Mileto – Wikipédia, a enciclopédia livre

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Mileto
Μίλητος
Mileto
teatro de Mileto
Localização atual
Mileto está localizado em: Turquia
Mileto
Localização de Mileto na Turquia
Coordenadas 37° 31' 49" N 27° 16' 42" E
País  Turquia
Regiões históricas Cária e Jônia
Província turca Aidim
Altitude 5 m
Área 0,9 km²
Notas
Site www.muze.gov.tr

Mileto (em grego: Μίλητος; romaniz.:Milétos)[1] é uma antiga cidade da Ásia Menor, no sul da Jônia, cuja região atualmente faz parte da Turquia, situada junto à foz do rio Meandro.[2]

Foi uma cidade bastante ativa comercialmente, mantendo negócios tanto com o Oriente como com o Egito, onde estabeleceu um centro comercial em Náucratis, no delta do Nilo. Também mantinha vínculos com a cidade de Síbaris, no sul da península Itálica. Uma atividade econômica importante desenvolvida na cidade era a criação de ovelhas e Mileto produzia a melhor lã do mundo grego. Seu território, no entanto, não era muito extenso e limitava o acesso da emergente classe mercantil às terras. Esta limitação territorial, aliada à forte vocação comercial de seus habitantes, contribuiu para a fundação de colônias milésias na Trácia. Seus colonos e marinheiros se concentravam na região do mar Negro, onde buscavam cereais e atum.[carece de fontes?].

Mitologia[editar | editar código-fonte]

De acordo com os milésios do século II d.C., a região era chamada de Anactória, durante os reinados de Anax, um autóctone, e seu filho Astério.[3] O nome Mileto veio de um cretense chamado Mileto (Filho do Deus grego Apolo) que fugiu de Minos e veio para a região;[3][4] os cretenses se uniram aos cários que habitavam a região.[3] Mileto fundou a cidade de Mileto.[4]

A colônia jônia foi fundada cerca de 1 070 a.C.[5] por Nileu, filho de Codro, arconte de Atenas.[6] Nileu não queria ser governado por seu irmão Medão, porque este era coxo; eles consultaram o Oráculo de Delfos, que deu Atenas a Medão.[6] Então Nileu partiu com seus outros irmãos, vários atenienses e os jônios,[6] que haviam chegado a Atenas alguns anos antes[7] e tomaram Mileto. Os jônios derrotaram os milésios antigos, matando todos os homens que não conseguiram escapar e casaram-se com as mulheres.[8]

História[editar | editar código-fonte]

A política da cidade foi historicamente turbulenta, onde dissidências, conflitos e revoluções eram comuns. O governo milésio era baseado em um conselho chamado Aeinautai (marinheiros perpétuos) que visava extrair todo o lucro possível dos empreendimentos marítimos e coloniais.[carece de fontes?]

Embora a cidade fosse economicamente forte, as agitações políticas sempre a fragilizavam. Uma dessas agitações levou ao poder o tirano Trasíbulo, por volta de 600 a.C. O tirano teve sucesso ao impedir os ataques da Lídia mas, internamente, as lutas entre as facções políticas enfraqueciam Mileto e a conquista dos lídios acabou por consumar-se. Mesmo assim, ainda conseguiu alguns privilégios.[carece de fontes?]

Era esta a situação quando Ciro II, o Grande, rei da Pérsia, dominou a Lídia. Os milésios passaram a enfrentar toda sorte de dificuldades e iniciaram a revolução jônica contra a Pérsia, cujo rei era agora Dario I. A luta estendeu-se de 499−494 a.C. e os persas acabaram por destruir Mileto.[carece de fontes?]

Tanto a filosofia como a primeira escola filosófica, de acordo com a tradição, surgiram em Mileto. Os representantes da escola milésia foram Tales, Anaximandro e Anaxímenes.[carece de fontes?]

Sítio Arqueológico[editar | editar código-fonte]

A cidade atualmente é um rico sítio arqueológico.[9] As primeiras escavações em Mileto foram conduzidas pelo arqueólogo francês Olivier Rayet em 1873, seguidas pelos arqueólogos alemães Julius Hülsen e Theodor Wiegand entre 1899 e 1931.[10][11][12] As escavações, no entanto, foram interrompidas por várias vezes devido à guerras e vários outros eventos. Carl Weickart escavou por uma curta temporada em 1938 e novamente entre 1955 e 1957.[13][14][15] Em seguida foram feitas escavações por Gerhard Kleiner e depois por Wolfgang Muller-Wiener. Hoje, as escavações são organizadas pela Universidade de Ruhr, em Bochum, na Alemanha.

Um notável artefato recuperado da cidade durante as primeiras escavações do século XIX, o Portão do Mercado de Mileto, foi transportado em diversas partes para a Alemanha e remontado. Atualmente está exposto no Museu de Pérgamo em Berlim. A principal coleção de artefatos se encontra no Museu de Mileto em Didimo, Turquia desde 1973.

Famosos de Mileto[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «Strong's Greek Concordance». Bible Hub 
  2. Cfr. pág 230, Vol. 17 de Grande enciclopédia portuguesa e brasileira. Ed. Enciclopédia
  3. a b c Pausânias, Descrição da Grécia, 7.2.5
  4. a b Pseudo-Apolodoro, Biblioteca, 3.1.2
  5. Data do início do reinado de Medão, cálculos de Jerónimo de Estridão, no livro Crônica (Jerônimo)
  6. a b c Pausânias, Descrição da Grécia, 7.2.1
  7. Pausânias, Descrição da Grécia, 7.1.9
  8. Pausânias, Descrição da Grécia, 7.2.6
  9. «Imagem de satélite e planta de Mileto.». Bible Atlas from Space, sponsored by www.DeeperStudy.com 
  10. Olivier Rayet and Thomas, Milet Et Le Golfe Latmique, Fouilles Et Explorations Archeologiques Publ, 1877 (reprint Nabu Press 2010 ISBN 1-141-62992-5
  11. Theodor Wiegand and Julius Hülsen [Das Nymphaeum von Milet, Museen zu Berlin 1919] and Kurt Krausem, Die Milesische Landschaft, Milet II, vol. 2, Schoetz, 1929
  12. Theodor Wiegand et al., Der Latmos, Milet III, vol. 1, G. Reimer, 1913
  13. Carl Weickert, Grabungen in Milet 1938, Bericht über den VI internationalen Kongress für Archäologie, pp. 325-332, 1940
  14. Carl Weickert, Die Ausgrabung beim Athena-Tempel in Milet 1955, Istanbuler Mitteilungen, Deutsche Archaeologische Institut, vol. 7, pp.102-132, 1957
  15. Carl Weickert, Neue Ausgrabungen in Milet, Neue deutsche Ausgrabungen im Mittelmeergebiet und im Vorderen Orient, pp. 181-96, 1959

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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