Totonacas – Wikipédia, a enciclopédia livre

Totonaca
Totonacas de Papantla, Veracruz, executando o chamado ritual dos voladores.
População total

411 266

Regiões com população significativa
 México (Veracruz)
Línguas
Totonaco e espanhol
Religiões
Catolicismo romano sincrético com ritos tradicionais
Etnia
Nativo americanos

Os totonacas são um povo indígena do México que vivem no estado de Veracruz. Quando os espanhóis chegaram ao México em 1519 encontravam-se dispersos pelas regiões de Puebla, Tabasco e Veracruz. Encontram-se entre os possíveis construtores da cidade pré-colombiana de El Tajín em Veracruz. Outras importantes cidades totonacas foram Cempoala, Xalapa e Papantla. A sua cultura destacava-se pela cerâmica muito variada, escultura em pedra, arquitectura monumental e pela sua avançada concepção urbanística. As línguas totonacas têm cerca de 90 000 falantes.

Geografia e estilo de vida[editar | editar código-fonte]

A região ocupada pelos totonacas denominava-se Totonocapan e estendia-se aproximadamente desde Papantla a norte, até Cempoala a sul. Era uma região quente e húmida. Para além das culturas habituais de milho, feijão, abóbora e pimento era uma região famosa pela produção de âmbar líquido e algodão. Mesmo durante a grande seca do México Central de 1450-1454, esta região permaneceu como importante região agrícola. Neste período, os astecas viram-se forçados a vender-se ou a vender familiares como escravos dos totonacas em troca de milho para a sua subsistência. As mulheres totonacas eram exímias bordadoras e tecelãs; vestiam-se de forma exuberante e adornavam o cabelo com penas. O padre franciscano Bernardino de Sahagún descreve as mulheres totonacas como "muito elegantes" em todos os aspectos da sua aparência. De igual forma, os homens vestiam-se bem, usando adornos como colares, pulseiras, roupas coloridas e aparatos feitos com as preciosas penas de quetzal.

História[editar | editar código-fonte]

Os totonacas encontravam-se organizados numa confederação de cidades, e no princípio do século XVI encontravam-se sob o domínio dos mexicas. Em 1519 deu-se uma reunião entre 30 povos totonacas em Cempoala. Este evento selaria para sempre o seu futuro, bem como o das restantes nações mesoamericanas, pois nesta reunião decidiram aliar-se a Hernán Cortés aos tlaxcaltecas, na conquista de Tenochtitlan, a capital asteca. Os totonacas forneceram 13 000 homens para acompanhar os cerca de 400 de que Cortés dispunha. Os totonacas julgavam poder assim libertar-se do jugo asteca. A cruel realidade, que se revelaria pouco tempo depois, é que após a derrota asteca os totonacas foram obrigados a converter-se ao cristianismo sob ameaça de morte e despojados das suas culturas, acabando muito deles por ser feitos escravos dos espanhóis nas suas próprias terras, sobretudo no cultivo emergente da cana de açúcar. Durante o século XVI seriam dizimados por epidemias de doenças trazidas da Europa pelos conquistadores.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências[editar | editar código-fonte]

  • James Olson, ed. Historical Dictionary of the Spanish Empire, 1402-1975, 1992.
  • I. Bernal and E. Dávalos, Huastecos y Totonacos, 1953.
  • H.R. Harvey and Isabel Kelly, "The Totonac," in Handbook of Middle American Indians, 1969.
  • Isabel Kelly and Ángel Palerm, The Tajín Totonac, 1952.
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