Crónica (historiografia) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Uma crónica (português europeu) ou crônica (português brasileiro) é um relato de eventos históricos em ordem temporal. A palavra é oriunda do latim chronica, que por sua vez está relacionada ao grego chrónos (tempo).[1] As crónicas históricas originaram-se na Antiguidade, e foram comuns na Idade Média e Renascimento europeu.[1]

Definição[editar | editar código-fonte]

Os conceitos de "história", "crónica" e "anais" em parte se confundem. Entretanto, originalmente, uma "crónica" difere de uma "história" no sentido em que a crónica é uma enumeração relativamente rígida dos eventos, ou seja, é dominada pela cronologia, enquanto uma história é uma forma mais literária, em que os eventos descritos são selecionados cuidadosamente para transmitir uma ideia específica.[2] Anais, por outro lado, são uma lista de anos com pouca informação associada.[2] Os cronistas históricos na Idade Média frequentemente escreviam com profundidade e eloquência, de maneira que na prática os conceitos de "história" e "crónica" se confundem.[2]

Características[editar | editar código-fonte]

Os acontecimentos históricos narrados nas crónicas seguem a ordem em que ocorreram. Algumas são obra de testemunhas oculares ou contemporâneas, mas outras são escritas muito tempo depois dos eventos que descrevem e podem ou não ser fantasiosas. Os eventos abrangidos por uma crónica podem referir-se a uma região, um país, o reinado de um determinado rei (por exemplo a Crónica de Jaime I ou a Crónica de el-rei D. João I) um evento importante (por exemplo a crónica da tomada de Constantinopla de Godofredo de Vilearduin), ou a vida de uma personalidade importante (por exemplo a Crónica do Infante Santo D. Fernando ou a Crónica do Condestável).

Na Europa, as primeiras crónicas foram escritas em latim, entre a Antiguidade e o início da Idade Média. Ao longo da época medieval houve uma tendência a que os cronistas adotassem a língua vernácula de cada região para a redação de suas obras. Grandes crónicas foram redatadas em francês, alemão, castelhano, catalão e outras línguas.

Em Portugal, a produção de crónicas em língua portuguesa tomou grande impulso no século XIV com a Crónica Geral de Espanha de 1344, da autoria de Pedro Afonso, conde de Barcelos. No século XV o principal cronista foi Fernão Lopes, autor de diversas crónicas dedicadas ao reinado dos primeiros reis portugueses.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. a b Merriam-Webster's encyclopedia of literature. Merriam-Webster, 1995. ISBN 0877790426 [1]
  2. a b c Antonia Gransden. Legends, traditions, and history in medieval England. Continuum International Publishing Group, 1992 ISBN 1852850167 [2]
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