Teoria de género – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Nota: Não confundir com Teoria queer, nem com Identidade de gênero.
O popular infográfico chamado de genderbread (gênero-biscoito) foi considerado uma ilustração da ideologia de gênero[1]

Teoria de gênero, também chamada de ideologia de gênero, é um termo criado no meio conservador católico para se referir aos estudos de gênero, pós-feminismo e pós-generismo.[2] Aqueles que usam essa expressão argumentam que os estudos de gênero fundamentam uma conspiração que visa destruir "a família" e uma “ordem natural” que fundamenta a sociedade.[3][4] O termo também é utilizado por pós-estruturalistas e pós-modernistas, como contra-ataque, para se referir ao generismo crença de que se deve reforçar os papéis sociais de gênero de acordo com a designação sexual,[5][6][7][8] bem como o machismo e o sexismo.[9][10][11]

A ideia da ideologia de gênero tem sido descrita como um pânico moral[12][13] ou uma teoria conspiratória que alega que existe um uma conspiração global para minar a sociedade.[14][15] Ela também é aplicada como retórica anti-LGBT ou antifeminista em geral.[16][17]

Brasil[editar | editar código-fonte]

No Brasil, a Igreja Católica tem um papel importante na difusão da teoria.[18] O termo ideologia de gênero foi empregado no país pela primeira vez pelo arcebispo católico Orani Tempesta e foi popularizado pelo padre Paulo Ricardo. Tempesta define gênero como técnica marxista, que objetiva, junto aos partidos de esquerda e fundações internacionais, através do sistema educacional destruir os valores familiares.[19][18] Neopentecostais, como Damares Alves e Silas Malafaia,[20] também ajudaram a difundir o termo.[21][22][23]

Projetos de lei, propostos por defensores da Escola sem Partido, visam a proibir a educação sexual nas escolas, bem como o uso neolinguístico de flexão de gênero para neutralizar palavras e a discussão sobre gênero.[24][25][26][27][28] Em abril de 2020, o STF determinou inconstitucionalidade nessas propostas.[29] Outros projetos foram apresentados para a proibição do gênero neutro.[30][31][32][33][34] E, em Santa Catarina, a linguagem neutra já foi proibida em escolas públicas e privadas.[35][36] Além disto, existem projetos para a proibição desta em ao menos outros 22 estados.[37][38][39] Profissionais da educação que usam a linguagem não sexista vêm sofrido perseguição desde então.[40][41][42]

Criticismo de gênero[editar | editar código-fonte]

Feministas que se opõem ao "culto" ou a "veneração" de gênero tendem a se identificar como "críticas de gênero" (do inglês, gender critical).[43] TERFs também usam lobby trans,[44] similar a lobby gay, tratando como uma teocracia de gênero,[45] como causa que seria apoiada pelo ativismo pelos direitos transgêneros e transfeminismo,[46][47] vista como algo masculinista, que também é replicada por conservadores de direita.[48][49][50][51][52][53][54]

Críticos de gênero também são contra o ativismo queer, eles reconhecem gênero como as regras de gênero, um sistema inerentemente patriarcal de opressão e misoginia, logo a diferença de gênero e sexo acontece diferente, gênero seria o advento da socialização feminina ou masculina, sendo a "realidade" vivida por homens ou mulheres.[55][56][57][58][59][60]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

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Bibliografia[editar | editar código-fonte]

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