Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém – Wikipédia, a enciclopédia livre

Priorado de Saint-Étienne, casa da École Biblique

A Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, vulgarmente conhecida como Escola Bíblica, é um estabelecimento acadêmico francês em Jerusalém especializado em arqueologia e exegese bíblica, tendo realizado como um dos seus feitos notáveis a tradução da Bíblia de Jerusalém dentre outros.

História[editar | editar código-fonte]

A escola foi fundada em 1890 sob o nome de École pratique d'études bibliques por Marie-Joseph Lagrange, sacerdote dominicano. Em 1920, recebeu o nome atual, após o seu reconhecimento, pela Académie des Inscriptions et Belles-Lettres, como uma escola arqueológica nacional na França.

A escola faz parte do convento dominicano de Santo Estêvão, em francês: "Couvent de Saint-Étienne". A maioria dos professores da École Biblique são frades dominicanos e todos os membros do convento dominicano estão envolvidos no trabalho da École.[1]

O priorado está centrado em torno da moderna Basílica de Santo Estêvão (Saint-Étienne), construída sobre as ruínas de um antigo antecessor, para o qual as supostas relíquias de Santo Estêvão foram transferidas em 439, tornando a igreja do período bizantino o centro do culto à esse santo em particular.

Desde a sua criação, a escola se envolveu na exegese do texto bíblico e realizou pesquisas arqueológicas, de maneira complementar e sem sigilo, na Palestina e nos territórios adjacentes. Suas principais disciplinas são epigrafia, as línguas semíticas, assiriologia, egiptologia, outros aspectos da história antiga, geografia e etnografia.

Ela tem o poder de conferir doutorados oficiais nas Sagradas Escrituras. Ela publica a Revue Biblique, que é uma coleção diversificada de bolsas de estudo em seus campos de excelência, e também publica material direcionado a públicos maiores, incluindo uma tradução da Bíblia em Francês, conhecida como Bíblia de Jerusalém (uma obra que buscava tanto rigor crítico da tradução e pela qualidade como uma peça de literatura).

Após a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto, os estudiosos da escola se envolveram fortemente na tradução e interpretação dos textos.

A escola e seu fundador foram, durante muito tempo, considerados "suspeitos" pelas autoridades do Vaticano, como conseqüência da Crise Modernista. O próprio Lagrange, como outros estudiosos envolvidos no renascimento dos estudos bíblicos do século XIX, era suspeito de ser um modernista.[2] A escola foi brevemente fechada.

Em 1909, o conflito entre dominicanos e jesuítas, comum na época, resultou na criação pelo Papa do Pontifício Instituto Bíblico, como rival dos jesuítas da escola.[3] A disputa entre os jesuítas e os dominicanos (e suas respectivas instituições) se acalmou gradualmente, principalmente após a encíclica papal de 1943, Divino Afflante Spiritu.

Membros notáveis[editar | editar código-fonte]

Entre seus membros mais ilustres, além de Marie-Joseph Lagrange, estão Marie-Emile Boismard, Roland de Vaux, Raymond-Jacques Tournay, Jerome Murphy-O´Connor e Pierre Benoit.

  • Félix-Marie Abel (1878–1953)
  • pl: Charles Coüasnon, liderou as escavações de 1961 a 1977 na Igreja do Santo Sepulcro
  • Jean-Baptiste Humbert (nascido em 1940)
  • Louis-Hugues Vincent (1872–1960)

Referências

  1. Aviva Bar-Am, St. Stephen’s Monastary [sic] – The brothers' work, Jerusalem Post, 14 de setembro de 2009
  2. Bernard Montagnes, Marie-Joseph Lagrange, éd. Cerf, 2004, pp. 204–205 extraits en ligne
  3. Bernard Montagnes, Les séquelles de la crise moderniste. L'Ecole biblique au lendemain de la Grande Guerre, in Revue thomiste, XCVIIIth year vol. XC, n°2, pp. 245–270, 1990

Ligações externas[editar | editar código-fonte]