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Rogério Skylab
Rogério Skylab
Skylab em 2021
Informação geral
Nome completo Rogério Tolomei Teixeira
Nascimento 2 de setembro de 1956 (67 anos)
Local de nascimento Rio de Janeiro, DF
País Brasil
Nacionalidade brasileiro
Gênero(s)
Ocupação(ões)
Cônjuge
  • Solange Venturi (c. 1983)
Instrumento(s)
Período em atividade 1991–presente
Gravadora(s)
Afiliação(ões)
Página oficial rogerioskylab.com.br

Rogério Tolomei Teixeira[1] (Rio de Janeiro, 2 de setembro de 1956), conhecido profissionalmente como Rogério Skylab, é um cantor-compositor, letrista, violonista, poeta, ensaísta, produtor musical, ator e ex-apresentador de televisão brasileiro. Descrevendo-se como um "cadáver na MPB", seu singular estilo musical que o agraciou com um apaixonado séquito cult é caracterizado pelo minimalismo, repetição e ecletismo, e suas letras e poemas são permeados por descrições grotescas, chocantes e ofensivas; mordazes alusões à cultura popular; dispositivos metaficcionais; cenários absurdistas; pessimismo; profanidade; niilismo; e humor negro e escatológico – ele, no entanto, sempre negou que seu trabalho fosse propositalmente cômico.[2]

Dentre suas composições se destacam "Matador de Passarinho" (que lhe trouxe fama nacional no circuito underground), "Motosserra", "Funérea", "Naquela Noite", "Carrocinha de Cachorro-Quente", "Dedo, Língua, Cu e Boceta", "Eu Chupo o Meu Pau", "Fátima Bernardes Experiência" e "Chico Xavier & Roberto Carlos" (estas últimas duas notáveis por terem sido censuradas de seus lançamentos originais).[3][4] Também dedicando-se à literatura, estreou em 2006 com a coletânea de poemas Debaixo das Rodas de um Automóvel, seguida por várias outras obras tanto de ficção quanto de não-ficção.

Biografia[editar | editar código-fonte]

Rogério Skylab nasceu como Rogério Tolomei Teixeira no Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 1956; filho de um advogado e de uma dona-de-casa,[5] é de ascendência italiana e portuguesa. Formou-se em Letras e em Filosofia pela UFRJ,[6][7][8] e também iniciou um curso de Direito, mas nunca o concluiu.[5]

Anteriormente à sua carreira musical, Skylab trabalhou por 28 anos como bancário numa agência do Banco do Brasil em Maracaju, Mato Grosso do Sul, dividindo seu tempo entre Maracaju e sua cidade natal do Rio.[5][9] Após uma breve passagem como vocalista da banda de punk rock Setembro Negro em fins dos anos 1980,[10] em 1991 participou como artista solo num festival de música em Juiz de Fora, Minas Gerais; ele ganhou o prêmio em dinheiro do primeiro lugar com a canção "Samba do Skylab", da qual retirou seu nome artístico, explicando considerar-se "uma estação espacial que toma diferentes transmissões de vários lugares, unindo-as numa coisa só".[10] Rogério utilizou o dinheiro para financiar a gravação de seu álbum de estreia, Fora da Grei, lançado no ano seguinte; foi muito bem recebido pela crítica, agraciando-o com várias participações nos late-night talk shows de Jô Soares, Jô Soares Onze e Meia e o Programa do Jô, ao decorrer dos anos 1990 e 2000.[2]

Em 1999 lançou seu segundo disco, o primeiro de uma série de dez álbuns autointitulados, Skylab. Foi produzido por Robertinho de Recife e incluía sua canção de maior notabilidade, "Matador de Passarinho", mas Skylab ficou levemente insatisfeito com o produto final, dizendo que continha "teclados demais" e que seu envolvimento criativo foi mínimo. Seu terceiro álbum, Skylab II, foi seu primeiro lançamento ao vivo; comentando a respeito, afirmou que "este é 100% Skylab. O outro era 80% Robertinho".[11] Skylab II contou com uma participação de Löis Lancaster, vocalista do grupo vanguardista Zumbi do Mato – Lancaster viria a retornar ao segundo álbum ao vivo de Skylab, Skylab IX, que também contou com participações de Maurício Pereira (d'Os Mulheres Negras) e de Marcelo Birck (do Graforréia Xilarmônica).[12] Zé Felipe and Marlos Salustiano, respectivos baixista e tecladista do Zumbi do Mato, colaboraram com Skylab em seu álbum de 2007 Skylab VII, indicado ao Prêmio Dynamite de Música Independente na categoria "Melhor Álbum de Rock";[13] dois anos depois, Felipe e Skylab lançaram o álbum conjunto Rogério Skylab & Orquestra Zé Felipe, posteriormente retirado de circulação por motivos desconhecidos. Em 2005, Skylab ganhou o Prêmio Claro de Música Independente, na categoria "Melhor Álbum de MPB", por Skylab V,[14] e em 2008 esteve entre os vários músicos convidados que participaram de um tributo em comemoração aos 40 anos do Álbum Branco dos Beatles, contribuindo com um cover de "Revolution 9".[15]

