Enfermagem de Prática Avançada – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Enfermagem de Prática Avançada (EPA) é aplicada por um enfermeiro que adquiriu a base de conhecimentos especializados, habilidades complexas na tomada de decisão e competências clínicas para a prática expandida, cujas características são moldadas pelo contexto e/ou país em que está credenciado para exercer a função. O Mestrado é recomendado para o nível de entrada, de acordo com o Conselho Internacional de Enfermeiros (CIE).[1]

De modo geral, esses profissionais atuam como clínicos (assistência, diagnóstico e prescrição), assessores, educadores, propositores de protocolos e pesquisadores em área específica, tendo a prática baseada em evidência como referência.[2]

Contexto[editar | editar código-fonte]

A Pratica Avançada de Enfermagem inicialmente foi instaurada nos Estados Unidos da América em meados de 1970, o título era dado a profissionais que obtinham altos níveis de estudos na área de enfermagem, e comumente atuavam na assistência primaria de saúde com especializações. Atualmente o termo passou a ter um significado mais amplo, abrangendo principalmente a autonomia e capacidade de gestão do enfermeiro.[3]

Em novembro de 2015 o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) lançou a possibilidade de implantação do método no Brasil.[4][5] Em maio de 2016, o COFEN, juntamente com a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a Associação Brasileira de Enfermagem e o Ministério da Saúde consolidaram a prática avançada de enfermagem no Brasil.[4]

Objetivos e atribuições[editar | editar código-fonte]

Ver artigos principais: Enfermagem e Consulta de Enfermagem

Alguns deles são:[6][7]

  • Responder às preocupações médicas sobre o impacto em seus rendimentos, responsabilidades e qualidade da assistência com a introdução da EPA; as EPA colaboram interprofissionalmente e revisões sistemáticas, de países de alta renda, confirmam que as EPA são profissionais seguras e eficazes.
  • Estabelecer carreira com habilidades e níveis de iniciante à prática avançada, cargos, funções e faixas salariais, certificação e acreditação adequadas, programas de graduação, pós-graduação e educação continuada que sustentem a EPA.
  • A EPA deve incluir competências relevantes para apoiar os cuidados de saúde ao paciente, tais como: educação de outras enfermeiras para o desenvolvimento de práticas e habilidades de liderança clínica baseadas em evidências; atuação como professores e preceptores clínicos para estudantes de graduação e pós-graduação; educação e aconselhamento em situações complexas de assistência (paciente/família/comunidade), facilitação no uso de tecnologia e assistência ao parto, entre outras.

O trabalho da Prática Avançada de Enfermagem contribui principalmente na atenção primaria à saúde, já que o primeiro contato ao paciente é o que encaminha todo o resto de um cuidado.[8] A função do enfermeiro de prática avançada caracteriza-se por um conjunto de ações no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação e a manutenção da saúde.[8][9]

Especialidades[editar | editar código-fonte]

No Brasil há enfermeiros de prática avançada, tais como:[10][11]

Ademais, há enfermeiros com papéis e funções de prática avançada com foco em:[11][12]

  • Atendimento pré-hospitalar;
  • Manejo de doente com dor aguda e crônica;
  • Cuidado de doente em cuidado paliativo;
  • Aconselhamento genético;
  • Punções e acessos especiais;
  • Cuidados altamente especializados (manejo da estenose vaginal, consulta pré-quimioterapia, controle de pacientes com tabagismo...).

