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Gérard Depardieu
Gérard Depardieu
Gérard Depardieu no Festival de Berlim, em 2010.
Nome completo Gérard Xavier Marcel Depardieu
Nascimento 27 de dezembro de 1948 (75 anos)
Châteauroux, Centro da França
Nacionalidade francês
russo
emiradense
Ocupação ator
cineasta
empresário
Atividade 1964–presente
Cônjuge Élisabeth Guignot (c. 1971–96)
Carole Bouquet (c. 1997–2005)
Clémentine Igou (c. 2005)
Filho(a)(s) 4, incluindo Guillaume e Julie
Globos de Ouro
Melhor Ator (Comédia ou Musical)
1990 - Green Card
César
Melhor Ator (principal)
1980 - Le dernier métro
1990 - Cyrano de Bergerac
Festival de Cannes
Melhor Ator
1990 - Cyrano de Bergerac
Festival de Veneza
Prémio de Honra - Leão de Ouro
1997

Gérard Xavier Marcel Depardieu (Châteauroux, 27 de dezembro de 1948) é um ator e cineasta francês. É também empresário, principalmente no ramo da viticultura. Foi agraciado com o título nobiliárquico de chevalier pela Ordem Nacional da Legião de Honra e pela Ordem Nacional do Mérito. Em 2012 renunciou a cidadania francesa e em janeiro de 2013, recebeu a cidadania russa, tornando-se embaixador cultural de Montenegro no mesmo mês.

Suas atuações em O Último Metro, Jean de Florette e Cyrano de Bergerac o alçaram ao posto de "galã" e lhe renderam diversos prêmios e indicações. Ao longo da carreira, Depardieu interpretou os mais variados personagens nas mais diversas produções, tornando-se "o ator mais requisitado da França", e também conhecido por trabalhar com os principais cineastas franceses.

Sua atuação na comédia Green Card lhe rendeu um Globo de Ouro e, posteriormente, atuou em vários filmes de Hollywood, como 1492: Conquest of Paradise, Hamlet, The Man in the Iron Mask, My Father the Hero, Bogus e Life of Pi. A imagem de Depardieu também se popularizou com a interpretação de Obelix nas versões live-action da franquia Asterix.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Infância e juventude[editar | editar código-fonte]

Com origens humildes, é filho de um operário metalúrgico.[1] Antes de ser considerado "o presente francês para o cinema", ou ainda, "o Robert De Niro francês", o terceiro dos seis filhos abandonou a escola aos 12 anos, fugiu de casa e viveu com prostitutas. A vida delinquente e vândala de Depardieu se estendeu até os seus 16 anos de idade, quando foi incentivado por uma assistente social a sair das ruas e investir numa carreira artística. Desde então, começou a marcar presença nos palcos de teatros parisienses, e daí a começar a participar de filmes foi mera questão de tempo.

Carreira[editar | editar código-fonte]

Teatro[editar | editar código-fonte]

Sua carreira de ator teve início quando pôs os pés no Theatre Nationale Populaire (TNP), em Paris. Depois de fazer alguns testes e mostrar talento suficiente para continuar atuando, começou a participar de pequenas peças num café-teatro chamado Cafe de la Gare, ao lado do ator Patrick Dewaere e da atriz Miou-Miou. Depardieu trabalhou no teatro em mais de quinze peças, dentro as quais algumas produções de Marguerite Duras, Peter Handke, David Strey, Israel Horowitz, Moliere, Nathalie Sarraute, e muitos outros. Mas foi no cinema onde conseguiu, realmente, o reconhecimento pelo seu talento.

Cinema[editar | editar código-fonte]

Estreou no cinema ainda adolescente, com a curta-metragem Le Beatnik et le Minet (1965).[1] Depois de atuar em pequenos papéis, populariza-se em Os Corações Loucos (1974). Na década de 1980 consolida-se como um importante ator francês, por suas performances nos filmes Cyrano (1990) e Le dernier métro. O último valeu-lhe igualmente de Melhor Ator Estrangeiro. Depardieu ganhou o César (o Óscar francês) de melhor ator, além de hoje ser dono de um dos maiores títulos franceses, que é o de Chevalier du Legion d´Honneur (Cavaleiro da Legião da Honra). O seu porte favorece igualmente a sua interpretação do herói dos quadrinhos Obélix em Astérix e Obélix Contra César, adaptação para o cinema da obra de Goscinny e Uderzo. O filme foi um enorme sucesso na França e no mundo, sendo continuado em 2002 por Asterix & Obelix: Missão Cleópatra.

Nos anos 1980 e 90, Depardieu se estabeleceria como um dos maiores atores de todo o mundo. Em 1976, Bernardo Bertolucci dá-lhe um papel especial no filme 1900, a partir do qual surgem mais e mais convites de diretores famosos como André Téchiné (Barocco, 1976), Marguerite Duras (Le Camion, 1977) e Bertrand Blier (Préparez vos Mouchoirs, 1978). Em 1980, foi indicado ao César de melhor ator pelo filme O Último Metrô (Le Dernier Metro, 1980), dirigido por François Truffaut, onde contracena com a atriz Catherine Deneuve.

Anos 80 e 90[editar | editar código-fonte]

Em 1981, Gerard Depardieu participa do filme La Chèvre, dirigido por Francis Veber (roteirista da segunda versão do filme La Cage aux folles, e diretor da comédia Le placard, de 2001, da qual Depardieu também faz parte). Esta comédia dá origem à trilogia composta pelos outros filmes, Les Compères (1983) e Les Fugitives (1986), ambos também dirigidos por Veber. A década de 1990 pode ser considerada uma época dourada na carreira do ator, que continuou trabalhando com os mais famosos cineastas europeus.

