Alcobaça (Bahia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alcobaça
  Município do Brasil  
Igreja Matriz de São Bernardo, situada na Praça Padre José Porphirio.
Igreja Matriz de São Bernardo, situada na Praça Padre José Porphirio.
Igreja Matriz de São Bernardo, situada na Praça Padre José Porphirio.
Símbolos
Bandeira de Alcobaça
Bandeira
Brasão de armas de Alcobaça
Brasão de armas
Hino
Gentílico alcobacense[1]
Localização
Localização de Alcobaça na Bahia
Localização de Alcobaça na Bahia
Localização de Alcobaça na Bahia
Alcobaça está localizado em: Brasil
Alcobaça
Localização de Alcobaça no Brasil
Mapa
Mapa de Alcobaça
Coordenadas 17° 31' 08" S 39° 11' 45" O
País Brasil
Unidade federativa Bahia
Municípios limítrofes Caravelas, Prado, Teixeira de Freitas e Vereda
Distância até a capital 695 km
História
Fundação 3 de março de 1755 (269 anos)[2]
Emancipação 12 de novembro de 1772 (251 anos)[2]
Administração
Distritos
Prefeito(a) Givaldo Muniz (PROS[4], 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 1 477,929 km²
 • Área urbana  IBGE/2019[7] 7,38 km²
População total (Censo IBGE/2022[8]) 24 530 hab.
Densidade 16,6 hab./km²
Clima tropical quente super-úmido (Af)[5]
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 45910-000 a 45919-999[6]
Indicadores
IDH (PNUD/2010) [9] 0,608 médio
PIB (IBGE/2020[10]) R$ 305 795,09 mil
 • Posição BA: 125º
PIB per capita (IBGE/2020) R$ 13 596,94
Sítio www.alcobaca.ba.gov.br (Prefeitura)
camara.alcobaca.ba.io.org.br (Câmara)

Alcobaça é um município brasileiro no extremo sul do estado da Bahia, Região Nordeste do país. Localiza-se no litoral sul baiano e ocupa uma área de 1 477,9 km².

Encontra-se a uma latitude 17º31'10" sul e a uma longitude 39º11'44" oeste, estando a uma altitude de 9 metros.

História[editar | editar código-fonte]

Vista lateral da Igreja Matriz de São Bernardo

O local onde hoje se encontra o município de Alcobaça pertencia a uma sesmaria (terra doada pelo governo, no Brasil Colônia, para fins de colonização) administrada pelo capitão Francisco Martins Pereira a partir de 1697. Localizada numa área com grande incidência de indígenas "selvagens", a antiga Vila de Alcobaça oferecia pouca segurança para seus moradores. Em compensação, porém, suas terras eram férteis e o rio Itanhém possibilitava acesso ao "sertão" (região afastada do litoral). Talvez por causa da fertilidade do terreno, a região começou a ser ocupada pelos primeiros homens brancos oriundos de Vila de Caravelas, por volta de 1747.[11] Nessa época, segundo a tradição, os portugueses Antonio Gomes Pereira e Antonio Mendes, moradores da cidade vizinha de Caravelas, e provenientes da cidade medieval de Alcobaça, em Portugal, assentaram acampamento às margens do rio Itanhém com suas respectivas famílias. Em pouco tempo, surgiu ali um povoado com o nome de Arraial de Itanhém.

A cidade portuguesa de Alcobaça, do outro lado do oceano Atlântico (que é sede do concelho (município) de mesmo nome), está situada no distrito de Leiria, na sub-região Alta-Estremadura, a cerca de 100 km de Lisboa. Tem hoje aproximadamente 6 mil habitantes. É famosa por abrigar o Mosteiro de Santa Maria, fundado em 1178, onde estão localizados os túmulos do rei D. Pedro I (1320-1367) e da rainha d. Inês de Castro (1325?-1355), que foram protagonistas de uma lendária história de amor no século XIV.

O município tem origem em uma vila criada em 12 de novembro de 1772 pelo Ouvidor José Xavier Machado Monteiro no local denominado Arraial de Itanhém, situado às margens do Rio Itanhém, ao sul da Capitania de Porto Seguro (atual Microrregião Extremo Sul da Bahia).

