Barão de Cocais – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para o nobre do século XIX, veja José Feliciano Pinto Coelho da Cunha.
Barão de Cocais
  Município do Brasil  
Vista aérea da cidade
Vista aérea da cidade
Vista aérea da cidade
Símbolos
Bandeira de Barão de Cocais
Bandeira
Brasão de armas de Barão de Cocais
Brasão de armas
Hino
Gentílico cocaiense[1]
Localização
Localização de Barão de Cocais em Minas Gerais
Localização de Barão de Cocais em Minas Gerais
Localização de Barão de Cocais em Minas Gerais
Barão de Cocais está localizado em: Brasil
Barão de Cocais
Localização de Barão de Cocais no Brasil
Mapa
Mapa de Barão de Cocais
Coordenadas 19° 56' 45" S 43° 29' 13" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes Bom Jesus do Amparo, Caeté, Santa Bárbara e São Gonçalo do Rio Abaixo
Distância até a capital 90 km
História
Emancipação 31 de dezembro de 1943 (80 anos)[2]
Administração
Distritos
Prefeito(a) Décio Geraldo dos Santos (PSB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [1] 340,585 km²
População total (estatísticas IBGE/2018[1]) 32 319 hab.
Densidade 94,9 hab./km²
Clima tropical de altitude (Cwa)
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35970-000 a 35983-999[4]
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,722 alto
PIB (IBGE/2016[6]) R$ 633 624,96 mil
PIB per capita (IBGE/2016[6]) R$ 20 033,67
Sítio baraodecocais.mg.gov.br (Prefeitura)
cmbaraodecocais.mg.gov.br (Câmara)

Barão de Cocais é um município brasileiro no estado de Minas Gerais, Região Sudeste do país. Sua população estimada em 2018 era de 32 319 habitantes.[1]

História[editar | editar código-fonte]

No início do século XVIII, alguns bandeirantes portugueses e brasileiros procedentes do Rio, São Paulo e Bahia, deslocaram-se do povoado de Socorro, onde se achavam estabelecidos, e desceram o rio por dez quilômetros e no lugar a que deram o nome de “MACACOS” construíram suas cabanas e uma pobre capela.Conhecida nacionalmente como Portal do Caraça, foi fundada no início do século XVIII, por bandeirantes portugueses e paulistas que descobriram o lugar depois de descer o rio São João, a partir do povoado Socorro. O primeiro nome de São João do Presídio do Morro Grande foi porque o arraial nasceu ao sopé de um extenso morro e por isso ficou conhecido como Morro Grande.

Igreja do Rosário no distrito de Cocais.

O historiador Waldemar de Almeida Barbosa, afirma que os bandeirantes decidiram se fixar no lugar porque encontraram Boa Pinta, ou seja, descobriram novas minas de ouro.[7] A notícia do metal amarelo abundante atraiu novos elementos, casas foram edificadas ao longo das voltas do rio, surgindo assim o bairro dos macacos, núcleo principal de Morro Grande.

Em 1764, teve início a construção da atual Igreja Matriz São João Batista do Morro Grande, primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho, que esculpiu a imagem de São João Batista na porta de entrada e projetou o conjunto da tarja do arco-cruzeiro no interior da igreja. Foram gastos 21 anos para a conclusão da Matriz, que foi inaugurada em 1785.

O alvará régio de 1752 e a Lei nº 2 de 14 de setembro de 1891, criou o distrito com a denominação de São João do Morro Grande. Com a implantação da Usina Morro Grande o lugar toma impulso.

Em 1938, o nome do distrito foi reduzido para Morro Grande. Através do decreto lei estadual nº 1058 de 31 de dezembro de 1943, é emancipado o distrito de Morro Grande, que se separa de Santa Bárbara, passando a chamar-se Barão de Cocais, em homenagem ao Barão José Feliciano Pinto Coelho da Cunha, que nasceu e viveu na antiga Vila Colonial de Cocais, atual distrito de Barão de Cocais. [8].