Após o lançamento de Skylab X,[16] Skylab pôs de lado sua sonoridade experimental para trabalhar na "Trilogia dos Carnavais", mais focada em gêneros tipicamente brasileiro como o samba, a bossa nova e a MPB.[17] A trilogia é composta pelos álbuns Abismo e Carnaval, Melancolia e Carnaval e Desterro e Carnaval (lançados em 2012, 2014 e 2015 respectivamente),[18] e contou com a participação de vários músicos, entre eles Jorge Mautner, Jards Macalé, Romulo Fróes, Arrigo Barnabé, Fausto Fawcett e Michael Sullivan.[19][20] Entre 2016 e 2018 colaborou com Lívio Tragtenberg numa trilogia paralela, aptamente nomeada Skylab & Tragtenberg.[21]

Em 15 de novembro de 2017 lançou o EP autointitulado Skylab, que contou com participações da dupla paulistana de noise rock/rock experimental Farme&Hixizine e do músico eletrônico carioca Cadu Tenório. De suas três faixas, apenas uma ("Bocetinha de Cocô", um teaser do à época não lançado último volume da trilogia Skylab & Tragtenberg inicialmente postado separadamente no YouTube como single em 5 de novembro[22]) foi escrita por Skylab; as duas restantes ("Let's Play That" e "Pra Dizer Adeus") são poemas de Torquato Neto musicados por outros artistas, a saber Jards Macalé e Edu Lobo, respectivamente.[23] Em 2020, Skylab e Tenório colaboraram uma vez mais no álbum Entreportas, do último, com Skylab cedendo os vocais e a letra da faixa "Entreportas".[24]

Em 7 de março de 2018, Skylab oficialmente anunciou que iniciara trabalhos num novo álbum de estúdio, chamado de O Rei do Cu, lançado mais tarde naquele ano em 17 de maio.[25] Numa postagem do Facebook ele viria a elaborar que O Rei do Cu seria a primeira parte de uma nova trilogia, a "Trilogia do Cu";[26] a segunda parte, Nas Portas do Cu, foi lançada em 1º de janeiro de 2019,[27] e a terceira, Crítica da Faculdade do Cu, em 20 de dezembro de 2019.[28]

Em 19 de março de 2020, ele postou em seu canal oficial do YouTube o single "À Sombra de um Horizonte",[29] a servir de teaser para seu álbum Cosmos, primeira parte de uma nova trilogia chamada de "Trilogia do Cosmos"; anunciado em sua página do Facebook em 19 de agosto,[30] e foi lançado em 2 de outubro.[31] A segunda parte, Os Cosmonautas, coescrita com Lívio Tragtenberg, foi lançada em 24 de dezembro de 2020. Em 25 de julho de 2021, ele postou no YouTube o single "Cantos de Maldoror",[32] teaser da última parte da trilogia, Caos e Cosmos (que é, em si, uma "trilogia dentro de uma trilogia", devendo ser contabilizada como um único lançamento);[33] um segundo single, "As Coisas que Ficaram por Dizer", foi postado em 16 de agosto,[34] e um terceiro, "Será que Tem?", em 1º de setembro.[35] O primeiro volume de Caos e Cosmos acabaria por ser lançado em 1º de outubro de 2021.[36] O volume 2 saiu em 5 de agosto de 2022, precedido por uma versão demo de "A Gente Vai Ficar Surdo" lançada como single em 15 de julho[37] e incluída no disco como faixa bônus. O terceiro e último volume, que, oposto a todos os álbuns anteriores de Skylab, é inteiramente instrumental, saiu em 8 de setembro de 2023,[38][39] seguindo os singles "Rua Barão de Mesquita", postado em 3 de fevereiro;[40] "Alameda Casa Branca", postado em 19 de maio;[41] e "Vala de Perus", postado em 28 de julho.[42]