Diferentemente do que foi publicado em diversos sites da internet e até mesmo em enciclopédias e livros, Alcobaça não foi fundada "através de Carta Régia de 1755". A chamada Carta Régia que teria dado origem a Alcobaça é, na verdade, um dos documentos importantes da História do Brasil no Século XVIII. Trata-se de documento de 3 de março de 1755, no qual El-Rey d. José I de Portugal manda criar a Capitania de São José do Rio Negro e dá instruções sobre a fundação de vilas na Colônia. Esta Carta Régia encontra-se reproduzida nos "Autos de Criação e Ereção da Nova Vila de Alcobaça, na Capitania de Porto Seguro", documento de 12 de novembro de 1772 que é o verdadeiro ponto de partida da história de Alcobaça.[12]

São Bernardo (Bernardo de Claraval) foi escolhido como orago (padroeiro) da vila. Por isso, nos documentos do século XIX, Alcobaça é referida como "Vila de São Bernardo de Alcobaça".

Diz uma lenda (não comprovada) que os primeiros moradores da Alcobaça brasileira eram oriundos da Alcobaça portuguesa. Até o século XIX a cidade foi ocupada por grandes senhores de escravos, sendo que uma das senzalas ainda está de pé no centro da cidade.

Em 20 de julho de 1896 a vila de Alcobaça foi erguida à condição de Cidade.[13]

Turismo[editar | editar código-fonte]

A cidade de Alcobaça é visitada anualmente por milhares de turistas oriundos principalmente dos estados vizinhos de Minas Gerais e Espírito Santo, mas também de Goiás e Distrito Federal.

O turismo de veraneio em Alcobaça tem como base as belas praias da região e a proximidade da cidade com o Parque Nacional Marinho de Abrolhos.

O ponto central da cidade, a Praça da Caixa D'Água e seus arredores, é o mais visitado pelos turistas.

Patrimônio cultural[editar | editar código-fonte]

Mouros aportando do Rio Itanhém, em uma Cavalhada na Festa de São Bernardo, na cidade de Alcobaça.
Vídeo retratando a festa de São Sebastião (conhecido também como cavalhada ou marujada) às margens do rio Itanhém.

A cidade de Alcobaça possui belos casarões do século XIX cuja proteção foi recomendada por técnicos do Instituto do Patrimônio Cultural do estado da Bahia (IPAC-BA).

Além dos casarões, o patrimônio cultural de Alcobaça concentra-se também nas manifestações folclóricas. Entre as datas de festas folclóricas alcobacenses, destacam-se:

  • 19-20 de janeiro: luta dos mouros e cristãos (conhecida, em outros lugares da Bahia e do Brasil, como cavalhada, chegança de mouros, marujada etc.)
  • 20 de janeiro: festa de São Sebastião (auge da festa dos mouros e cristãos)
  • Pentecostes (maio ou junho): festa do Divino (desfile e procissão pelas ruas da cidade)
  • Época natalina: folguedo de reis, pastorinhas, terno de boi (bumba meu boi) etc.

Em Alcobaça, as principais manifestações folclóricas estão relacionadas com festas religiosas. A maior festa religiosa de Alcobaça é a festa de São Bernardo, que ocorre todos os anos do dia 11 de agosto a 21 de agosto, com auge no dia 20 de agosto, dia de São Bernardo.

A Festa de São Pedro[editar | editar código-fonte]

Vídeo mostrando os mouros chegando de barco para combater na festa de São Bernardo.
Início da cavalhada em Alcobaça, quando embaixadores de ambas as religiões trocam discursos.

Para uma cidade como Alcobaça, cuja economia se ampara em grande parte na atividade pesqueira, o dia de São Pedro (29 de junho), que é o padroeiro dos pescadores, tem muita importância no município. O dia de São Pedro faz parte das festas juninas, mas em Alcobaça ele tem peso maior que o de São João para a população local. É o dia em que os pescadores alcobacenses agradecem a São Pedro pela proteção durante as viagens para alto-mar e pela fartura de peixes nos mares de Alcobaça.

Além da festa religiosa em si, com missa especial e procissão, os alcobacenses fazem também uma procissão de barcos entre o cais do porto e a barra do rio Itanhém, ao lado da cidade.

Festa de São Sebastião[editar | editar código-fonte]

A tradicional luta entre mouros e cristãos da festa de São Sebastião é uma manifestação folclórica que acontece em Alcobaça nos dias 19 e 20 de janeiro, culminando no dia 20. A manifestação acompanha a festa religiosa de São Sebastião, no dia 20 de janeiro.

