Paudalho – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: se procura a árvore, veja pau-d'alho.
Paudalho
  Município do Brasil  
Praça Joaquim Nabuco
Praça Joaquim Nabuco
Praça Joaquim Nabuco
Símbolos
Bandeira de Paudalho
Bandeira
Brasão de armas de Paudalho
Brasão de armas
Hino
Gentílico paudalhense[1]
Localização
Localização de Paudalho em Pernambuco
Localização de Paudalho em Pernambuco
Localização de Paudalho em Pernambuco
Paudalho está localizado em: Brasil
Paudalho
Localização de Paudalho no Brasil
Mapa
Mapa de Paudalho
Coordenadas 7° 53' 49" S 35° 10' 48" O
País Brasil
Unidade federativa Pernambuco
Municípios limítrofes Tracunhaém (norte); São Lourenço da Mata, Chã de Alegria, Glória do Goitá e Camaragibe (sul) com Paulista (Pernambuco) e Abreu e Lima (leste), e Lagoa de Itaenga e Carpina (oeste).
Distância até a capital 37 km
História
Fundação 4 de fevereiro de 1811 (213 anos)
Administração
Prefeito(a) Marcello Fuchs Campos Gouveia (PSD, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total [2] 277,796 km²
População total (estatísticas IBGE/2014[3]) 54 547 hab.
Densidade 196,4 hab./km²
Clima Tropical (As')
Altitude 69 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[4]) 0,639 médio
PIB (IBGE/2012[5]) R$ 340 912 mil
PIB per capita (IBGE/2012[5]) R$ 6 518,77
Sítio paudalho.pe.gov.br (Prefeitura)
camara.paudalho.pe.gov.br (Câmara)

Paudalho é um município brasileiro do estado de Pernambuco.

História[editar | editar código-fonte]

A cidade de Paudalho é bem marcada pela história, e suas terras começaram a ser exploradas em fins do século XVI, com o corte do pau-brasil em suas florestas. O nome da cidade de Paudalho surge da derivação de uma grande árvore secular que exalava cheiro completamente semelhante ao do alho que existia na margem direita do Rio Capibaribe, extremo oeste da Cidade, num lugar antes chamado de Itaíba, atualmente onde fica localizada a Ponte de Itaíba, centro da cidade.

A ocupação organizada das terras iniciou com um aldeamento indígena promovido pelos padres franciscanos:[6] aldeia de Miritiba (corruptela do tupi mbiri-tyba, que, no dizer de Teodoro Sampaio, significa juncal). Esta aldeia localizava-se nos extremos de Goiana, Igarassu e Tracunhaém, do lado esquerdo do Rio Capibaribe. Posteriormente a região cresceu sob o impulso do cultivo da cana-de-açúcar e diversos engenhos estabeleceram-se na região. O primeiro registro é do Engenho Mussurepe, instalado por volta de 1630. Na primitiva aldeia indígena estabeleceu-se o Engenho Aldeia, de propriedade de Bartolomeu de Holanda Cavalcânti em 1660.[6]

O povoado de Paudalho surgiu no entorno do engenho Paudalho, de propriedade do português Joaquim Domingos Teles.

A cidade é conhecida por ter feito uma passeata contra o COVID-19 (Coronavírus) em março de 2020, quando existe uma forte campanha internacional para as pessoas ficarem em suas casas evitando aglomerações para não propagar o vírus. A movimentação foi levada a cabo por estudantes e professores, e a ação ainda foi aplaudida pelo Governo Estadual.[7][8]

Cronologia[editar | editar código-fonte]

  • O Alvará Régio de 18 de agosto de 1811 cria a vila de Pao de Alho.[9]
  • A Lei Provincial 86, de 8 de maio de 1840, cria a comarca de Paudalho, denominando-a município.[9]
  • A Lei Provincial 1318, de 4 de fevereiro de 1879, eleva a vila à condição de cidade, com a denominação de Cidade do Espírito Santo.[9]
  • Lei 52, de 3 de agosto de 1892, dispõe sobre a criação do município de Paudalho.[9]
  • O município foi constituído em 3 de abril de 1893, conforme ofício do seu prefeito ao governador do estado, informando o ato.[9]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Localiza-se a uma latitude 07º53'48" sul e a uma longitude 35º10'47" oeste, estando a uma altitude de 69 metros.

