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Marcello Mastroianni
Marcello Mastroianni
Mastroianni em 1991
Nome completo Marcello Vincenzo Domenico Mastrojanni
Nascimento 28 de setembro de 1924
Fontana Liri
Nacionalidade italiano
Morte 19 de dezembro de 1996 (72 anos)
Paris, França
Ocupação Ator
Atividade 1938-1996
Cônjuge Catherine Deneuve (1971-1975)
Globos de Ouro
Melhor Ator em Comédia ou Musical
1963 - Divorzio all'italiana
Henrietta Awards
1965 - Ator Favorito do Mundo
César
César Honorário
1993 - Pelo Conjunto da Obra
Prémios BAFTA
Melhor Ator Estrangeiro
1963 - Divorzio all'italiana
1964 - Ieri, oggi, domani
Festival de Cannes
Prêmio de Interpretação Masculina
1970 - Dramma della gelosia (tutti i particolari in cronaca)
1987 - Oci ciornie
Festival de Veneza
Prêmio de Honra - Leão de Ouro
1990 - Pelo Conjunto da Obra
Prémios National Board of Review
Melhor Atuação por um Elenco
1994 - Prêt-à-Porter
Outros prêmios
David di Donatello de Melhor Ator
1964 - Ieri, oggi, domani
1965 - Matrimonio all'italiana
1986 - Ginger e Fred
1987 - Oci ciornie
1995 - Sostiene Pereira

Marcello Vincenzo Domenico Mastrojanni (Fontana Liri, 28 de setembro de 1924Paris, 19 de dezembro de 1996) foi um ator de cinema italiano. É considerado o mais importante ator da Itália.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

O início[editar | editar código-fonte]

Mastroianni nasceu na pequena Fontana Liri, na província de Frosinone, filho de Ottone e Ida Irolle. Era sobrinho do célebre escultor Umberto Mastroianni, irmão de Ottone. A família era originaria de Arpino.[2] Mastroianni passou a infância na cidade natal, e depois seguiu com a família para Turim e Roma.

Em 1943, conseguiu o diploma de empreiteiro no Instituto Técnico-industrial Carlo Grella (atualmente Galileo Galilei).[3]

Em 1945, começou a trabalhar para uma empresa de cinema, como figurante em Marionette de Carmine Gallone, em La corona di ferro de Alessandro Blasetti, em Una storia d'amore de Mario Camerini, e em I bambini ci guardano de Vittorio De Sica. Também começou a ter as primeiras aulas de teatro e, novamente, bateu nas portas do cinema. Nesta época, partilhou as suas aspirações como ator com uma jovem então desconhecida, Silvana Mangano, e os dois vivem um breve romance.

A afirmação[editar | editar código-fonte]

A verdadeira estreia no cinema veio em 1948, com I miserabili, filme de Riccardo Freda, uma adaptação cinematográfica do livro homónimo Os Miseráveis, de Victor Hugo. Nesta mesma época começou a fazer pequenas participações no teatro, primeiro em companhias amadoras. Foi notado por Luchino Visconti, que lhe ofereceu o seu primeiro personagem como ator profissional, em As You Like It, de William Shakespeare (em 1948, no Teatro Eliseo - Roma) e, depois, em Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams (1949, Teatro Eliseo - Roma), onde interpreta Mitch. Nesta ocasião conheceu Flora Carabella, sua futura esposa, que interpreta um papel menor. Os dois se casaram em 1950 e tiveram uma filha, Barbara.

Depois de ter interpretado sob a direção de Luciano Emmer diversos papéis em comédias neorealistas (Domenica d'agosto, Parigi è sempre Parigi, Le ragazze di Piazza di Spagna), chegaram os primeiros papéis dramáticos em Febbre di vivere de Claudio Gora, Cronache di poveri amanti de Carlo Lizzani, Le notti bianche de Luchino Visconti e Peccato che sia una canaglia, filme de 1954, com direção do cineasta Alessandro Blasetti.

A afirmação definitiva chegou em 1958, com I soliti ignoti, Adua e le compagne (1960) e Il bell'Antonio (1961).

Com Divórcio à Italiana (1961) ganhou o Nastro d'Argento, o prêmio BAFTA[desambiguação necessária] e uma indicação ao Óscar como melhor ator.