Essa manifestação folclórica foi introduzida no Brasil pelos portugueses na época da Colônia. A luta reflete as guerras na Idade Média entre os cristãos e os mouros. Os mouros eram povos árabes que habitavam o Norte da África (principalmente o Marrocos), de onde partiu para dominar a Espanha e Portugal durante muitos séculos. Após a Idade Média, o termo "mouro" em português ficou como sinônimo de muçulmano, isto é, seguidor de Maomé e do islamismo. Os muçulmanos trouxeram grandes avanços culturais e científicos na Península Ibérica (Portugal e Espanha). Nas artes, por exemplo, essa representação foi comum durante séculos. É por causa dessas circunstâncias históricas que a luta entre os mouros e cristãos que se vê em Alcobaça é encenada como a luta entre o Bem e o Mal.

A luta entre mouros e cristãos pode ser encontrada também em várias cidades da Bahia e do Brasil. Mas seu nome varia muito a depender da localidade. Alguns dos nomes mais conhecidos são marujada, cavalhada e expulsão de mouros. O povo de Alcobaça se refere a essa manifestação como "luta de mouros e cristãos".

Arquitetura e patrimônio histórico[editar | editar código-fonte]

A história de Alcobaça está refletida também nas ruas do centro (todos os pavimentos de ruas na cidade são em blocos de concreto em formato de hexágono), onde estão localizados os casarões e sobrados antigos, e nas fazendas centenárias. Alguns sobrados da cidade remontam ao século XIX, sendo que muitos já foram edifícios públicos, senzalas ou prisões.

No final dos anos 1970, o Instituto do Patrimônio Cultural da Bahia (IPAC-BA) começou a realizar um estudo arquitetônico em todo a região municipal para inventariar o patrimônio cultural que merecesse ser protegido.

Igreja Matriz de São Bernardo[editar | editar código-fonte]

Igreja Matriz (vista frontal) na praça Padre José Porphirio.

Um dos cartões postais de Alcobaça, a Igreja Matriz de São Bernardo está situada na cabeceira da Praça Padre José Porphirio, em cujo centro foi colocada há cerca de 30 anos uma estátua de Cristo. A igreja domina a paisagem da cidade, devido a suas grandes proporções. Do alto de suas torres tem-se ampla visão da cidade.

A Igreja Matriz de São Bernardo originalmente era situada próxima ao rio Itanhém e permaneceu bastante modesta durante todo o seu primeiro século de existência. Nos anos 1860, o padre José Porphirio da Silva, que foi vigário de Alcobaça a partir de 29 de outubro de 1868, empreendeu esforços para a construção de uma nova igreja matriz, cujo prédio é a existente hoje. Infelizmente, o padre faleceu em 21 de janeiro de 1873, com a idade jovem de 32 anos, sendo que a construção da igreja somente foi concluída depois de 1887 (quinze anos depois de sua morte).[14]

Houve várias reformas na igreja. Uma delas ocorreu no ano de 1931. Em 1958, o telhado cerâmico original foi substituído por amianto e o púlpito foi eliminado. Na década de 1970 houve reformas substanciais, entre elas a substituição da estrutura do altar-mor, originalmente de madeira, por alvenaria. Nos anos 1990 ocorreram reformas menores, principalmente na fachada.

Casa de Izidro Nascimento[editar | editar código-fonte]

Sobrado construído em 1892 pelo major Izidro Pedro do Nascimento, atualmente funcionando como residência paroquial.

O sobrado conhecido como sobrado Izidro Nascimento, situado na Rua Pedro Muniz 206, possui um belo conjunto arquitetônico, consolidando a área como o centro histórico de Alcobaça.

No alto da fachada principal lê-se a inscrição 1892, que indica provavelmente o ano de construção. O proprietário original do imóvel foi o major Izidro Pedro do Nascimento (1846-1923). Após sua morte, o imóvel passou aos herdeiros, e em seguida a João Macedo e Geraldo Horte, que o doaram ao bispado. Hoje, o sobrado cumpre a função de casa paroquial e residência de religiosos.

O sobrado distribui-se em dois pavimentos, além do sótão, que ocupa o desvão do telhado de duas águas. Uma escada lateral externa conduz ao pavimento nobre (primeiro andar). O interior foi bastante modificado no decorrer das décadas, adequando-se às novas funções.

Este sobrado encontra-se em frente a outro, também histórico, e ainda mais antigo. Este outro é o sobrado da família Medeiros.

Sobrado da família Medeiros[editar | editar código-fonte]

Sobrado da família Medeiros.

