Itapicuru (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Itapicuru
  Município do Brasil  
Símbolos
Bandeira de Itapicuru
Bandeira
Brasão de armas de Itapicuru
Brasão de armas
Hino
Gentílico itapicuruense
Localização
Localização de Itapicuru na Bahia
Localização de Itapicuru na Bahia
Localização de Itapicuru na Bahia
Itapicuru está localizado em: Brasil
Itapicuru
Localização de Itapicuru no Brasil
Mapa
Mapa de Itapicuru
Coordenadas 11° 19' 01" S 38° 13' 58" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Olindina, Crisópolis, Nova Soure, Ribeira do Amparo, Cipó e Rio Real do lado baiano e Tobias Barreto, Poço Verde e Tomar do Geru do lado sergipano
Distância até a capital 215 km
História
Fundação 28 de abril de 1728 (295 anos)
Administração
Prefeito(a) José Moreira de Carvalho Neto[1] (PSD, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 1 557,685 km²
População total (Censo IBGE/2022[2]) 31 679 hab.
Densidade 20,3 hab./km²
Clima Semiárido
Altitude 155 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[3]) 0,486 muito baixo
PIB (IBGE/2019[4]) R$ 306 976,26 mil
PIB per capita (IBGE/2019[4]) R$ 8 628,75

Itapicuru é um município brasileiro do estado da Bahia. Trata-se de um dos municípios mais antigos do estado, tendo sido criado em 1728.

É o município com o menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Bahia. É também um dos municípios com menor PIB per capita do país.

Topônimo[editar | editar código-fonte]

O topônimo Itapicuru é oriundo do tupi e significa “pedra chata” ou “laje cheia de seixos”, em referência ao leito do rio de mesmo nome.[5]

História[editar | editar código-fonte]

O território que compõe o atual município de Itapicuru era habitado originalmente pelos povos indígenas cariris, paiaiás e tupinambás, os quais foram enfraquecidos pelos colonizadores portugueses em razão dos constantes ataques feitos a esses povos originários durante o século XVI pelo administrador colonial português Garcia D'Ávila que ocupou estas terras para incorporá-las à sesmaria que lhe havia sido doada por Tomé de Sousa, a Casa da Torre, possivelmente um filho bastardo dele de acordo com a historiografia contemporânea, a exemplo do historiador Luiz Alberto Moniz Bandeira.[6][7][8]

No século XVII, houve a consolidação da colonização do território, com a distribuição de sesmarias. Em 1639, os indígenas remanescentes da região de Itapicuru foram reunidos em um aldeamento organizado pelos franciscanos denominado de Missão de Nossa Senhora da Saúde, também chamada de Missão de Santo Antônio. Em 1648, a 6 km da Missão de Nossa Senhora da Saúde, desbravadores, dentre os quais estavam Manoel Barbosa de Matos, ergueram uma capelinha em louvor a Nossa Senhora de Nazaré, em cujos arredores surgiu um povoado, que foi elevado à categoria de freguesia em 1698, com o nome de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima. A partir de 1700, devido a uma petição dirigida ao Rei de Portugal pelo vigário Giraldo Correia de Lima, essa freguesia passou a receber côngrua.[9][10][11]

No século XVIII, o rei de Portugal expediu uma Carta Régia dirigida ao vice-rei do Brasil, na qual ele solicitava notícias sobre a freguesia de Itapicuru de Cima e autorizando que, a depender das condições existentes, ela poderia ser elevada vila. Em razão das informações dadas pelo governante colonial e das condições históricas e sociais verificadas, a freguesia de Nossa Senhora de Nazaré do Itapicuru de Cima foi elevada à categoria de vila, com o nome de Itapicuru de Cima, em 28 de abril de 1728, pelo então vice-rei do Brasil, Conde de Sabugosa.[12]

Vários municípios da região do Nordeste Baiano anteriormente pertenceram à vila de Itapicuru de Cima e dela se desmembraram diretamente vilas como Pombal (1758), Soure (1758 ou 1759), Jeremoabo (1831), Tucano (1837) e Monte Santo (1837).[13][14][15][16]

Em 1820, os habitantes da vila de Itapicuru de Cima fizeram uma petição, por meio da qual solicitavam a mudança da sede da vila para a antiga Missão de Nossa Senhora da Saúde, o que só ocorreu por meio de decreto de 25 de outubro de 1831, após a petição ser deferida. No entanto, a sede da freguesia continuou na antiga sede da vila, a qual passou a ficar conhecida como "Vila Velha".[9]

A Resolução provincial n° 1.171, de 8 de março de 1872, transferiu a sede da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Itapicuru de Cima para a antiga Missão, onde já estava a sede da vila.[9]

De acordo com a historiadora Consuelo Pondé de Sena, Itapicuru é um topônimo de origem indígena na língua geral tupi que significaria "laje caroçuda", por causa das espécies de rochas que haviam sido encontradas pelos indígenas que habitavam a região. Sobre o antigo povoamento indígena, a mesma autora encontrou um depoimento do Presidente da Província da Bahia datado de 01 de março de 1851, no qual é encontrado um relatório sobre o estado das aldeias indígenas da Província da Bahia, em que se encontram informações sobre as populações originárias que viviam no território do município.

