Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes – Wikipédia, a enciclopédia livre

Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes
(IHGT)
Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes
Sobrado Ramalho de Tiradentes, no qual está instalado o IHGT
Tipo Instituto Histórico e Geográfico
Fundação 19 de janeiro de 1977
Estado legal Ativa
Propósito Estudo da história local, proteção do patrimônio histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, geográfico e cultural da região do Rio das Mortes.
Sede Sobrado Ramalho, Rua da Câmara, nº 124 (esquina com a Rua Direita), Tiradentes - MG
Filiação Prefeitura Municipal de Tiradentes
Fundador(a) Josafá Pereira Filho
Sítio oficial http://ihgt.blogspot.com
https://www.facebook.com/ihgti

O Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes (IHGT) é uma entidade de utilidade pública municipal e estadual, criada em 1977 pela Prefeitura Municipal da cidade de Tiradentes (MG) e posteriormente emancipada como entidade autônoma com estatutos próprios, sendo uma das principais entidades de utilidade pública desse município. Seu objetivo é estudar a história local, proteger o patrimônio histórico, artístico, paisagístico, arqueológico, geográfico e cultural da região do Rio das Mortes. Custodia acervos documentais ligados à história local e promove concursos histórico-literários, seminários sobre história local e exposições de arte e documentos.[1][2]

Histórico[editar | editar código-fonte]

O Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes foi criado pelo Decreto Municipal nº 200, de 19 de janeiro de 1977 (sendo Prefeito Municipal o Dr. Josafá Pereira Filho), com parecer nº 2.230 favorável do Conselho Federal de Cultura em 16 de setembro de 1976. Posteriormente o IHGT tornou-se entidade autônoma, com a aprovação dos estatutos sociais. Foi declarado de utilidade pública municipal por meio da Lei Municipal nº374, de 15 de dezembro de 1977 e de utilidade pública estadual por meio da Lei estadual nº 11.764, de 17 de janeiro de 1993. [1]

Desde sua criação, mantém reunião ordinária mensal no terceiro domingo de cada mês e sessões solenes anuais em 19 de janeiro (aniversário do IHGT e da cidade de Tiradentes) e 21 de abril (dia de Tiradentes).[1][3]

Cidade de Tiradentes, na qual funciona o IHGT.

Instalações e acervo[editar | editar código-fonte]

O Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes funciona em sala do Sobrado Ramalho (imóvel histórico de Tiradentes pertencente ao IPHAN), cedida para tal fim.[4] O Sobrado Ramalho, que possui esse nome por ter pertencido à família Ramalho, especialmente ao maestro Joaquim Ramalho (diretor da Orquestra e Banda Ramalho de 1900 a 1963), também abriga, além do IPHAN e do IHGT, a sede da Sociedade dos Amigos de Tiradentes e a Sociedade Orquestra e Banda Ramalho (SOBR).[5]

O IHGT possui biblioteca, o arquivo Fernand Jouteux,[6][7] o arquivo da coletoria estadual (1890-1972), arquivo de fotografias e obras de arte, como o quadro representando a Justiça, Deusa Astréia (1824), de Manoel Victor de Jesus, Cabeça de Tiradentes (1894) de Alberto Delpino e um oratório com crucifixo, provenientes da sala de júri do fórum de Tiradentes. A mesa de reuniões, de 1890, também provém do antigo Fórum.[1]

Mapa
Localização do Sobrado Ramalho, no qual funciona o IHGT, na Rua da Câmara, nº 124 (esquina com a Rua Direita), Tiradentes - MG

O IHGT possui 27 cadeiras de sócios efetivos, 50 de sócios correspondentes e 20 de sócios honorários.[1][2]

Olinto Rodrigues dos Santos Filho com Paulo Castagna, junto ao arquivo Fernand Jouteux, no Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes (IHGT).