O sucesso[editar | editar código-fonte]

As duas obras-primas de Federico Fellini, A Doce Vida (1960) e (1963), proporcionaram-lhe o sucesso internacional e a fama de latin lover, da qual iria defender-se, mais ou menos inutilmente, quando se tornou mais velho. Esta foi a razão pela qual, logo após o sucesso de A Doce Vida e para se afastar do mito de sex symbol, aceitou interpretar o papel de um impotente no filme Il bell'Antonio, adaptação cinematográfica do livro homônimo de Vitaliano Brancati.

Em 1962, a revista norte-americana TIME dedicou-lhe uma matéria, designando-o o ator estrangeiro mais admirado nos Estados Unidos.

O seu fascínio como ator não vinha apenas da sua beleza e da interpretação sempre de altíssimo nível, mas também de um certo descaso, às vezes escondido, em que parecia revelar uma melancolia e, por vezes, mesmo uma certa timidez.[carece de fontes?]

Em 1963 interpretou em Os Companheiros, de Mario Monicelli, o personagem de um intelectual comunista que fomenta a revolta da fábrica.

Sob a direção de Vittorio De Sica, com Sophia Loren como protagonista femminina, atuou em Ontem, Hoje e Amanhã (1963), Matrimonio all'italiana (1964) e I girasoli (1969). O casal que formou com Sophia Loren foi uma das parcerias artísticas mais bem sucedidas do cinema italiano, que se desdobrou com episódios memoráveis ao longo da carreira de ambos.

Em 1966 estreou na comédia musical, interpretando por cerca de três meses o papel de Rodolfo Valentino em Ciao Rudy de Garinei e Giovannini, cantando e dançando todas as noites e tentando desbancar outra reputação que tinha sido criada, da preguiça eterna. A crítica não foi terna com ele, e mesmo com os ingressos constantemente esgotados, Mastroianni saiu de cena e pagou uma multa de 100 milhões de liras para filmar Il viaggio di G. Mastorna, detto Fernet de Federico Fellini, projeto que o diretor nunca conseguiu realizar porque não conseguiu levantar dinheiro suficiente.

Em 1968 filmou Um Lugar para os Amantes sob a direção de Vittorio De Sica. A protagonista feminina era Faye Dunaway, com quem teve um breve, mas muito comentado, romance. Neste mesma época fez alguns filmes em língua inglesa, mas diferente de Sophia Loren, que fala um inglês perfeito, ele tinha dificuldades com a língua.

Em 1971 trabalhou com Marco Ferreri em Liza, e no set conheceu Catherine Deneuve, com a qual teve um longo relacionamento, e do qual nasceu Chiara. No ano seguinte se transferiu para Paris e teve a oportunidade, entre 1972 e 1974, de trabalhar em muitos filmes franceses.

Retornando à Itália, voltou a interpretar papéis em comédias leves (Culastrisce, nobile veneziano, La pupa del gangster), filmes de autor (Juízo Final, Una giornata particolare), dramas fortes (Esposamante, Per le antiche scale) e filmes grotescos (Ciao maschio, Fatto di sangue fra due uomini per causa di una vedova, si sospettano moventi politici).

Em 1978 estreou em um filme de drama para a televisão: Le mani sporche, de Elio Petri, baseado em Jean Paul Sartre. Antes disso, Mastroianni nunca havia trabalhado na televisão, com exceção de algumas aparições como anfitrião em Studio Uno, ao lado de Mina Mazzini e de Sandra Milo.

Em 1980 foi chamado por Federico Fellini, que dezoito anos após , o trouxe novamente como protagonista em Cidade das Mulheres. Colaboraram novamente em 1985, em Ginger e Fred, ao lado de Giulietta Masina e, em 1987, em Intervista.

Em 1988 foi protagonista, junto a Massimo Troisi, em Splendor e Che ora è?, ambos dirigidos por Ettore Scola. Por este último filme os dois protagonistas recebem a Coppa Volpi na Mostra de Veneza.

Nos anos 1990, Marcello Mastroianni filmou sobretudo no exterior, com grandes diretores do cinema internacional.

A doença e a morte[editar | editar código-fonte]

Em 1996, descobriu o câncer de pâncreas, mas mesmo assim continuou trabalhando no qual seria seu último filme, Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira, e nos intervalos deste filme gravou uma longa conversa sobre sua vida (Mi ricordo, sì… mi ricordo, direção de Annamaria Tatò, a sua última companheira) que é considerada por muitos o seu testamento espiritual.

