Série 9700 da CP – Wikipédia, a enciclopédia livre

Série 9700
Série 9700 da CP
Uma automotora da Série 9700, circulando em formação UDD (unidade dupla a diesel), em Vila Real, em 1996.
Descrição
Propulsão Diesel-eléctrica
Fabricante Đuro Đaković
Tipo de serviço Via
Características
Bitola Bitola métrica
Performance
Velocidade máxima 60 km/h
Operação
Ano da entrada em serviço 1963-1969
Ano da saída do serviço 1992-2001
Situação Abatidas ao serviço

A Série 9700, também conhecida pela sua alcunha, Xepas, foi um tipo de automotora, que foi utilizada pela companhia dos Caminhos de Ferro Portugueses nas Linhas do Corgo, Tua e Vouga.

História[editar | editar código-fonte]

Construção e serviço na Jugoslávia[editar | editar código-fonte]

Automotora JŽ 802 em 1968, Čapljina.

Estas automotoras foram fabricadas na Jugoslávia entre 1963 e 1969 pela companhia Đuro Đaković, para serem utilizadas pelos Caminhos de Ferro Jugoslavos; usavam, originalmente, a bitola de 760 mm.[1][2][3]

Entrada ao serviço em Portugal[editar | editar código-fonte]

Em 1980, a operadora Caminhos de Ferro Portugueses comprou 10 destas automotoras, adaptou-as à via métrica, e introduziu-as ao serviço nas Linhas do Tua, para substituir as automotoras da Série 9300, e do Corgo.[2][4][3]

O seu serviço em Portugal foi marcado por vários problemas, desde a baixa qualidade dos motores e da transmissão mecânica, até à constante trepidação sentida pelos passageiros (o que lhes valeu a alcunha "Xepa", em referência à intempestiva personagem epónima da telenovela brasileira Dona Xepa), passando pelo facto das portas abrirem para fora, o que, por vezes, provocava ferimentos nos passageiros; por outro lado, a própria estrutura das automotoras dificultava a sua inserção na via, provocando danos na mesma.[5]

Várias automotoras da Série 9700 abatidas ao serviço, juntas com restante material, na Régua, em 2010.

Pouco tempo depois da sua entrada em serviço, a sua formação foi alterada de quádrupla para tripla e dupla, sendo as unidades médias excedentes abandonadas.[5] No princípio da Década de 1990, foram passadas para a Linha do Vouga.[3]

Fim do serviço e transformação nas Séries 9400 e 9500[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Série 9400 e Série 9500

Entre 1992 e 1993, todas as automotoras que estavam em formação Unidade Tripla a Diesel foram enviada para a EMEF para remodelação quase total, conservado apenas a caixa, os bogies, e a formação; estas novas automotoras, agora com a designação de Série 9400, passaram para a Linha do Vouga e o Ramal de Aveiro.[5] Várias das automotoras que estavam em formação Unidade Dupla a Diesel foram convertidas para a Série 9500 em 1995, no âmbito do projecto LRV2000[6]; as restantes foram abatidas ao serviço em 2001.[3]

Ficha técnica[editar | editar código-fonte]

  • Características de exploração
    • Ano de entrada ao serviço: 1963 a 1969[2]
    • Ano de entrada ao serviço em Portugal: 1980[2]
    • Fim do serviço: 1996-2001[3][5]
    • Número de automotoras: 10[7]
  • Dados gerais
    • Bitola de Via: 1000 mm[2]
    • Tipo de composição: Unidade Quádrupla a Diesel (inicialmente); Unidade Dupla a Diesel e Unidade Tripla a Diesel (posteriormente)[5][1][2]
    • Comprimento total: 59,5 metros[5]
    • Tipo de tracção: Gasóleo (diesel)[7]
  • Transmissão
    • Tipo: Mecânica, de 5 velocidades[5]
  • Motores de tracção
    • Fabricante: Fiat[5]
    • Tipo: 221 HO 710[5]
    • Potência Nominal por motor (U.I.C.): 185 Cv[5]
    • Potência total: 538 kW[7]
  • Partes mecânicas
  • Características de funcionamento
    • Velocidade máxima: 60 km/h[7]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006, p. 190
  2. a b c d e f «Grupo Oficinal do Porto». Madrid: A. G. B., s. l. Maquetren (em espanhol). 3 (27). 41 páginas 1994. ISSN 1132-2063 
  3. a b c d e AMARO, Jaime (2005). «Automotoras Allan de Via Estreita - meio século de existência». Entroncamento: Associação de Amigos do Museu Nacional Ferroviário. O Foguete. 4 (13). 10 páginas. ISSN 1647-7073 
  4. a b «Concurso Fotografico». Madrid: A. G. B., s. l. Maquetren (em espanhol). 4 (32): IX 1995 
  5. a b c d e f g h i j NUNES, Rui (23 de Outubro de 2008). «Automotoras». Transportes XXI. Consultado em 20 de Agosto de 2010 
  6. COSTA, Sérgio (Setembro de 2001). «EMEF/GOP: Refazendo Comboios» (PDF). De Comboio. Consultado em 20 de Agosto de 2010. Arquivado do original (PDF) em 21 de maio de 2009 
  7. a b c d «CP withdrawn locomotives» (em inglês). Railfaneurope. 16 de Julho de 2010. Consultado em 20 de Agosto de 2010 

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Os Caminhos de Ferro Portugueses 1856-2006. [S.l.]: CP-Comboios de Portugal e Público-Comunicação Social S. A. 2006. 238 páginas. ISBN 989-619-078-X 
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Ligações externas[editar | editar código-fonte]



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