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Alfonso López Michelsen
Alfonso López Michelsen
Alfonso López Michelsen
Presidente da Colômbia
Período 7 de agosto de 1974 - 7 de agosto de 1978
Antecessor(a) Misael Pastrana Borrero
Sucessor(a) Julio César Turbay Ayala
Dados pessoais
Nascimento 30 de junho de 1913
Bogotá, Colômbia
Morte 11 de julho de 2007 (94 anos)
Bogotá, Colômbia
Progenitores Mãe: María Michelsen Lombana
Pai: Alfonso López Pumarejo
Primeira-dama Cecilia Caballero Blanco
Partido Partido Liberal Colombiano
Profissão advogado e político

Alfonso López Michelsen (30 de junho de 191311 de julho de 2007) foi um advogado e político colombiano, governador do Departamento de Cesar, presidente de seu país entre 1974 e 1978.[1]

Era filho de Alfonso López Pumarejo, que governou a Colômbia por duas vezes. Durante o governo de seu pai, se manteve longe da política, tendo exercido o cargo de professor de Direito Constitucional na Universidade del Rosario e exercido a advocacia.

Presidência (1974–1978)[editar | editar código-fonte]

Em 1974, López foi escolhido pelo Partido Liberal como seu candidato a presidente, após derrotar o ex-presidente Carlos Lleras Restrepo nas primárias presidenciais do partido, com o apoio do ex-candidato (e sucessor presidencial) Julio César Turbay. Ele venceu as eleições gerais por larga margem contra o candidato do Partido Conservador Álvaro Gómez Hurtado e a candidata da ANAPO, María Eugenia Rojas. Seus 2 929 719 votos foram os maiores de todos os tempos para qualquer presidente até então.

Seu discurso presidencial inaugural, proferido em 7 de agosto de 1974, é mais lembrado por chamar a área de fronteira disputada no Golfo da Venezuela por seu nome nativo indígena, "Golfo de Coquibacoa", dado pelos wayuus. Em seu discurso, ele também prometeu reduzir o fosso crescente entre as populações rurais e urbanas e combater a pobreza, mensagens que atraíram o apoio de muitos movimentos políticos de esquerda.

Como presidente, López declarou emergência econômica para corrigir o déficit fiscal, o que lhe permitiu implementar uma série de medidas regulatórias para controlar os gastos e reduzir subsídios e programas como a certidão de crédito tributário (CAT) que reembolsa impostos parciais ou totais para empresas exportadoras. Ele também introduziu uma reforma tributária e fiscal que aumentou a poupança nacional e permitiu um aumento no investimento público e nas exportações. A produção agrícola aumentou 16%, e ele também criou repartições públicas dedicadas ao melhoramento da agricultura. Sob seu governo, também, as redes de energia foram expandidas e o investimento em infraestrutura aumentou. Em contraste, a inflação atingiu sob seu governo seus maiores valores históricos, em torno de 32%.[2]

O apoio inicial a suas políticas logo se transformou em oposição feroz, já que muitas de suas promessas de campanha, em particular aquelas de fazer acordos com sindicatos e na melhoria do acesso à água potável, não foram cumpridas e os subsídios foram eliminados e a inflação subiu. Sindicatos e outros ativistas de esquerda acumularam frustração e ressentimento por décadas após o assassinato de Jorge Eliécer Gaitán, e a violência subsequente, e a esperança de uma sociedade mais aberta que veio com a eleição de Lopez se transformou em sentimentos de traição. Como resultado, e após três anos como presidente, os principais sindicatos colombianos se uniram e conseguiram propor e organizar uma greve geral massiva. O governo López abordou duramente a greve planejada, chamando-a de subversiva e, em algum momento, ameaçando prisão e proibindo reuniões públicas.[3] Isso só enfureceu os participantes, e aos principais sindicalistas juntaram-se professores, estudantes, trabalhadores independentes, donas de casa, líderes guerrilheiros e até membros do partido conservador de oposição. O comitê organizador exigiu, entre outras coisas, aumentos salariais, congelamento dos preços de bens essenciais e taxas de serviços públicos, restabelecimento do direito de reunião e greve e redução da jornada de trabalho.

A greve, ocorrida em 14 de setembro de 1977, ficou conhecida como Greve Civil Nacional e atraiu um número tão grande de participantes descontentes que o comitê organizador logo perdeu o controle. As estradas principais foram bloqueadas em toda Bogotá e em muitas outras cidades do país, e logo muitas pequenas escaramuças entre os manifestantes e a polícia de choque começaram a ocorrer por toda parte. As manifestações e escaramuças logo se transformaram em tumultos, e os manifestantes começaram a pilhar grandes lojas e a vandalizar fábricas e carros. Por volta das 16h, o major declarou toque de recolher, o que só deixou os manifestantes mais furiosos. Centenas de manifestantes ficaram feridos e milhares foram presos e reunidos no estádio de futebol da cidade e arena de touradas. Motins e escaramuças continuaram durante toda a noite e até o dia seguinte, que devastaram a cidade. Cerca de 20 ou 30 pessoas morreram no meio disso.[3][4] Como consequência, os sindicatos declararam vitória e o governo de López Michelsen teve que fazer concessões. No entanto, o motim fez seu governo adotar uma postura mais dura e repressiva.

Pós-presidência[editar | editar código-fonte]

Ao término de seu mandato em 1978, ele se tornou novamente o líder do Partido Liberal. Ele concorreu à presidência novamente em 1982, mas foi derrotado pelo candidato do Partido Conservador, Belisario Betancur.

Ele continuou a participar ativamente na tomada de decisões do Partido Liberal até o início dos anos 1990, quando decidiu se retirar da atividade política. Ele foi colunista regular do jornal colombiano El Tiempo, que chamou a atenção para muitos assuntos críticos. Por esta razão, ele foi chamado de " el hombre que pone a pensar al pais" (espanhol para "O homem que fez o país pensar").

Lopez Michelsen morreu em Bogotá em 11 de julho de 2007, após sofrer um ataque cardíaco.[5]

Referências

  1. «Fallece ex presidente colombiano López Michelsen» (em espanhol) 
  2. «Alfonso López Michelsen - Enciclopedia | Banrepcultural». enciclopedia.banrepcultural.org. Consultado em 28 de junho de 2021 
  3. a b «Así fue el paro de 1977, el más grande (y violento) de la historia de Colombia». ¡PACIFISTA! (em espanhol). Consultado em 28 de junho de 2021 
  4. "40 años del Paro Cívico Nacional de 1977" (PDF)
  5. «Noticias políticas de Colombia - ELTIEMPO.COM -> Alfonso López Michelsen 1913-2007». web.archive.org. 14 de julho de 2007. Consultado em 28 de junho de 2021 

Precedido por
Misael Pastrana Borrero
Presidente da República da Colômbia
19741978
Sucedido por
Julio César Turbay Ayala
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