Estrela peculiar – Wikipédia, a enciclopédia livre

Em astrofísica, denominam-se estrelas peculiares ou estrelas quimicamente peculiares aquelas estrelas cuja abundância em metais é anómala, pelo menos nas suas camadas superficiais.

As estrelas quimicamente peculiares são frequentes entre as estrelas quentes da sequência principal, cujo interior produz a fusão nuclear de hidrogénio. Estas foram divididas em quatro classes principais com base em seus espectros:

Algumas estrelas apresentam características mistas de várias destas classes.

De modo geral, pensa-se que a peculiar composição química observada na superfície destas estrelas é causada por processos que tiveram lugar depois da formação da estrela, tais como a difusão ou efeitos magnéticos nas suas camadas externas.[1] Estes processos fazem com que alguns elementos se assentem nas camadas inferiores da atmosfera, enquanto que outros elementos ascendem desde o interior até à superfície, provocando as particularidades espectrais observadas. Supõe-se que o interior da estrela, assim como a estrela em seu conjunto, possui uma abundância química mais normal que reflecte a composição da nuvem de gás a partir da qual se formou.[2]

Também existem estrelas peculiares frias, estrelas de tipo espectral G ou posterior, mas habitualmente estas estrelas não são da sequência principal. De modo geral, estas estrelas são identificadas pelo nome da sua classe ou alguma etiqueta específica adicional, ficando a frase quimicamente peculiar restringida aos membros de um dos tipos de estrelas quentes descritos acima.

Muitas das estrelas quimicamente peculiares frias são o resultado da mistura de produtos da fusão nuclear desde o interior até à superfície da estrela; estas incluem a maior parte das estrelas de carbono e estrelas do tipo S. Outras são o resultado de transferência de massa numa estrela binária; exemplos destas incluem as estrelas de bário e algumas estrelas do tipo S.[3]

Referências

  1. Michaud, G. Astrophysical Journal, vol 160, p 641, 1970
  2. Preston, George. Annual Review of Astronomy and Astrophysics, vol 12, p 257, 1974 [1]
  3. McClure, R. Journal of the Royal Astronomical Society of Canada, vol 79, pp. 277-293, dezembro de 1985