A maior parte do relevo do município insere-se nos Tabuleiros Costeiros, que apresentam altitude média de 50 a 100 metros. São compostos por platôs de origem sedimentar, com grau de entalhamento variável, ora com vales estreitos e encostas abruptas, ora abertos com encostas suaves e fundos com amplas várzeas. A leste, parte da área está inserida na unidade geoambiental das Supefícies Retrabalhadas. Os solos constituem-se de Latossolos e Podzólicos nos topos de chapadas e topos residuais; pelos Podzólicos com Fregipan, Podzólicos Plínticos e Podzóis nas pequenas depressões nos tabuleiros; pelos Podzólicos Concrecionários em áreas dissecadas e encostas e Gleissolos e Solos Aluviais nas áreas de várzeas.

Predominam na vegetação a Floresta subperenifólia, com partes de Floresta subcaducifólia, e cerrado/floresta.

O município de Paudalho encontra-se inserido nos domínios da Bacia Hidrográfica do Rio Capibaribe.

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal-IDH-M é de 0,639, que situa o município em 30o no ranking estadual e em 3312o no nacional.

Economia[editar | editar código-fonte]

A economia do município baseia-se na monocultura de cana-de-açúcar para produção de açúcar e etanol, na fabricação de artigos cerâmicos para a construção civil, no turismo com o Pólo de Romaria São Severino dos Ramos e nas granjas de ovos, espalhadas pelas zonas rurais.

Turismo[editar | editar código-fonte]

Paudalho é um grande centro de romaria em Pernambuco, cujo acesso é facilitado por situar-se à margem da rodovia BR-408, que liga o município à cidade do Recife, capital do Estado.

Os romeiros vêm entre setembro e janeiro ao Engenho Ramos, onde está a capela de Nossa Senhora da Luz, cumprir promessas a São Severino dos Ramos. Anexa à capela está a sala dos ex-votos, onde os fiéis depositam peças diversas, em agradecimento a graças alcançadas.

Outro ponto de interesse são as ruínas do Mosteiro de São Francisco,[6] onde vários religiosos se refugiaram quando da ocupação holandesa em Pernambuco. Diversos prédios de interesse histórico são abertos à visitação, como: antigos engenhos; a Ponte de Itaíba, do século XIX, inaugurada pelo Imperador Dom Pedro II; o Bosque de Pau-Brasil; a fábrica de beneficiamento do sal, instalada em prédio do século XVIII; a estação ferroviária (1891); os antigos casarões do início deste século, com detalhes ou fachada em azulejos portugueses; a casa de farinha do Engenho Açougue Velho; o açude Zumbi.

A festa de São Sebastião é a mais movimentada festa popular religiosa, porém o padroeiro da Cidade é o Divino Espírito Santo, com sua matriz localizada próxima à Prefeitura Municipal. Durante o Carnaval, a cidade conta com grupos de maracatu rural, bumba-meu-boi, urso e caboclinhos.

Nele também está localizada a região de Aldeia.

Ver artigo principal: Praça Joaquim Nabuco

Prefeitos da cidade[editar | editar código-fonte]

