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Zermatt
Comuna da Suíça
Administração
Cantão Valais
Distrito Visp
Localização(ões) Blatten, Findeln, Gornergrat, Ried, Schwarzsee, Z'mutt
Comunas
limítrofes
Alagna Valsesia (IT-VC), Ayas (IT-AO), Ayer, Bionaz (IT-AO), Evolène, Gressoney-La-Trinité (IT-AO), Macugnaga (IT-VB), Randa, Saas Almagell, Täsch, Valtournenche
Código postal 3920
Prefixo telefónico 027
Língua oficial alemão
Demografia
População 5625 hab.
Densidade 23 hab./km²
Geografia
Coordenadas 46° 01' N 7° 44' E
Altitude 1620 m
Área 242,67 km²
Website oficial www.zermatt.ch
Localização

Zermatt é uma famosa comuna da Suíça, localizada no Cantão Valais. Contando com cerca de 5 600 habitantes, é conhecida internacionalmente pela presença da montanha Matterhorn demarcando sua paisagem.[1] Esta municipalidade, muito procurada por turistas de todo o mundo, ocupa uma área de 242,67 km² e apresenta densidade populacional de 23 hab./km².[2]

O idioma oficial desta comuna, assim como de toda a região em seu entorno, é o alemão. Mas devido à forte presença de imigrantes portugueses,[3] a língua portuguesa é o segundo idioma mais falado no local, superando numericamente os demais idiomas oficiais da Confederação Helvética.[4][5]

Zermatt faz limite com as seguintes comunas: Alagna Valsesia (IT-VC), Ayas (IT-AO), Ayer, Bionaz (IT-AO), Evolène, Gressoney-La-Trinité (IT-AO), Macugnaga (IT-VB), Randa, Saas Almagell, Täsch, Valtournenche.

A partir desta localidade é possível iniciar a trilha para a escalada do Matterhorn ou Monte Cervino, famosa montanha alpina que foi conquistada no ano de 1865.

Etimologia[editar | editar código-fonte]

O nome Zermatt tem origem na terminologia matten, palavra alemã que significa campos ou prados. Inicialmente a localidade era chamada de Zur Matte ("na pradaria", em alemão), se referindo à presença de campos alpinos no vale onde o vilarejo se situava. Posteriormente a denominação foi alterada para a forma atual, passando a ser escrita como Zermatt.[6][7]

Turismo[editar | editar código-fonte]

Luneta instalada em ponto turístico de Zermatt com o objetivo de possibilitar a observação do Matterhorn.

Muito procurada por turistas e esportistas que se dirigem às estações de esqui nas proximidades, Zermatt é mundialmente conhecida pela proibição da circulação de automóveis nas suas ruas e pela impecável preservação do seu patrimônio histórico. Pode-se também desfrutar do centro comercial local, do tradicional Jägertee (chá dos caçadores) ou de restaurantes gastronômicos de alto nível.[8]

As ruas de Zermatt estão fechadas ao tráfego de carros particulares desde o ano de 1931.[9] A restrição à circulação de veículos foi reavaliada e confirmada pelos eleitores de Zermatt nos anos de 1961, 1972 e 1986.[10] A estrada de 5 km que liga Zermatt ao município vizinho Täsch só pode ser utilizada mediante uma autorização especial, a qual somente é emitida para moradores locais, hóspedes com uma segunda casa na comunidade, táxis, veículos de abastecimento e entregas ou para o atendimento de emergências.[9]

Como à cidade é fechada à carros de passeio, o acesso dos visitantes à cidade somente pode ser feito por meio de trens. Na estação ferroviária é possível utilizar pequenos carros elétricos oferecidos pelos hotéis locais à seus hóspedes.[11]

Zermatt é o ponto de partida de diversas trilhas nos alpes. Passeios de gôndolas ou teleféricos também são muito populares entre os turistas. — A cidade também conta com museus, construções históricas e diversas atrações culturais.[1]