Numa entrevista de abril de 2023 para o site Tenho Mais Discos que Amigos, Skylab comentou a respeito de uma nova trilogia de álbuns em potencial após o encerramento da (à época em progresso) "Trilogia do Cosmos", intitulada "Trilogia do Fim" e coescrita/coproduzida junto a Cadu Tenório, alegando que "provavelmente será [seu] último trabalho antes de poder morrer";[43] o volume 1 viria a ser oficialmente anunciado em 3 de novembro, sendo lançado mensalmente iniciando com "Minha Música"[44][45] e com data de encerramento prevista para setembro de 2024.

Em 6 de fevereiro de 2022 lançou Live, seu primeiro álbum ao vivo desde Trilogia dos Carnavais: 25 Anos de Carreira ou de Lápide (2016). Foi gravado durante uma transmissão de 31 de julho de 2021 postada em seu canal do YouTube, celebrando seus 30 anos de carreira, e cada uma de suas faixas foi retirada de um de seus respectivos álbuns, indo de seu début Fora da Grei até seu lançamento à época mais recente, Os Cosmonautas.[46] A gravação de "Vampiro" foi lançada como um single teaser em 27 de dezembro de 2021.[47]

Em 10 de dezembro de 2022, Skylab postou no YouTube o single "Juízo Final", cover de Nelson Cavaquinho, contando com a participação de Alexandre Kassin na guitarra e nos arranjos.[48]

Paralelamente à música, Skylab escreveu a antologia de sonetos Debaixo das Rodas de um Automóvel, publicada pela Editora Rocco em 2006,[49] e foi o apresentador de seu próprio talk show, Matador de Passarinho, no Canal Brasil de 2012 a 2014.[50] Em 2017 estreou como ator, interpretando o Professor de História na comédia de Fabrício Bittar Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, inspirada no livro epônimo de Danilo Gentili.[51] Ele é também dono do blog "Godard City", onde posta poemas e ensaios originais discorrendo sobre música e literatura.[52] Em 2020 publicou a coleção de ensaios políticos Lulismo Selvagem pela Kotter Editorial,[53] que também foi responsável por relançar Debaixo das Rodas de um Automóvel após vários anos fora de catálogo. Seu terceiro livro, um estudo literário sobre a obra de Henry James (focando em A Volta do Parafuso) intitulado A Outra Volta da Outra Volta, foi lançado em 2022.[7] Uma segunda coletânea de poemas, Futebol de Cego, foi publicada em 15 de julho de 2023.[54] A Melodia Trágica, uma antologia de ensaios sobre musicologia brasileira originalmente postados no Godard City entre 2009 e 2017, saiu pela Acorde Editorial em 2 de novembro de 2023.[55][56]

Vida pessoal[editar | editar código-fonte]

Skylab é agnóstico.[57] Desde 1983 ele é casado com a fotógrafa, produtora de discos e artista plástica Solange Venturi. É torcedor fanático do Fluminense Football Club, tendo inclusive feito um cover do hino do clube para o álbum Skylab & Tragtenberg, Vol. 1.[58] Em 2016, foi entrevistado pela FluTV.[59]

Posicionamento político[editar | editar código-fonte]

Politicamente, Skylab já demonstrou apreço pelo ex-governador do Rio de Janeiro Leonel Brizola (a quem dedicou a canção "O Preto do Brizola", de seu álbum de 2018 O Rei do Cu) e pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.[60][61] Afirmou ser "tradicionalmente da esquerda", mas discordante do politicamente correto. "Sou ligado à esquerda e politicamente incorreto".[62] Desde fevereiro de 2019 tem uma coluna no site de notícias Brasil 247.[63]

Carreira musical[editar | editar código-fonte]

“Eu sou um tipo de compositor que sempre vai buscar caminhos ainda não explorados. Isto é, inexplorados ainda por mim. Se você der uma examinada no conjunto do meu trabalho, vai chegar a essa conclusão”
Rogério Skylab, sobre sua carreira musical.

