Direito canônico da Igreja Ortodoxa – Wikipédia, a enciclopédia livre

O Direito canônico da Igreja Ortodoxa consiste nos regulamentos eclesiásticos reconhecidos pelas autoridades da Igreja Ortodoxa, juntamente com a disciplina, estudo ou prática da jurisprudência ortodoxa.[1]

Na Igreja Ortodoxa, o direito canônico é um padrão comportamental que visa aplicar dogmas a situações práticas na vida cotidiana dos cristãos ortodoxos.[2] Ao contrário do direito canônico da Igreja Católica Romana, o direito canônico ortodoxo é corretivo e não prescritivo, o que significa que é formulado em resposta a certas questões, desafios ou situações.

O Direito canônico ortodoxo é a parte formalizada da lei divina,[3] e, em última análise, visa promover a "perfeição espiritual" dos membros da Igreja.[4]

O Direito canônico da Igreja Ortodoxa não é codificado; seu corpus nunca foi organizado ou harmonizado em um código formal de direito eclesiástico. Consequentemente, alguns cânones da Ortodoxia se contradizem, como aqueles relacionados à recepção de hereges na Igreja e à validade de seus sacramentos.[3]

Definição[editar | editar código-fonte]

O Direito canônico ortodoxo é "um padrão de comportamento" e "a tentativa de aplicar o dogma à situação prática na vida diária de cada cristão ortodoxo".[2] O Direito canônico ortodoxo é "a parte formalizada da lei divina".[3]

Viscuso escreve que o Direito canônico ortodoxo expressa duas realidades. Teologicamente, é a expressão da "verdade de Deus dado o tempo e as circunstâncias"; eclesiologicamente, é a expressão da "vida pastoral" da Igreja Ortodoxa e da história da Igreja Ortodoxa.[2] Ele diz que o Direito canônico ortodoxo encarnacional; a verdade está sendo aplicada ou encarnada em circunstâncias específicas da história".[2]

Fontes[editar | editar código-fonte]

Livro das Regras dos Santos Apóstolos, dos Santos Concílios Ecumênicos e Locais e dos Santos Padres (1914).

O Direito canônico ortodoxo tem três fontes:[5]

  • A Bíblia;
  • Legislações eclesiásticas (tanto as regras escritas quanto as tradições orais);
  • Costumes eclesiásticos;

A Bíblia não contém nenhum "sistema detalhado de organização eclesiástica"; o papel da Bíblia no direito canônico da Igreja Ortodoxa é que ela "incorpora princípios da doutrina cristã a partir dos quais as regras podem ser extrapoladas para resolver problemas disciplinares dentro da Igreja - mas somente a própria Igreja pode fazer isso". As legislações eclesiásticas são compostas pelos concílios locais e pelos concílios ecumênicos. Os costumes eclesiásticos não são o mesmo que a Santa Tradição, porque os costumes eclesiásticos são uma fonte para a disciplina eclesiástica, enquanto a Santa Tradição é uma fonte para o dogma. Para que um costume faça parte do direito canônico da Igreja ortodoxa, ele "deve ter sido observado por um longo tempo, deve ter sido livremente subscrito e deve estar em conformidade com os princípios de fé e da ordem".[5]

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. The encyclopedia of Eastern Orthodox Christianity. John Anthony McGuckin. Chichester, West Sussex, U.K.: Wiley-Blackwell. 2011. OCLC 716208508 
  2. a b c d Viscuso, Patrick (2011). Orthodox canon law : a casebook for study 2nd ed ed. Brookline, Mass.: Holy Cross Orthodox Press. OCLC 674937915 
  3. a b c Mihai, Vasile (2014). Orthodox canon law reference book. Brookline, Massachusetts: [s.n.] OCLC 856076162 
  4. «The Canonical Tradition of the Orthodox Church - Theology - Greek Orthodox Archdiocese of America». www.goarch.org (em inglês). Consultado em 10 de maio de 2022 
  5. a b Prokurat, Michael (1996). Historical dictionary of the Orthodox Church. Alexander Golitzin, Michael D. Peterson. Lanham, Md.: Scarecrow Press. OCLC 33102514 
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