Primeira República Portuguesa – Wikipédia, a enciclopédia livre



República Portuguesa

1910 – 1926
Flag Brasão
Bandeira Brasão de Armas
Lema nacional
"Ordem e Trabalho"
Hino nacional
A Portuguesa
noicon


Localização de Portugal
Localização de Portugal
Continente Europa
Região Europa meridional
País Portugal
Capital Lisboa
Língua oficial Português
Religião Estado laico
Governo República Parlamentarista
Presidente
 • 1910 Teófilo Braga (não eleito)
 • 1911 Manuel de Arriaga (primeiro eleito)
 • 1925-1926 Bernardino Machado (último)
Presidente do Ministério
 • 1911 João Chagas (primeiro)
 • 1925-1926 António Maria da Silva (último)
Legislatura Congresso da República
 • Câmara Alta Senado da República
 • Câmara Baixa Câmara dos Deputados
Período histórico Século XX
 • 5 de Outubro de 1910 Implantação da República Portuguesa
 • 21 de Agosto de 1911 Constituição
 • 19 de janeiro de 1919 Proclamação da Monarquia do Norte
 • 28 de Maio de 1926 Golpe de 1926
População
 • 1911 est. 5 969 056 
 • 1920 est. 6 032 991 
Moeda Real (1910–1911)
Escudo português
(1911–1926)

A Primeira República Portuguesa (também referida como República Parlamentar) e cujo nome oficial era apenas República Portuguesa, foi o sistema político vigente em Portugal após a queda da Monarquia Portuguesa, entre a revolução republicana de 5 de outubro de 1910 e o golpe de 28 de maio de 1926, que deu origem à Ditadura Militar, mais tarde Ditadura Nacional e posteriormente Estado Novo.

Foi caracterizada pelas lutas entre o governo e a Igreja Católica,[1] assim como, por divergências internas entre os mesmos republicanos, maçons e carbonários,[2] que originaram a revolução de 5 de Outubro.

Neste período de 16 anos houve sete parlamentos, oito presidentes da República, 45 governos, 40 chefias de governo (um presidente do Governo Provisório e 38 presidentes do Ministério), duas presidências do Ministério que não chegaram a tomar posse, dois presidentes do Ministério interinos, uma junta constitucional, uma junta revolucionária e um ministério investido na totalidade do poder executivo. Foi pródiga em convulsões sociais e crimes públicos e políticos.

A República[editar | editar código-fonte]

No que diz respeito à Revolução de Outubro de 1910, vários estudos valiosos foram feitos,[3] o primeiro entre os quais classifica a tese polémica de Vasco Pulido Valente. Este historiador postulou a natureza jacobino e urbana da revolução levada a cabo pelo Partido Republicano Português e afirmou que o PRP tinha transformado o regime republicano numa ditadura de facto.[4] Esta visão colide com uma interpretação mais antiga da Primeira República como um regime progressista e cada vez mais democrático que apresentou um claro contraste com a Ditadura de Salazar. [Oliveira Marques, 1991]

Uma Constituição republicana foi aprovada em 1911, inaugurando um regime parlamentar com poderes presidenciais reduzidos e duas câmaras do parlamento.[5] A constituição geralmente concedia liberdades civis plenas, as liberdades religiosas dos católicos eram uma exceção.[6]

Religião[editar | editar código-fonte]