Por meio dos decretos estaduais n° 7455 de 23 de junho de 1931 e 7479 de 8 de julho de 1931, o município de Itapicuru de Cima foi extinto e seu território foi anexado aos municípios de Inhambupe e Rio Real.[9][11]

O município de Itapicuru de Cima foi recriado, com o nome Itapicuru, com territórios desmembrados de Inhambupe e Rio Real, por meio do Decreto nº 8447, de 27 de maio de 1933, sendo reinstalado em 24 de junho do mesmo ano.[11]

Em 1946, o nome Itapicuru de Cima foi simplificado oficialmente para “Itapicuru”, embora essa redução já fosse utilizada há décadas, já constando em jornais em 1875.[5]

Após sua segunda emancipação, Itapicuru perdeu partes de seu território para a criação dos municípios de Olindina (1958) e Crisópolis (1962).[11]

Demografia[editar | editar código-fonte]

Sua população, conforme censo do IBGE de 2022, era de 31 679 habitantes.[17]

Desenvolvimento Humano[editar | editar código-fonte]

O IDH municipal de Itapicuru é 0,486, em 2010. O município está situado na faixa de Desenvolvimento Humano com o índice Muito Baixo.[3]

Componentes do IDH do município em 2010:

Organização Político-Administrativa[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Lista de prefeitos de Itapicuru

O Município de Itapicuru possui uma estrutura político-administrativa composta pelo Poder Executivo, chefiado por um Prefeito eleito por sufrágio universal e pelo Poder Legislativo, institucionalizado pela Câmara Municipal de Itapicuru, órgão colegiado de representação dos munícipes que é composto por vereadores também eleitos por sufrágio universal.[18]

A administração pública municipal de Itapicuru é composta pelo chefe do Poder Executivo, pelos secretários municipais e pelos dirigentes de outros órgãos e entidades da administração direta e indireta, sendo que os ocupantes destes últimos cargos em comissão são nomeados pelo prefeito.[18]

Economia[editar | editar código-fonte]

Turismo[editar | editar código-fonte]

No município é de costume da população, ir a feira da cidade no dia de sexta-feira, onde pode se observar que o movimento de pessoas na cidade é muito grande. Como lazer os habitantes e visitantes podem ir ao balneário termal de Itapicuru que fica aberto de terça-feira a domingo.

O município de Itapicuru é muito visitado graças a presença de águas termais. O cenário cotidiano é de uma cidade tranquila onde a vida passa devagar e todos se conhecem pelo nome ou apelido .

Referências

  1. «Eleição para prefeitura de Itapicuru». Cidade Brasil. Consultado em 24 de abril de 2021 
  2. a b «Itapicuru (BA) - panorama». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  3. a b c d e «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 23 de agosto de 2013 
  4. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios - Itapicuru (BA)». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  5. a b Ramos, Ricardo Tupiniquim (2008). Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF) (Tese de doutorado). Salvador: UFBA. p. 350. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2023 
  6. BANDEIRA, Luiz Alberto Moniz. O Feudo - A Casa da Torre de Garcia d’Ávila: da conquista dos sertões à Independência do Brasil. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2000.
  7. Pessoa, Angelo Emílio da Silva (2003). As ruínas da tradição: 'A Casa da Torre' de Garcia D' Ávila - família e propriedade no nordeste colonial (Tese de Doutorado em História Social). São Paulo: Universidade de São Paulo. Consultado em 29 de novembro de 2022 
  8. Santos, Jamille Macedo Oliveira (2021). Entre aldeamentos, mocambos e engenhos: etnogêneses e reconfigurações sociais indígenas no Recôncavo da Bahia (1580-1697) (PDF) (Tese de Doutorado em História). Salvador: UFBA. Consultado em 29 de novembro de 2022 
  9. a b c d Enciclopédia dos Municípios Brasileiros 🔗 (PDF). 20. Rio de Janeiro: IBGE. 1958. pp. 325–326 
  10. «Dados Municipais». Câmara Municipal de Itapicuru. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  11. a b c d «Itapicuru (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  12. «Histórico». IBGE. Consultado em 29 de novembro de 2022 
  13. «Jeremoabo (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  14. «Monte Santo (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  15. «Tucano (BA) - histórico». IBGE Cidades. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  16. Ramos, Ricardo Tupiniquim (2008). Toponímia dos municípios baianos: descrição, história e mudanças (PDF) (Tese de doutorado). Salvador: UFBA. pp. 384, 404. Cópia arquivada (PDF) em 3 de outubro de 2023 
  17. «População de Itapicuru (BA) é de 31.679 pessoas, aponta o Censo do IBGE». G1. 28 de junho de 2023. Consultado em 9 de dezembro de 2023 
  18. a b MEIRELLES, Hely Lopes. Direito municipal brasileiro. 18. ed. São Paulo: Malheiros, 2017.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]