17A – Wikipédia, a enciclopédia livre

17A
Local Argentina
Causas
  • Defensa de instituições e a separação de poderes
  • Contra o projeto do Reforma Judiciária
  • Contra a impunidade de Cristina Kirchner

O 17A, apelidado de Caravana pela República e por alguns meios argentinos como Protesto dos Contágios foi uma série de protestos massivos contra o governo de Alberto Fernandez que ocorreram no 17 de agosto de 2020.[1]

Trata-se de protestos pacíficos na base de diversos reclamos, entre outros: a defensa de instituições e a separação de poderes, contra o projeto do reforma judiciária impulsada pelo governo, contra a impunidade de Cristina Kirchner, contra respostas à pandemia de COVID-19, contra a falta de liberdades, contra o incremento no crime, contra a grande quantidade de atividades econômicas que não podiam trabalhar, e por um incremento nas aposentadorias.[1][2][3][4]

O protesto maior foi no Obelisco de Buenos Aires, mas protestos ocorreram em muitos lugares de Argentina, entre outros: a Quinta de Olivos (residência oficial do Presidente), e ás cidades de Córdoba, Santa Fe, Mendoza, Tucumã, La Matanza, Mar del Plata, Lomas de Zamora, Adrogué, Avellaneda (Santa Fe), Comodoro Rivadavia, Río Gallegos, La Plata, Bahía Blanca e Viedma.[5][6][7] Também se registrassem protestos na Punta del Este, Uruguai.[8]

Foram convocados principalmente pelas redes sociais, por contas contrarias no governo, mas de forma apartidária, já que nenhum partido político incitou os protestos.[9][10][11][12] Participaram alguns políticos como cidadãos privados, como Patricia Bullrich (presidente do PRO).[12][13] O governo da época qualificou os protestos como contra-quarentena e uma paródia as medidas para conter a pandemia.[14][15][16]

Foi feito principalmente desde carros para manter a distância social precisa para a prevenção do COVID-19.[17] Também houve concentrações de pessoas de pé, usando máscaras faciais é mantendo distância.[18]

Contexto[editar | editar código-fonte]

No 12 de março, uma quarentena rígida foi estabelecida em toda a Argentina. Esta medida causou um aumento na imagem positiva do presidente Alberto Fernández em março. Apesar disto, diversas causas fizeram descer a imagem positiva nos seguintes meses de quarentena (oficialmente chamado “isolamento preventivo e obrigatório”), atingindo no agosto a imagem positiva mais baixa desde o começo das medidas sanitárias.[19][20][21] de opinião mostraram uma desça considerável nas expectativas econômicas da população, principalmente nas expectativas de emprego e preços futuros.[20][22][21][23]

Protesto na Avenida 9 de Julho (Buenos Aires)

A população que aprovava o manejo da pandemia passou de 91,7% em março para 62,4% em junho, enquanto a desaprovação passou de 5,5% em março para 35,8% em junho.[20]

No 9 de julho, protestes contra o governo foram feitas no Obelisco de Buenos Aires e vários outros pontos do Argentina.[24][25]

No 30 de julho, o presidente enviou um projeto de lei ao Congresso para a reforma do Judiciário, como o objetivo, de acordo com Fernandez, de lograr “uma melhor organização da Justiça Federal, para superar a crise de credibilidade e do funcionamento da Justiça Federal Criminal”.[26][27][28] Este projeto considerava a unificação da Justiça Federal Criminal com a Econômica, e a criação de 23 novos tribunais, o que diluiria a influência dos 12 juízes federais do país, além a unificação de cortes de apelações e a imposição de novas regras de atuação para os juízes federais.[26][29] Além disso, um conselho consultivo para a reforma do Corte Suprema e do Conselho de Magistratura foi criado.[30][31]

No agosto, a imagem negativa do presidente superou pela primeira vez à positiva.[19][32] Só uma pesquisa, feita pela Faculdade de Ciências Sociais da universidade pública UBA, mostrava uma maior imagem positiva que negativa.[33]

No Grande Buenos Aires aconteceu uma suba do crime cometido por pessoas sem antecedentes, apelidados de “crime de supervivência” pelo Ministro de Segurança da Província, Sergio Berni.[34][35] Este incremento no crime tive grande cobertura nos médios de comunicação e foi uma das causas dos protestos. A Ministra de Segurança da Nação, Sabina Frederic, declarou: “Não há tantos roubos [...] estamos observando atos de violência durante o crime, que são alertos principalmente pelos meios, que os visibilizam é fazem seguimento”.[36][37] Depois destas declarações, o Chefe do Gabinete de Ministros, Santiago Cafiero, agregou: “O que eu sei é o que a Ministra de Segurança Frederic diz sobre uma estatística frente o ano passado. Em relação no março, evidentemente há mais casos”.[38][39]

Para o 17 de agosto, o dia dos protestos, a quarentena (ou “isolamento social preventivo e obrigatório”) já tinham estado em vigor há 151 dias na capital Buenos Aires e no Grande Buenos Aires, enquanto a maioria do resto de país tinha passado para uma fase menos rígida chamada Distanciamento Social.