Outra localidade bastante procurada pelos turistas é o cemitério dos montanhistas.[12] Trata-se de um memorial onde estão sepultados diversos montanhistas que perderam suas vidas ao tentarem escalar as íngremes paredes das montanhas localizadas no entorno da cidade, sobretudo o Matterhorn, considerado por muitos como a mais desafiadora montanha do continente Europeu.[12]

Geografia[editar | editar código-fonte]

A cidade de Zermatt ocupa um vale alpino encaixado entre as montanhas, sendo cercada por diversas formações de elevada altitude, como o Monte Rosa, Dom, Weisshorn e Matterhorn.[13] Sua área central é cortada pelo principal rio deste vale, denominado Matter Vispa, o qual nasce a partir das geleiras que se espalham aos pés das montanhas que circundam a cidade.[14]

Clima[editar | editar código-fonte]

De acordo com a classificação climática de Köppen-Geiger, Zermatt apresenta clima subártico (Dfc). Os verões são amenos com dias frescos e noites frias. O mês mais quente do ano é Julho, enquanto que Janeiro é o mais frio. Os invernos são bastante rigorosos com frequentes episódios de nevascas intensas. O volume médio de queda de neve na localidade totaliza 325 cm/ano.

Dados climáticos para Zermatt (Período de 1981–2010)
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Média alta °C 0,2 1,3 3,7 7,3 12,1 15,6 18,9 17,9 15,4 11,2 4,6 1,1 9,1
Média diária °C -4,8 -4,0 -1,5 2,0 6,7 10,0 12,5 11,7 9,0 4,8 -0,8 -3,8 3,5
Média baixa °C -8,4 -7,8 -5,5 -2,2 2,1 4,8 6,8 6,7 4,2 0,7 -4,0 -7,1 -0,8
Média precipitação mm 43 46 49 50 61 56 47 60 41 55 55 48 611
Queda de neve média cm 54,5 58,7 46,6 37,6 10,1 2,2 0,0 0,0 1,1 6,2 40,9 66,8 324,7
Média alta °F
Média diária °F
Média baixa °F
Média precipitação pol. 1.69 1.81 1.93 1.97 2.4 2.2 1.85 2.36 1.61 2.17 2.17 1.89 24.06
Queda de neve média pol.
Média de dias de precipitação (≥ 1,0 mm) 6,6 6,3 7,7 6,7 10,0 8,6 8,9 9,9 6,9 6,7 7,0 6,7 92,0
Média de dias ensolarados (≥ 1,0 cm) 8,0 7,0 5,4 4,1 1,3 0,1 0,0 0,0 0,1 1,5 5,4 7,2 453
Média umidade relativa (%) 65 66 65 66 67 68 65 70 70 67 67 66 67
Média mensal horas de sol 85 103 135 146 159 175 200 185 166 139 93 81 1 666
Por cento luz do sol possível 54 58 56 58 56 60 68 68 69 65 58 55 61
Fonte: MeteoSwiss[15]

Fauna e Flora[editar | editar código-fonte]

Área de tundra alpina nas proximidades da divisa com a Itália.

A singularidade das condições climáticas, aliada ao isolamento geográfico proporcionado pelas elevadas montanhas existentes no entorno da região, faz com que Zermatt registre a presença de diversas plantas endêmicas.[16] A presença desses raros espécimes vegetais atrai pesquisadores de diversas localidades para estudá-los diretamente em seu habitat natural.[17]

Devido ao lento crescimento da maioria dos espécimes vegetais ali presentes, tais ecossistemas são muito vulneráveis à ação humana, de modo que os administradores locais recomendam cuidados durante a visitação, de modo a minimizar eventuais impactos decorrentes da circulação de pessoas.[16]

Quanto à fauna de Zermatt, é possível observar diversos animais selvagens nas proximidades das trilhas que circundam a cidade, com destaque para ibex, águias, camurças, cervos, marmotas, linces, esquilos e raposas.[17][18] Adicionalmente, existem relatos de raras aparições de lobos nas montanhas.[18]

