Linha do Cávado – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Este artigo é sobre o projecto abandonado para a linha de Esposende a Braga. Se procura o projecto abandonado de Braga a Chaves, também denominado de Linha do Alto Cávado, veja Linha de Braga a Chaves.
Linha do Cávado
Info/Ferrovia

Estação de Barcelos
Informações principais
Área de operação Distrito de Braga, Portugal Portugal
Especificações da ferrovia
Extensão 38 Km
Bitola Bitola métrica (1000 mm)
Linha do Cávado (proj. 1930)
Bitola:Bitola estreita
Unknown route-map component "exnKSTRaq" Unknown route-map component "exnSTR+r"
T. MinhoArcos de Valdevez (proj. abd.)
Unknown route-map component "XPLTaq" + Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlBHF"
Unknown route-map component "KXBHFa-R"
Braga
Unknown route-map component "CONTgq"
Transverse track + Unknown route-map component "exnSTR"
One way rightward
R. BragaNine
Unknown route-map component "exnABZgl" Unknown route-map component "exnKSTReq"
T. MinhoEntre-os-Rios (proj. abd.)
Continuation backward Unknown route-map component "exnSTR"
L. MinhoValença
Unknown route-map component "XBHF-L"
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "XPLTeq" + Unknown route-map component "exlBHF"
Barcelos
One way leftward
Transverse track + Unknown route-map component "exnSTR"
Unknown route-map component "CONTfq"
L. MinhoSão Bento
Unknown route-map component "exnKSTRaq"
Unknown route-map component "exnABZg+r" + Unknown route-map component "exnSTR"
L. Litoral do MinhoViana do Castelo
Unknown route-map component "exnSTR" + Unknown route-map component "exlBHF"
Esposende
Unknown route-map component "exnSTRl" Unknown route-map component "exnKSTReq"
L. L. MinhoSenhora da Hora (proj. abd.)

A Linha do Cávado, igualmente conhecida como Linha do Vale do Cávado, foi um caminho de ferro de via estreita que foi projectado mas nunca construído, que deveria ligar Esposende a Braga, no Distrito de Braga, em Portugal. Caso tivesse sido construída, a linha teria um comprimento aproximado de 38 Km.[1]

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em meados do Século XIX, o interior do Minho tinha grandes problemas de comunicações, uma vez que as vias terrestres eram pouco adequadas, sendo então principalmente usados os rios como meio de transporte.[2] No caso do Cávado, este curso de água tinha problemas de navegabilidade, pelo que as comunicações entre Braga e o Porto eram normalmente feitas através de via terrestre até ao Carregadouro, e depois seguindo o Rio Lima até Viana do Castelo.[2] Foram feitas várias tentativas para melhorar a navegabilidade do Cávado, mas sem sucesso, e posteriormente o eixo fluvial perdeu importância quando foi concluída a estrada de Braga ao Porto.[2]

Quando se iniciou o planeamento da Linha do Minho, foram propostos vários traçados, alguns mais pelo interior do Minho, e outros seguindo principalmente o litoral; Francisco Maria de Sousa Brandão, num discurso à Associação dos Engenheiros Civis Portugueses, em 4 de Novembro de 1876, relatou que um conde espanhol, o Conde de Réus, propôs uma linha do Porto à Galiza que seguia pelo litoral a partir de Vila do Conde, passando por Esposende.[3] O governo ordenou a realização de um novo projecto para aquele caminho de ferro, que incluísse desde logo um ramal para Braga, sendo o novo traçado pelo interior até à foz do Cávado.[3] Projectos consequentes para a Linha do Minho reduziram ainda mais o percurso do litoral, até que o definitivo apenas o fez chegar ao mar em Viana do Castelo.[3] Em 21 de Maio de 1875, entrou ao serviço o Ramal de Braga, que ligava a cidade de Braga à Estação de Nine, na Linha do Minho.[4] Por seu turno, a Estação de Barcelos abriu em 21 de Outubro de 1877.[5]

Mapa do Plano da Rede de 1930, incluindo a Linha do Cávado.