A Primeira República foi intensamente anticlerical. Os líderes da República eram secularistas e, na verdade, estavam seguindo a tradição liberal de desestabilizar o poderoso papel que a Igreja Católica já exerceu. O historiador Stanley Payne aponta: "A maioria dos republicanos assumiu a posição de que o catolicismo era o inimigo número um do radicalismo individualista de classe média e deve ser completamente quebrado como fonte de influência em Portugal".[7] Sob a liderança de Afonso Costa, o ministro da justiça, a revolução imediatamente atacou a Igreja Católica: igrejas foram saqueadas, conventos foram atacados e clero foi assediado. Mal havia sido instalado o governo provisório quando começou a dedicar toda a sua atenção a uma política anti-religiosa, apesar da desastrosa situação económica. Em 10 de outubro — cinco dias após a inauguração da República — o novo governo decretou que todos os conventos, mosteiros e ordens religiosas seriam suprimidos. Todos os moradores de instituições religiosas foram expulsos e seus bens confiscados. Os jesuítas foram forçados a perder sua cidadania portuguesa. Uma série de leis e decretos anticatólicos se sucederam em rápida sucessão. No dia 3 de novembro, uma lei legalizando o divórcio foi aprovada e depois houve leis para reconhecer a legitimidade das crianças nascidas fora do casamento, autorizar a cremação, secularizar os cemitérios, suprimir o ensino religioso nas escolas e proibir o uso da batina. Além do que, além do mais, o toque dos sinos da igreja para sinalizar os tempos de adoração foi sujeito a certas restrições, e a celebração pública das festas religiosas foi suprimida. O governo também interferiu na realização de seminários, reservando o direito de nomear professores e determinar currículos. Toda esta série de leis de autoria de Afonso Costa culminou na Lei da Separação do Estado das Igrejas aprovada por decreto com força de lei, de 20 de Abril de 1911.[8]

Os republicanos eram anticlericais e tinham uma abordagem "hostil" à questão da separação entre a Igreja e o Estado, como a da Revolução Francesa, e a futura Constituição Mexicana de 1917 e a Constituição Espanhola de 1931.[9] Em 24 de maio de 1911, o Papa Pio X publicou a encíclica Iamdudum que condenava o anticlericalismo da nova república pela privação das liberdades civis religiosas e pela "incrível série de excessos e crimes que foram promulgados em Portugal para a opressão da Igreja".[10]

Os partidos políticos[editar | editar código-fonte]

O PRP teve que suportar a secessão de seus elementos mais moderados, que formaram partidos republicanos conservadores, como o Partido Evolucionista e a União Republicana. Apesar dessas divisões, o PRP, liderado por Afonso Costa, preservou seu domínio, em grande parte devido a uma marca de políticas clientelistas herdadas da monarquia.[11] Em vista dessas táticas, várias forças da oposição recorreram à violência para aproveitar os frutos do poder. Há poucos estudos recentes deste período da existência da República, conhecida como a República "antiga". No entanto, um ensaio de Vasco Pulido Valente, derivado da sua tese de doutoramento em Oxford, deve ser consultado,[12] assim como se mostra útil a tentativa de estabelecer o respectivo contexto político, social e económico que Manuel Villaverde Cabral realizou (1988).

A República repeliu um ataque monarquista a Chaves em 1912.

Veja Também: Portugal na Primeira Guerra Mundial

O PRP considerou a eclosão da Primeira Guerra Mundial como uma oportunidade única para alcançar uma série de objetivos: pôr fim às ameaças gémeas de uma invasão espanhola de Portugal e da ocupação estrangeira das colónias e, no nível interno, criar uma consenso nacional em torno do regime e até mesmo em torno do partido.[13] Estes objetivos domésticos não foram atingidos, uma vez que a participação no conflito não foi objeto de um consenso nacional e, portanto, não serviu para mobilizar a população. Ocorreu exatamente o oposto: as linhas existentes de fratura política e ideológica foram aprofundadas pela intervenção de Portugal na Primeira Guerra Mundial.[14] A falta de consenso em torno da intervenção de Portugal, por sua vez, tornou possível o surgimento de duas ditaduras, lideradas pelo general Pimenta de Castro (janeiro-maio de 1915) e Sidónio Pais (dezembro de 1917 a dezembro de 1918).