Dentre muitos personagens de destaque, Depardieu interpretou, em 1982, o revolucionário Danton, no filme de mesmo nome, dirigido por um dos maiores cineastas poloneses, Andrzej Wajda. Tornou-se conhecido do público americano com os filmes The Return of Martin Guerre (1982), Jean de Florette (1986) e Camille Claudel (1988). Em 1990, protagonizou a comédia romântica GreenCard (1990), de Peter Weir, ao lado de Andie MacDowell, papel que lhe fez conquistar de vez o público norte-americano.

Em 1990, um escândalo envolveu o nome do ator que, até então, estava acostumado apenas a atuar no círculo de cinema europeu. Neste ano, protagonizou o filme Cyrano (Cyrano de Bergerac), drama dirigido pelo cineasta francês Jean-Paul Rappeneau que lhe valeu uma indicação ao Oscar de melhor ator. Depardieu era apontado como favorito a levar o prêmio, mas um terrível engano na publicação de uma declaração sua o afastou do favoritismo. Num artigo publicado pela revista norte-americana Time, o ator declarava que havia presenciado um estupro, o que foi erroneamente traduzido para o inglês como "eu participei de um estupro". O equívoco afastou o ator do merecido prêmio, como também de outras produções - tudo devido ao fato de a revista Time não ter reparado o erro. Ainda por "Cyrano" o ator recebeu sua segunda indicação ao César. Outros de seus memoráveis filmes são 1492 - A Conquista do Paraíso (1992), lançado pela Paramount para celebrar os 500 anos do descobrimento da América pelo navegador italiano Cristóvão Colombo, Os Miseráveis (2000) e 102 Dálmatas (2000), grandes sucessos de público. O ator já ganhou o Leão de Ouro pelo conjunto de sua carreira (em 1997). Sua participação no filme Asterix e Obelix contra César (1999), como Obelix, fez tanto sucesso que ele volta a participar da continuação do mesmo, Asterix e Obelix: Missão Cleópatra (2002).[2]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Casamentos e filhos[editar | editar código-fonte]

Entre 1970 a 1996, Depardieu foi casado com a atriz Élisabeth Depardieu. O nome foi revertido para o nome de solteira, Élisabeth Guignot, após o divórcio em 1996. O casamento tem dois filhos, Guillaume e Julie, também atores. Depardieu tem mais uma filha, chamada Roxane, nascido em janeiro de 1992. A mãe, Karine Silla foi uma ligação extraconjugal de Depardieu. Em 1998 ele se casou com a bem conhecida atriz Carole Bouquet, uma amiga de longa data. Mas este casamento também terminou em divórcio em 2005. De três mulheres Depardieu tem agora quatro filhos.

Cidadania russa[editar | editar código-fonte]

Gérard Depardieu no Festival de Cannes, em 1994.

Em 2012 renunciou formalmente a sua cidadania francesa[3][4] devido a discordâncias ideológicas com o governo socialista de François Hollande.[5] Em 3 de Janeiro de 2013 foi-lhe atribuída a cidadania russa pelo presidente Vladimir Putin.[6][7]

Alcoolismo[editar | editar código-fonte]

Em Setembro de 2014, Depardieu disse:[8]

Evitou o uso da palavra "alcoólico" para se descrever. Numa entrevista que concedeu em novembro de 2015 admitiu ter problemas com a bebida.[9]

Conversão ao Cristianismo Ortodoxo Russo[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 2020, Depardieu se converteu ao Cristianismo Ortodoxo Russo, afirmando que sua decisão foi tomada por suas "conexões" com o clero ortodoxo russo e pelo seu "gosto pela liturgia ortodoxa".[10]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Gérard Depardieu em 2012

Referências

  1. a b «Gerard Depardieu Biography (1948-)» (em inglês). Consultado em 17 de Abril de 2012 
  2. [ligação inativa] cineinsite.atarde.uol.com.br
  3. «thelocal.fr». www.thelocal.fr. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  4. Daily (20 de dezembro de 2012). «Fears raised over health of actor Gerard Depardieu after he arrives in Rome in a wheelchair». Mail Online. Consultado em 28 de dezembro de 2020 
  5. http://www.publico.pt/cultura/noticia/depardieu-renuncia-ao-passaporte-frances-e-pede-que-o-respeitem-1577639
  6. «Site oficial da Presidência da Rússia: Decreto sobre a concessão da cidadania da Federação Russa» (em russo). Consultado em 3 de Janeiro de 2013 
  7. «Site oficial da Presidência da Rússia: Decreto sobre a concessão da cidadania da Federação Russa» (em inglês). Consultado em 3 de Janeiro de 2013. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2013 
  8. «Cópia arquivada». Consultado em 16 de setembro de 2014. Arquivado do original em 5 de outubro de 2014 
  9. «Gérard Depardieu admite ser alcoólico» 
  10. Times, The Moscow (7 de setembro de 2020). «Gerard Depardieu Converts to Orthodox Christianity». The Moscow Times (em inglês). Consultado em 15 de janeiro de 2021 
  11. «Gaumont touting Xavier Giannoli's Lost Illusions». CineEuropa (em inglês). Consultado em 2 de junho de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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