Biblioteca Virtual de Prensa Histórica – Wikipédia, a enciclopédia livre

Biblioteca Virtual de Prensa Histórica
Tipo biblioteca digital
Fundação 2003 (21 anos)
Sede Madri, Espanha
Sítio oficial prensahistorica.mcu.es

A Biblioteca Virtual de Prensa Histórica, (em português Biblioteca Virtual de Imprensa Histórica), sigla (BVPH) é uma biblioteca digital resultado de um projeto cooperativo feito pelo Ministério de Educação, Cultura e Desportos da Espanha, as suas Comunidades Autónomas e outras instituições da memória histórica.

Tem como objetivos conservar e fazer acessível a imprensa histórica do país, um material bibliográfico que se caracteriza para incluir exemplares únicos e de difícil acesso. Abarca o período compreendido entre a metade do século XVIII e princípios do século XXI, sendo o exemplar mais antigo do ano 1753 e o mais atual do ano 2013.

Utiliza as normas de formato XML MARC Schema, METS, METSRights, PRÊMIOS, DCMI e ESTE e dispõe de um repositório OAI-PMH. Inclui mais de seis milhões de páginas, sobre Imprensa Histórica editadas em Espanha.

O projecto[editar | editar código-fonte]

A BVPH constitui um dos principais projetos de digitalização que atualmente se estão a desenvolver em Espanha e tem a nível internacional uma importância notável, tanto pelo seu volume como pelas suas funcionalidades.

O projecto foi iniciado no ano 2003, mas foi apresentado o 2009 por César Antonio Molina, naquele tempo Ministro de Cultura. É o resultado da colaboração da Direção geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, através da Sotsdireção Geral de Coordenação Bibliotecária, com as Comunidades Autónomas bem como de várias instituições de caracter científico ou cultural como associações culturais, fundações, universidades e empresas jornalísticas.[1][2]

No ano 2009 adopta-se ALTO (The Analyzed Layout and Text Object) como norma para complementar o esquema METS na gestão de metados. ALTO permite estruturar o texto por caracteres e vinculá-lo ao reconhecimento OCD (reconhecimento ótico de caracteres), permitindo desta pesquisa procura-la por palavras a texto completo.

Facilita a utilização de vários gestores de referências bibliográficas, como ZOTERO, facilitando muito a tarefa dos pesquisadores. Acrescenta também um novo visor de imagens de grande medida, coisa que facilita muito as consultas.

No ano 2013, contava com 2 178 cabeceiras correspondentes além de seis milhões de páginas digitalizadas (das quais 5,2 milhões se podem consultar a texto completo), transferidas por 81 bibliotecas.[3] A maior parte de fundo, são colecções únicas de interesse para pesquisadores e público em geral. A sua temática é variada e abarca o período compreendido entre metade do século XVIII e princípios do século XXI.

O banco de dados da BVPH, estão representadas as 17 Comunidades Autónomas (Andaluzia, Aragão, Astúrias, Canárias, Cantábria, Castilha e Leão, Castilha-a Mancha, Catalunha, Comunidade de Madrid, Comunidade Valenciana, Estremadura, Galiza, Ilhas Baleares, A Rioja, Navarra, País Basco e Região de Múrcia) além das 2 Cidades Autónomas (Ceuta e Melilla), reunindo um total 57 províncias e 180 localidades.

Digitalização dos materiais[editar | editar código-fonte]

A preservação digital dos materiais bibliográficos da imprensa histórica espanhola é fundamental porque o apoio no qual se conservam está em perigo de desaparecimento.

Por uma banda, a mesma acides do papel friável, elaborado a partir de massa de celulose, produz um deterioramento do papel simplesmente por estar em contacto com o ar, um caso de degradação que os centros de preservação e conservação denominam slow fire (“fogo lento”).[4] Também a qualidade do papel, em termos gerais, não é muito boa, já que no momento no qual se imprime se pensava mais num consumo imediato que não numa previsão de conservação em longo prazo.

A digitalização dos materiais é aconselhável não somente pela degradação do papel senão também pela forte demanda destes tipos de materiais proveniente de pesquisadores, estudantes ou público em general. Um uso e manipulação que acelera ainda mais o deterioramento, já que na maioria dos casos não somente supõe uma consulta senão também uma reprodução que expõe os materiais a uma luz potente, como seria o caso de fazer uma simples fotocopia, por exemplo.

Colecções destacadas[editar | editar código-fonte]

Imprensa clandestina[editar | editar código-fonte]

Formada por umas 90 000 páginas do arquivo hemerográfico do Partido Comunista de Espanha que foi digitalizada pela Direcção general do Livro, Arquivos e Bibliotecas do Ministério de Educação, Cultura e Desporto, através de um convénio com a Fundação de Buscas Marxistas.

