Do-in – Wikipédia, a enciclopédia livre

Do-in é uma técnica de medicina alternativa de automassagem de origem oriental, que basicamente utiliza a pressão dos dedos das mãos em pontos específicos do corpo humano, com objetivo de trazer alívio, prevenir, identificar e tratar enfermidades, como dores de diversas origens e problemas relacionados ao estresse, como ansiedade e insônia.[1][2][3][4][5][6]

Apesar de alguns estudos sugerirem que do-in pode ser eficaz em ajudar a aguentar náusea e vômitos, insônia, lombalgia, enxaqueca, obstipação, entre outros, tais estudos foram criticados por serem provavelmente tendenciosos.[7] Não há evidências científicas confiáveis que confirmem a suposta eficácia do do-in.[7][8][9][10][11][12]

Etimologia[editar | editar código-fonte]

"Do-In", palavra de origem japonesa,[3][4][5] significa literalmente "o caminho da casa", sendo a "casa" uma metáfora para o corpo humano saudável.[3][5][6]

Origens[editar | editar código-fonte]

O Do-in tem suas origens nas práticas milenares de automassagem da medicina chinesa antiga, que remontam a mais de 5000 anos de idade, no período do Imperador Amarelo, que com seus livros clássicos criou as bases da medicina tradicional chinesa.[3][4][6] Ainda na antiguidade, estas técnicas ancestrais de auto-massagem espalharam-se rapidamente pelo resto do oriente,[6] ao longo dos anos se adaptando em cada cultura.

Assim, apesar da ancestralidade chinesa, foi no Japão que o termo "Do-in" foi cunhado[3][4][6] e popularizado para o ocidente no século XX, através de japoneses como George Ohsawa e Michio Kushi.[5] No Brasil, o popularizador desta técnica é Juracy Cançado, autor de vários livros no século XX sobre o assunto.[1][5]

Tem ancestralidade comum à outras massagens orientais, como o Tuiná e o Shiatsu.[3][4][5]

Princípios[editar | editar código-fonte]

Os mesmos pontos utilizados na Acupuntura são a base do Do-In

Os pontos massageados no Do-In são os mesmos utilizados em outras práticas da medicina tradicional chinesa e japonesa, como a acupuntura, e se localizam nos chamados meridianos energéticos do corpo humano.[1][2][3][4][5][6]

Sedação e estimulação[editar | editar código-fonte]

O do-in serve-se dos mesmos pontos utilizados na acupuntura para tratar e prevenir distúrbios e enfermidades no corpo, restaurando, segundo os conceitos da medicina chinesa tradicional, o fluxo da energia Ki, onde esta tenha sofrido bloqueios ou desequilíbrios.[1][3][5][6]

É usada também como técnica de primeiros socorros para certos males, na qual o próprio paciente se auto-aplica a massagem.[1][2][4][5][6]

A massagem consiste, basicamente, no emprego de dois tipos de toque:[4][6]

  • Sedação - pressão contínua sobre um ponto;
  • Estimulação - pressão intermitente sobre um ponto.

Visão holística do Do-In[editar | editar código-fonte]

De acordo com Michio Kushi, popularizador no ocidente de métodos orientais de saúde, o Do-In deve funcionar aliado e integrado à outras práticas, como cuidados com a dieta, respiração, relações sociais e caminho espiritual.[5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Camargo, Juliana (9 de setembro de 2015). «Do-in: Automassagem em pontos combate dores em todo o corpo». Revista Vida Natural - Ed. 51. Consultado em 14 de outubro de 2018 [ligação inativa]
  2. a b c Meurer, Kíria (23 de janeiro de 2009). «Reportagem "Alívio na ponta dos dedos"». Site do programa televisivo "Globo Repórter". Consultado em 14 de outubro de 2018 
  3. a b c d e f g h Sousa, Islandia M. C. (2004). «Medicina alternativa nos serviços públicos de saúde: a prática da massagem na área programática 3.1 no município do Rio de Janeiro» (PDF). Dissertação de Mestrado em Saúde Pública pela Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca - Fundação Oswaldo Cruz. Consultado em 14 de outubro de 2018 [ligação inativa]
  4. a b c d e f g h Gonsalves, Paulo Eiró (1999). Medicinas alternativas: os tratamentos não-convencionais. Brasil: Instituição Brasileira de Difusão Cultural. pp. (Pg. 43). Consultado em 14 de outubro de 2018 
  5. a b c d e f g h i j Kushi, Michio (1985). O Livro do Do-In. São Paulo: Editora Ground. 228 páginas. Consultado em 13 de outubro de 2018 
  6. a b c d e f g h i Cançado, Juracy (1993). Do-In - Livro Dos Primeiros Socorros - Volume 1. São Paulo: Editora Ground. Consultado em 13 de outubro de 2018 
  7. a b Lee, Eun Jin; Frazier, Susan K. (outubro de 2011). «The Efficacy of Acupressure for Symptom Management: A Systematic Review». Journal of Pain and Symptom Management (em inglês) (4): 589–603. PMID 21531533. doi:10.1016/j.jpainsymman.2011.01.007. Consultado em 17 de setembro de 2022 
  8. kreidler, Marc (9 de março de 2006). «Massage Therapy: Riddled with Quackery | Quackwatch» (em inglês). Consultado em 17 de setembro de 2022 
  9. Mann, Felix (1992). Reinventing acupuncture : a new concept of ancient medicine. Oxford: Butterworth-Heinemann. pp. 14, 31. OCLC 26308201 
  10. «The National Institutes of Health (NIH) Consensus Development Program: Acupuncture». consensus.nih.gov. Consultado em 17 de setembro de 2022 
  11. Colquhoun, David; Novella, Steven P. (junho de 2013). «Acupuncture Is Theatrical Placebo». Anesthesia & Analgesia (em inglês) (6): 1360–1363. ISSN 0003-2999. doi:10.1213/ANE.0b013e31828f2d5e. Consultado em 17 de setembro de 2022 
  12. Evidence-based non-pharmacological therapies for palliative cancer care. William C. S. Cho. Dordrecht: Springer. 2013. OCLC 827212337 
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