Planeamento[editar | editar código-fonte]

Em 10 de Agosto de 1897, o Ministro da Fazenda, Mariano de Carvalho, apresentou um projecto de lei às Câmaras, para autorizar o governo a adjudicar a construção e exploração de várias linhas em hasta pública, incluindo uma de Esposende a Barcelos.[6]

Em Março de 1925, foi noticiado que já tinham começado os trabalhos da Linha do Vale do Cávado, que deveria terminar na Póvoa de Varzim.[7]

Em finais de 1926, a Associação Comercial de Braga pediu ao Ministro do Comércio a publicação de um decreto para a concessão da construção e exploração da Linha do Cávado.[8]

Em 1928, a concessão para esta linha pertencia à Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, tendo o Conselho Superior de Obras Públicas proposto que fosse adiado o projecto de Esposende a Braga, sugerindo em vez disso à Companhia do Norte que construísse a linha de Braga a Arcos de Valdevez.[9] Em Abril de 1928, a Companhia do Norte foi autorizada a dar preferência à linha de Braga a Arcos de Valdevez.[10]

O Plano Geral da Rede Ferroviária, publicado pelo Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930, reorganizou a rede ferroviária portuguesa, tendo introduzido novos projectos ou reorganizado os já existentes para troços ferroviários. Um dos caminhos de ferro incluídos no plano foi a Linha do Cávado, que se iniciaria em Esposende, onde se ligaria à também planeada Linha do Litoral do Minho, passaria por Barcelos, na Linha do Minho, e terminaria em Braga, onde se uniria à projectada Transversal do Minho, e ao Ramal de Braga, que já estava em funcionamento..[11]

Em 1933, a Companhia do Norte tinha a concessão para construir os troços entre a Póvoa de Varzim e Guimarães por Esposende, Barcelos e Braga, tendo já sido aprovado o projecto para a secção entre a Póvoa e Fão.[9]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. SOUSA, José (1 de Junho de 1935). «A Crise Actual de Viação e os nossos Caminhos de Ferro de Via Estreita» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 47 (1139). pp. 235–237. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  2. a b c FERNANDES, p. 66
  3. a b c FERNANDES, p. 83
  4. MARTINS et al, p. 9
  5. «Troços de linhas férreas portuguesas abertas à exploração desde 1856, e a sua extensão» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 69 (1652). 16 de Outubro de 1956. p. 528-530. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  6. «Há Quarenta Anos» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 49 (1190). 16 de Julho de 1937. p. 367-368. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  7. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1234). 16 de Maio de 1939. p. 259-261. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  8. «Linhas Portuguesas» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 40 (937). 1 de Janeiro de 1927. p. 6. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  9. a b SOUSA, José (1 de Maio de 1933). «A Coordenação dos Meios de Transporte» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 46 (1089). p. 259-261. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  10. «Efemérides» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. 51 (1235). 1 de Junho de 1939. p. 281-284. Consultado em 8 de Dezembro de 2016 
  11. PORTUGAL. Decreto n.º 18:190, de 28 de Março de 1930. Ministério do Comércio e Comunicações - Direcção Geral de Caminhos de Ferro - Divisão Central e de Estudos - Secção de Expediente, Publicado na Série I do Diário do Governo n.º 83, de 10 de Abril de 1930.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERNANDES, Mário (1995). Viana do Castelo: A Consolidação de uma Cidade (1855-1926). Lisboa: Edições Colibri. 185 páginas. ISBN 972-8288-06-9 
  • MARTINS, João; BRION, Madalena; SOUSA, Miguel; et al. (1996). O Caminho de Ferro Revisitado: O Caminho de Ferro em Portugal de 1856 a 1996. Lisboa: Caminhos de Ferro Portugueses. 446 páginas 



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