Suérido – Wikipédia, a enciclopédia livre

Suérido
Etnia Grutunga/Tervinga
Ocupação líder militar

Suérido (em latim: Sueridus) ou Sueridas foi um chefe tribal gótico do século IV, que esteve ativo nas fileiras do exército romano durante o reinado do imperador Valente (r. 364–378).

Vida[editar | editar código-fonte]

Diocese da Ásia ca. 400. A província do Helesponto está ao centro
Soldo do imperador Valente (r. 364–378)

Nada se sabe sobre sua origem ou parentesco. Segundo o historiador Luis A. Garcia Moreno, existe a possibilidade dele ter pertencido à linhagem real dos Rosomonos,[1] cujos membros envolveram-se no episódio da vingança contra o rei grutungo da dinastia dos Amalos Hermenerico (m. 375).[2] Suérido aparece pela primeira vez no começo de 377, quando, segundo Amiano Marcelino, era o comandante, ao lado de Colias, dum pequeno grupo de godos a quem havia sido concedida permissão pelos romanos para invernar em Adrianópolis. De acordo com Amiano, Suérido e seu parceiro tomaram conhecimento da revolta encabeçada pelo nobre tervíngio Fritigerno, mas optaram por manter-se neutros ao "consideraram seu próprio bem-estar a coisa mais importante de todas."[3]

O imperador Valente, temeroso da proximidade entre os rebeldes e o contingente estacionado em Adrianópolis, enviou uma carta ordenando que Colias e Suérido marchassem para leste à província do Helesponto. Ambos solicitaram comida e dinheiro para a jornada, bem como o adiamento da mesma por dois dias para os preparativos. Um magistrado local, furioso pelos danos causados anteriormente pelos godos em sua vila suburbana, reuniu uma multidão armada e incitou-a contra eles. Os cidadãos exigiram que os godos seguissem as ordens e deixassem a cidade imediatamente.[4]

Os homens de Colias e Suérido inicialmente mantiveram-se parados, mas quando foram atacados com maldizeres e projéteis, atacaram e mataram muitos. Os godos então deixaram a cidade e juntaram-se a Fritigerno. A última menção a eles ocorre pouco depois, quando realizaram um cerco mal-sucedido contra Adrianópolis.[5] Apesar disso, Simon MacDowall propõe que estiveram presentes na decisiva Batalha de Adrianópolis de 378 na qual o próprio imperador pereceu.[6]

Para Noel Lenski, embora tenham se subordinado a Fritigerno, muito provavelmente retiveram algum controle pessoal sobre os homens que comandavam originalmente.[7]

Referências

  1. Moreno 2007, p. 347.
  2. Moreno 2007, p. 337.
  3. Amiano Marcelino 397, XXXI.6.1..
  4. Amiano Marcelino 397, XXXI.6.2..
  5. Amiano Marcelino 397, XXXI.6.3-4.
  6. MacDowall 2001, p. 36.
  7. Lenski 2002, p. 332.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Lenski, Noel Emmanuel (2002). Failure of Empire: Valens and the Roman State in the Fourth Century A.D. Berkeley e Los Angeles: California University Press. ISBN 978-0-520-23332-4 
  • MacDowall, Simon (2001). Adrianople AD 378: The Goths Crush Rome's Legions. [S.l.]: Osprey Publishing. ISBN 1841761478 
  • Moreno, Luis A. Garcia (2007). «Prosopography and Onomastics: the Case of the Goths». Prosopography Approaches and Applications: A Handbook. Oxford: University of Oxford Press. ISBN 978-1-900934-12-1