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 Nota: Para o filme com Oliver Hardy, veja Zenobia (filme). Para outros significados, veja Zenóbia (desambiguação).
Zenóbia
Zenóbia
Zenóbia como Augusta (imperatriz) no observo de um antoniniano (272)
Rainha consorte de Palmira
Reinado 260-267
Antecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Rainha-mãe de Palmira
Reinado 267-272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Rainha do Egito
Reinado 270-272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
Imperatriz de Palmira
Reinado 272
Predecessor(a) Título criado
Sucessor(a) Ninguém
 
Nascimento ca. 240
  Palmira, Síria
Morte Após 274
Cônjuge Odenato
Filho(s) Heranes II
Vabalato
Sétimo Antíoco
Timolau (?)
Duas filhas
Religião Paganismo palmireno

Zenóbia (em grego: Ζηνοβία; romaniz.:Zēnobía; em palmireno: , Btzby; em aramaico: בת זבי; romaniz.:Bat-Zabbai; em árabe: الزباء; romaniz.:al-Zabbā’; ca. 240 - após 274) foi uma rainha do século III do Império de Palmira. Muitas lendas cercam sua ancestralidade; provavelmente não era uma comum e se casou com o governante da cidade, Odenato (r. 252–267). Seu marido tornou-se rei em 260, elevando Palmira ao poder supremo no Oriente Próximo ao derrotar o Império Sassânida e restabelecer a fronteira oriental do Império Romano. Após o assassinato de Odenato em 267, Zenóbia tornou-se regente de seu filho Vabalato e manteve, de facto, o poder por todo seu reinado.

Em 270, lançou uma invasão que trouxe boa parte o oriente romano sob seu controle e culminou na anexação do Egito. Em meados de 271, seu reino se estendeu de Ancira, na Anatólia Central, ao sul do Egito, mas permaneceu nominalmente subordinada a Roma. Porém, em reação a campanha do imperador Aureliano (r. 270–275) em 272, Zenóbia declarou seu filho imperador e assumiu o título de imperatriz (declarando a secessão de Palmira em relação a Roma). Os romanos vencem após pesada luta; a rainha foi sitiada em sua capital e capturada por Aureliano, que exilou-a para Roma onde ficou o resto de sua vida. Após sua derrota, os palmirenos tentam restabelecer a autonomia de Palmira nomeando seu filho Sétimo Antíoco num golpe fracassado.

Zenóbia era culta e promoveu um ambiente intelectual em sua corte, aberto a acadêmicos e filósofos. Era tolerante com seus súditos e protegia as minorias religiosas. A rainha manteve uma administração estável, governando um império multiétnico e multicultural. Ela morreu depois de 274 e muitos contos foram registrados sobre seu destino. Sua ascensão e queda inspiraram historiadores, artistas e romancistas, e ela é uma heroína nacional na Síria.

Nome e aparência[editar | editar código-fonte]

Sua face era negra e de tom escuro, seus olhos eram negros e poderosos além do habitual afeito, seu espírito era divinamente grande e sua beleza incrível. Tão brancos eram seus dentes que vários achavam que tinha pérolas no lugar dos dentes.
 

Zenóbia nasceu ca. 240/241.[2] Portava o gentilício (sobrenome) Sétima[a][3] e seu nome palmireno era Bate-Zabai (Bat-Zabbai, escrito Btzby no alfabeto palmireno;[4] era aramaico para "Filha de Zabai").[5] Em grego — a segunda língua e língua diplomática de Palmira, usada em muitas inscrições palmirenas — usou Zenóbia ("aquela cuja vida deriva de Zeus").[6] O historiador do século IX Tabari, num relato sobretudo ficcional,[7] escreveu que o nome da rainha era Naila Alzaba (Na'ila al-Zabba).[8] Em fontes maniqueístas, sobretudo textos em sogdiano do oásis de Turpã reunidos na série Berliner Turfantexte (1971),[9] chamava-se "Tadi".[10]

Em Palmira, nomes como Zabeida, Zabdila, Zabai ou Zabda eram comumente transformados em "Zenóbio" (masculino) e "Zenóbia" (feminino) quando escritos em grego.[11] O historiador Victor Duruy acreditou que a rainha usou o nome grego como uma tradução de seu nome nativo em deferência a seus súditos gregos.[12] Nenhuma estátua contemporânea de Zenóbia foi encontrada em Palmira ou outras regiões, apenas inscrições em bases de estátuas; muitas das representações conhecidas são retratos idealizados encontrados em moedas. Esculturas palmirenas eram normalmente impessoais, como as gregas e romanas: uma estátua sua daria uma noção de seu estilo em vestimentas e jóias, mas não revelaria sua verdadeira aparência.[13] O estudioso britânico William Wright visitou Palmira próximo ao fim do século XIX na busca vã de uma escultura da rainha.[14]

