Guilherme Embriaco – Wikipédia, a enciclopédia livre

Guilherme Embriaco
Guglielmo Embriaco
Guilherme Embriaco
Guilherme Embriaco retratado na fachada principal do Palazzo San Giorgio em Génova
Nascimento cerca de 1040
Génova
Nacionalidade Genovês
Ocupação Mercador, condotiero

Guilherme Embriaco (Guglielmo Embriaco em italiano), cognominado Cabeça de Macete (nascido em Génova, a c.1040) foi um mercador e condotiero da República de Génova que teve um papel de destaque no estabelecimento dos estados cruzados no Levante.

Provavelmente nascido no final da década de 1030, notabilizou-se quando, acompanhado do seu irmão Primo di Castello em uma expedição privada, aportou em Jafa em Junho de 1099 com uma esquadra de galés: duas, segundo os Annales do cronista genovês Caffaro di Rustico da Caschifellone, seis ou nove segundo Raimundo de Aguilers.

Mapa dos estados cruzados no Levante a cerca do ano de 1100

Inicialmente os condotieros marcharam para sul em direcção a Ascalão, mas um exército fatímida forçou-os a afastarem-se do mar e encontrarem a Primeira Cruzada no Cerco de Jerusalém. Para além de ajudarem a reabastecer o campo cruzado, os genoveses desmantelaram os seus navios de forma a usar a madeira para construir torres de cerco, decisivas para a conquista da cidade a 15 de Julho. Foi durante esta acção que Guilherme foi cognominado Caputmallei ou Testadimaglio (Cabeça de Macete em português).

Embriaco auxiliou os cruzados na conquista de Jafa e depois, com 200-300 homens, na batalha de Ascalão a 12 de Agosto, onde comandou um contingente naval junto à costa do Mediterrâneo. Ao voltar a Génova a 24 de Dezembro, com cartas do Protector do Santo Sepulcro Godofredo de Bulhão e do patriarca latino de Jerusalém Dagoberto of Pisa, foi o portador das notícias do sucesso da cruzada e de um urgente pedido de reforços para o reino recém-criado.

A Compagna atribuiu-lhe então o título de consul exercitus Ianuensium (cônsul do exército genovês) e voltou a enviá-lo com uma frota de 26 ou 27 galés, 4 a 6 cargueiros e 3 000-4 000 homens. Embarcou a 1 de Agosto de 1100, transportando o novo legado papal, o cardeal-bispo de Óstia.

Ao chegar à Terra Santa, Embriaco encontrou-se com o agora rei Balduíno I de Jerusalém em Laodiceia, planeando juntos uma campanha militar para a próxima Primavera. Depois de passar o Inverno nessa cidade, enfrentando corsários sarracenos em diversas escaramuças, em Março de 1101 dirigiu-se até Jafa, esquivando-se de uma numerosa frota egípcia perto de Haifa.

Aportado em Jafa na segunda-feira de Páscoa, acompanhou Balduíno até Jerusalém para celebrar a festa cristã e visitar o rio Jordão. Com a promessa de um terço do saque da campanha para os seus condotieros partiu para Arçufe, que seria conquistada após três dias, a 9 de Maio. Cesareia Marítima resistiu até 17 de Maio, e depois cerca de 1000 mercadores árabes refugiados na mesquita pagaram um resgate aos genoveses para a sua libertação e segurança.

Embriaco voltou a embarcar em Julho depois de acordar um tratado com Tancredo da Galileia. Encontrou uma frota bizantina nas ilhas Jónicas e aportou em Corfu para enviar embaixadores a Constantinopla. Chegou em triunfo à sua cidade natal em Outubro e em Fevereiro de 1102 seria eleito cônsul, ocasião que marca o último registro da sua pessoa.

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • Blu come il mare: Guglielmo e la saga degli Embriaci, Gabriella Airaldi, ed. Fratelli Frilli, Génova, 2006 (ISBN 88 7563 174 3)