Alexandre IV da Macedónia – Wikipédia, a enciclopédia livre

Alexandre IV da Macedónia

Alexandre IV com sua mãe, Roxana
Reinado 317 a.C. - 309 a.C.[1]
Nascimento 323 a.C.
Morte 309 a.C. (14 anos)
Pai Alexandre, o Grande
Mãe Roxana

Alexandre IV ou Alexandre Ego (em grego: Aλέξανδρος Aιγός; romaniz.:Aléxandros Aigós; em latim: Alexandres Aegus; 323 a.C.309 a.C.) era o filho de Alexandre, o Grande e da princesa Roxana, filha de Oxiartes.[2]

Família[editar | editar código-fonte]

Depois da morte de Besso, Oxiartes deixou sua esposa e filhas em uma fortaleza na Sogdiana, que era considerada impenetrável. Quando Alexandre ofereceu rendição, a guarda da fortaleza riu, e disse para Alexandre procurar soldados com asas, porque eles não tinham medo de mais ninguém. Alexandre então ofereceu um prêmio de vinte talentos para o primeiro que chegasse, e com prêmios decrescentes para o segundo, terceiro, etc, até o último, que receberia trezentos dáricos.[3] Apesar das dificuldades, uma tropa de trezentos escaladores subiu a montanha pela parte mais difícil, perdendo trinta homens, cujos corpos jamais foram encontrados. Os homens então sinalizaram a Alexandre que estavam dentro da fortaleza, e ele chamou de novo os bárbaros, dizendo para eles se renderem logo, porque ele havia encontrado os homens com asas. Os bárbaros, achando que havia mais homens, e que eles estavam armados, entraram em pânico e se renderam. Dentre as pessoas capturadas estavam as esposas e filhas de vários homens importantes, inclusive Roxana, filha de Oxiartes, considerada pelos soldados a mulher mais bela da Ásia, depois da esposa de Dario III. Alexandre se apaixonou por Roxana, não quis tratá-la como uma cativa, e não achou que seria desonroso casar com ela.[4]

Rei, junto de seu tio e sob a regência de Pérdicas[editar | editar código-fonte]

Após a morte de Alexandre, o Grande, Meleagro e a infantaria apoiaram o meio-irmão de Alexandre, Arrideu, enquanto Pérdicas, filho de Orontes, o principal comandante da cavalaria, defendia que se devia esperar pelo nascimento do filho de Alexandre com Roxana. Foi encontrado um compromisso — Arrideu devia tornar-se rei como Filipe (numerado, por historiadores modernos, como Filipe III) e governar conjuntamente com o filho de Roxana, partindo-se do princípio que seria um rapaz, o que se veio a confirmar, tendo recebido o nome de Alexandre. Pérdicas tornar-se-ia regente de todo o império e comandante de todas as tropas (quiliarca), com Meleagro como seu lugar-tenente. No entanto, pouco depois Pérdicas mandou executar os líderes da infantaria, na presença de Arrideu, como se este tivesse ordenado; logo em seguida Meleagro foi assassinado. Logo após, todos passaram a desconfiar de Pérdicas, e ele a desconfiar de todos.[5]

Rei único[editar | editar código-fonte]

Em 317 a.C.,[6][a] Filipe Arrideu e sua esposa Eurídice foram assassinados a mando de Olímpia.[7] Olímpia também assassinou Nicanor e profanou o túmulo de Iolas, ambos irmãos de Cassandro, culpando-os pela morte do filho Alexandre.[8]

Quando Cassandro atacou, Olímpia se refugiou em Pidna, levando o filho de Alexandre, Roxana, Tessalônica, filha de Filipe, Deidamia, irmã de Pirro, as filhas de Átalo, cunhado de Pérdicas, e outros parentes de amigos de Olímpia.[9]

Após um longo cerco,[b] Cassandro captura Pidna, e os parentes das vítimas de Olímpia a executam.[10] Cassandro, ambicionando reinar sobre todo o reino macedônio, se casou com Tessalônica[11] e planejou eliminar Roxane e seu filho Alexandre, mas antes os colocou como prisioneiros em Anfípolis, sob a guarda de Gláucias, um dos seus mais fiéis guarda-costas.[12]

Assassinato[editar | editar código-fonte]

Quando Alexandre cresceu, e os macedônios começaram a reclamar que estava na hora dele ser libertado e passar a reinar, em 311 ou 312 a.C.,[c] Cassandro instruiu Gláucias a assassinar Roxana e Alexandre e esconder os corpos;[13] após a morte do herdeiro, os vários diádocos, Cassandro, Lisímaco, Ptolemeu I Sóter e Antígono Monoftalmo, libertados da preocupação de haver um rei,[14] assumiram, em suas satrapias, o poder real, como se fosse um reinado conquistado pela lança.[15]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. O cânone de Ptolomeu indica apenas o ano em que Alexandre se tornou rei único, este é o ano egípcio que começa em 10 de novembro de 317 a.C. e termina trezentos e sessenta e cinco dias depois.
  2. Diodoro Sículo relata até episódios de canibalismo entre os bárbaros cercados na cidade.
  3. Segundo Diodoro Sículo, no ano em que Simônides era arconte de Atenas, e Marco Valério e Públio Décimo eram cônsules romanos.

Referências

  1. Morris L. Bierbrier (2008). Historical Dictionary of Ancient Egypt. Scarecrow Press. p. 10. ISBN 978-0-8108-6250-0.
  2. Pausânias (geógrafo), Descrição da Grécia, 1.6.3
  3. Arriano, Anabasis, 4.18, Oxiartes sitiado na rocha de Sogdiana [em linha]
  4. Arriano, Anabasis, 4.19, Alexandre captura a rocha e se casa com Roxana [em linha]
  5. Arriano, Eventos após a morte de Alexandre, Livros I-V, citado em epítome por Fócio, Biblioteca de Fócio [em linha]
  6. Cânone de Ptolomeu, Os reis dos macedônios [em linha]
  7. Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 14.5 [em linha]
  8. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 11.8 [ael/fr][en]
  9. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 35.5 [ael/fr][en]
  10. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 51.6 [ael/fr][en]
  11. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 52.1 [ael/fr][en]
  12. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 52.2 [ael/fr][en]
  13. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 102.2 [ael/fr][en]
  14. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 102.3 [ael/fr][en]
  15. Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XIX, 102.4 [ael/fr][en]

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por:
Filipe III Arrideu
Rei da Macedónia
316 a.C.304 a.C.
Seguido por:
Cassandro
xá aquemênida
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Seguido por:
Seleuco I Nicátor
Faraó do Egito
Seguido por:
Ptolemeu I Sóter

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