No passado também haviam ursos nas proximidades, contudo, o último animal registrado foi morto por um caçador em 1904, sendo considerado extinto do local desde então.[18]

Geologia[editar | editar código-fonte]

A região dos alpes ocidentais, onde se localiza Zermatt apresenta afloramentos de rochas formadoras da plataforma continental europeia, expondo evidências das colisões tectônicas que levaram à formação dos Alpes.[19] Observa-se a presença de ofiolitos, rochas de origem oceânica com alto grau de metamorfismo, além de se notar a presença de grandes dobramentos rochosos. Isso evidencia a enorme força com que se deu a orogênese do local.

A presença de feições glaciais, tais como vales escavados por geleiras, morenas e depósitos de sedimentos indica a grande influência do clima frio na modelagem da paisagem, principalmente nas áreas mais próximas aos pés das montanhas e fundos dos vales.[19]

Vista panorâmica dos picos alpinos no entorno de Zermatt

Referências

  1. a b «Zermatt». Viagem e Turismo. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  2. «Burgergemeinde Zermatt | Willkommen». www.burgergemeindezermatt.ch (em alemão). Consultado em 28 de setembro de 2021 
  3. swissinfo.ch, Etienne Strebel, Adaptação: Alexander Thoele. «Livre circulação: 80% de portugueses em Zermatt». SWI swissinfo.ch. Consultado em 11 de janeiro de 2022 
  4. www.swissinfo.ch. «O vilarejo suíço em que se fala português». 2012-02-07. Consultado em 16 de novembro de 2020 
  5. «Portugueses em busca de emprego transformam vilarejo na Suíça». BBC News Brasil. 20 de março de 2012. Consultado em 11 de janeiro de 2022 
  6. The names of Zermatt, W. A. B. Coolidge
  7. Rey, Guido, The Matterhorn, p. 290
  8. El País (6 de Fevereiro de 2017). «Los pueblos más bonitos de Suiza». Consultado em 8 de Fevereiro de 2017 
  9. a b «Zermatt». Fathers (em polaco). 19 de outubro de 2020. Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  10. G, Lorena Rivas. «Reducing tourism's carbon footprint». www.trekksoft.com (em inglês). Consultado em 10 de fevereiro de 2022 
  11. «Chegando em Zermatt». Zermatt, Portuguese. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  12. a b «Mountaineers' cemetery». Zermatt, Portuguese. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  13. «Top 10 Highest Peaks in the Alps | All Above 4000 Meters». www.alpenwild.com. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  14. McClanahan, Paige (5 de março de 2020). «36 Hours in Zermatt». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 28 de setembro de 2021 
  15. «Climate Normals Zermatt 1981–2010». Zürich-Flughafen, Switzerland: Swiss Federal Office of Meteorology and Climatology - MeteoSwiss. 25 de abril de 2016. Consultado em 8 de outubro de 2016. Arquivado do original (PDF) em 9 de outubro de 2016 
  16. a b «Zermatt flora». Zermatt, Switzerland. Consultado em 30 de setembro de 2021 
  17. a b «Easily discovered plants and animals in Zermatt». Zermatt, Switzerland. Consultado em 30 de setembro de 2021 
  18. a b c «Alps Wildlife | Wildlife Tours | Swiss Animals». www.alpenwild.com. Consultado em 30 de setembro de 2021 
  19. a b Bucher, Kurt; Weisenberger, Tobias Björn; Weber, Sebastian; Klemm, Oliver; Corfu, Fernando (17 de fevereiro de 2020). «The Theodul Glacier Unit, a slab of pre-Alpine rocks in the Alpine meta-ophiolite of Zermatt-Saas, Western Alps». Swiss Journal of Geosciences (1). 1 páginas. ISSN 1661-8734. doi:10.1186/s00015-020-00354-6. Consultado em 28 de setembro de 2021 
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