Esta colecção é necessária para conhecer as actividades políticas dos grupos clandestinos que se opuseram ao franquismo e, muito especialmente, os do Partido Comunista e as organizações que giravam ao seu redor. Contando com 244 cabeceiras publicadas em Espanha, Argélia, Colômbia, França, Itália, Marrocos, México, Rússia, Venezuela, Uruguai, etc., correspondentes ao período compreendido entre 1932 e 1976.

Com a sua digitalização, assegura-se a divulgação destes fundos através da web e preservam-se os seus conteúdos, que pelo fato de estar produzidos com métodos artesanais na clandestinidade se encontram em adiantado estado de degradação.[5]

Revistas culturais[editar | editar código-fonte]

É o resultado do convénios de colaboração entre ARCE e o Ministério de Educação, Cultura e Desporto.[6] Contém as revistas ADE teatro, A balsa da medusa, CLIJ: Cuadernos de Literatura Infantil y Juvenil, Cuadernos de Alzate, Leviatán, Litoral, Ritmo, Cuadernos de Pensamiento Político, Veintiuno, O Ecologista, Gaia, Arte Y Parte, Ópera Actual y Utopías: Nuestra Bandeira, às quais ir-se-ão acrescentando outros títulos. Inclui as descrições bibliográficas dos artigos das revistas para facilitar ao cidadão a procura dos artigos pelo nome do autor, o título ou a matéria. Assim mesmo, é possível procura-lo no texto completo das publicações.[7]

Estatísticas[editar | editar código-fonte]

ESTATÍSTICAS GERAIS
Número de cabeceiras digitalizadas 2.178
Número de exemplares digitalizados 1.087.694
Número de imagens digitalizadas 6.556.716
Número de bibliotecas com obras digitalizadas 81
Número de localidades 180
Número de províncias 57
Número de impressoras ou editores 2.419
DATAS LIMITES DOS EXEMPLARES DIGITALIZADAS
Ano do exemplar DIGITALIZADAS mais antigo 1753
Ano do exemplar digitalizadas mais moderno 2013
ESTATÍSTICAS POR COMUNIDADE DA BIBLIOTECA
Comunidade Autónoma Cabeceiras Páginas
Andaluzia 146 692.830
Aragão 39 93.894
Astúrias 13 139.198
Castilha e Leão 368 1.018.222
Castilha a Mancha 123 318.001
Catalunha 449 945.680
Ceuta 2 3.588
Melilla 1 41.799
Estremadura 177 190.546
Galiza 15 162.145
Ilhas Baleares 94 229.108
Canárias 9 191.671
A Rioja 7 107.778
Madrid 371 1.014.809
Múrcia 28 227.157
Navarra 41 67.269
País Basco 7 89.516
Valência 178 570.436

Dados extraídos da web «BVPH». prensahistorica.mcu.es 

Motor de busca[editar | editar código-fonte]

A BVPH conta com um potente motor de busca que permite fazer procura simples e procura adiantada por campos (título, biblioteca, comunidade autónoma, província, localidade, idioma), por data e por palavras ou frases. Ademais conta com uma listagem de cabeceiras e um mapa interactivo por comunidades autónomas, províncias e localidades.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. «El Ministério de Cultura pone en marcha la Biblioteca Virtual de Prensa Histórica» (em espanhol). www.rtve.es. Consultado em 21 de março de 2014 
  2. «Documanía 2.0». documania20.wordpress.com. Consultado em 27 de março de 2014 
  3. «La biblioteca virtual de prensa histórica muestra 6,1 millones de páginas». noticias.lainformacion.com. 21 de outubro de 2013. Consultado em 21 de março de 2014 
  4. O papel friável apresenta uma extraordinária fragilidade devido ao alto grau de degradação do papel feito de madeira. Devido ao seu alto nível de acidez, o papel é muito frágil com uma "autodestruição anunciada". O problema do papel friável foi revelado em meados do século XX e foi chamado de "fogo lento" porque era tão letal para os livros como incêndios, mas a um ritmo mais lento. KEEFER, Alice; GALLART, Núria (2007). “La preservació de recursos digitals: el repte per a les biblioteques del segle XXI”. Editorial UOC (Pàg. 45-47)
  5. «Prensa clandestina». prensahistorica.mcu.es. Consultado em 21 de março de 2014 
  6. «Asociación de Revistas Culturales de España». www.arce.es. Consultado em 23 de março de 2014 
  7. «Revistas culturales». prensahistorica.mcu.es. Consultado em 21 de março de 2014 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]