Reivindicação transitória – Wikipédia, a enciclopédia livre

Na teoria marxista, a Reivindicação transitória ou é a realização parcial de uma reivindicação máxima depois de revolução ou uma reivindicação de agitação feito por uma organização socialista com o objectivo de ligar a situação atual para avançar no sentido de seu objetivo de uma sociedade socialista.

Desenvolvimento da abordagem de transição[editar | editar código-fonte]

Historicamente os partidos que aderiram à Segunda Internacional (ou Internacional Socialista) adotaram programas que incluíam as reivindicações mínimas, que acreditava-se poderiam ser satisfeitas pela reforma do Estado burguês, e as reivindicações máximas que só seriam alcançadas com o fim do capitalismo e o início da transição para o comunismo. A ala esquerda da Segunda Internacional rejeitava essa separação entre as reivindicações mínimas e máximas argumentando que o socialismo era iminente e que, portanto, a busca de exigências mínimas, reformas, estava acabando.

O uso de reivindicações transitórias, como parte de um programa de transição foi iniciado no congresso de fundação da Terceira Internacional (ou Internacional Comunista, Comintern) e foi desenvolvido pelos Segundo, Terceiro e Quarto Congressos da Internacional Comunista. No entanto, o quinto e o sexto Congressos viu o Comintern retornar à divisão de suas reivindicações políticas entre reivindicações reformistas, ou mínimas, e revolucionárias ou máximas. A principal diferença é que no Quinto Congresso ambas foram vistas como importantes, mas no Sexto houve uma forte tendência de rejeitar quaisquer demandas mínimas que pudessem ser conseguidas no curto prazo.

Fundamentalmente, o programa radicalizado do Sexto Congresso priorizava as reivindicações máximas em detrimento das reivindicações transitórias. Um grande debate ocorreu no Congresso em relação a este ponto entre Nikolai Bukharin e August Thalheimer o dissidente comunista austríaco que defendia o conceito.

Talvez o mais famoso exemplo de um programa de transição seja: A agonia mortal do capitalismo e as tarefas da IV Internacional (mais conhecido como Programa de Transição [1], adotada pela Quarta Internacional e escrito por Leon Trotsky . Exemplos anteriores incluem A Catástrofe que nos Ameaça e como Combatê-la [2] de Lênin.

A comparação com outras reivindicações[editar | editar código-fonte]

As reivindicações transitórias diferem das utilizadas pelos reformistas (programa mínimo) pois o conjunto de todas as reivindicações democráticas que deveriam ter sido atendidas pelo próprio capitalismo, os governos e a burguesia agora são incapazes de atender, e, portanto, qualquer progresso no sentido de obter uma reivindicação transitória é susceptível de enfraquecer o capitalismo e fortalecer a a classe operária. Ou como o próprio Programa de Transição diz :

A IV Internacional não rejeita as reivindicações do velho programa mínimo, à medida que elas conservaram alguma força vital. Defende incansavelmente os direitos democráticos dos operários e suas conquistas sociais. Mas conduz este trabalho diário ao quadro de uma perspectiva correta, real, ou seja, revolucionária [1].

As reivindicações transitórias diferem das reivindicações que só serão conseguidas após a revolução (um programa máximo), pois necessitariam tanto de condições políticas e econômicas que não poderiam ser realizadas no capitalismo.

Exemplos de reivindicações transitórias seria " emprego para todos " ou " Habitação para todos ", reivindicações que soam razoável para o cidadão comum, mas são praticamente impossíveis para o capitalismo de cumprir.

Referências

  1. a b Trotsky O Programa de Transição The Marxists Internet Archive
  2. V. I. Lenin "The Impending Catastrophe and How to Avoid It (em inglês) Lenin Collected Works, Progress Publishers, 1977, Moscow, Volume 25, pages 323-369.