A "República Nova"[editar | editar código-fonte]

O Sidonismo, também conhecido como Dezembrismo, despertou um forte interesse entre os historiadores, em grande parte como resultado dos elementos da modernidade que ele continha.[15][16][17][18][19][20] António José Telo deixou claro o modo como este regime antecedeu algumas das soluções políticas inventadas pelas ditaduras totalitárias e fascistas das décadas de 1920 e 1930.[21] Sidónio Pais levou a cabo o resgate dos valores tradicionais, nomeadamente o da 'Pátria', e tentou governar de forma carismática. A mudança foi feita para abolir partidos políticos tradicionais e alterar o modo existente de representação nacional no Parlamento (o que, dizia-se, agravava divisões no seio da Pátria), através da criação de um Senado corporativo, a fundação de um partido único (o Partido Nacional Republicano, não oficialmente chamado de Partido Sidonista), e a atribuição de uma função mobilizadora ao Líder. O Estado esculpiu para si um papel economicamente intervencionista, reprimindo, ao mesmo tempo, os movimentos operários e os republicanos de esquerda. Sidónio Pais também tentou restaurar a ordem pública e superar, finalmente, algumas das fendas do passado recente, tornando a República mais aceitável para os monarquistas ("monárquicos", ainda hoje, em Português Europeu) e católicos.

Retorno para a "República Velha"[editar | editar código-fonte]

O vácuo de poder criado pelo assassinato de Sidónio Pais[22] em 14 de dezembro de 1918 levou o país a uma breve guerra civil. A restauração da monarquia foi proclamada no norte de Portugal, como a Monarquia do Norte, em 19 de janeiro de 1919 e, quatro dias depois, uma insurreição monarquista eclodiu em Lisboa. Um governo republicano de coligação, liderado por José Relvas, coordenou a luta contra os monarquistas com unidades leais do exército e civis armados. Após uma série de confrontos, os monarquistas foram definitivamente expulsos do Porto em 13 de fevereiro de 1919. Esta vitória militar permitiu ao PRP retornar ao governo e emergir triunfante das eleições realizadas no final daquele ano, tendo conquistado a maioria absoluta.

Foi durante esta restauração da "velha" República que uma tentativa de reforma foi realizada para fornecer ao regime maior estabilidade. Em Agosto de 1919 foi eleito um presidente conservador — António José de Almeida (cujo partido evolucionista reunira em tempo de guerra com o PRP para formar uma União Sagrada imperfeita, porque incompleta) — e o seu gabinete recebeu o poder de dissolver o Parlamento. Relações com a Santa Sé, restauradas por Sidónio Pais, foram preservadas. O presidente usou seu novo poder para resolver uma crise de governo em maio de 1921, nomeando um governo liberal (o Partido Liberal sendo o resultado da fusão dos evolucionistas e unionistas no pós-guerra) para preparar as próximas eleições. Estas foram realizadas em 10 de julho de 1921, com a vitória, como era geralmente o caso, para o partido no poder. No entanto, o governo liberal não durou muito tempo. Em 19 de Outubro, foi pronunciada uma pronunciação militar durante a qual — e aparentemente contra a vontade dos líderes do golpe — foram assassinados vários proeminentes figuras conservadoras, incluindo o primeiro-ministro António Granjo. Este evento, conhecido como a "noite de sangue"[23] deixou uma ferida profunda entre as elites políticas e a opinião pública. Não poderia haver maior demonstração da fragilidade essencial das instituições da República e prova de que o regime era democrático apenas no nome, uma vez que nem sequer admitia a possibilidade da rotação em poder característica dos regimes elitistas do século XIX.

