Cantora de rádio e de nightclubs cariocas, Carmen Miranda gravou os seus primeiros discos no início dos anos 30. Rapidamente tornou-se a principal intérprete de grandes nomes do samba, entre os vários sucessos que gravou estão alguns clássicos da música brasileira como “O que é que a baiana tem”, de Dorival Caymmi, e “No tabuleiro da baiana”, de Ary Barroso. Na década de 1940, consagrou-se internacionalmente com suas participações em mais de uma dezena de filmes produzidos por Hollywood. O sucesso fez dela uma das estrelas mais bem pagas do show business americano. Ícone da cultura popular e do exagero estético, sua figura é evocada a uma imagem estereotipada e “tropical” do Brasil. Carmen viria a ser assumida como um dos ícones tropicalistas, estando presente tanto nas letras de canções como “Tropicália”, de Caetano Veloso,[1] morreu em agosto de 1955, deixando como legado, sua imagem que é, até os dias de hoje, resgatada no mundo artístico e cultural brasileiro.[carece de fontes?] Em 1956, era criado, pelo decreto n° 886, o Museu Carmen Miranda, que só seria inaugurado oficialmente vinte anos mais tarde, pelo governador do Rio de Janeiro Floriano Peixoto Faria Lima, em 05 de agosto de 1976.[2]
(...) Carmen Miranda. Ela própria um emblema tropicalista, um signo sobrecarregado de afetos contraditórios que eu brandira na letra de “Tropicália”, a canção‑manifesto. (...) Cheia de frescor e impressionantemente destra, ela, sem ser sempre cuidadosa ou capaz na definição das notas, era um espanto de clareza de intenções. A dicção rápida e a comicidade alegre no trato com o ritmo faziam dela uma mestra, para além da própria significação histórica. O fato de ela ter se tornado, com o sucesso em Hollywood, uma figura caricata de que a gente crescera sentindo um pouco de vergonha, fazia da mera menção de seu nome uma bomba de que os guerrilheiros tropicalistas fatalmente lançariam mão. Mas o lançar‑se tal bomba significava igualmente a decretação da morte dessa vergonha pela aceitação desafiadora tanto da cultura de massas americana (portanto da Hollywood onde Carmen brilhara) quanto da imagem estereotipada de um Brasil sexualmente exposto, hipercolorido e frutal (que era a versão que Carmen levava ao extremo) ‑ aceitação que se dava por termos descoberto que tanto a mass culture quanto esse estereótipo eram (ou podiam ser) reveladores de verdades mais abrangentes sobre cultura e sobre Brasil do que aquelas a que estivéramos até então limitados. (...) O aspecto travesti da sua imagem sem dúvida também importava muito para o Tropicalismo, uma vez que tanto o submundo urbano noturno quanto as trocas clandestinas de sexo, por um lado, e, por outro, tanto a homossexualidade enquanto dimensão existencial quanto a bissexualidade na forma de mito do andrógino eram temas tropicalistas (não fosse este um movimento típico da segunda metade dos anos 60) (...) - Escreveu Caetano Veloso em seu livro Verdade Tropical, (Companhia das Letras, 1997).[3]
Neste filme produzido por Walter Wanger e lançado pela United Artists, Joan Bennett faz uma performance musical chamada "Chula Chihuahua" vestida como Carmen Miranda.
Neste curta metragem animado produzido pela Warner Bros, Patolino aparece caracterizado como Carmen Miranda.[5]
1943
Baby Puss
No episódio Baby Puss do desenho animado Tom e Jerry, o gato Topsy se caracteriza como Carmen Miranda enquanto canta e dança a música Mamãe Eu Quero.[6]
1944
Fiddlers Three
Neste filme britânico, o seu protagonista, o comediante Tommy Trinder apresenta como Senorita Alvarez uma imitação de Carmen Miranda.[7]
1944
What's Cookin' Doc?
Pernalonga faz uma brevemente imitação como Carmen Miranda.
O ator Bob Hope aparece neste filme da Paramount Pictures caracterizado como Carmen Miranda ao interpretar a canção Batuque do Morro. O samba Diz que tem gravado por Carmen em 1941, também faz parte da trilha sonora do filme.[10]
1949
Always Leave Them Laughing
O comediante Milton Berle aparece vestido como Carmen Miranda.
1949
Señorita Chiquita Banana
No final dos anos 40, a United Fruit Company não hesitou em aproveitar a imagem de Carmen Miranda e criou um personagem animado chamada Chiquita, que usa um chapéu de frutas como os que Carmen usava em seus filmes, Chiquita acabou se tornando um simbolo da companhia.[11]
1952
Magical Maestro
Neste curta-metragem animado produzido pelos estúdios da MGM, o personagem-titulo transforma-se em Carmen Miranda e faz uma performance de Mamãe Eu Quero.[12]
Neste filme de Woody Allen, a atriz brasileira Denise Dumont faz uma pequena participação cantando a música Tico-Tico no Fubá. Em outra cena, a personagem Ruthie personifica Carmen Miranda em frente ao espelho dançando e dublando a música South American Way.[13]
Neste filme a atriz porto-riquenha Yvette Tucker se apresenta em uma boate fantasiada como Carmen Miranda e cantado a música Chica Chica Boom Chic.[16]
Carmen Miranda é citada quando o personagem de Alden Ehrenreich pergunta à estrela vivida por Veronica Osorio como é atuar "com um chapéu de bananas".[18]
Neste álbum, Chico Buarque em dueto com Maria Bethânia, gravaram juntos uma versão cover da música "Quando Eu Penso na Bahia" de Ary Barroso e Luiz Peixoto e gravada originalmente por Carmen Miranda em 1937.
2001
Batuque
Neste álbum, o cantor Ney Matogrosso regravou a maioria das 13 faixas, que passaram pelo repertório de Carmen.[47]
Neste álbum, Daniela Mercury gravou um "dueto" de O Que É que a Baiana Tem? com Carmen Miranda, a gravação inclui o fonograma original da canção de 1939. Mercury também regravou outro clássico, Tico-Tico no Fubá.[49]
(A lista é reservada a personalidades que tenham contribuído para a formação artística, histórica, cultura, econômica, social e urbanística da cidade.)[56]