Tumulto de Winchester – Wikipédia, a enciclopédia livre

Tumulto de Winchester
A Anarquia
Data 14 de setembro de 1141
Local Winchester, Hampshire, Inglaterra
Desfecho Vitória blasevina. Roberto de Gloucester é feito prisioneiro
Beligerantes
Blasevinos Angevinos
Comandantes
Matilde de Bolonha
Guilherme de Ypres
Henrique de Blois
Roberto de Gloucester (capturado)
Matilde de Inglaterra
Reginaldo da Cornuália
Forças
Desconhecida Desconhecida
Baixas
Poucas Vários mortos e capturados

O Tumulto de Winchester foi um confronto entre as forças lideradas por Guilherme de Ypres e Matilde de Bolonha, rainha consorte de Estêvão de Inglaterra, e as de Matilde de Inglaterra e Roberto de Gloucester no dia 14 de setembro de 1141. Nele, as forças leais ao rei derrotaram as angevinas e Roberto foi feito prisioneiro. O Tumulto de Winchester é um dos principais eventos da Anarquia, com Roberto sendo subsequentemente trocado por Estêvão, que então retomou o trono de Matilde e procurou restabelecer sua autoridade.

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Durante a Anarquia, o Rei Estêvão, sobrinho de Henrique I, lutou contra a Imperatriz Matilde, filha de Henrique. Na Batalha de Lincoln em 2 de fevereiro de 1141, os barões rebeldes Roberto de Gloucester e Ranulfo de Chester derrotaram e capturaram Estêvão. Matilde então seguiu para tomar Londres, porém seus habitantes a expulsaram da cidade em 24 de junho. Logo em seguida, as forças de Matilde de Bolonha, rainha consorte de Estêvão, ocuparam Londres.

Henrique de Blois, irmão de Estêvão e Bispo de Winchester, que anteriormente havia desertado para o lado da imperatriz, mudou de lado foi apoiar a rainha. Com uma pequena força, ele cercou o Castelo de Winchester situado no canto sudoeste da cidade. A Imperatriz Matilde deixou Oxford no fim de julho com um exército comandado por Roberto.

Cerco e contracerco[editar | editar código-fonte]

Em 31 de julho, o exército angevino chegou em Winchester. O Bispo Henrique fugiu enquanto seus homens se instalavam no Castelo de Wolvesey no canto sudeste da cidade. Enquanto cercava Wolvesey, a Imperatriz Matilde colocou seu quartel general no castelo real e Roberto seu centro de comando na Catedral de Winchester. Em 2 de agosto, os homens de Henrique incendiaram a cidade, destruindo grande parte dela.

A Rainha Matilde rapidamente juntou um exército que incluía mercenários contratados por Henrique, parte de seus inquilinos de Bolonha, os quase mil homens da milícia de Londres, a cavalaria flamenca de Guilherme de Ypres e outros apoiadores de Estêvão. O exército da rainha acampou no lado leste de Winchester e prosseguiu para bloquear as forças da imperatriz dentro da cidade. As forças angevinas tinham pouca comida ao contrário do exército lealista. Para enfraquecer o bloqueio, Roberto tentou fortificar a Abadia de Wherwell, alguns quilômetros ao norte da cidade, porém Guilherme conseguiu derrotá-los.

Isso convenceu Roberto que ele precisava deixar Winchester, planejando uma retirada ordenada. O conde Reginaldo da Cornualha e Brian FitzCount lideraram uma guarda avançada para proteger a Imperatriz Matilde. Os angevinos saíram pelo lado oeste de Winchester para a estrada de Salisbury. Alguns quilômetros à frente, a estrada cruzava o Rio Test em Stockbridge.

Logo que os angevinos deixaram a cidade, o exército da rainha atacou. Eles passaram pela retaguarda de Roberto e atacaram o centro. A guarda avançada conseguiu escapar e levou a imperatriz em segurança para Gloucester, porém a rainha destruiu o centro angevino; os únicos sobreviventes fugiram. Roberto manteve a retaguarda até chegar no Test, não podendo mais seguir adiante. Cercado pelos mercenários de Guilherme e com uma ponte lotada de fugitivos, ele e seus homens se renderam.

Resultado[editar | editar código-fonte]

O Tumulto de Winchester foi uma grande derrota para a Imperatriz Matilde. Ele trocou Roberto por Estêvão, que retomou o controle do trono e procurou restabelecer sua autoridade. No final, o filho dela foi coroado Henrique II, porém apenas após a morte de Estêvão em 1154.

Referências

  • Beeler, John (1971). Warfare in Feudal Europe 730-1200. Ithaca: Cornell University Press. ISBN 0-8014-9120-7