Prolepse – Wikipédia, a enciclopédia livre

Prolepse, do grego prólepsis "ação de antes", ou "flashforward", numa linguagem mais cinematográfica, é uma figura de linguagem também conhecida como antecipação, na qual ocorre o deslocamento de um termo de uma oração para outra que a precede, com o que adquire excepcional valor. Oposta à analepse, a prolepse é um recurso narrativo através do qual se pode descrever o futuro, um ato futuro, prevendo-o ou anunciando-o antecipadamente.

Aparece em Os Lusíadas, no plano da história de Portugal, bem como no romance A ladeira da memória, de José Geraldo Vieira, em que o primeiro capítulo, na verdade, temporalmente se situaria após o último, de modo que do segundo capítulo em diante trata-se de uma analepse, ou "flashback", se considerarmos o primeiro capítulo como determinante do tempo real do romance.

O livro "Cem anos de solidão" de Gabriel García Márquez abre com prolepse analéptica, isto é, o que o narrador conta são, na verdade, recordações. Por analepse ele 'volta' ao tempo para antecipar, por prolepse, o acontecimento narrado.

Exemplos:

- O próprio ministro diz que não gostou do ato.(Machado de Assis)


Em contrapartida à analepse, está a prolepse, que significa o contrário, até como seus próprios prefixos deixam claro. Da mesma forma que a analepse, prolepse também é uma figura de sintaxe. A diferença é que este último termo em questão vai remeter ao futuro no decorrer do texto e até mesmo prever o futuro. Essa previsão, citada anteriormente, aparece, muitas vezes, num adiantamento dos termos de uma oração, como é o caso de “As pessoas parece que gostam de dramas do cotidiano”. No exemplo em questão, “as pessoas”, que, na ordem direta, apareceria entre “que” e “gostam”, tornando a frase em: “Parece que as pessoas gostam de dramas do cotidiano. Apesar da antecipação dos termos, não há erros, gramaticalmente falando, no período citado. Eduardo Satangua