Este sobrado, também conhecido como casa de Ismael Medeiros, foi uma imponente casa assobrada, situada na rua Pedro Muniz 190, construída por João José de Medeiros (1810-1878), que a deixou por herança a seu filho Ismael Teixeira de Medeiros (1848-1909). Após o falecimento deste, o imóvel passou para a propriedade da viúva, Rita da Costa Medeiros (1855-1942) e aos filhos do casal. Em seguida, a casa foi adquirida pelo Dr. José Nunes da Silva, que a vendeu a Alaor Lins, a cuja família pertence ainda hoje.

O edifício possui planta regular, telhado de duas águas, sótão iluminado e porão alto. Com essas características, apresentava a comodidade de uma casa térrea e que ao mesmo tempo cumpria a função de sobrado burguês. O porão alto servia parcialmente, segundo membros da família proprietária, para alojar escravos e criados.

Cacimba do Concelho[editar | editar código-fonte]

A Cacimba do Concelho

A Cacimba do Concelho, situada sobre a calçada de uma larga avenida no trecho entre as ruas Joaquim Muniz e Pedro Muniz (desembocando na Praça Padre José Porphirio) é uma histórica fonte de água da cidade.

A cacimba provavelmente tem origem em uma fonte da segunda metade do século XVIII, que teria salvado a população de uma estiagem naquela época. Mas a construção que a envolve é provavelmente, devido a suas características tipológicas, oriunda do final do século XIX.

A cacimba originalmente se abria para a antiga Praça do Concelho (daí o nome "Cacimba do Concelho" - concelho, com "c" é a designação tradicional para município, usada no Brasil antes da adoção do sistema de prefeituras e amplamente usada ainda hoje em Portugal). A Praça do Concelho foi destruída quando foi aberta a avenida.

A construção que envolve a cacimba tem planta octogonal, recoberta por cúpula apontada. Em cima, no centro, situa-se uma estatueta que alguns habitantes locais chamam de "santinha" mas que na verdade representa a estação do inverno. As paredes são revestidas de azulejos, decorados com motivos geométricos. Quatro arcos ogivais dão acesso ao poço.

O poço foi fechado por volta de 1973, por influência de Irmã Rafaela, da Ordem de São José. O motivo era que a cidade já tinha abastecimento de água, e a água do poço não atendia mais as normas sanitárias. Pouco mais tarde, por volta de 1980, o monumento teve os seus quatro vãos de acesso vedados por grades de ferro, por iniciativa de Kalid Helal, então proprietário da casa próxima que também mandou cimentar o piso do monumento.[15]

Cadeia municipal[editar | editar código-fonte]

A cadeia é mostrada na imagem sendo o edifício sem pintura, ao fundo.

Situado à beira do rio Itanhém, na rua Senador Melgaço, este sobrado foi construído pelo capitão João Ferreira Trancoso Filho (1829-1901), depois passando para a filha deste, Julita Ferreira Trancoso e depois para o filho desta, Candido Trancoso Sobrinho (1905-1970), que o vendeu ao senador Medeiros Netto. Este doou o prédio à administração municipal. Após uma reforma, é usado hoje como Secretaria de Educação

Casa da cultura de Alcobaça (ou Casa de Garcia Junior)[editar | editar código-fonte]

Esta ampla casa térrea situa-se na praça Padre José Porphirio, em frente à Igreja Matriz de São Bernardo. Pertenceu originalmente a Antonio Garcia de Medeiros Junior (1861-1945), que foi prefeito da cidade.

O imóvel passou, em seguida, à propriedade dos herdeiros de Garcia Júnior, que o doaram ao município, para que fosse utilizado como escola.

O prédio passou posteriormente a ser utilizado como espaço para recreação a partir do final da década de 1960. Atualmente, ele abriga a Casa da Cultura, onde ocorrem eventos musicais, teatrais e culturais, além de funcionar atualmente como um museu.

Calçadão central[editar | editar código-fonte]

O calçadão, no centro da cidade.

A cidade conta com uma rua feita apenas para pedestres, o calçadão. Esse passeio é repleto de bares e lanchonetes, e atravessa o centro desde as proximidades da Praça da Caixa d`Água até um quarteirão de distância da Praça Padre José Porphirio, a praça da Igreja da Matriz de São Bernardo.

Existe também na cidade outros calçadões em frente às praias ou ao longo do rio, mas com certeza o calçadão do centro é o que possui maior movimento comercial.