Em 1991 participou de um festival de música em Juiz de Fora, Minas Gerais; ganhou o prêmio em dinheiro do primeiro lugar com a canção "Samba do Skylab" (da qual retirou seu nome artístico), utilizando-o para financiar a gravação de seu álbum de estreia, Fora da Grei, no ano seguinte; o álbum foi muito bem-recebido pela crítica, e lhe rendeu muitas aparições nos talk shows de Jô Soares Jô Soares Onze e Meia e Programa do Jô ao decorrer dos anos 1990.[64]

Série "Skylab"

Em 1999 Skylab lançou seu segundo álbum (e o primeiro numa série de dez álbuns autointitulados), Skylab. Foi produzido por Robertinho de Recife, mas o músico ficou ligeiramente insatisfeito com o resultado final, alegando que tinha "teclados demais" e que não esteve muito envolvido em sua parte criativa. Seu terceiro álbum, Skylab II (Ao Vivo), foi seu primeiro lançamento ao vivo; comentando sobre, afirmou que "este é 100% Skylab. O outro era 80% Robertinho".[65] Skylab II contou com a participação especial de Löis Lancaster, vocalista do grupo experimental Zumbi do Mato – Lancaster voltaria para o segundo álbum ao vivo de Skylab, Skylab IX, no qual também participaram Maurício Pereira (d'Os Mulheres Negras) e Marcelo Birck (do Graforréia Xilarmônica).[66] Zé Felipe e Marlos Salustiano, respectivamente baixista e tecladista do Zumbi do Mato, colaboraram com Skylab em seu álbum de 2007 Skylab VII, que foi indicado ao Prêmio Dynamite de Música Independente na categoria "Melhor Álbum de Rock";[67] em 2005, Skylab já ganhara o Prêmio Claro de Música Independente, na categoria "Melhor Álbum de MPB", por Skylab V.

A Série de álbuns "Skylab" parou no Skylab X, pois, no entender de Rogério Skylab, "as bandas deveriam parar de gravar no auge senão correm o risco de ficarem decrépitos como os Stones".

Parceria com Zé Felipe

Em 2009, em parceria com o músico Zé Felipe (baixista do Zumbi do Mato), Skylab lança seu primeiro álbum colaborativo, Rogério Skylab & Orquestra Zé Felipe. Nas palavras de Skylab, trata-se de "um trabalho experimental".[68]

Série Skygirls

Em 2009, Skylab lança o álbum Skygirls, segundo o próprio "ligado ao eletrônico e que bebe na fonte de bandas como ‘Stereolab’".[68]

Trilogia dos Carnavais
A concepção dessa trilogia dos carnavais é o mergulho no coração da MPB, com uma espécie de linguagem muito própria a esse estilo. Foi apenas a busca de um caminho que eu ainda não tinha explorado: um tipo de arranjo, um tipo de gravação, certa maneira de cantar, de compor e de escrever que é muito própria da MPB, apesar de todo leque de variações que esse gênero comporta. Eu diria que é mais um exercício de linguagem, quase uma paródia.[68]
Rogério Skylab sobre os álbuns da série "Trilogia dos Carnavais".

Depois do lançamento de Skylab X, Skylab pôs de lado sua sonoridade experimental para trabalhar na "Trilogia dos Carnavais", mais focada em gêneros típicos brasileiros como o samba, a bossa nova e a MPB.[69] A trilogia é composta por Abismo e Carnaval, Melancolia e Carnaval e Desterro e Carnaval, e teve as participações de uma vasta gama de músicos, entre eles Jorge Mautner, Jards Macalé, Arrigo Barnabé, Romulo Fróes, Fausto Fawcett e Michael Sullivan.[70][71] Sobre o Melancolia e Carnaval, o crítico musical Regis Tadeu teceu o seguinte comentário:[72]

Maluco, grosseiro, politicamente incorreto, completamente “chupeta”, falastrão, excêntrico, punheteiro, imprevisível, gênio incompreendido, provocador… Qualquer que seja o adjetivo que você use para definir este cidadão é muito pouco para dimensionar o quão surpreendente é este ótimo álbum, o segundo de uma trilogia– o primeiro é Abismo e Carnaval, de 2012 -, no qual ele apresenta vários sambas de sua autoria, todos muito bem arranjados em sua simplicidade e com belos versos. E ainda tem a participação de Jards Macalé, Rômulo Fróes e a Velha Guarda da Mangueira. É um álbum surpreendentemente belo!
Regis Tadeu, crítico musical, sobre o álbum Melancolia e Carnaval, de 2014.
Parceria com Livio Tragtenberg

Entre 2016 e 2018 colaborou com Livio Tragtenberg numa outra trilogia de álbuns. (Skylab & Tragtenberg – vol. 1, Skylab & Tragtenberg – vol. 2, e Skylab & Tragtenberg – vol. 3)

Esta parceria ainda rendeu um álbum ao vivo, Skylab & Tragtenberg – Ao Vivo no Estúdio Showlivre.

