Pitangui – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para outros significados, veja Pitangui (desambiguação).
Pitangui
  Município do Brasil  
Vista noturna da cidade
Vista noturna da cidade
Vista noturna da cidade
Símbolos
Bandeira de Pitangui
Bandeira
Brasão de armas de Pitangui
Brasão de armas
Hino
Gentílico pitanguiense
Localização
Localização de Pitangui em Minas Gerais
Localização de Pitangui em Minas Gerais
Localização de Pitangui em Minas Gerais
Pitangui está localizado em: Brasil
Pitangui
Localização de Pitangui no Brasil
Mapa
Mapa de Pitangui
Coordenadas 19° 40' 58" S 44° 53' 24" O
País Brasil
Unidade federativa Minas Gerais
Municípios limítrofes sul Conceição do Pará, Norte Pompeu e Papagaios, a Leste Onça de Pitangui e Maravilhas e a Oeste Pitangui de Martinho Campos e Leandro Ferreira
Distância até a capital 125 km
História
Fundação 9 de junho de 1715 (308 anos)
Administração
Prefeito(a) Maria Lúcia Cardoso[1] (MDB, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [3] 568,332 km²
População total (estimativa IBGE/2021[4]) 28 433 hab.
Densidade 50 hab./km²
Clima tropical de altitude
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
CEP 35650-000 a 35654-999[2]
Indicadores
IDH (IBGE/2010[5]) 0,725 alto
PIB (IBGE/2020[6]) R$ 582 779,81 mil
PIB per capita (IBGE/2020[6]) R$ 20 654,96
Sítio www.pitangui.mg.gov.br (Prefeitura)
www.camarapitangui.mg.gov.br (Câmara)

Pitangui é um município da Mesorregião Metropolitana de Belo Horizonte, no estado de Minas Gerais, no Brasil. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2021, era de 28 433 habitantes.[4]

Topônimo[editar | editar código-fonte]

"Pitangui" é um termo originário da língua tupi, significando "rio das crianças", através da junção dos termos pitanga (criança)[7] e 'y (rio, água).[8]

História[editar | editar código-fonte]

Escola Francisca Botelho.
Capela de São José.

Pitangui surgiu no fim do século XVII e foi elevada a vila em 1715. Em 1855, recebeu o título de cidade.

Fica situada no sopé da Serra da Cruz do Monte, um dos mais altos pontos da região. É conhecida popularmente como Velha Serrana. No início, suas terras e rios, ainda sem nome, já abrigavam escravos fugitivos das primeiras expedições oriundas da cidade de Porto Seguro, que entravam pelo norte mineiro em busca de ouro. Esses fugitivos foram os que primeiro encontraram o metal. Dos antigos donos da terra, os índios, pouco restou.

Restaram histórias de mulheres de grande poder e prestígio, como Maria Tangará, Joaquina do Pompéu e Dona Beja.

Há uma carta do governador dom Brás Baltazar da Silveira escrita de São Paulo em 1 de setembro de 1713 em que comunica ao rei:

"Senhor. Vendo os moradores desta cidade que os reinóis no último levantamento os haviam lançado violentamente das Minas, e despojado dos bens que nelas tinham, tomaram a resolução de procurar outros sertões em que continuassem os seus descobrimentos e chegando até o sítio chamado Pitangui ou Pará, começaram a descobrir ouro e, continuando nesta diligência, a que os obrigava a sua necessidade, acharam cada vez mais bem logrado o seu trabalho com a abundância de ouro que foram descobrindo e, receosos de que com a entrada de reinóis experimentassem o mesmo dano que receberam nas primeiras, publicaram que não haviam de consentir nela os ditos reinóis; porém, depois da minha chegada a esta cidade, me assegurando os homens principais dela que eles se acomodariam com o que eu resolvesse neste particular e reconhecendo que a verdadeira segurança destes governos, compostos de paulistas e reinóis, é a reunião de uns e outros, a qual se não pode fazer senão associando-os e, nesta sociedade, administrar-lhes a justiça, determino procurar quanto me for possível acomodá-los para que se utilizem todos e vivam com sossego".