O ator morreu aos 72 anos, em seu apartamento em Paris. Catherine Deneuve estava ao seu lado, junto com sua filha Chiara. Ele tinha feito mais de 140 filmes em 49 anos de carreira.[4]

Foi enterrado no cemitério Campo di Verano, em Roma.[5]

Mastroianni, Dean Stockwell e Jack Lemmon são os únicos atores a ganhar duas vezes o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes. Mastroianni ganhou em 1970, por Ciúme à Italiana e, em 1987, por Olhos Negros.

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Cinema[editar | editar código-fonte]

Décadas de 1930 e 1940
Década de 1950
Década de 1960
Década de 1970
Década de 1980
Década de 1990

Televisão[editar | editar código-fonte]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

  • 1955: Nastro d'Argento de melhor ator principal por Giorni d'amore
  • 1958: Nastro d'Argento de melhor ator principal por As noites brancas
  • 1961: Nastro d'Argento de melhor ator principal por La dolce vita
  • 1962: Nastro d'Argento de melhor ator principal por Divórcio à italiana
  • 1963: Globo de Ouro de melhor ator em filme musical ou comédia por Divórcio à italiana
  • 1964: David di Donatello de melhor ator italiano por Ontem, hoje e amanhã
  • 1964: BAFTA[desambiguação necessária] Film Award de melhor ator estrangeiro por Divórcio a italiana
  • 1965: David di Donatello de melhor ator italiano por Matrimônio a italiana
  • 1965: Henrietta Award de ator favorito
  • 1965: BAFTA Film Award de melhor ator estrangeiro por Ontem, hoje e amanhã
  • 1965: Prêmio de melhor ator no Festival Internacional de Cinema de Saint-Sébastien por Casanova 70
  • 1970: Prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes por Dramma della gelosia (tutti i particolari in cronaca)
  • 1983: David di Donatello especial por sua carreira
  • 1985: Prêmio Sant Jordi (1) de melhor ator estrangeiro por Storia de Piera
  • 1986: Nastro d'Argento de melhor ator por Ginger e Fred
  • 1986: David di Donatello de melhor ator principal por Ginger e Fred
  • 1986: Medalha de ouro da cidade de Roma pelo 30º aniversário do Prêmio David di Donatello
  • 1987: Prêmio de interpretação masculina no Festival de Cannes por Olhos Negros
  • 1987: Prêmio Sant Jordi (1) de melhor ator estrangeiro por Ginger e Fred
  • 1988: Nastro d'Argento de melhor ator por Olhos Negros
  • 1988: David di Donatello de melhor ator principal por Olhos negros
  • 1988: Prémio do Cinema Europeu por sua carreira
  • 1989: Coppa Volpi de melhor ator na Mostra de Veneza por Che ora è
  • 1991: Nastro d'Argento de melhor ator principal por Verso sera
  • 1993: Prêmio César de honra
  • 1993: Coppa Volpi de melhor second rôle na Mostra de Veneza por Un, deux, trois, soleil
  • 1994: NBR Award de melhor performance de elenco em Prêt-à-porter
  • 1995: David di Donatello de melhor ator principal por Sostiene Pereira
  • 1995: Câmera de Ouro no Festival de Cannes por sua carreira
  • 1996: David di Donatello de lembrança (David em memória)
  • 1996: Silver Wave Award no Festival Internacional de Cinema de Fort Lauderdale por Trois vies et une seule mort
  • 1997: Nastro d'Argento especial por papel no mundo do cinema

(1) Prêmio dado pela Radio Nacional Espanhola na Catalunha

Referências

  1. «Um Rosto na Noite». HYPADO!. WordPress. Outubro de 2008 
  2. «Fondazione Umberto Mastroianni - I Mastroianni» (em italiano). Fondazioneumbertomastroianni.it 
  3. Matilde Hochkofler - Marcello Mastroianni Il gioco del cinema - 2001 Gremese editore
  4. «Marcello Mastroianni, known as 'Latin Lover,' dies». CNNin (em inglês). Edition.cnn.com. Dezembro de 1996 
  5. Marcello Mastroianni (em inglês) no Find a Grave

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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