Opiniões do governo[editar | editar código-fonte]

  • Alberto Fernandez, Presidente: “O protesto é um chamado ao contágio”, e “Eles não nos vão dobrar, aqueles que gritam geralmente não estão certos”.[40][41]
  • Ginés González García, Ministro de Saúde: “Hoje eu li que os idosos são convocados...é uma piada. O protesto é uma piada sobre todas as medidas que estamos tentando com esforço os argentinos todos”.[15]
  • Santiago Cafiero, Chefe do Gabinete de Ministros: "Pedimos desculpas aos profissionais de saúde por não ter conseguido evitar o protesto".[42]
  • Agustín Rossi, Ministro da Defesa: "Foi um ato de irresponsabilidade política. Um protesto claramente convocado pelos setores mais violentos desde o discursivo da oposição".[41][43]
  • Roberto Salvarezza, Ministro da Ciência e Tecnologia: "Vai ter consequências no número de contágios".[16]
  • Luana Volnovich, diretora do PAMI (sistema de saúde pública para pessoas idosas): "Se alguém fora convocar chamasse minha mãe para um protesto, eu iria matá-lo".[44]

Participantes[editar | editar código-fonte]

Distintas figuras públicas do país participaram do protesto, entre outros:

Notas[editar | editar código-fonte]

  • Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em castelhano cujo título é «17A».

Referências[editar | editar código-fonte]

