Origem da fala – Wikipédia, a enciclopédia livre

Pontos de articulação da fala humana: 1. Exo-labial; 2. Endo-labial; 3. Dental; 4. Alveolar; 5. Pós-alveolar; 6. Pré-palatal; 7. Palatal; 8. Velar; 9. Uvular; 10. Faringal; 11. Glotal; 12. Epiglotal; 13. Radical; 14. Póstero-dorsal; 15. Antero-dorsal; 16. Laminal; 17. Apical; 18. Sub-apical.
Áreas do cérebro destinadas à linguagem. O giro angular está representado pela cor laranja; o giro supramarginal, pela cor amarela; a área de Broca, representada em azul; a área de Wernicke, de verde; e o córtex auditivo, em rosa.

A origem da fala é um problema decorrente da origem da linguagem que remonta ao desenvolvimento fisiológico dos órgãos da fonação humana, como a língua, os lábios e outros pontos de articulação usados para produzir unidades fonológicas em todas as línguas naturais.[1][2][3]

Embora relacionado ao problema mais geral da origem da linguagem, a evolução da capacidade de fala distintamente humana tornou-se uma área distinta e em muitos aspectos separada da pesquisa científica. Este assunto separa-se porque a linguagem não é necessariamente falada: pode ser também sinalizada ou escrita. A fala é, neste sentido, facultativa, ainda que seja a modalidade padrão para o desenvolvimento da linguagem.[4][5]

Há registros científicos de que espécies primatas, como os macacos e humanos, desenvolveram mecanismos especializados para produzir som com o intuito comunicacional e/ou interacional.[6] Por outro lado, não há comprovação de que algum macaco ou símio usa uma língua para tais fins.[7] O uso da língua, lábios e outras partes do sistema respiratório coloca a fala humana numa categoria distinta das demais espécies, tornando sua emergência evolutiva um desafio teórico a muitos biólogos e linguistas.[8]

Referências

  1. Hockett, Charles F. (1960). «The Origin of Speech» (PDF). Scientific American. 203 (3): 88–96. Bibcode:1960SciAm.203c..88H. doi:10.1038/scientificamerican0960-88. Consultado em 6 de janeiro de 2014. Cópia arquivada (PDF) em 6 de janeiro de 2014 
  2. Corballis, Michael C. (2002). From hand to mouth : the origins of language. Princeton: Princeton University Press. ISBN 978-0-691-08803-7. OCLC 469431753 
  3. Lieberman, Philip (1984). The biology and evolution of language. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. ISBN 9780674074132. OCLC 10071298 
  4. Lieberman, Philip (2000). Human language and our reptilian brain : the subcortical bases of speech, syntax, and thought. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press. ISBN 9780674002265. OCLC 43207451 
  5. Abry, Christian; Boë, Louis-Jean; Laboissière, Rafael; Schwartz, Jean-Luc (1998). «A new puzzle for the evolution of speech?». Behavioral and Brain Sciences. 21 (4): 512–513. doi:10.1017/S0140525X98231268 
  6. Riede, T.; Bronson, E.; Hatzikirou, H.; Zuberbühler, K. (Fevereiro de 2006). «Multiple discontinuities in nonhuman vocal tracts – A reply». Journal of Human Evolution. 50 (2): 222–225. doi:10.1016/j.jhevol.2005.10.005 
  7. Riede, T.; Bronson, E.; Hatzikirou, H.; Zuberbühler, K. (Jan 2005). «Vocal production mechanisms in a non-human primate: morphological data and a model.» (PDF). J Hum Evol. 48 (1): 85–96. PMID 15656937. doi:10.1016/j.jhevol.2004.10.002 
  8. Kelemen, G. (1963). Comparative anatomy and performance of the vocal organ in vertebrates. In R. Busnel (ed.), Acoustic behavior of animals. Amsterdam: Elsevier, pp. 489–521.