Uma nova rodada de eleições em 29 de janeiro de 1922 inaugurou um novo período de estabilidade, uma vez que o PRP mais uma vez emergiu do concurso com uma maioria absoluta. O descontentamento com esta situação não havia, no entanto, desaparecido. Numerosas acusações de corrupção, e o fracasso manifesto em resolver questões sociais urgentes, desgastaram os líderes do PRP, tornando os ataques da oposição mais fatais. Ao mesmo tempo, além disso, todos os partidos políticos sofreram com o crescente combate interno entre facções, especialmente com o próprio PRP. O sistema partidário foi fraturado e desacreditado.[11][24] Isso é claramente demonstrado pelo fato de que as vitórias regulares do PRP nas urnas não levaram a um governo estável. Entre 1910 e 1926, havia quarenta e cinco governos. A oposição dos presidentes para os governos de partido único, dissidência interna dentro do PRP, a disciplina interna quase inexistente do partido, e seu desejo constante e irracional de agrupar e liderar todas as forças republicanas tornaram praticamente impossível qualquer tarefa do governo. Muitas fórmulas diferentes foram tentadas, incluindo governos de partido único, coalizões e executivos presidenciais, mas nenhum foi bem-sucedido. A força era claramente o único meio aberto à oposição se quisesse aproveitar os frutos do poder.[25][26]

Em meados da década de 1920, as cenas domésticas e internacionais começaram a favorecer outra solução autoritária, na qual um executivo fortalecido poderia restaurar a ordem política e social. Desde que a rota constitucional da oposição ao poder foi bloqueada pelos vários meios utilizados pelo PRP para se proteger, ela se voltou para o exército em busca de apoio. As forças armadas, cuja consciência política cresceu durante a guerra, e cujos líderes não perdoaram o PRP por enviá-los para uma guerra que eles não queriam combater, parecia representar, para as forças conservadoras, o último bastião de "ordem" contra o "caos" que estava dominando o país. Ligações foram estabelecidas entre figuras conservadoras e oficiais militares, que acrescentaram suas próprias demandas políticas e corporativas à já complexa equação. Óscar Carmona, que se recusou a cumprir seus deveres e defendeu a absolvição de conspiradores golpistas.[27]

A Revolução de 28 de maio de 1926 contra o último governo do Partido Republicano de António Maria da Silva contou com o apoio da maioria das unidades do exército e até da maioria dos partidos políticos. Como havia sido o caso em dezembro de 1917, a população de Lisboa não se levantou para defender a República, deixando-a à mercê do exército.[28] Há poucos estudos globais e atualizados sobre essa turbulenta terceira fase da existência da República.[29][30] No entanto, muito tem sido escrito sobre a crise e queda do regime e do movimento 28 de maio;.[29][30][26][31][32][33][34][35]

Presidentes do Ministério[editar | editar código-fonte]

Avaliação da experiência e legado republicano[editar | editar código-fonte]

A Primeira República continua a ser objeto de um intenso debate que é impossível resumir nesses parágrafos.[36] No entanto, pode-se distinguir três interpretações principais. Para alguns historiadores, a Primeira República foi um regime progressista e cada vez mais democrático. Para outros, foi essencialmente um prolongamento dos regimes liberais clássicos do século XIX. Um terceiro grupo, finalmente, escolhe destacar a natureza revolucionária, jacobina e ditatorial do regime.

A maioria dos historiadores enfatizou o fracasso e o colapso do sonho republicano na década de 1920. José Miguel Sardica em 2011 resumiu o consenso dos historiadores:

em poucos anos, grandes partes das forças econômicas, intelectuais, formadores de opinião e classe média mudaram da esquerda para a direita, trocando a utopia não cumprida de um republicanismo cívico e em desenvolvimento por noções de "ordem", "estabilidade" e "segurança". " Para muitos que haviam ajudado, apoiado ou simplesmente aplaudido a República em 1910, esperando que a nova situação política reparasse as falhas da monarquia (instabilidade do governo, crise financeira, atraso econômico e anomia civil), a conclusão a ser tirada, na década de 1920, foi que o remédio para doenças nacionais exigiu muito mais do que a simples remoção do rei ... A Primeira República entrou em colapso e morreu como resultado do confronto entre esperanças elevadas e feitos escassos.[37]