Nesta cidade, localiza-se uma barragem de rejeitos da Vale: mina de Gongo Soco.[9] Em março de 2019, a empresa colocou esta barragem em alerta máximo de rompimento, e os moradores que não conseguiriam escapar por meios próprios já haviam sido removidos em fevereiro.[9] Acredita-se que ela pudesse romper-se em maio.[9]

Geografia[editar | editar código-fonte]

De acordo com a divisão regional vigente desde 2017, instituída pelo IBGE,[10] o município pertence às Regiões Geográficas Intermediária de Belo Horizonte e Imediata de Santa Bárbara-Ouro Preto.[11] Até então, com a vigência das divisões em microrregiões e mesorregiões, o município fazia parte da microrregião de Itabira, que por sua vez estava incluída na mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte.[12]

Turismo[editar | editar código-fonte]

Barão de Cocais é uma cidade histórica, com muitos acessos turísticos (cachoeiras, igrejas). Localizada próximo ao Caraça (antigo colégio de padres erguido na Serra do Caraça), ponto turístico de exuberante beleza natural. Festas tradicionais: Carnaval de rua, Festa dos Pés de Pomba e festa de São João (padroeiro da cidade).

Cachoeira de Cocais[editar | editar código-fonte]

Cachoeira de Cocais.

Está localizada na Serra da Conceição, a 4,5 km da Vila de Cocais. São várias quedas d’água, sendo uma delas em uma montanha de pedra de mais de trinta metros que proporcionam um espetáculo magnífico, além de ser um excelente local para os adeptos de esportes radicais, como: rapel, mountain bike, canyoning, trekking.

Cachoeira do Cume Cambota[editar | editar código-fonte]

A Cachoeira da Cambota localiza- se no córrego São Miguel, onde formam vários saltos ao longo do seu curso, a água é límpida com temperatura girando em torno de 20 °C. Logo após o salto formam-se duchas naturais e piscinas, onde é possível tomar banhos, a região ainda é rica em orquídeas, canelas-de-ema e samambaias.

A Serra da Cambota faz parte da matriz de água de Barão de Cocais, faz parte em volume da 2ª e mais importante bacia. Está inserida em um ambiente chamado Ecótono, que é uma área de transição entre 2 biomas, muito importante no clima da cidade. Possui uma fauna exuberante. Faz parte do complexo da Serra do Espinhaço.

É um ambiente propicio ao turismo, porém muito sensível. Seu subsolo é rico em componentes minerais, classificando como uma área estratégica para o município.

Serra da Cambota (Campos do Garimpo)[editar | editar código-fonte]

O maciço do Espinhaço, recentemente tombado pela Unesco como reserva da Biosfera, tem em sua formação geológica os dobramentos modernos constituídos predominantemente de rochas como gnaisse e granito.

Região de rara beleza, proporciona aos adeptos do ecoturismo locais adequados para prática de caminhada, ciclismo de montanha e escalada. Com uma vegetação em que predominam os campos rupestres e as centenárias Canelas de Ema, dão ao local uma leitura peculiar com numerosas espécies de flores, que formam um singelo mosaico de cores e formas.

Conhecida como Serra do Garimpo, a localidade é uma região interfluvial das bacias do Rio Piracicaba em sua porção leste e da bacia do Rio das Velhas do seu lado Oeste.

Ruínas do Gongo Soco[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Gongo Soco (mina de ouro)

Gongo Soco é um testemunho de um dos ciclos mais marcantes na economia nacional, o ciclo do ouro. O sítio tem sua história iniciada em 1745, quando o cavouqueiro Bitencourt encontrou ouro nos cursos d’água que cortam a região. No final do século passado, foi adquirido por João Batista Ferreira e em 1825, a mina foi comprada por ingleses da Cornualha, que operaram entre 1826 a 1856, criando ali um florescente povoado britânico tropical, com hospital, capela e cemitério particular. Ficou paralisada durante muito tempo e em 1986, foi adquirida pela Mineração Socoimex que mantém até hoje resguardado o acervo ambiental e histórico da região.

Cemitério dos Ingleses[editar | editar código-fonte]

Trata-se do local onde estão sepultados os trabalhadores da primeira empresa britânica no Brasil Imperial (Brazilian Gold Mining), que o comprou do Barão de Catas Altas (João Batista Ferreira de Souza Coutinho), por 79 mil libras esterlinas. Nesse cemitério, situado no alto de uma colina e delimitado por um muro de pedras, encontram-se atualmente 10 lápides, algumas com inscrições em inglês, ornamentadas com desenhos apurados no granito e na pedra sabão. Sabe-se que os ingleses eram sepultados de cócoras, tradição da Cornualha.