Outra carta do mesmo governador em 6 de fevereiro de 1715 menciona Pitangui:

"Representando-me segunda vez os paulistas a necessidade que tinham de que o arraial de Pitangui fosse erigido em vila, não só para o bom regime daqueles moradores (...) parece conveniente que eu vá fazer a dita ereção."[9]

Foi instalada em 9 de junho de 1715, porque há carta patente do mestre de campo Antônio Pires de Avila (sargento-mor do distrito de Pitangui, provido em 27 de dezembro de 1713, que fora nomeado superintendente das minas de Pitangui), em que se lê que, a 9 de junho de 1715, com ordem do governador e capitão-general e com comissão do ouvidor-geral Luís Botelho de Queiroz, levantou a vila no distrito de Pitangui, dando-lhe o nome de Vila de Nossa Senhora da Piedade.

Em uma junta em Vila Rica em 1715, aparece um padre João Vaz Teixeira como vigário de Pitangui, que foi colada em 1724 sendo vigário o padre Luís Damião por mais de trinta anos.

Na famosa lista secreta de 1746, os mineiros abastados que viviam em Pitangui eram Gabriel Rodrigues Tavares, Luis de Castilho, José Baltazar da Rocha, João Veloso Ferreira, João Ribeiro Guimarães, capitão Miguel de Faria Sodré, Miguel de Faria Morato, Miguel de Bastos da Costa, capitão Manoel da Silva de Carvalho, capitão Manuel da Mota Botelho, alferes Manoel Pereira de Crasto, Manuel Mendes da Silva, Antônio Ferreira, capitão Antônio Rodrigues Velho, Antônio Ferreira Garreiro, João Vieira Chaves, José de Oliveira Portela, João Pereira da Costa e Antônio da Silva. E negociantes eram Pascoal dos Santos, João Pacheco Ferreira, Domingos Francisco Rodrigues e Domingos Marques Guimarães.[10]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Relevo[editar | editar código-fonte]

As principais serras do município são Serra do Pires, Serra da Alegria, Serra do Rio do Peixe, Serra do Antimes, Serra Cruz do Monte e Serra dos Ferreiras.[11] A altitude máxima de Pitangui em relação ao nível do mar é de 1074 metros, enquanto a altitude mínima é 672. O A altitude média do município é de 709 metros.[12]

A topografia de Pitangui é predominantemente ondulada conforme caracterização a seguir:[12]

  • Plano: 30%;
  • Ondulado: 50%;
  • Montanhoso: 20%.

Hidrografia[editar | editar código-fonte]

Todo o território de Pitangui encontra-se dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, que, por sua vez, faz parte da Região Hidrográfica do Rio São Francisco.[13] Os principais cursos de água que percorrem o município são Rio Pará, Rio São João, Rio do Peixe, Córrego Engenho, Ribeirão Campo Grande e Córrego Lavrado e Córrego Santo Antônio.[11][14]

O rio São João define o limite ao sul do município com Conceição do Pará. Após desaguar no rio Pará, numa localidade turística com cachoeiras e cobertura vegetal preservada, o Rio Pará passa a definir o limite do muncípio com Conceição do Pará e, posteriormente, Leandro Ferreira.[11][15]

Ao norte, o rio do Peixe percorre uma região alagadiça e define parte do limite com o município de Pompeu.[11][15]

A rede hidrográfrica do município recebe descarte de esgotamento sanitário em estado bruto.[16]

Clima[editar | editar código-fonte]

Dados climatológicos para Pitangui
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 29,7 29,9 29,4 28,4 27,2 26,4 26,3 28,3 29,4 29,9 29,2 28,2 28,5
Temperatura média (°C) 23,3 23,3 22,8 21 18,9 17,7 17,7 19,4 21,4 22,9 22,9 22,7 21,1
Temperatura mínima média (°C) 17,7 17,7 17,2 15 12,1 10,4 10 10,9 13,7 16,3 16,9 17,8 14,6
Precipitação (mm) 250,5 192,6 181,6 75 33 10 6,2 8,1 44,1 96,5 181,1 309,9 1 388,6
Umidade relativa (%) 78,5 79,4 80,8 81,1 79,1 76,3 73,1 68,1 68,4 73,3 76,9 81,4 76,3
Fonte: Instituto Nacional de Meteorologia (normal climatológica de 1931-1960)[17]