Atualmente

Em 15 de novembro de 2017 Skylab disponibilizou por intermédio de serviços de streaming como o Deezer, Spotify e iTunes um pequeno EP, intitulado Skylab (EP), de três faixas, que conta com a participação da dupla paulistana de noise rock/música experimental Farme&Hixizine[73] e do músico eletrônico carioca Cadu Tenório.[74] Das três faixas do EP, apenas uma ("Bocetinha de Cocô") foi escrita por Skylab; as outras duas ("Let's Play That" e "Pra Dizer Adeus") são poemas de autoria de Torquato Neto musicados por outros artistas, respectivamente Jards Macalé e Edu Lobo.[75]

Em 7 de março de 2018, Skylab anunciou que começou a trabalhar num novo álbum de estúdio, intitulado O Rei do Cu, lançado em 17 de maio de 2018.[76] Mais tarde, em 2 de abril, postou em sua página oficial no SoundCloud um trecho de uma das canções que seriam incluídas no álbum, "Dedo no Cu e Gritaria".[77] Numa postagem em sua página do Facebook ele veio a elaborar que O Rei do Cu seria a primeira parte de uma nova trilogia, a "Trilogia do Cu".[78] A segunda parte, Nas Portas do Cu, foi lançada em 1º de janeiro de 2019. A terceira parte, Crítica da Faculdade do Cu, foi lançada em 20 de dezembro de 2019.[79]

Outros trabalhos[editar | editar código-fonte]

Skylab publicou seu primeiro livro, a coletânea de sonetos Debaixo das Rodas de um Automóvel, em 2006 pela Editora Rocco. No ano seguinte, fez uma participação, através de um relato, no livro Zappa: Detritos Cósmicos, de Fabio Massari.[80] Em 2020 publicou a antologia de ensaios Lulismo Selvagem pela Kotter Editorial, que também relançou Debaixo das Rodas de um Automóvel depois de muitos anos fora de catálogo.

De 2012 a 2014 apresentou o talk show Matador de Passarinho no Canal Brasil.

Em 2017 estreou como ator de cinema, interpretando o Professor de História no filme de Fabrício Bittar Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, baseado no livro epônimo de Danilo Gentili.[81]

Estilo e influências[editar | editar código-fonte]

Retrato a lápis por Denis Mandarino

Seu estilo musical único é caracterizado pelo minimalismo e pelo ecletismo, e suas letras são permeadas de alusões mordazes à cultura popular, pessimismo, escatologia, niilismo e humor ácido (ele, porém, sempre negou com veemência que suas canções possuem fins cômicos[64][82]). O crítico musical Regis Tadeu assim o definiu: "Skylab é um exemplo inteligente de como dois elementos – “baixarias” e “sacanagens” – podem funcionar e fazer pensar. Unindo um esquisito lirismo politicamente incorreto levado a graus verborrágicos extremos a um som frequentemente pesado e intenso, Skylab destila sua acidez mórbida com uma fisionomia tão insana quanto divertida".[83]

"Tenho mais de 300 composições, trabalho ininterruptamente. Mas nunca fui interpretado por ninguém. Sabe o que é um compositor sem um intérprete? Tem bandinhas independentes que tocam minha música, mas estou falando de uma cantora que goste de seu trabalho e cante suas músicas. É por isso que me sinto um cadáver dentro da música brasileira."[84]
Rogério Skylab.

Já afirmou que “Um dos temas fundamentais do meu trabalho é você poder interpretar de uma forma e o outro cara de uma forma completamente diferente”. “Eu não sou Geraldo Vandré.”[62]

Conhecido por suas vastas influências musicais e literárias, alguns de seus escritores favoritos são Machado de Assis, João Cabral de Melo Neto, Clarice Lispector, Jorge Luis Borges, Rubens Figueiredo, Milton Hatoum e Cristóvão Tezza.[5] Musicalmente, foi influenciado por Arrigo Barnabé, Os Mulheres Negras, Graforréia Xilarmônica, Zumbi do Mato, Frank Zappa, Júpiter Maçã e Daminhão Experiença;[6] seu álbum de 2002 Skylab III foi dedicado a Daminhão.[85][86]

