Jacó de Batnas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Jacó de Batnas
Nascimento 451
Suruç
Morte 29 de novembro de 521 (69–70 anos)
Suruç
Etnia Assírios
Ocupação escritor, matenagir, poeta, ministro
Religião Igreja Ortodoxa Síria

Jacó de Serugh (Serug ou Sarug; em siríaco: ܝܥܩܘܒ ܣܪܘܓܝܐ; romaniz.:Yaʿqûḇ Srûḡāyâ; 451-29 de novembro de 521), também chamado Mar Jacó, foi um dos principais poetas teológicos siríacos, talvez o único a altura de Efrém e igual a Narses. Quando seu antecessor Efrém é conhecido como "Harpa do Espírito", Jacó é conhecido como "Flauta do Espírito". Ele é mais conhecido por sua prodigiosa corpus de mais de 700 homilias, ou mêmrê (ܡܐܡܖ̈ܐ) dos quais apenas 225, até agora, foram editados e publicados.[1]

Biografia[editar | editar código-fonte]

Jacó nasceu em meados do século V, na aldeia de Curtam, no Eufrates, na antiga região de Batnas, que era a porção oriental da província de Comagena (corresponde aos distritos modernos de Suruç e Birecik). Ele foi educado na famosa Escola de Edessa e tornou-se corepíscopo em Sarugh, servindo a igrejas rurais de haura (ܚܘܪܐ, Ḥaurâ). O momento em que exerceu tal função, grandes dificuldades assolavam a população cristão da Mesopotâmia, devido a guerra feroz realizada pelo xá sassânida Cavades I (r. 488-496; 499-531) dentro das fronteiras romanas. Quando, em 10 de janeiro de 503, a cidade de Amida (moderna Diarbaquir) foi capturada pelos persas, após um cerco de três meses e todos os cidadãos foram assassinados e/ou levados à cativeiro, um pânico tomou conta do distrito e os habitantes cristão cogitaram deixar suas casas e fugir para oeste.[1]

Em 519, Jacó foi eleito bispo da principal cidade da região, Batnas (ܒܛܢܢ ܕܣܪܘܓ, Baṭnān da-Srûḡ). Como Jacó nasceu no mesmo ano do controverso Concílio de Calcedônia, ele viveu intensamente as fendas que separavam a Igreja do Império Bizantino, especialmente aquelas que levaram a maioria dos falantes de siríaco se separarem da comunhão imperial formando a Igreja Ortodoxa Síria. Mesmo que a perseguição dos anti-calcedônios tenha tornado-se cada vez mais brutal no fim da vida de Jacó, ele permaneceu tranquilo em tais questões teológicas e políticas. No entanto, em correspondência a Paulo, bispo de Edessa, ele expressou abertamente insatisfação em relação ao concílio da Calcedônia.[2]

Devido a diversas menções a seu nome e o grande número de obras suas conhecidas, conclui-se que sua atividade literária foi intensa. De acordo com Bar Hebreu ele empregou 70 amanuenses e escreveu em torno de 760 homílias métricas (sobre Virgem Maria, Simeão Estilita, fornicação, virgindade, Ezequiel, etc.),[2] além de cartas e hinos de diferentes tipos. Como poeta presou o emprego de dodecassílabos, principalmente aqueles com temas bíblicos, embora também haja poemas sobre temas como a morte de mártires cristãos, a queda dos ídolos e o Primeiro Concílio de Niceia. Na prosa (homílias festivas, ordem de batismo, liturgia, cartas, etc.), que não é tão numerosa, o mais interessante são suas cartas, que lançam luz sobre alguns dos acontecimentos de seu tempo e revelam o seu apego à doutrina monofisista que estava então lutando pela supremacia nas igreja sírias, e particularmente em Edessa, sobre o ensino de Nestório.[1]

Referências

  1. a b c «James of Sarugh» (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2012 
  2. a b «St. Jacobus of Sarug, Bishop of Batnæ» (em inglês). Consultado em 22 de setembro de 2012