Pontos turísticos[editar | editar código-fonte]

Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar.
Casarão colonial.
Cristo de Pitangui.
  • Cruz do Monte
  • Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar
  • Igreja da Penha
  • Igreja de São Francisco
  • Mina da Lavagem
  • Museu Histórico
  • Casarões coloniais
  • Antiga Estação Ferroviária de Velho da Taipa[18]
  • Rio Pará
  • Mata do céu
  • Mata da pedreira
  • Estrada real (porém não incluída no roteiro)

Cultura[editar | editar código-fonte]

Sétima vila do ouro do estado, Pitangui guarda parte da arquitetura da sua formação inicial, embora a cidade tenha sido parcialmente descaracterizada, com a demolição de casarões, desaparecimento de imagens sacras, altares e peças de adorno. Em 2008, seu conjunto arquitetônico foi tombado em caráter definitivo pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. A partir de 14 de março de 2010, entrou em vigor lei que proíbe o tráfego pesado no núcleo histórico da cidade. O prefeito Evandro Rocha Mendes acredita que a medida pode desvalorizar o comércio do núcleo histórico.[19] É importante citar que as terras do município de Pitangui, ao serem desmembradas, deram origem a cerca de quarenta novos municípios, entre os quais podemos citar Divinópolis, Itaúna, Carmo do Cajuru, Pará de Minas, entre outros. Desde 2003, a cidade recebe poetas e trovadores de todo o país durante os Jogos Florais, realizados pela União Brasileira de Trovadores.[20]

Personalidades[editar | editar código-fonte]

Em Pitangui, nasceram e viveram personalidades nacionais como:

Referências

  1. «Prefeita e vereadores de Pitangui tomam posse; veja lista de eleitos». G1. 1 de janeiro de 2021. Consultado em 3 de janeiro de 2021 
  2. Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos. «Busca Faixa CEP». Consultado em 1 de fevereiro de 2019 
  3. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  4. a b «Estimativa populacional 2021 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2021. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  5. «Cidades e Estados». IBGE. Consultado em 18 de setembro de 2023 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2020». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. 9 de setembro de 2023 
  7. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo. Global. 2005. p. 126.
  8. NAVARRO, E. A. Método moderno de tupi antigo: a língua do Brasil dos primeiros séculos. Terceira edição revista e aperfeiçoada. São Paulo. Global. 2005. p. 22.
  9. Revista do Arquivo Púbico Mineiro II, p. 90
  10. Dicionário Histórico Geográfico de Minas Gerais, Waldemar de Almeida Barbosa, Ed. Itatiaia)
  11. a b c d «Carta do Brasil - Pará de Minas». Biblioteca Central do IBGE. 19 de setembro de 2016 
  12. a b «Informações Básicas - Pitangui». SENAC - Descubra Minas. 28 de setembro de 2016 
  13. «UPGRH SF2 Rio Pará». Instituto Mineiro de Gestão das Águas – IGAM. 6 de outubro de 2016 
  14. «Plano Diretor da Bacia Hidrográfica do Rio Pará» (PDF). Associação de Usuarios da Bacia Hidrográfica do Rio Pará. 14 de setembro de 2016. Consultado em 10 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 21 de setembro de 2016 
  15. a b «ZEE/MG – Zoneamento Ecológico Econômico de Minas Gerais». Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável – SEMAD. 6 de outubro de 2016 
  16. «Plano Municipal de Saneamento Básico do Município de Pitangui – MG» (PDF). Prefeitura Municipal de Pitangui. 24 de setembro de 2015 [ligação inativa]
  17. «Gráficos Climatológicos». Instituto Nacional de Meteorologia 
  18. «Velho da Taipa -- Estações Ferroviárias do Estado de Minas Gerais». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 29 de agosto de 2020 
  19. WERNECK, Gustavo (28 de fevereiro de 2010). Tráfego restrito em vila do ouro. Caderno Gerais. Jornal Estado de Minas
  20. GONTIJO, Luisana (1 de março de 2010). Tout Court Minas. Caderno EM Cultura. Jornal Estado de Minas

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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