Praça da Caixa d`Água[editar | editar código-fonte]

A Praça da Caixa d`Água

A Praça da Caixa d`Água é uma das praças centrais da cidade. Tem esse nome por conta da enorme caixa d`água situada ao centro da praça, construída para garantir a distribuição municipal da água potável.

O local abriga a maioria dos festivais que ocorrem na cidade durante a noite, incluindo festas e apresentações públicas. Durante o verão e o carnaval é montado um palco de ferro ou madeira, em cima do qual fazem shows vários grupos e bandas contratados pela prefeitura.

Também no local se situam casas de fliperama, lan-houses e supermercados, além das únicas agências bancárias na cidade (do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal).

Colônia de pescadores[editar | editar código-fonte]

Colônia de pescadores de Alcobaça

A colônia de pescadores é a instituição que congrega os trabalhadores do ramo não apenas para finalidades de sindicato, mas também para ajudar a preparar eventos culturais, como a festa de São Sebastião.

A casa atua também como fornecedora de benefícios para as pessoas relacionadas à atividade da pesca que se inscreveram no local, tal como planos de saúde e previdência.

A instituição está localizada ao lado dos sobrados de Izidro Nascimento e de Família Medeiros.

Prefeitura[editar | editar código-fonte]

Devido a incontáveis incidentes (incêndios, mudanças, reformas), fica sendo muito extensa a história deste edifício, situado numa das extremidades da Praça Padre José Porphirio, que é dominada pela Igreja Matriz, e de frente para uma outra pequena praça próxima da praia. Mas segundo fontes históricas, o antigo prédio teria sido construído sob as ordens do então prefeito Antonio Garcia de Medeiros Junior (1861-1945).

Como era costume em prédios que serviam como sede do governo municipal, nele deveria funcionar a prefeitura municipal de Alcobaça e a cadeia. O compartimento situado logo abaixo da escadaria da fachada seria destinado a cadeia.

Durante a década de 1980 o pavimento térreo abrigou uma agência da Caixa Econômica Federal e diversas outras repartições.

Mais tarde, foi construída no terreno baldio ao lado uma nova sede da Câmara dos Vereadores), e o prédio original foi lentamente sendo abandonado. Há alguns anos a prefeitura deixou de funcionar neste local e depois ocupou um prédio localizado fora do centro antigo da cidade, depois de pronta a reforma, o prédio voltou a abrigar a prefeitura

Transporte[editar | editar código-fonte]

Algumas ruas no centro da cidade são tão estreitas que os passeios de pedestre são quase totalmente suprimidos. Quase todas as ruas da cidade (mesmo as que estão fora do centro) têm calçamento em formato de blocos de hexágono.

Alcobaça conseguiu, em um período de tempo em torno de 30 anos, ganhar rodovias pavimentadas (e ruas municipais calçadas), e um sistema de transporte público, assim como um terminal rodoviário. Nesse mesmo período de tempo, houve o revés de perder a ponte sobre o rio Itanhém que ligava a cidade à Caravelas.[16][17][18]

Acesso ao município[editar | editar código-fonte]

O acesso ao município se dá, para quem vem de longe, pela BR-101, até se chegar ao município de Teixeira de Freitas. De lá o viajante torna diretamente à leste pela BA-290.

Outro caminho se dá indo para Caravelas pela BR-418, e a seguir tornar ao norte pela BA-001, sendo esse percurso o mais antigo. Até o verão de 1982 existia uma ponte no final desse percurso (inaugurada em 15 de março de 1970[19]), que foi destruída pelas correntezas do rio Itanhém (e pela acumulação de lodo nos pilares da ponte), sendo que após esse fato os carros são transportados nesse trecho apenas através de balsa. Essa queda da ponte fez a rodovia BA-290 ser o caminho principal para a cidade.

Por via aérea, o viajante pode chegar pelo aeroporto 9 de Maio- Aeroporto de Teixeira de Freitas, que fica na Ba 290 em direção a Alcobaça. O viajante também pode chegar pelo Aeroporto de Mosquitos (que fica no limite entre Alcobaça e Caravelas), ou por rotas marinhas, desembarcando no porto do centro da cidade.

Transporte interno[editar | editar código-fonte]

O município conta apenas com uma linha municipal urbana (visto que a área urbana tem formato achatado), apesar de essa linha ter muitos veículos. O município também possui uma linha de ônibus que liga a área urbana aos distritos comerciais situados na BA-290.