Santuário de São João Batista[editar | editar código-fonte]

Vista parcial da Igreja Matriz de São João Batista

Primeiro projeto arquitetônico de Aleijadinho. Construção iniciada em 1764 e concluída em 1785. É considerada projeto de Aleijadinho, pelo desenho do frontispício, pelo arco cruzeiro, pela ousadia de dispor as torres diagonalmente em relação ao corpo de igreja. Aleijadinho esculpiu ainda a imagem de São João Batista em pedra sabão e projetou a tarja do arco cruzeiro no interior da Matriz. A Matriz possui altares folheados a ouro e a pintura do teto é atribuída ao mestre Ataíde.

Sítio Arqueológico da Pedra Pintada[editar | editar código-fonte]

O Sítio Arqueológico da Pedra Pintada é o programa ideal para quem busca história e conhecimento. Suas pinturas rupestres, datadas de aproximadamente seis mil anos, formam três grandes painéis compostos por cenas de caçadores perseguindo suas presas e pelos diversos rituais realizados no local.

O Sítio está localizado na Serra da Conceição, numa altitude de 1250 metros acima do mar. Sua análise foi feita em 1843 pelo paleontólogo dinamarquês Peter Lund. Nele, você viaja no tempo, conhecendo desenhos semelhantes aos das grutas de Altamira, na Espanha, e Lescaux, na França.

No sítio, estão registrados quatro estilos de grafismos feitos com pigmentos minerais, que podem explicar a cronologia da pintura do paredão.

Acredita-se, a partir de estudo desenvolvido por historiadores da Universidade Federal de Minas Gerais, com o apoio do CNPq, que o local não serviu de moradia, por possuir registros possivelmente ritualísticos ou estratégicos.

A arte rupestre está registrada em rochas e grutas em todo o Brasil. São mais de 780 sítios arqueológicos, onde as pinturas rupestres deixaram o rastro dos primeiros "pintores" brasileiros de que se tem notícia. Nelas, através de desenhos, estão retratadas histórias de sobrevivência, crença e experiências de vida, um momento em que se descobre um meio de linguagem e comunicação através das pinturas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). «Barão de Cocais». Consultado em 8 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2019 
  2. Enciclopédia dos Municípios Brasileiros (2007). «Barão de Cocais - Histórico» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Consultado em 8 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada (PDF) em 8 de fevereiro de 2019 
  3. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (9 de setembro de 2013). «Barão de Cocais - Unidades territoriais do nível Distrito». Consultado em 8 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2019 
  4. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  5. Atlas do Desenvolvimento Humano (29 de julho de 2013). «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Consultado em 19 de agosto de 2016. Cópia arquivada (PDF) em 8 de julho de 2014 
  6. a b Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Produto Interno Bruto dos Municípios - 2016». Consultado em 8 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2019 
  7. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, Waldemar de Almeida Barbosa, Ed. Itatiaia Ltda, 1995)
  8. Gongo SocoAgripa Vasconcelos, Enciclopédia dos Municípios -IBGE, História Popular – Entradas e Bandeiras, Luiza Volpato - Global Ed. E Distr. Ltda, História Antiga das Minas Gerais – Vol 1 e 2,Diogo de Vasconcelos - Editora Itatiaia Ltda. http://www.baraodecocais.mg.gov.br/index.php/a-cidade/nossa-historia.html
  9. a b c «Mais uma barragem corre o risco de rompimento em Minas». Tribuna de Minas. 17 de maio de 2019. Consultado em 17 de maio de 2019 
  10. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Divisão Regional do Brasil». Consultado em 8 de fevereiro de 2019. Cópia arquivada em 8 de fevereiro de 2019 
  11. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2017). «Base de dados por municípios das Regiões Geográficas Imediatas e Intermediárias do Brasil». Consultado em 8 de fevereiro de 2019 
  12. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2016). «Divisão Territorial Brasileira 2016». Consultado em 8 de fevereiro de 2019 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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