Subsídio ferroviário – Wikipédia, a enciclopédia livre

Muitos países oferecem subsídios às suas ferrovias por causa dos benefícios sociais e econômicos que ela traz. Os benefícios econômicos podem ajudar muito no financiamento da rede ferroviária. Esses países geralmente também financiam ou subsidiam a construção de estradas e, portanto, efetivamente também subsidiam o transporte rodoviário.

Benefícios sociais e econômicos do transporte ferroviário[editar | editar código-fonte]

As ferrovias canalizam o crescimento para aglomerações urbanas densas e ao longo de suas ramificações. Esses arranjos ajudam a regenerar as cidades, aumentar a receita de impostos locais,[1] aumentar os valores das moradias e incentivar o desenvolvimento de uso misto. Por outro lado, uma política de expansão de rodovias, que é mais típica nos EUA, promove o desenvolvimento de subúrbios, contribuindo para o aumento de quilômetros percorridos por veículos, emissões de carbono, desenvolvimento de espaços verdes e esgotamento de reservas naturais.[2][3]

Ferrovia moderna como indicador de desenvolvimento econômico[editar | editar código-fonte]

Economistas de desenvolvimento europeus argumentaram que a existência de infraestrutura ferroviária moderna é um indicador significativo do avanço econômico de um país: essa perspectiva é ilustrada principalmente pelo Índice de Infraestrutura Básica de Transporte Ferroviário (conhecido como Índice BRTI).[4]

Subsídios por país[editar | editar código-fonte]

Europa[editar | editar código-fonte]

Subsídios ferroviários europeus em euros por passageiro-km para 2008[5]

Os subsídios ferroviários totais da União Europeia ascenderam a 73 mil milhões de euros em 2005.[6]

País Subsídio em bilhões de euros Ano Bilhões de passageiros-km percorridos em 2014[7]
 Alemanha 17,0 2014[8] 79,3
 França 13.2 2013[9] 83,9
 Itália 7.6 2012[10] 39,7
  Suíça 5,8 2012[11] 18,4
 Espanha 5.1 2015[12] 24,5
 Reino Unido 4.4 2016[13] 65,1
 Bélgica 2,8 2012[14] 10,8
 Holanda 2,5 2014[15] 17
 Áustria 3.7 2021 11.4
 Dinamarca 1,7 2008[5] 5,8
 Suécia 1,6 2009[16] 6.1
 Polônia 1,4 2008[5] 11,9
 Irlanda 0,91 2008[5] 1,7

China[editar | editar código-fonte]

Em 2015, os gastos totais domésticos em ferrovias da China foram de US$ 128 bilhões e com estimativa que permaneceriam em uma taxa semelhante para o resto do próximo período de cinco anos do país (2016-2020).[17]

Índia[editar | editar código-fonte]

As ferrovias indianas são subsidiadas por cerca de Rs 2,4 trilhões (US$ 35,8 bilhões), dos quais cerca de 60% vão para trens urbanos e viagens de curta distância.[18][19][20]

Estados Unidos[editar | editar código-fonte]

Os subsídios em 2012 para a Amtrak (sistema ferroviário de passageiros) foram de cerca de US$ 1,4 bilhão.

Rússia[editar | editar código-fonte]

No total, a Russian Railways recebe 112 bilhões de rublos (cerca de US$ 1,5 bilhão) anualmente do governo.[21]

Japão[editar | editar código-fonte]

A rede ferroviária privatizada no Japão requer poucos subsídios. As três maiores empresas, JR East, JR Central e JR-West (que respondem por 60% do mercado de passageiros) não recebem subsídio estatal.[22]  

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. Lewandowski, Krzysztof (2015). «New coefficients of rail transport usage» (PDF). International Journal of Engineering and Innovative Technology (IJEIT). 5 (6): 89–91. ISSN 2277-3754 
  2. Squires, G. Ed. (2002) Urban Sprawl: Causes, Consequences, & Policy Responses. The Urban Institute Press.
  3. Puentes, R. (2008). A Bridge to Somewhere: Rethinking American Transportation for the 21st Century. Brookings Institution Metropolitan Policy Report: Blueprint for American Prosperity series report.
  4. Firzli, M. Nicolas J. (1 de julho de 2013). «Transportation Infrastructure and Country Attractiveness». Revue Analyse Financière. Paris. Consultado em 26 de abril de 2014 
  5. a b c d «ANNEX to Proposal for a Regulation of the European Parliament and of the Council amending Regulation (EC) No 1370/2007 concerning the opening of the market for domestic passenger transport services by rail» (PDF) (COMMISSION STAFF WORKING DOCUMENT: IMPACT ASSESSMENT). Brussels: European Commission. 2013. pp. 6, 44, 45. Arquivado do original (PDF) em 3 de maio de 2013 
  6. «EU Technical Report 2007» 
  7. «Railway Statistics – 2014 Synopsis» (PDF). Paris, France: UIC (International Union of Railways). 2014. Consultado em 8 de novembro de 2015 
  8. «German Railway Financing» (PDF). p. 2. Arquivado do original (PDF) em 10 de março de 2016 
  9. «Efficiency indicators of Railways in France» (PDF) 
  10. «Public Expenditure on Railways in Europe: a cross-country comparison» (PDF). p. 10 
  11. «Facts and arguments in favour of Swiss public transport» (PDF). p. 24. Consultado em 3 de julho de 2016 
  12. «Spanish railways battle profit loss with more investment». 17 de setembro de 2015. Consultado em 10 de março de 2016 
  13. «GB rail industry financial information 2015-16» (PDF). Consultado em 22 de fevereiro de 2017 
  14. «Implementation of EU legislation on rail liberalisation in Belgium, France, Germany and The Netherlands» (PDF) 
  15. «ProRail report 2015» (PDF). p. 30 
  16. «The evolution of public funding to the rail sector in 5 European countries - a comparison» (PDF). p. 6 
  17. «China to Invest $128 Billion in Rail, Push for Global Share». Bloomberg News. 5 de março de 2015 
  18. Kumar, Saurabh (22 de maio de 2019). «Indian Railways stays afloat in FY19, helped by advance freight charges». The Financial Express. Consultado em 21 de abril de 2020 
  19. «Govt defends fare hike, says rail subsidy burden was too heavy». The Times of India 
  20. «Demand for Grants 2022-23 Analysis : Railways» 
  21. «Government support for Russian Railways» 
  22. «Level playing field: EU efforts to break into Japan's rail industry». 3 de novembro de 2014