Além da evidência arqueológica, sua vida foi registrada em diferentes fontes, mas muitas são imprecisas ou fabricadas; a História Augusta, coletânea romana tardia de biografias, é a fonte mais notável (embora não fiável) do período. O autor (ou autores) da História Augusta inventaram muitos eventos e cartas atribuídas a ela na ausência de fontes coetâneas. Não obstante, alguns relatos da História Augusta são corroborados por outras fontes e são mais credíveis. O cronista bizantino João Zonaras (século XII) é visto como importante fonte à vida dela.[15]

Origens, família a primeiros anos[editar | editar código-fonte]

A sociedade palmirena era uma amálgama de tribos semíticas (sobretudos arameus e árabes) e Zenóbia não pode ser identificada com nenhum grupo; como palmirena, teria sangue aramaico-árabe.[16] A informação sobre sua ancestralidade e conexões familiares imediatas é escassa e contraditória.[17] Nada se sabe sobre sua mãe, e a identidade de seu pai é debatida. Fontes maniqueístas citam uma "Nafixa", irmã da "rainha de Palmira", mas essas fontes são confusas e Nafixa pode referir-se a Zenóbia:[18] é questionável se sequer teve uma irmã.[10] A História Augusta contém detalhes de seus primeiros anos, mas sua credibilidade é discutida. Segundo a fonte, o passatempo da rainha quando criança era caçar. Aparentemente não sendo plebeia,[19] recebeu educação apropriada para uma nobre.[20] Segundo a História Augusta, além da língua aramaico-palmirena materna, era fluente em egípcio e grego e falava latim.[21][1] Com 14 anos (ca. 255), tornou-se a segunda esposa do senhor de Palmira Odenato (r. 252–267).[20][18]

Inscrição honrando Júlio Aurélio Zenóbio, que se pensa ser pai de Zenóbia

Evidência epigráfica contemporânea[editar | editar código-fonte]

Com base na evidência arqueológica, vários homens foram sugeridos pelos historiadores como seu pai: Júlio Aurélio Zenóbio aparece numa inscrição palmirena como estratego de Palmira em 231–232; com base na similaridade dos nomes,[18] foi sugerido como seu pai pelo numismata Alfred von Sallet e outros.[22] Outro argumento em favor da identificação de Zenóbio como seu pai é que sua estátua estava oposta aquela da rainha na Grande Colunata. Todavia, o único gentilício (nome de sua gente) que aparece nas inscrições de Zenóbia é "Sétima" (não "Júlia Aurélia", que ela teria utilizado se o gentilício de seu pai fosse Aurélio),[3] e não se pode provar que ela mudou seu gentilício para Sétima após seu casamento.[18][22]

Com base em seu nome palmireno, Bate-Zabai, seu pai podia se chamar Zabai; alternativamente, Zabai pode ter sido o nome de um ancestral mais distante. O historiador Trevor Bryce sugere que estava relacionada com Sétimo Zabai, o líder da guarnição de Palmira, que podia ser seu pai.[17] Uma das inscrições dela registra-a como "Sétima Bate-Zabai, filha de Antíoco".[23][24] A identidade de Antíoco não é conhecida com certeza:[17] sua ancestralidade não é registrada em inscrições locais e o nome não era comum na cidade. Isso, combinado com o significado de seu nome palmireno, levou estudiosos como Harald Ingholt a especular que Antíoco podia ter sido um ancestral distante: o rei selêucida Antíoco IV ou Antíoco VII, cuja esposa era a ptolemaica Cleópatra Teia.[23][25]

Na visão de Richard Stoneman, não teria criado uma ancestralidade obscura para conectá-la com os antigos reis macedônios: se uma ancestralidade fabricada era necessária, uma conexão mais direta teria sido inventada. Para Stoneman, "tinha razões para crer que [sua ancestralidade selêucida] era verdadeira.[19] A historiadora Patricia Southern acredita, notando que Antíoco foi mencionado sem título real ou sugestão de grande linhagem, que era ancestral direto ou parente de um rei selêucida que viveu três séculos antes.[25]

Fontes antigas[editar | editar código-fonte]

Na História Augusta, Zenóbia aparece como descendente de Cleópatra e reclama descendência dos Ptolomeus.[b] Segundo a Suda, uma enciclopédia bizantina do século X,[26] após a conquista palmirena do Egito,[27] o sofista Calínico de Petra escreveu uma história de Alexandria em 10 volumes dedicada a Cleópatra; segundo estudiosos modernos, ao usar o nome Cleópatra, Calínico se referia a Zenóbia.[c][28][29] Além da lenda, não há evidência na cunhagem ou papiros egípcios de uma confluência contemporânea de Zenóbia com Cleópatra;[30] pode ter sido inventada por inimigos de Zenóbia para desacreditá-la.[d][31] A alegada reivindicação por Zenóbia de uma conexão com Cleópatra parece ter sido motivada politicamente,[16] pois teria lhe dado uma conexão com o Egito e fez dela uma legítima sucessora do trono dos Ptolomeus.[32] Uma relação entre Zenóbia e os Ptolomeus é improvável,[33] e tentativas de fontes clássicas de rastrear a ascendência da rainha aos Ptolomeus através dos selêucidas são apócrifos.[34]