Sardica, no entanto, também aponta o impacto permanente do experimento republicano:

Apesar do seu fracasso global, a Primeira República dotou Portugal do século XX de um legado insuperável e duradouro — uma lei civil renovada, a base de uma revolução educacional, o princípio da separação entre Estado e Igreja, o império ultramarino em 1975), e uma forte cultura simbólica cujas materializações (a bandeira nacional, o hino nacional e a nomeação de ruas) ainda definem a identidade coletiva atual dos portugueses. O principal legado da República era de fato o da memória.[38]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Notas[editar | editar código-fonte]

  1. 214 dias se incluído o período em que Augusto de Vasconcelos ocupou o cargo interinamente, mas em que Duarte Leite foi de jure o presidente do Ministério.
  2. 14 dias se incluído o período em que José de Castro ocupou o cargo interinamente, mas em que João Chagas foi de jure o presidente do Ministério.
  3. 1 ano e 40 dias se incluído o período em que Afonso Costa ocupou o cargo interinamente, mas em que António José de Almeida foi de jure o presidente do Ministério.
  4. 225 dias se incluídos os períodos em que José Norton de Matos ocupou o cargo interinamente, mas em que Afonso Costa foi de jure o presidente do Ministério.

Referências

  1. Centenário da República: A primeira república portuguesa e a religião, por Vitor Neto, em Seara Nova, nº 1713 - Outono 2010
  2. A "Guerra religiosa" na I República, por Maria Lúcia de Brito Moura e Fernando Catroga, CEHR-UCP, 2010
  3. Wheeler, 1972
  4. Pulido Valente, 1982
  5. Miranda, 2001
  6. Anderson, James Maxwell, The History of Portugal, p. 142, Greenwood Publishing Group, 2000
  7. Payne, A history of Spain and Portugal (1973) 2: 559
  8. Portuguesa, Governo Provisorio da Republica (21 de abril de 2011), Español: Ley de separación del Estado y la Iglesia, dictada por Decreto del 20 de abril de 1911, del Gobierno provisional de ls Primera República Portuguesa, publicado en el Diario do Governo nº 92 del 21 de abril de 1911, páginas 1619-1624 (PDF), consultado em 18 de dezembro de 2020 
  9. Maier, Hans (2004). Totalitarianism and Political Religions. trans. Jodi Bruhn. [S.l.]: Routledge. p. 106. ISBN 0-7146-8529-1 
  10. IAMDUDUM: ON THE LAW OF SEPARATION IN PORTUGAL Papal Encyclicals Online
  11. a b Lopes, 1994
  12. 1997a
  13. Teixeira, 1996a
  14. Ribeiro de Meneses, 2000
  15. José Brandão, 1990
  16. Ramalho, 1998
  17. Ribeiro de Meneses, 1998
  18. Armando Silva, 1999
  19. Samara, 2003
  20. Santos, 2003
  21. Teixeira, 2000, pp. 11-24
  22. Medina, 1994
  23. Brandão, 1991
  24. João Silva, 1997
  25. Schwartzman, 1989
  26. a b Pinto, 2000
  27. Gallagher, Tom (11 de janeiro de 1983). «Portugal: A Twentieth-century Interpretation». Manchester University Press – via Google Books 
  28. Ferreira, 1992a
  29. a b Marques, 1973
  30. a b Telo, 1980 & 1984
  31. Cruz, 1986
  32. Cabral, 1993
  33. Rosas, 1997
  34. Martins, 1998
  35. Afonso, 2001
  36. Armando Malheiro da Silva, 2000
  37. José Miguel Sardica, "The Memory of the Portuguese First Republic throughout the Twentieth Century" (2011) E-Journal of Portuguese History (Summer 2011) 9#1 pp 1–27. online
  38. José Miguel Sardica, "The Memory of the Portuguese First Republic throughout the Twentieth Century" (2011)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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