As capas dos discos do Skylab são sempre polêmicas, pois versam sobre morte, violência, asco e estranhamento, Sobre isso, ele disse: “São duas maneiras de tratar o tema do absurdo que se diferenciam muito. Gosto também do nonsense ligado à linguagem e que passa por Beckett, Joyce e Lewis Carroll. Enfim isso dá pano pra manga”.[68]

Discografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Discografia de Rogério Skylab
  • Fora da Grei (1992)
  • Skylab (1999)
  • Skylab III (2002)
  • Skylab IV (2003)
  • Skylab V (2004)
  • Skylab VI (2006)
  • Skylab VII (2007)
  • Skylab VIII (2008)
  • Skylab X (2011)
  • Abismo e Carnaval (2012)
  • Melancolia e Carnaval (2014)
  • Desterro e Carnaval (2015)
  • O Rei do Cu (2018)
  • Nas Portas do Cu (2019)
  • Crítica da Faculdade do Cu (2019)
  • Cosmos (2020)
  • Os Cosmonautas (2020)
  • Caos e Cosmos, Vol. 1 (2021)
  • Caos e Cosmos, Vol. 2 (2022)
  • Caos e Cosmos, Vol. 3 (2023)
  • Trilogia do Fim, Vol. 1 (2024)

Publicações[editar | editar código-fonte]

  • 2006: Debaixo das Rodas de um Automóvel (Editora Rocco)
  • 2020: Lulismo Selvagem (Kotter Editorial)
  • 2022: A Outra Volta da Outra Volta: Um Estudo Sobre Henry James (Kotter Editorial)
  • 2023: Futebol de Cego (Kotter Editorial)
  • 2023: A Melodia Trágica (Acorde Editorial)
Participações
  • 2007: Relato para o livro Zappa – Detritos Cósmicos, de Fabio Massari[80]

Filmografia[editar | editar código-fonte]

Cinema[editar | editar código-fonte]

Ano Título Papel
2017 Como se Tornar o Pior Aluno da Escola Professor de História

Televisão[editar | editar código-fonte]

Ano Título Papel
2012–2014 Matador de Passarinho Ele mesmo (apresentador)

Prêmios e indicações[editar | editar código-fonte]

Skylab venceu, em 2005, o Prêmio Claro de Música Independente na categoria Melhor Álbum de MPB, com o álbum Skylab V. Ele também seria indicado, três anos depois, ao Prêmio Dynamite de Música Independente, na categoria Melhor Álbum de Rock, pelo álbum Skylab VII.

Como adição, os álbuns Skylab II, Skylab IV e Skylab V figuram na lista "Os 200 maiores álbuns brasileiros dos anos 2000" do site La Cumbuca. Eles figuraram nas posições 24, 42, e 71, respectivamente.[87]

Ano Prêmio Indicação Trabalho Resultado Ref.
2005 Prêmio Claro de Música Independente Melhor Álbum de MPB Skylab V Venceu [88][89]
2008 Prêmio Dynamite de Música Independente Melhor Álbum de Rock Skylab VII Indicado [90]