Institutos históricos e geográficos do Brasil[editar | editar código-fonte]

Os institutos históricos e geográficos do Brasil foram as principais instituições brasileiras de pesquisa, memória, difusão do conhecimento sobre história e geografia do país, constituição e proteção de acervos históricos anteriores à criação das universidades, arquivos históricos, institutos de pesquisa e periódicos científicos no século XX. Sucederam as academias literárias do Brasil que existiram no século XVIII e primeira metade do século XIX (algumas das quais tiveram a finalidade de construir histórias da América Portuguesa) e somaram-se às sociedades científicas fundadas no Brasil no século XX.[8][9][10]

Os primeiros institutos históricos e geográficos do Brasil foram o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (Rio de Janeiro, 1838), o Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (Recife, 1862) e o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas (Maceió, 1869) e o primeiro periódico publicado por esse tipo de instituição foi a Revista do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, originalmente denominada Revista Trimestral do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.[11] A partir de então surgiram, no Brasil, dezenas de institutos históricos e geográficos, representando províncias/estados ou municípios, além de instituições congêneres relacionadas à história, geografia, genealogia e cultura.

Ao longo do século XX, com o surgimento das universidades e instituições governamentais de pesquisa, os institutos históricos e geográficos do Brasil perderam a hegemonia do conhecimento nessas áreas, porém tornaram-se importantes instituições de pesquisa, memória e difusão do conhecimento sobre história e geografia de municípios e estados brasileiros, somando-se às universidades nessa tarefa.[8]

A partir do final do século XX, os institutos históricos e geográficos do Brasil passaram a ter maiores dificuldades em sua manutenção, por depender principalmente do seu patrimônio, da contribuição dos seus associados e do apoio de outras instituições. Por isso, alguns sistemas de governo da atualidade estão criando formas de proteção aos institutos históricos e geográficos estaduais ou municipais, como é o caso do Estado de São Paulo, que aprovou em 2019 um auxílio aos seus institutos históricos e geográficos.[12] Além disso, já existe uma mobilização de tais instituições do Brasil, no sentido de criar uma rede de integração e colaboração, visando seu fortalecimento, desenvolvimento, compartilhamento de soluções e adaptação aos modos de vida no século XXI.[8]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b c d e Sobre; Galeria; Álbuns; Favoritos; Exposições; Grupos; Batista, Rodolfo L. L. Rodolfo; desconhecido, Meldelen Nome real; Nascimento, David I. David. «Instituto Histórico Geográfico de Tiradentes». Flickr. Consultado em 28 de março de 2019 
  2. a b «Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes». ihgt.blogspot.com. Consultado em 28 de março de 2019 
  3. Costa, Samuel. «Instituto Histórico de Geográfico de Tiradentes vai eleger nova diretoria». Home. Consultado em 28 de março de 2019 
  4. «Página - IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional». portal.iphan.gov.br. Consultado em 28 de março de 2019 [ligação inativa]
  5. «Pousadas, restaurantes e artesanato em Tiradentes-MG». www.tiradentesvirtual.com. Consultado em 29 de março de 2019 
  6. Ihgt (13 de dezembro de 2012). «Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes: Breve História do Maestro Fernand Jouteux». Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes. Consultado em 29 de março de 2019 
  7. Paulo Castagna (18 de março de 2019). Inventário da Coleção Fernand Jouteux do Centro de Referência Musicológica José Maria Neves (F-CEREM) (em Portuguese). [S.l.: s.n.] 
  8. a b c «Guardiões da memória: Institutos históricos e geográficos completam 120 anos». Consultado em 31 de março de 2019 
  9. Fortuna, Cláudia Prado (4 de agosto de 2007). «Os institutos históricos e geográficos e alguns discursos sobre os negros na história da nação». Patrimônio e Memória. 7 (1): 101–117. ISSN 1808-1967 
  10. Callari, Cláudia Regina (2001). «Os Institutos Históricos: do Patronato de D. Pedro II à construção do Tiradentes». Revista Brasileira de História. 21 (40): 59–82. ISSN 0102-0188. doi:10.1590/S0102-01882001000100004 
  11. Litoral, Folha do. «Institutos Históricos e Geográficos no Brasil». folhadolitoral.com.br. Consultado em 31 de março de 2019 
  12. «Aprovado projeto de auxílio a institutos históricos e geográficos». www.al.sp.gov.br. Consultado em 31 de março de 2019