Culinária[editar | editar código-fonte]

Como era de se esperar para uma cidade praieira na Bahia, é comum no prato alcobacense mariscos, caranguejos (principalmente da espécie guaiamu), peixes, côcos, acarajés. Muito dos pratos locais são nomeados com expressões baianas, ou palavras de origem indígena.

O município têm um polo pesqueiro em que tem essa mercadoria transportada até para localidades vizinhas no sul da Bahia e no extremo-leste de Minas Gerais, como a cidade de Nanuque.

Praias[editar | editar código-fonte]

O Deck na Barra, um dos pontos de entretenimento em frente à barra do Itanhém.
Trecho da Praia de Alcobaça

O município possui uma grande faixa de praias, que atraem milhares de turistas de todo o país, todos os anos.

As principais características das praias municipais são:

  • Ampla extensão de areia na maré baixa (bem menor na maré alta).
  • Sem corais ("pedras") na área de banho ou na areia.
  • Água turva no verão, por causa dos ventos que agitam o mar.
  • Próprias para banho.
  • Podem ter correnteza forte, então os banhistas que se aventurarem mais longe da areia precisam saber nadar.
  • Possuem infraestrutura turística nos pontos principais (do centro ao farol): restaurantes, barracas, sorveterias etc.
  • Há duas praias com acesso a água doce de rio (Barra e Zeloris), enquanto as demais são todas praias de água salgada.
  • Há um calçadão para pedestres e ciclistas da Praia do Centro até a Praia do Farol, ideal para passeios de bicicleta (ou jogging).
  • É possível fazer o percurso da Praia da Barra até o final da Praia dos Coqueiros sempre em paralelo ao mar, na maior parte do tempo com o mar bem à vista, mas na Praia dos Coqueiros a estrada é de terra, não calçada, e nem asfaltada.

As seis praias municipais são delimitadas por pontos de referência, e seus nomes seguem abaixo:

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Alcobaça - Panorama». Consultado em 2 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2021 
  2. a b Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Alcobaça - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 2 de novembro de 2021. Cópia arquivada (PDF) em 30 de junho de 2007 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «Alcobaça - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 2 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2021 
  4. Estadão (2020). «Zico de Baiato». Consultado em 2 de novembro de 2021. Cópia arquivada em 2 de novembro de 2021 
  5. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Brasil - Climas». Biblioteca IBGE. Consultado em 2 de novembro de 2021. Arquivado do original em 12 de outubro de 2013 
  6. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 2 de novembro de 2021 
  7. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Meio Ambiente». Consultado em 4 de julho de 2023 
  8. «Cidades e Estados». IBGE. 28 de junho de 2023. Consultado em 4 de julho de 2023 
  9. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 16 de agosto de 2013. Arquivado do original (PDF) em 8 de julho de 2014 
  10. «Produto Interno Bruto dos Municípios». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 13 de fevereiro de 2023 
  11. SAID, Fabio M. História de Alcobaça-Bahia (1772-1958). São Paulo: edição do autor, 2010. pp. 18-19. ISBN 978-85-910098-4-8.
  12. SAID, Fabio M. História de Alcobaça-Bahia (1772-1958). São Paulo: edição do autor, 2010. p. 21. ISBN 978-85-910098-4-8.
  13. SAID, Fabio M. História de Alcobaça-Bahia (1772-1958). São Paulo: edição do autor, 2010. p. 148. ISBN 978-85-910098-4-8.
  14. SAID, Fabio M. História de Alcobaça-Bahia (1772-1958). São Paulo: edição do autor, 2010. p. 125. ISBN 978-85-910098-4-8.
  15. SAID, Fabio M. História de Alcobaça-Bahia (1772-1958). São Paulo: edição do autor, 2010. p. 132. ISBN 978-85-910098-4-8.
  16. Ver http://www.alcobaca-bahia.net/2011/05/restos-da-antiga-ponte-sobre-o-rio.html[ligação inativa]
  17. Ver http://www.alcobaca-bahia.net/2009/08/historica-construcao-da-antiga-ponte.html[ligação inativa]
  18. Ver http://www.alcobaca-bahia.net/2007/10/curta-existncia-da-ponte-sobre-o-rio.html Arquivado em 19 de janeiro de 2010, no Wayback Machine.
  19. «Ponte sobre o Rio Itanhém». www.dihitt.com.br [ligação inativa]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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