Referências

  1. ↑ Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira Arquivado em 2017-04-07 no Wayback Machine
  2. ↑ a b «Sempre fui contra a imagem cômica que Jô Soares me deu, diz Rogério Skylab». UOL. 15 de julho de 2014. Consultado em 24 de fevereiro de 2018 
  3. ↑ «::: Palma Louca ::: Skylab, aposentado». Consultado em 20 de dezembro de 2017. Cópia arquivada em 3 de março de 2016 
  4. ↑ Natalia Castro (17 de agosto de 2013). «Rogério Skylab diz que Glória Maria é 'força da natureza': 'Deve ter uns 80 anos, mas ninguém diz'». O Globo. Consultado em 20 de junho de 2023 
  5. ↑ a b c d Omar Godoy (21 de setembro de 2012). «Um filho da adversidade: perfil de Skylab no Cândido 14» (em Portuguese). Consultado em 6 de abril de 2017 
  6. ↑ a b Bate-papo com Rogério Skylab | Bate-papo UOL Arquivado em 2017-01-18 no Wayback Machine
  7. ↑ a b Juliano Muta (20 de setembro de 2023). «Rogério Skylab para ler e ouvir: artista carioca lança livro e faz show no Recife após 19 anos». Diário de Pernambuco. Consultado em 22 de setembro de 2023 
  8. ↑ Márcio Tito (22 de março de 2021). «O elogiador do espaço – Uma entrevista com Rogério Skylab». Deus Ateu. Consultado em 2 de fevereiro de 2024 
  9. ↑ «Ex-bancário, Matador de Passarinho condena Felipão: 'Falou besteira'». 30 de novembro de 2012. Consultado em 17 de abril de 2017 
  10. ↑ a b Entrevista / Skylab
  11. ↑ Sílvio Essinger (19 de abril de 2001). «The strange world of Rogério Skylab» (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2017. Cópia arquivada em 15 de janeiro de 2013 
  12. ↑ Rogério Skylab – Skylab IX no Discogs
  13. ↑ Prêmio Dynamite da Música divulga classificados. A Notícia, 9 de setembro de 2008
  14. ↑ Marcos Bragatto (11 de maio de 2005). «Lobão sai como grande vencedor do Prêmio Claro». Rock em Geral. Consultado em 3 de janeiro de 2018 
  15. ↑ «Artistas brasileiros celebram 40 anos do 'Álbum branco' em disco-tributo». G1. 16 de setembro de 2008. Consultado em 9 de fevereiro de 2024 
  16. ↑ Marcus Preto (7 de junho de 2011). «Skylab 1999–2011». Folha de S.Paulo. Consultado em 27 de dezembro de 2017 
  17. ↑ «Aos 25 anos de carreira, Skylab segue 'bloco do eu sozinho' na folia de DVD». G1. 22 de setembro de 2016. Consultado em 20 de fevereiro de 2019 
  18. ↑ «Entrevista: O Carnaval melancólico de Rogério Skylab». Esquina Musical. 12 de setembro de 2014. Consultado em 22 de janeiro de 2024 
  19. ↑ Mariana Peixoto (27 de setembro de 2015). «Sem qualquer ressentimento, o irreverente Rogério Skylab segue criando e provocando polêmicas». Consultado em 6 de abril de 2017 
  20. ↑ Júlio Maria (22 de setembro de 2016). «Crítica: Skylab, mais profundo do que o humor». Consultado em 6 de abril de 2017 
  21. ↑ «Rogério Skylab navega por novos caminhos em seu novo projeto, 'Skylab + Tragtenberg Vol. 1'». Crush em Hi-Fi. 30 de maio de 2016. Consultado em 20 de fevereiro de 2019 
  22. ↑ «Skylab & Tragtenberg – 'Bocetinha de Cocô'». YouTube. Consultado em 30 de julho de 2022 
  23. ↑ Tratore - SKYLAB (EP) - Rogério Skylab Arquivado em dezembro 28, 2017, no Wayback Machine (em português)
  24. ↑ Monument for Nothing - Cadu Tenório
  25. ↑ João Luiz Azevedo (7 de março de 2018). «DIA 25 DE ABRIL 2018: ROGÉRIO SKYLAB LANÇA SEU NOVO ÁLBUM 'O REI DO CÚ' NA SALA BADEN POWELL». Portal do JL. Consultado em 8 de março de 2018 
  26. ↑ Rogério Skylab – Facebook (7 de março de 2018)
  27. ↑ «Rogério Skylab, o gênio do politicamente incorreto». Diário do Rio. 15 de junho de 2019. Consultado em 20 de dezembro de 2019 
  28. ↑ Thales de Menezes (20 de dezembro de 2019). «Palavrões surgem de forma natural em obra que fecha trilogia de Rogério Skylab». Folha de S.Paulo. Consultado em 20 de dezembro de 2019 
  29. ↑ «Rogério Skylab – 'À Sombra de um Horizonte'». YouTube. Consultado em 19 de março de 2020 
  30. ↑ Rogério Skylab – Facebook (19 de agosto de 2020)
  31. ↑ Aristides Oliveira (3 de outubro de 2020). «Cosmos, o novo disco de Rogério Skylab, foi lançado ao mundo e está incrível». Revista Acrobata. Consultado em 5 de outubro de 2020 
  32. ↑ «Rogério Skylab – 'Cantos de Maldoror'». YouTube. Consultado em 27 de julho de 2021 
  33. ↑ Ricardo Schott (26 de agosto de 2022). «Entrevista: Rogério Skylab fala de show novo, cosmos, pandemia e jornalismo». Pop Fantasma. Consultado em 24 de março de 2023 
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