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. «Nursing Definitions». ICN - International Council of Nurses (em inglês). Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  2. Olímpio, Jéssica de Araújo; Araújo, Jéssica Naiara de Medeiros; Pitombeira, Danielly Oliveira; Enders, Bertha Cruz; Sonenberg, Andrea; Vitor, Allyne Fortes (2018). «Prática Avançada de Enfermagem: uma análise conceitual». Acta Paulista de Enfermagem: 674–680. ISSN 0103-2100. doi:10.1590/1982-0194201800092. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  3. Zug, Keri Elizabeth; Cassiani, Silvia Helena De Bortoli; Pulcini, Joyce; Garcia, Alessandra Bassalobre; Aguirre-Boza, Francisca; Park, Jeongyoung (8 de agosto de 2016). «Enfermagem de prática avançada na América Latina e no Caribe: regulação, educação e prática». Revista Latino-Americana de Enfermagem. ISSN 1518-8345. doi:10.1590/1518-8345.1615.2807. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  4. a b Toso, Beatriz Rosana Gonçalves de Oliveira (2016). «PRÁTICAS AVANÇADAS DE ENFERMAGEM EM ATENÇÃO PRIMÁRIA: ESTRATÉGIAS PARA IMPLANTAÇÃO NO BRASIL». Enfermagem em Foco (3/4): 36–40. ISSN 2357-707X. doi:10.21675/2357-707X.2016.v7.n3/4.913. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  5. Andriola, Isadora Costa; Sonenberg, Andréa; Lira, Ana Luisa Brandão de Carvalho (28 de setembro de 2020). «A compreensão da prática avançada de enfermagem como um passo à sua implementação no Brasil». Revista Panamericana de Salud Pública: e115. ISSN 1020-4989. PMC 7521614Acessível livremente. doi:10.26633/RPSP.2020.115. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  6. Dezoti, Ana Paula; Silva, Giordanna Nayara Chagas e; Barbosa, Maria Alice Fortunato; Weissheimer, Gisele; Khalaf, Daiana Kloh; Mazza, Verônica de Azevedo (23 de setembro de 2021). «Implementação da Prática Avançada de Enfermagem na América Latina». Enfermagem em Foco (7 Supl.1). ISSN 2357-707X. doi:10.21675/2357-707X.2021.v12.n7. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  7. Santos, Larissa Lessa dos; Oliveira, Raiane de Carvalho Machado; Barbosa, Vanessa Vianna da Silva; Ribeiro, Antonio da Silva (1 de julho de 2020). «A inserção da prática avançada de Enfermagem na atenção primária em saúde». Research, Society and Development (8): e223985683–e223985683. ISSN 2525-3409. doi:10.33448/rsd-v9i8.5683. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  8. a b Paz, Elisabete Pimenta Araújo; Cunha, Carlos Leonardo Figueiredo; Menezes, Edson Alves de; Santos, Gilmara Lúcia dos; Ramalho, Nádia Mattos; Werner, Regina Célia Diniz (6 de agosto de 2018). «PRÁTICAS AVANÇADAS EM ENFERMAGEM: REDISCUTINDO A VALORIZAÇÃO DO ENFERMEIRO NA ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE». Enfermagem em Foco (1). ISSN 2357-707X. doi:10.21675/2357-707X.2018.v9.n1.1856. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  9. Cassiani, Silvia Helena de Bortoli; Aguirre-Boza, Francisca; Hoyos, Maria Cristina; Barreto, Maynara Fernanda Carvalho; Peña, Laura Morán; Mackay, Maria Consuelo Cerón; Silva, Fernando Antonio Menezes da (2018). «Competências para a formação do enfermeiro de prática avançada para a atenção básica de saúde». Acta Paulista de Enfermagem: 572–584. ISSN 0103-2100. doi:10.1590/1982-0194201800080. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  10. Cassiani, Silvia Helena De Bortoli; Zug, Keri Elizabeth (2014). «Promovendo o papel da Prática Avançada de Enfermagem na América Latina». Revista Brasileira de Enfermagem: 673–674. ISSN 0034-7167. doi:10.1590/0034-7167.2014670501. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  11. a b Rewa, Talita; Miranda, Manoel Viera de; Bonfim, Daiana; Leonello, Valéria Marli; Oliveira, Maria Amélia de Campos (29 de julho de 2019). «Práticas Avançadas de Enfermagem: percepção de egressos da residência e do mestrado profissional». Acta Paulista de Enfermagem: 254–260. ISSN 0103-2100. doi:10.1590/1982-0194201900035. Consultado em 6 de janeiro de 2022 
  12. Scochi, Carmen Gracinda Silvan; Gelbcke, Francine Lima; Ferreira, Márcia de Assunção; Alvarez, Ângela Maria (2015). «Mestrado profissional: potencial contribuição para a Enfermagem de Prática Avançada». Revista Brasileira de Enfermagem: 1186–1189. ISSN 0034-7167. doi:10.1590/0034-7167.2015680626i. Consultado em 6 de janeiro de 2022 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]