Zona Costeira Brasileira – Wikipédia, a enciclopédia livre

A Zona Costeira Brasileira é uma unidade territorial, definida em legislação para efeitos de gestão ambiental, que se estende por 17 estados e acomoda mais de 400 municípios distribuídos do norte equatorial ao sul temperado do Brasil.[1].

Na região norte do Brasil o material particulado em suspensão, oriundo da Bacia Amazônica e dos sistemas estuarinos do Maranhão, origina fundos ricos em matéria orgânica. Esse tipo de hábitat oferece boas condições de alimento para peixes de fundo e camarões explorados pela pesca industrial e artesanal.

A região costeira do Amapá e o setor ocidental da região costeira do Pará é denominada golfo Marajoara. Mais da metade dos manguezais brasileiros concentram-se nesta região. É uma área de baixa densidade demográfica.

Os hábitats marinhos da região nordeste do Brasil são típicos de áreas tropicais e caracterizam-se pela grande diversidade biológica. Há recifes de coral e de algas calcárias, praias arenosas interrompidas por falésias, arrecifes de arenito e pequenos sistemas estuarino-lagunares margeados por manguezais. A alta ocupação urbana, o turismo, sobrepesca, obras portuárias, mineração e ocupação de áreas de manguezais para a carcinocultura, impactam a região.

A Região Costeira Central assemelha-se à Região Costeira do Nordeste, porém com maiores flutuações climáticas. Na parte sul desta região, ocorre a ressurgência de Cabo Frio, e a temperatura na parte próxima à costa pode baixar até 16 °C. Este evento natural torna esta região extremamente produtiva.

A Plataforma Continental estende-se desde 10 km próximo a Salvador, até cerca de 190 km ao sul da Bahia, devido à ocorrência dos Bancos de Abrolhos onde predominam fundos de algas calcárias e de recifes de coral. Na área mais próxima da costa, predominam praias arenosas, estuários e baías margeadas por manguezais.

A região sul do Brasil, na faixa subtropical da costa brasileira, localiza-se entre o litoral norte do Rio de Janeiro e o litoral do Rio Grande do Sul. Há aí grande variabilidade sazonal das condições climáticas, pela confluência da corrente do Brasil com a corrente das Malvinas, e da hidrografia da plataforma: drenagem continental do Rio da Prata, da Lagoa dos Patos e do Complexo Estuarino Paranaguá-Cananeia. O assoalho marinho da plataforma continental é predominantemente arenoso.

Costões rochosos, praias arenosas, restingas, manguezais, baías e lagoas costeiras são ambientes comuns junto à linha de costa. A maior praia do mundo (Praia do Cassino) tem cerca de 200 km de extensão entre a saída da Lagoa dos Patos e o Chuí. Todos estes ecossistemas são importantes do ponto de vista ecológico e sócio-econômico (pesca, turismo e transporte). Várias unidades de conservação foram estabelecidas neste litoral e ajudam na preservação da biodiversidade marinha.

O último manguezal ao sul é na foz do rio Araranguá, em Laguna, Santa Catarina. O trecho entre Laguna e o Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, é constituído por planícies arenosas que isolam grandes brejos e lagunas intercomunicantes chamadas de banhados. Há grandes lagunas como a dos Patos e a Mirim e outras de pequeno tamanho, muitas das quais se comunicam com o mar por canais estreitos e rasos. Os banhados, importantes áreas úmidas litorâneas, abrigam uma rica avifauna, com várias espécies endêmicas.

Há três tipos de ilhas na costa brasileira. A maioria delas resulta do afogamento da costa, sendo, portanto, prolongamentos dos tipos de relevos litorâneos, de suas geologias e demais condicionantes tectônicas que determinam os ecossistemas.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. MMA Zona Costeira Brasileira[ligação inativa]</ A Zona Costeira Brasileira (ZEE - Zona Econômica Ecológica) ocupa cerca de 3,5 milhões de quilômetros quadrados e corresponde a 41% da área emersa do país e tem 8 500 quilômetros de litoral. É um conceito geopolítico que não tem nenhuma relação com a classificação feita pela ecologia. A Zona Costeira Brasileira tem aspectos distintos em sua longa extensão passando através de diferentes biomas que chegam até o litoral, o bioma da Amazônia, o bioma da Caatinga e bioma da Mata Atlântica. Esses biomas com grande variedade de espécies e de ecossistemas. As águas do oceano Atlântico Sul Ocidental, que banham o país, são quentes mas, fatores peculiares e do clima levam à existência de uma grande variedade de ecossistemas diferentes que aparecem desde o Cabo Orange, na foz do Rio Oiapoque na região norte do Brasil a até o extremo sul do país na localidade de Arroio Chuí.>

    O bioma marinho do Brasil[editar | editar código-fonte]

    O bioma marinho do Brasil situa-se na "Zona Marinha do Brasil" e apresenta diversos ecossistemas marinhos no Oceano Atlântico sobre o biótopo da Plataforma continental que apresenta largura variável, com cerca de 80 milhas náuticas, no Amapá, e 160 milhas náuticas, na foz do rio Amazonas, reduzindo-se para 20 a 30 milhas náuticas, na região nordeste do Brasil, onde é constituída, basicamente, por fundos irregulares, com formações de algas calcárias. A partir do Rio de Janeiro, na direção sul, a plataforma volta a se alargar, formando extensos fundos cobertos de areia e lama.<ref>MMA Zona Marinha Brasileira[ligação inativa]

Ligações externas[editar | editar código-fonte]