  1. a b «Anti-government protesters defy virus measures in Argentina». France 24 (em espanhol). Francia. 18 de agosto de 2020 
  2. «La marcha de los contagios: los anticuarentena en el Obelisco». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  3. «En Viedma también hubo marcha contra la cuarentena y la reforma judicial». Río Negro (em espanhol). General Roca. 17 de agosto de 2020 
  4. «Marcha opositora contra la cuarentena en el centro y otros puntos del país». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  5. «Marcha del 17A: banderazo contra el Gobierno en el Obelisco y las principales ciudades del país». Clarín (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  6. «#17A: la marcha opositora al gobierno se hizo sentir en Mar del Plata». La Capital (em espanhol). Mar Del Plata. 17 de agosto de 2020 
  7. «Miles de bahienses se sumaron a la marcha del 17A contra el Gobierno nacional». La Nueva Provincia (em espanhol). 17 de agosto de 2020 
  8. «Marcha 17A: argentinos también se manifestaron en Punta del Este». Correo de Punta del Este (em espanhol). Punta del Este. 17 de agosto de 2020 
  9. «La "Caravana por la República" se hizo sentir en Tucumán». La Gaceta (em espanhol). San Miguel de Tucumán. 17 de agosto de 2020 
  10. «Santilli también se despegó de la marcha anticuarentena». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020 
  11. «La marcha del 17A - Fernán Quirós: "Que el esfuerzo colectivo no corra riesgo por la necesidad de un subgrupo de expresarse"». Todo Noticias (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  12. a b «Patricia Bullrich: "El PRO no convoca a la marcha del lunes, pero voy a ir sin romper ninguna regla"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020 
  13. «Marcha del 17A: cómo fue la participación de Bullrich en el banderazo». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  14. «Roberto Salvarezza dijo que "la marcha anticuarentena va a traer consecuencias en el número de contagios"». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  15. a b «Ginés González García criticó a las personas que asistirán a la marcha». MDZ Online (em espanhol). Mendoza. 17 de agosto de 2020 
  16. a b «Salvarezza: "La marcha del 17A va a traer consecuencias en el número de contagios"». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  17. «A solo ocho meses de asumir, multitudinaria protesta contra el Gobierno». infobae (em espanhol) 
  18. Mercado, Silvia. «Una protesta contundente con barbijos y banderas de Argentina en contra de la reforma judicial». Infobae (em espanhol) 
  19. a b «La imagen de Alberto Fernández es negativa por primera vez desde el inicio de la pandemia». Perfil (em espanhol). Buenos Aires. 19 de agosto de 2020 
  20. a b c Management & Fit. «CRISIS SANITARIA COVID-19 - Índices de optimismo & Encuestas Temáticas» (PDF) (em espanhol) 
  21. a b «Encuesta: cae la imagen del Gobierno por la cuarentena y el 60% afirma que su situación económica empeoró». El Cronista (em espanhol). Buenos Aires. 15 de julho de 2020 
  22. «Crece el pesimismo sobre el futuro económico y la capacidad del Gobierno de controlar la pandemia». El Cronista (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020 
  23. «Más de la mitad de los argentinos cree que la situación económica está peor que el año pasado y que se agravará aún más». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 4 de agosto de 2020 
  24. Beato Vassolo, Inés (10 de julho de 2020). «Multitudinario banderazo contra el Gobierno en diferentes puntos del país». La Nación (em espanhol). Buenos Aires 
  25. «El nuevo "banderazo" anticuarentena del 9 de julho, con los discursos de siempre». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 10 de julho de 2020 
  26. a b Cibeira, Fernando (30 de julho de 2020). «Alberto Fernández presentó la reforma judicial: "Una Justicia sobre la que no influyan los poderes"». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires 
  27. «El Presidente presentó el proyecto de ley de reforma de la Justicia». Presidencia de la Nación Argentina (em espanhol). 29 de julho de 2020 
  28. «Alberto Fernández: "Proponemos organizar mejor la justicia federal"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020 
  29. «Punto por punto, los cambios que introduce la reforma judicial que presentó Alberto Fernández». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 29 de julho de 2020 
  30. Hauser, Irina (28 de julho de 2020). «Reforma judicial: el Presidente definió los 11 primeiros que integrarán el consejo asesor». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires 
  31. «Reforma judicial: "La Corte Suprema debería tener 9 miembros", consideró un integrante del nuevo consejo de asesores del Presidente». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 28 de julho de 2020 
  32. Giacobbe Opinión Pública (18 de agosto de 2020). «INFORME X - ESPECIAL COVID-19» (PDF) (em espanhol) 
  33. «A un año de las PASO, Alberto Fernández mantiene una alta imagen positiva». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020 
  34. «Sergio Berni: "Ahora tenemos una presencia muy fuerte del delito de supervivencia"». Perfil (em espanhol). Buenos Aires. 30 de junho de 2020 
  35. «Por la cuarentena, bajó el delito en la Ciudad». Página 12 (em espanhol). Buenos Aires. 15 de agosto de 2020 
  36. «Sabina Frederic: "No son muchos los robos, los medios de comunicación los hacen visibles"». Infobae (em espanhol). Buenos Aires. 3 de agosto de 2020 
  37. «"No hay muchos robos en la Argentina", aseguró la ministra de Seguridad de la Nación». La Capital (em espanhol). Rosario. 3 de agosto de 2020 
  38. «Cafiero: "Claramente hay aumento de casos de inseguridad desde el inicio de la pandemia"». Télam (em espanhol). Buenos Aires. 5 de agosto de 2020 
  39. «Cafiero habló de inseguridad y reconoció que hubo un aumento: "El delincuente no es delincuente porque es pobre"». Los Andes (em espanhol). Mendoza. 5 de agosto de 2020 
  40. «Alberto Fernández tras el banderazo del 17A: "No nos van a doblegar, los que gritan no suelen tener razón"». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 19 de agosto de 2020 
  41. a b «Alberto Fernández tras el banderazo del 17A: "No nos van a doblegar, los que gritan no suelen tener razón"». Hoy (em espanhol). La Plata. 19 de agosto de 2020 
  42. «Cafiero el 17A: "Le pedimos perdón a los trabajadores de la salud por no haber podido evitar la marcha"». Ámbito Financiero (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  43. «ROSSI: "LA MARCHA DE AYER FUE UN ACTO DE IRRESPONSABILIDAD POLÍTICA"» (em espanhol). El Destape Radio 
  44. «Banderazo del 17 de agosto: "Si alguien convocara a mi mamá a una marcha, lo mato", afirmó Luana Volnovich, titular del PAMI». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 16 de agosto de 2020 
  45. a b c d e f g «Marcha 17A: quiénes fueron los opositores que se sumaron a la protesta o la respaldaron». La Nación (em espanhol). Buenos Aires. 17 de agosto de 2020 
  46. @PatoBullrich (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter 
  47. @WolffWaldo (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad #NosotrosEstamos"» (Tweet) – via Twitter 
  48. @TotyFlores (17 de agosto de 2020). «"#17AJuntosContraLaImpunidad #17APorLaRepublica #17ASalimosTodos #17A"» (Tweet) – via Twitter 
  49. @CarolinaPiparo (17 de agosto de 2020). «"Acompaño con responsabilidad y con las convicciones de siempre. Todo mi apoyo y cariño a los miles de argentinos que reclaman una salida planificada a la cuarentena, firmeza ante la inseguridad y gritan un no rotundo a la reforma judicial #17AJuntosContraLaImpunidad #LaPlata ♥️🇦🇷"» (Tweet) – via Twitter 
  50. @herlombardi (17 de agosto de 2020). «"Acompañamos a la gente, manteniendo la distancia social, junto a Beto Brandoni. 1 argentino cada 2 metro diciendo no a la reforma judicial que persigue la impunidad. Sepa el gobierno escuchar. #17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter 
  51. @andreshibarra (17 de agosto de 2020). «"Más juntos que nunca defendiendo los valores de la República 🇦🇷💪🏻 #17AJuntosContraLaImpunidad"» (Tweet) – via Twitter