Tradições árabes e Alzaba[editar | editar código-fonte]

Embora alguns historiadores árabes associaram Zenóbia à rainha de Sabá, são relatos apócrifos.[34] Tradições árabes medievais apontaram uma rainha palmirena de nome Alzaba, [35] e seu relato mais romântico vem de Tabari.[36] Segundo Tabari, era amalequita, filha de Anre ibne Zaribe, um xeique amalequita morto pelos tanuquitas. Tabari identifica uma irmã de Alzaba como "Zabiba".[34] Jadima ibne Maleque, o rei tanuquita que matou seu pai, foi morto por Alzaba.[36] Segundo Tabari, Alzaba tinha uma fortaleza junto do Eufrates e governou Palmira. O relato de Tabari não cita romanos, Odenato, Vabalato ou os sassânidas;[7] focando nas tribos e suas relações, está imerso em lendas.[37] Embora o relato está certamente baseado na história de Zenóbia,[7] provavelmente conflui com a história de uma rainha (ou rainhas) árabe semi-lendário.[37][38] A fortaleza de Alzaba era provavelmente Halabia, que foi restaurada pela histórica rainha palmirena e nomeada Zenóbia.[7]

Rainha[editar | editar código-fonte]

Consorte[editar | editar código-fonte]

Busto de Odenato dos anos 250. Gliptoteca Ny Carlsberg

Nos primeiros séculos depois de Cristo, Palmira foi uma cidade subordinada ao Império Romano e parte da província da Síria Fenícia. [39] Em 260, o imperador Valeriano (r. 253–260) marchou contra o Sapor I (r. 240–270), que invadiu as regiões orientais do império; Valeriano foi derrotada e capturada perto de Edessa.[40] Odenato, formalmente leal a Roma e o filho de Valeriano e imperador Galieno (r. 253–260),[41] foi declarado rei de Palmira.[42] Lançando campanhas frutíferas contra a Pérsia, foi coroado rei de reis do Oriente em 263.[43] Odenato corou seu filho mais velho, Herodiano, como cogovernante.[44] Além dos títulos reais, Odenato recebeu muitos títulos romanos, sobretudo corretor do Oriente todo (corrector totius orientis) e governador dos territórios romanos do mar Negro à Palestina. [45] Em 267, quando Zenóbia estava no fim dos seus 20 ou começo dos 30, Odenato e Herodiano foram mortos enquanto retornavam de uma campanha.[44]

A primeira inscrição citando-a como rainha é datada de dois ou três anos após a morte do marido, mas quando exatamente assumiu o título de "rainha de Palmira" é incerto.Contudo, foi provavelmente designada como rainha quando seu marido se tornou rei.[46] Como rainha-consorte, permaneceu em segundo plano e não foi citada no registro histórico.[47] Segundo relatos posteriores, incluindo um de Giovanni Boccaccio, acompanhou seu marido em suas campanhas.[48] Se os relatos dela acompanhando seu marido são verdadeiros, segundo Southern, deve ter aumentado a moral dos soldados e ganhou influência política, que precisou em sua carreira posterior.[47]

Possível papel no assassinato de Odenato[editar | editar código-fonte]

Segundo a História Augusta, Odenato foi assassinado por um primo chamado Meônio.[49] Na obra, o filho de Odenato de seu primeiro casamento foi chamado Herodes e foi coroado cogovernante por seu pai.[50] Ela alega que Zenóbia conspirou com Meônio por certo tempo, pois não aceitou que seu afilhado fosse herdeiro de seu pai na frente de seus próprios filhos.[49] A História Augusta não sugere que Zenóbia esteve envolvida nos eventos que levaram ao assassinato de seu marido,[51] e o crime é atribuído à degeneração moral e ciúmes de Meônio.[49] O relato, segundo o historiador Alaric Watson, pode ser entendido como ficcional.[52] Embora alguns estudiosos modernos sugerem que Zenóbia estava envolvida no assassinato devido a ambição política e oposição à política pró-romana de seu marido, ela continuou as políticas de Odenato durante seus primeiros anos no trono.[53]

Regente[editar | editar código-fonte]

Antoniniano de 272 com efígie de Vabalato
Regiões romana sob Odenato (amarelo) e Reino de Palmira (verde)

Na História Augusta, Meônio foi brevemente imperador antes de ser morto por seus soldados,[51] mas nenhuma inscrição ou evidência existe para seu reinado.[54] No tempo do assassinato de Odenato, Zenóbia pode ter estado com ele; segundo o cronista Jorge Sincelo, foi morto perto de Heracleia Pôntica na Bitínia. A transferência de poder parece ter sido tranquilo, pois Sincelo relata que à época do assassinato o exército demorou um dia para dar a coroa para ela. