Juntos por el Cambio – Wikipédia, a enciclopédia livre

Juntos pela Mudança
Juntos por el Cambio
Juntos por el Cambio
Líder Mauricio Macri (PRO)
Horacio Rodríguez Larreta (PRO)
Patricia Bullrich (PRO)
Gerardo Morales (UCR)
Miguel Ángel Pichetto (ERF)
María Eugenia Vidal (PRO)
Fundação 12 de junho de 2019
Dissolução 27 de dezembro de 2023
Sede Tacuarí 324, Buenos Aires,  Argentina
Ideologia Liberalismo conservador[1]
Antikirchnerismo[2]
Fações:
Social liberalismo[3]
Conservadorismo[4]
Progressismo[5]
Radicalismo[6]
Liberalismo[7]
Populismo de direita[8]
Ultraconservadorismo[9]
Peronismo Federal[10]
Direita Alternativa[11]
Espetro político Centro[12][12] a centro-direita[13]
Fações:
Direita[14] a extrema direita[15][16][11]
Ala de juventude Jóvens PRO, Juventude Radical
Antecessor Cambiemos
Sucessor Hacemos Coalición Federal (facção)
Membros Proposta Republicana
União Cívica Radical
Coalizão Cívica ARI
País Argentina
Cores      Amarelo
Slogan Sí, se puede
Página oficial
jxc.com.ar

Juntos por el Cambio[19] (em português: Juntos pela Mudança) (às vezes abreviado como JxC ou Juntos na província de Buenos Aires) foi uma coalizão política argentina criada para participar nas eleições nacionais da Argentina de 2019. Foi uma continuação da aliança Mudemos, que ganhou as eleições em 2015. Foi liderada pelo ex-presidente Mauricio Macri, mas depois da derrota nas eleições de 2019, sua liderança tem sido questionada.[20] Os principais partidos políticos integrantes foram a Proposta Republicana, União Cívica Radical, Coalizão Cívica ARI e Peronismo Republicano.

A coalizão competiu nas eleições de 2019 com a chapa integrada pelo então presidente, Mauricio Macri e o senador Miguel Ángelo Pichetto.[21] Macri não conseguiu se reeleger e ficou com 40,28% dos votos, ficando em segundo lugar, atrás da chapa da Frente de Todos, integrada por Alberto Fernández e Cristina Fernández de Kirchner, que ganhou no primeiro turno com 48,24% dos votos.[22] Nas eleições de 2023, a coalizão escolheria a ex-ministra da segurança, Patricia Bullrich para concorrer as eleições presidenciais, na qual ela acabou ficando em terceiro colocado, recebendo 23,83% dos votos válidos. Bullrich acabaria declarando apoio ao candidato do Liberdade Avança, Javier Milei, vitorioso no segundo turno daquela eleição[23].

Após a vitória de Milei no segundo turno, a Coalizão Cívica ARI, liderada por Elisa Carrió, decidiu deixar a aliança.[24] Posteriormente, o bloco Cambio Federal formado por Miguel Ángel Pichetto, Margarita Stolbizer, Emilio Monzó, Ricardo López Murphy e representantes dos governadores de Entre Ríos e Chubut, também rompeu com o Juntos pela Mudança e resolveu ingressar no bloco de Juan Schiaretti no congresso com o Hacemos Coalición Federal, sendo assim a coligação finalmente dissolvida no fim de dezembro de 2023.[25]

História[editar | editar código-fonte]

Mauricio Macri e Elisa Carrió no lançamento da aliança Juntos por el Cambio

Em maio de 2019, o presidente da UCR, Alfredo Cornejo propôs aumentar a coalizão Cambiemos a outros dirigentes, como Roberto Lavagna, Miguel Ángel Pichetto, Juan Manuel Urtubey e Sérgio Massa.[26] Essa posição foi apoiada pela Convenção Nacional da UCR, que se reuniu no Parque Norte. Umas semanas depois, Pichetto declarou a imprensa que via como impossível integrar uma ampliação da até então aliança governante.[27] Urtubey, do Partido Justicialista, declarou que funcionários do governo nacional haviam lhe oferecido a candidatura à vice-presidente. Em 11 de junho de 2019, Mauricio Macri anunciou no Twitter que Pichetto o acompanharia na chapa presidencial.[28]

Na cidade de Buenos Aires, a UCR não participou de Cambiemos nas eleições de 2015 e 2017, onde fez parte da coalizão social-democrata Evolución Ciudadana apoiando a candidatura de Martín Lousteau.[29] Em 25 abril de 2019, Losteau também pediu uma ampliação de Cambiemos. Em 26 de junho, foi anunciada a incorporação da UCR em Buenos Aires e também do Partido Socialista (ambos faziam parte da coalizão Evolución Ciudadana) ao Juntos por el Cambio.

Miguel Ángel Pichetto, Horácio Rodríguez Larreta e Diego Santilli, líderes da coalizão.

Por meio de Pichetto, a coalizão incorporou Lucila Crexell, senadora nacional pela província de Neuquén, originalmente do partido Movimiento Popular Neuquino, e o senador Carlos Espínola da província de Corrientes, que fazia parte do Partido Justicialista.[30]

Na Província de Buenos Aires, Juntos por el Cambio incorporou dissidentes do Frente Renovador (FR) e alguns ex-membros do espaço Alternativa Federal, que saíram dias após o anúncio da entrada de Pichetto na fórmula presidencial.

Falcões e Pombas[editar | editar código-fonte]

A mídia argentina usa o conceito de "falcões e pombos" (em castelhano: Halcones y Palomas) para diferenciar os membros com posições mais fortes e agressivas contra os moderados da coalizão. Os "falcões" são os com uma política econômica mais liberal e de direita o extrema direita, de tolerância zero contra o crime, enquanto as "pombas" estão associadas a aspectos centristas.[31]

Posicionamentos[editar | editar código-fonte]

De acordo com a mídia, JxC é uma coalizão de centro-direita pois é liderada por Mauricio Macri[32][33][34][35]

Ele alinhou o país com o neoliberalismo e reabriu a Argentina aos mercados internacionais, suspendendo o controle da moeda, reestruturando a dívida externa e sugerindo soluções de livre mercado.[36][37]

O ex-presidente Mauricio Macri disse que buscaria reformas mais abrangentes para a Argentina se sua coalizão governista obtivesse uma vitória retumbante nas eleições legislativas de 2017. Macri disse a repórteres que os argentinos deveriam esperar reformas tributárias, educacionais e trabalhistas, sem fornecer detalhes. O líder vinha promovendo uma agenda de reformas de livre mercado para tentar reformular a economia da Argentina.[37]

Sua presidência foi criticada por não conseguir reformar a economia argentina,[38][39] ao mesmo tempo em que foi elogiado pelo seu legado anticorrupção[40] e abrir o mercado da Argentina para o exterior.

Partidos Integrantes[editar | editar código-fonte]

Juntos por el Cambio é integrado pelos seguintes partidos:[41]

Partido Líder Ideologia Posição
Proposta Republicana Mauricio Macri Liberalismo conservador Centro-direita
União Cívica Radical Alfredo Cornejo[42] Radicalismo Centro
Coalizão Cívica ARI Elisa Carrió Liberalismo social Centro
Peronismo Republicano Miguel Ángel Pichetto Peronismo Federal Centro-direita
Confiança Pública Graciela Ocaña Liberalismo social Centro
Partido Democrata Progessista Ana Copes Liberalismo Centro-direita
Geração para um Encontro Nacional (GEN) (em PBA, CABA, Entre Ríos e La Pampa) Margarita Stolbizer Social-democracia Centro-esquerda
Frente Cívico de Córdoba Luis Juez Regionalismo cordobés Centro
Movimiento de Integração e Desenvolvimento Juan Pablo Carrique Desenvolvimentismo Centro-direita
União Popular Graciela Devita Peronismo Federal Direita
Partido Nacionalista Constitucional UNIR Alberto Asseff Conservadorismo nacionalista Direita
Partido do Diálogo Emilio Monzó Peronismo Centro
Partido Socialista (em PBA e CABA) Roy Cortina Social-democracia Centro-esquerda
Republicanos Unidos (em CABA e Mendoza) Ricardo López Murphy Liberalismo Centro-direita
União do Centro Democrático (em CABA, Catamarca e Santa Fe) Alejandro Portas Dalmau Conservadorismo liberal Direita
Partido Democrata Cristão (em PBA, CABA, Jujuy e Tucumán) Jorge Sobisch Democracia Cristã Centro-direita

Resultados eleitorais[editar | editar código-fonte]

Eleições presidenciais[editar | editar código-fonte]

Ano Chapa Primárias Primeiro turno Resultado Posição
Presidente Vice-presidente votos % votos %
2019 Mauricio Macri Miguel Ángel Pichetto 8 121 689 31.80 10 811 586 40.28 Não Não Eleito
2023 Patricia Bullrich Luis Petri 4 139 566 16.81 6 379 023 23.81 Não Não Eleita

Eleições primárias de 2021[editar | editar código-fonte]

Nas eleições primárias (PASO), realizadas em 12 de outubro de 2021, que decidem quais candidatos irão concorrer nas eleições legislativas, a coalizão JxC ficou em primeiro lugar, obtendo 40,5% dos votos válidos. A aliança venceu em 16 das 24 províncias.[43]

Eleições legislativas[editar | editar código-fonte]

Câmara de Deputados
Ano Deputados Eleitos % Posição
2019
56 / 130
40,36
2021
61 / 127
42,75
2023
32 / 130
A definir









Senado
Ano Senadores Eleitos % Posição
2019
8 / 24
39,21
2021
14 / 24
46,25
2023
2 / 24
A definir







Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Argentiniens doppelte Krise: Düstere Zukunftsaussichten? – DW – 16.08.2023». dw.com (em alemão). Consultado em 30 de outubro de 2023 
  2. Molina, Federico Rivas (30 de março de 2023). «Javier Milei, the unclassifiable Argentine politician». EL PAÍS English (em inglês). Consultado em 30 de outubro de 2023 
  3. «Mauricio Macri: "El kirchnerismo y Podemos caen en la irracionalidad"». ELMUNDO (em espanhol). 18 de outubro de 2020. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  4. «Argentina presidential election poses economic choice». BBC News (em inglês). 27 de setembro de 2015. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  5. «Argentina's Economic Downfall : Which Party Will Save the Citizens?». Harvard International Review (em inglês). 29 de março de 2023. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  6. «La convención nacional de la UCR ratificó su pertenencia a JxC, pero también abrió la puerta a ampliar la coalición». LA NACION (em espanhol). 13 de junho de 2023. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  7. Cué, Carlos E.; Rebossio, Alejandro (26 de novembro de 2015). «Macri elige un equipo liberal como mensaje a los mercados». Madrid. El País (em espanhol). ISSN 1134-6582. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  8. Oreli, Stephany Jordânia Chagas. «A ultradireita argentina tem seu Bolsonaro. Artigo de Pablo Stefanoni». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 30 de outubro de 2023 
  9. Lacunza, Sebastián (22 de abril de 2023). «El avance del ultraderechista argentino Javier Milei resquebraja y radicaliza a los conservadores de cara a las elecciones». elDiario.es (em espanhol). Consultado em 30 de outubro de 2023 
  10. Díaz, Por Joaquín Múgica (21 de junho de 2021). «Interna en Juntos por el Cambio: el peronismo lucha por tener un lugar de mayor relevancia en las elecciones y compactar la propuesta opositora». infobae (em espanhol). Consultado em 30 de outubro de 2023 
  11. a b LPO. «Un funcionario de Patricia lidera la 'alt right' macrista». www.lapoliticaonline.com (em espanhol). Consultado em 24 de novembro de 2023 
  12. a b de 2021Sociólogo, PorGonzalo Arias7 de Febrero; libro "Gustar, autor del; Gobernar", Ganar Y. «Por el centro o por derecha: el dilema en Juntos por el Cambio». infobae (em espanhol). Consultado em 26 de setembro de 2021 
  13. published, Harriet Marsden (16 de agosto de 2023). «Javier Milei: the 'tantric sex instructor' Trump fan who could be president». theweek (em inglês). Consultado em 25 de setembro de 2023 
  14. Criales, José Pablo (9 de agosto de 2023). «Javier Milei holds mass rally in Argentina: 'The political caste is afraid; do you want to scare them a little more?'». EL PAÍS English (em inglês). Consultado em 25 de setembro de 2023 
  15. «Margarita Stolbizer se metió de lleno en Juntos por el Cambio de la mano de Facundo Manes». Télam (em espanhol) 
  16. Cayón, David (15 de junho de 2021). «"Juntos": la coalición del PRO, la UCR y Carrió tiene nuevo nombre en la provincia de Buenos Aires». Consultado em 25 de setembro de 2021 
  17. «El nuevo frente oficialista se llamará Juntos por el Cambio». Clarín. 12 de junho de 2019 
  18. «Frigerio puso en duda el liderazgo de Macri en Juntos por el Cambio». Ámbito. 8 de novembro de 2020 
  19. «Miguel Ángel Pichetto será el vice de Mauricio Macri en la fórmula de Cambiemos». infobae. 11 de junho de 2019. Consultado em 30 de agosto de 2021 
  20. «Elecciones 2019: finalizó el escrutinio definitivo y Alberto Fernández se impuso con el 48,24%». La Nación. 28 de agosto de 2020 
  21. «Patricia Bullrich, terceira colocada na eleição da Argentina, declara apoio a Javier Milei». G1. 25 de outubro de 2023. Consultado em 18 de dezembro de 2023 
  22. «Elisa Carrió dio por fracturado a Juntos por el Cambio: "La Coalición Cívica retoma su plena autonomía"». infobae (em espanhol). 20 de novembro de 2023. Consultado em 15 de março de 2024 
  23. «Congreso: se partió Juntos por el Cambio y se unifican los bloques de Schiaretti y Pichetto». Perfil (em espanhol). 27 de dezembro de 2023. Consultado em 15 de março de 2024 
  24. «Cornejo propuso amplicar Cambiemos con Lavagna, Massa, Pichetto y Urtubey» 
  25. «La UCR empuja la ampliación de Cambiemos, pero todavía no inició el diálogo formal con el PRO» 
  26. «Juan Manuel Urtubey: "Desde el Gobierno me ofrecieron acompañar a Macri"» 
  27. «Horacio Rodríguez Larreta suma a la UCR y al socialismo de Roy Cortina en Juntos por el Cambio de la Ciudad». Perfil. 13 de junho de 2019. Consultado em 19 de setembro de 2021 
  28. Dinatale, Martín (19 de junho de 2019). «Pichetto hace su trabajo político: sumó al oficialismo a los senadores opositores Crexell y Espínola». Consultado em 19 de setembro de 2021 
  29. Llorens, Francisco (7 de abril de 2021). «Halcones y palomas: en Juntos por el Cambio cierran filas detrás del comunicado». Consultado em 19 de setembro de 2021 
  30. «Conservative Mauricio Macri wins Argentina presidency». BBC. Consultado em 23 de novembro de 2015 
  31. Politi, Daniel (22 de outubro de 2017). «Argentina's Leader, Mauricio Macri, Bolstered by Election Results (Published 2017)». NYTimes.com 
  32. Romero, Simon; Gilbert, Jonathan (22 de novembro de 2015). «In Rebuke to Kirchner, Argentines Elect Opposition Leader Mauricio Macri as President (Published 2015)». NYTimes.com 
  33. Watts, Jonathan; Goñi, Uki (23 de Novembro de 2015). «Argentina shifts to the right after Mauricio Macri wins presidential runoff». www.theguardian.com (em inglês) 
  34. «Mauricio Macri's long odds». The Economist. ISSN 0013-0613. Consultado em 20 de setembro de 2021 
  35. a b «Argentinian president Macri vows 'many reforms' after strong election result». The Guardian. 24 de outubro de 2017 
  36. Luciana, Zorzoli (14 de maio de 2019). «The Consequences of Mr Macri». jacobinmag.com (em inglês). Consultado em 20 de setembro de 2021 
  37. Gedan, Benjamin N. (24 de outubro de 2019). «Mauricio Macri Was Bound for Disaster». Foreign Policy (em inglês). Consultado em 20 de setembro de 2021 
  38. The Editorial Board (9 de dezembro de 2019). «Argentina must preserve anti-corruption legacy». Financial Times (em inglês). Consultado em 6 de junho de 2020 
  39. «Elecciones nacionales 2019: Estos son los 10 frentes que se presentan» 
  40. «UNION CIVICA RADICAL -ON-». Poder Judicial de la Nación 
  41. «Elecciones PASO 2021 Argentina: mapa por regiones de los resultados». 13 de setembro de 2021. Consultado em 3 de outubro de 2021 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]