Tadeu de Edessa – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Para para o jogador de futebol americano, veja Joseph Addai.
Santo Adai
São Tadeu de Edessa
Tadeu de Edessa
Abgar recebendo o manto de Tadeu (ícone em pintura eucáustica, Mosteiro de Santa Catarina, Monte Sinai).
Nascimento século I
Edessa
Morte século II
Veneração por Igreja Assíria do Oriente, Igreja Católica Caldéia, Igreja Ortodoxa, Igreja Católica, Igreja Ortodoxa Oriental
Festa litúrgica 5 de agosto
Portal dos Santos

Entre os ortodoxos, Santo Adai foi um discípulo de Cristo[1] enviado pelo apóstolo Tomé para Edessa para curar o Rei Abgar V de Osroena, que estava enfermo. Santo Adai então permaneceu para evangelizar e acabou convertendo Abgar[2] e seu povo, incluindo Santo Aggai e São Maris. Santo Adai também é conhecido como Addeus— ou Thaddeus, que é a razão identificado como sendo um dos Setenta Apóstolos, Tadeu de Edessa. Não se deve confundi-lo porém com São Judas Tadeu.

Ele é considerado um dos primeiros católicos, logo após Tomé. Ele e Santo Mari são acreditados como criadores da Divina Liturgia de Adai e Mari.

História[editar | editar código-fonte]

Ícone de São Tadeu (século X, Mosteiro de Santa Catarina, Monte Sinai)

Doutrina de Adai[editar | editar código-fonte]

A história de Adai, o apóstolo de Edessa, é responsável pelo crescimento das comunidades cristãos no norte da Mesopotâmia e na Síria, a oeste de Antioquia. A identidade de Abgar (ou Agbar) ainda é tema de discussão (veja Abgar V de Edessa). A lenda completa de Adai está compreendida num documento siríaco, a Doutrina de Adai, que reconta o papel de Adai e faz dele um dos Setenta Apóstolos enviados para espalhar a fé cristã, conforme Lucas 10:1–20.[3]

Lenda de Abgar[editar | editar código-fonte]

A lenda de que o Rei Abgar (Abgarus) V de Edessa e Jesus teriam se correspondido foi pela primeira vez escrita no século IV pelo historiador eclesiástico Eusébio[2] e foi recontada de forma bastante elaborada por Efrém da Síria. Na origem da lenda, Eusébio afirma ter visto documentos que supostamente conteriam a correspondência oficial entre Jesus e Abgar e se sentiu suficientemente seguro de sua autenticidade a ponto de citá-los amplamente em sua História Eclesiástica.[4]

Quando a lenda retornou à Síria, o suposto local da imagem milagrosa, ela já tinha sido atrelada a um tecido de capacidades milagrosas[5]: a Doutrina de Adai está repleta de milagres e tem um tom antissemita na confusa história de Protonike[a], consorte de Claudius, em busca da Vera Cruz, do Gólgota e do Santo Sepulcro, todos eles então nas mãos dos judeus.[3]

Morte[editar | editar código-fonte]

Após o Pentecostes, Tadeu (ou Adai) dos Setenta pregou a fé cristã na Mesopotâmia e construiu um igreja por lá, apoiado, segundo algumas hagiografias, por outro Tadeu, Judas, irmão de Jesus. Ele foi mártir por sua fé na região de Artaz no ano de 50 d.C., de acordo com a tradição armênia. Há outras fontes porém que afirmam que ele faleceu em paz em Edessa (ou Berito) em 3 de setembro de 44 d.C.[3]

Novas fontes[editar | editar código-fonte]

Santo Adai aparece em material não ortodoxo também, em dois apocalipses até então desconhecidos, atribuídos a Tiago, o Justo e encontrados na Biblioteca de Nag Hammadi em 1945.[6]

Notas[editar | editar código-fonte]

[a] ^ Protonice ou Protonike, não histórica, a "primeira vitória [do Cristianismo]" só aparece neste contexto. Suas ações fazem dela uma precursora de Helena, mãe de Constantino.[3]

Referências

  1. Sengstock, Mary C. (1982). Chaldean-Americans: Changing Conceptions of Ethnic Identity. [S.l.]: Center for Migration Studies. ISBN 9780913256428 
  2. a b Eusébio de Cesareia. «13». História Eclesiástica. Narrative concerning the Prince of the Edessenes. (em inglês). I. [S.l.: s.n.] 
  3. a b c d "Doctrine of Addai" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  4. "The Legend of Abgar" na edição de 1913 da Enciclopédia Católica (em inglês). Em domínio público.
  5. Walter Bauer (1934). Orthodoxy and Heresy in Earliest Christianity. [S.l.: s.n.] 
  6. Eisenman, Robert (1997). James the Brother of Jesus : The key to Unlocking the Secrets of Early Christianity and the Dead Sea Scrolls. Thaddeus, Judas Thomas and the conversion of the Osrhoeans (em inglês). [S.l.]: Viking Penguin. pp. 189ff 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Precedido por
Bartolomeu, o Apóstolo
Católico do Oriente
Séc. I
Sucedido por
Agai