Ordem Nome Início Término
José Francisco Pinheiro Ramos 1893 1896
Sotero Marques de Araujo Pinheiro 1896 1899
José Francisco Pinheiro Ramos 1900 1903
Antônio Severino Montenegro 15 de novembro de 1903 1907
Abílio Cesar Pessoa de Melo 15 de novembro de 1907 1910
Raul Bandeira de Melo 15 de novembro de 1910 1912
João Leôncio Alves Cavalcante 15 de fevereiro de 1912 1913
Pedro de Alcântara da Silva Coutinho 15 de novembro de 1913 1916
João Cavalcanti de Petribu 15 de novembro de 1916 1919
10° Francisco de Melo Cavalcanti 15 de novembro de 1919 1921
11° Antônio de Barros Pimentel 15 de novembro de 1921 1922
12° Raul Bandeira de Melo 15 de novembro de 1922 1925
13° Antônio de Barros Pimentel 15 de novembro de 1925 1928
14° José Pacheco Leite Filho 15 de novembro de 1928 1930
15° Martiniano de Barros Correia [nota 1][nota 2] 18 de outubro de 1930 1931
16° Severino Maurício Carneiro[nota 1] 2 de maio de 1931 1935
17° Joaquim Corrêa de Oliveira Andrade[nota 1] 10 de julho de 1935 1936
18° José Montenegro[nota 1] 1936 1938
19° Marcelo Gonçalves Peres 1938 11 de dezembro de 1940
20° João Alves da Luz 12 de dezembro de 1940 1943
21° Olimpio Marques de Oliveira 26 de setembro de 1943 1945
22° Jader de Alemão Cisneiros 9 de janeiro de 1945 1946
23° Rubens Antunes da Silva 20 de agosto de 1947 1947
24° Manoel Francisco da Rosa 15 de novembro de 1947 1951
25° Almani de Sá Barreto Sampaio 15 de novembro de 1951 1959
26° Mário do Amaral Montenegro 15 de novembro de 1959 1963
27° José Dantas de Oliveira[nota 3] 15 de novembro de 1963 1964
28° Nivaldo Natalício de Oliveira[nota 4] 22 de junho de 1964[nota 5] 1964
29° José Dantas de Oliveira 22 de outubro de 1964 1966
30° Eufrásio Campos Gouveia[nota 6] 22 de outubro de 1966 1969
31° Herculano Bandeira de Melo Filho 31 de janeiro de 1969 1973
32° Bartolomeu do Rego Cavalcanti 31 de janeiro de 1973 1977
33° José Fidelis da Silva 31 de janeiro de 1977 1983
34° Ulisses Roque da Silva 31 de janeiro de 1983 1988
35º José Pereira de Araújo 1 de janeiro de 1989 1992
36° Eufrásio Campos Gouveia Filho 1 de fevereiro de 1993 1997
37° Ricardo Luis Pessoa Resende 1 de fevereiro de 1997 2001
38°
39°
José Pereira de Araújo 1 de fevereiro de 2001
1 de fevereiro de 2005
2005
2009
40° José Fernando Moreira da Silva 1 de fevereiro de 2009 2012
41° José Pereira de Araújo 1 de fevereiro de 2013 2016
42° Marcello Fuchs Campos Gouveia 1 de janeiro de 2017 2020

Notas

  1. a b c d Em face de movimento revolucionista que teve início em 4 de outubro de 1930, o governo municipal foi exercido por uma junta administrativa composta pelos senhores Severino Mauricio Carneiro, José Texeira Machado e Severino Guedes Pessoa de Vasconcelos até o dia 17 do mesmo mês.
  2. Os prefeitos de 18 de outubro de 1930 a 1936 foram nomeados pelo interventor Dr. Carlos de Lima Cavalcanti.
  3. Afastado do cargo pelo Golpe de 1964.
  4. Presidente da Câmara Municipal, assumiu interinamente.
  5. Motivo, segundo Ata da Câmara dos Vereadores: cassação dos mandatos dos prefeitos anteriores.
  6. Interventor

Referências

  1. http://www.aulete.com.br/paudalhense Dicionário Aulete
  2. IBGE (10 de outubro de 2002). «Área territorial oficial». Resolução da Presidência do IBGE de n° 5 (R.PR-5/02). Consultado em 5 de dezembro de 2010 
  3. «Estimativa Populacional 2014». Estimativa Populacional 2014. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Agosto de 2014. Consultado em 29 de agosto de 2014 
  4. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil». Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 9 de setembro de 2013 
  5. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2012». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 dez. de 2014 
  6. a b c História de Paudalho
  7. «Secretaria de Educação de Pernambuco» 
  8. «Passeata contra o coronavírus? Sim, aconteceu em Pernambuco». 20 de março de 2020 
  9. a b c d e *CEHM-FIAM. Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios do Interior de Pernambuco. Recife: Centro de Estudos de História Municipal,1994.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • CEHM-FIAM. Calendário Oficial de Datas Históricas dos Municípios do Interior de Pernambuco. Recife: Centro de Estudos de História Municipal,1994.
  • SOARES,Severino. Paudalho Terra dos Engenhos. Recife: Avellar, 1990.

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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