Sessão espírita – Wikipédia, a enciclopédia livre

Reunião mediúnica conduzida pelo médium John Beattie em Bristol, Inglaterra, 1872

Sessão espírita, séance ou reunião mediúnica acontece quando pessoas buscam obter supostas comunicações com espíritos. No Brasil, a primeira sessão espírita registrada ocorreu em 17 de setembro de 1865, em Salvador, pelo jornalista Luís Olímpio Teles de Menezes, um dos pioneiros do Espiritismo no país.[1]

Reuniões mediúnicas segundo o espiritismo[editar | editar código-fonte]

Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns, cap. 29, discorre sobre reuniões mediúnicas e centros espíritas, à época chamados de "sociedades espíritas".[2] Ele classificou as reuniões em 3 tipos: frívolas, experimentais e instrutivas, de acordo com a moralidade e interesses dos espíritos e médiuns que participam da sessão.[3][nota 1]

Cientistas adeptos[editar | editar código-fonte]

Entre os cientistas que pesquisaram sessões espíritas e acreditaram que entraram em contato com espíritos de falecidos através delas, incluem-se o físico Sir Oliver Lodge,[4] o químico e físico Sir William Crookes,[5] o co-criador da teoria da evolução Alfred Russel Wallace,[6] o psiquiatra e criminologista Cesare Lombroso,[7] o inventor do rádio Guglielmo Marconi, o inventor do telefone Alexander Graham Bell e o inventor da tecnologia de televisão John Logie Baird, que afirmou ter contactado o espírito do inventor Thomas Edison.[8]

Críticas[editar | editar código-fonte]

Citando a falta de evidências, céticos e ateus geralmente consideram as sessões espíritas, tanto as religiosas quanto as seculares, como fraudes, ou, no mínimo, uma forma piedosa de fraude.[9]

Alguns cristãos protestantes, acreditam que os espíritos podem ser contatados, considerando interpretações literais da Bíblia.[10] Ao mesmo tempo, defendem que a Bíblia proíbe especificamente este tipo de contato.[11]

Os parapsicólogos católicos, como o jesuíta Carlos María de Heredia, também consideram as sessões espíritas como fraudes.[12]

Mediunidade[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Mediunidade

Mediunidade envolve um ato em que o praticante, denominado médium, afirma receber mensagens de pessoas mortas e de outros espíritos que ele acredita existirem. Alguns médiuns afirmam ser totalmente conscientes e despertos no contato com espíritos. Outros afirmam perder contato durante um transe parcial ou completo, em um típico estado alterado de consciência. Estes autodenominados "médiuns em transe" muitas vezes afirmam que quando retornam do estado de transe não têm lembrança das mensagens transmitidas por eles. Por isso é habitual o uso de um assistente que escreve ou registra as palavras dos médiuns.[13]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas

  1. Uma reunião só e verdadeiramente séria, quando cogita de coisas úteis, com exclusão de todas as demais. Se os que a formam aspiram a obter fenômenos extraordinários, por mera curiosidade, ou passatempo, talvez compareçam Espíritos que os produzam, mas os outros daí se afastarão. Numa palavra, qualquer que seja o caráter de uma reunião, haverá sempre Espíritos dispostos a secundar as tendências dos que a componham. Assim, pois, afasta-se do seu objetivo toda reunião séria em que o ensino é substituído pelo divertimento. As manifestações físicas, como dissemos, têm sua utilidade; vão às sessões experimentais os que queiram ver; vão às reuniões de estudos os que queiram compreender; é desse modo que uns e outros lograrão completar sua instrução espírita, tal qual fazem os que estudam medicina, os quais vão, uns aos cursos, outros às clínicas.[3]

Referências

  1. Daniel e Isabela Mastral (2008). Missões, entender para evangelizar. São Paulo: Editora Naos Ltda. p. 120. ISBN 978-85-7795-022-5. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  2. Jornal Mundo Espírita (abril de 1998). «Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, primeiro centro espírita do mundo». Portal do espírito. Consultado em 2 de dezembro de 2014. Arquivado do original em 16 de setembro de 2013 
  3. a b Allan Kardec (1996) [1944]. O livro dos médiuns (PDF) 62 ed. Brasília: Federação Espírita Brasileira. p. 424. ISBN 85-7328-053-0. Consultado em 2 de dezembro de 2014 
  4. Lodge, Oliver. Raymond; or, Life and Death. London: Methuen, 1916
  5. Crookes, William. Researches Into the Phenomena of Modern Spiritualism. Los Angeles: Austin, 1922
  6. Wallace, Alfred Russel. Miracles and Modern Spiritualism. London: George Redway, 1896 (rev. edn of 1874 original)
  7. Lombroso, Cesare. Ricerche sui fenomeni ipnotici e spiritici. Torino, Unione tipografica editrice, 1909.
  8. Hannah Goff (30 08 2005). Science and the Seance. BBC.
  9. Randi, James (2007). «An encyclopedia of claims, frauds, and hoaxes of the occult and supernatural» (em inglês). The James Randi Educational Foundation. ISBN 9780312151195. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  10. «Então, disse Saul aos seus servos: Buscai-me uma mulher que tenha o espírito de feiticeira, para que vá a ela, e consulte por ela. E seus servos lhe disseram: Eis que há uma mulher que tem espírito familiar em Endor» (1 Samuel 28:7)
  11. Sound witness: a lutheran apologetic ministry dedicated to keeping the "false" out of doctrine. «Psychic mediums: what does god say about their practices?» (em inglês). Soundwitness.org. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
  12. Carlos María de Heredia (1923). «Spirit hands, "ectoplasm", and rubber gloves». Popular Mechanics (em inglês). 40 (1): 14-15. ISSN 0032-4558. Consultado em 30 de novembro de 2014 
  13. Jones, Lloy Kenyon (1996) [1919]. God's world: a treatise on spiritualism - 1919 (em inglês). Whitefish: Kessinger Publishing. p. 312. ISBN 9781564597762. Consultado em 1 de dezembro de 2014 
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