, sendo o segmento remanescente (Aveiro-Sernada) identificado como Ramal de Aveiro. Só em 1992 foi esta nomenclatura retificada,[24] passando a designar-se Linha do Vouga o trajeto contínuo Espinho-Aveiro, ficando o restante segmento, Viseu-Sernada (entretanto extinto em 1990),[25] com o nome Ramal de Viseu;[26] no entanto, a igualmente já extinta Linha do Dão (S.C.Dão-Viseu) foi também integrada sob esta nóvel designação.[26]
Ramal de Aveiro
[editar | editar código-fonte]Obras de arte
[editar | editar código-fonte]Pontes
- Azurva - 28 m
- Araújo - 14 m
- Rio Águeda - 64 m
- Marnel - 23 m
- Sernada - 173 m
Túneis
- Eirol - 74 m