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Francisco Velhinho Correia
Francisco Velhinho Correia
Nome completo Francisco Gonçalves Velhinho Correia
Dados pessoais
Nascimento 6 de outubro de 1882
Lagos
Morte 22 de outubro de 1943 (61 anos)
Lagos
Vida militar
País português
Força Exército
Hierarquia Tenente-Coronel
Honrarias Graus de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo, Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, e Oficial da Ordem Militar de Avis
Cruz de Guerra

Francisco Gonçalves Velhinho Correia CvCOAOSE (Lagos, 6 de Outubro de 1882 — 22 de Outubro de 1943) foi um professor, político e militar português.

Com passagens por Guiné-Bissau e Macau e veterano da Primeira Guerra Mundial, Velhinho Correia viria ser ministro do Comércio e ministro das Finanças.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Nascimento[editar | editar código-fonte]

Francisco Gonçalves Velhinho Correia nasceu, a 6 de Outubro de 1882, no concelho de Lagos, no distrito de Faro.[1][2]

Carreira militar, profissional e política[editar | editar código-fonte]

Aos 16 anos tornou-se praça, tendo atingido pouco depois o posto de segundo sargento.[2] No entanto, não esteve, inicialmente, interessado em seguir a carreira militar, motivo pelo qual, poucos meses depois, deixou o serviço militar para se dedicar à contabilidade numa fábrica.[2] Após alguns meses, decidiu continuar a carreira das armas, tendo sido integrado no serviço activo.[2]

Concluiu, em seguida, os estudos liceais para poder concorrer ao Instituto Comercial de Lisboa; após frequentar esta instituição, esteve na Escola do Exército, onde tirou o curso de Administração Militar.[2] Depois de terminar este curso, e ainda como aspirante, foi nomeado para o posto de químico da manutenção militar.[2] Em seguida, começou a dar explicações para o curso dos liceus, mas a sua saúde começou a mostrar sinais de debilidade, pelo que, para se curar, permaneceu em Davos, na Suíça, durante cerca de 18 meses.[2]

O seu regresso a Portugal, então já com a patente de alferes, coincidiu com a Implantação da República Portuguesa, regime que apoiou.[2] Ficou pouco tempo em Lisboa, tendo sido destacado para Bolama, na Guiné Portuguesa, com o posto de tenente; no entanto, foi atingido pela febre amarela, pelo que teve de regressar a Lisboa.[2]

Após ter recuperado, tornou-se director de um jornal republicano em Macau.[2]

Em 1917, foi voluntário na Primeira Guerra Mundial, com o posto de capitão; em 9 de abril deste ano, distinguiu-se por ter salvo, debaixo de fogo inimigo, um cofre que se encontrava à sua responsabilidade.[2] Devido aos seus feitos durante a guerra, foi condecorado com a Medalha da Cruz de Guerra.[2] Durante o conflito, foi ferido na face enquanto comandava um comboio automóvel.[2] Atingiu o posto de Tenente-coronel.[2]

Velhinho Correia foi deputado entre 1918 e 1925, no parlamento português,[1] inicialmente por Macau e depois pelo Algarve.[2]

Ministro do Comércio (1920) e Ministro das Finanças (1923),[1] notabilizou-se por fazer a ligação ferroviária até Lagos e criar a Junta Autónoma do Porto de Lagos.[2]

Na docência foi professor na Escola Superior Colonial e Escola Militar.[2]

Velhinho Correia ainda Professor catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e da Escola do Exército.[1]

Apesar de ser membro da Maçonaria, foi procurador à Câmara Corporativa, nas três primeiras legislaturas deste órgão, desde 1935 até à sua morte, em 1943.[1][2]

Falecimento[editar | editar código-fonte]

Faleceu em 22 de Outubro de 1943.

Homenagens[editar | editar código-fonte]

Placa toponímica da Rua Francisco Velhinho Correia, na cidade de Lagos.

Francisco Velhinho Correia foi honrado com o grau de Cavaleiro da Ordem Militar de Cristo em 28 de Junho de 1919, Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada em 20 de Maio de 1920, e Oficial da Ordem Militar de Avis em 5 de Outubro de 1926.[3]

Em 16 de Agosto de 2000, a Câmara Municipal de Lagos colocou o nome de Francisco Velhinho Correia numa rua da cidade.[2][4]

Obras[editar | editar código-fonte]

  • Problemas económicos e coloniais: Uma carreira portuguesa de navegação para o oriente: suas influência na economia do país. Lisboa: Livraria Ferreira, 1916.
  • O ensino e a educação em Portugal (1907)
  • Carta aberta ao "Progresso" (1915)
  • Carta Aberta: rectificação (1915)
  • O ensino e a educação em Portugal (1907)

Bibliografia[editar | editar código-fonte]

  • FERRO, Silvestre Marchão (2007). Vultos na Toponímia de Lagos 2ª ed. Lagos: Câmara Municipal de Lagos. 358 páginas. ISBN 972-8773-00-5 

Referências

  1. a b c d e Tavares Castilho, J. M. «Nota biográfica de Francisco Gonçalves Velhinho Correia» (pdf). Os Procuradores da Câmara Corporativa (1935-1974). Assembleia da República. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s FERRO, 2007: 126-127
  3. «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca e análise de "Francisco Gonçalves Velhinho Correia". É referido um "Coronel Francisco Gonçalves Correia Velhinho" o que pode gerar confusão. Sítio oficial da Presidência da República Portuguesa. Consultado em 4 de janeiro de 2013 
  4. «Freguesia de Santa Maria» (PDF). Câmara Municipal de Lagos. Consultado em 22 de Dezembro de 2018. Arquivado do original (PDF) em 22 de Fevereiro de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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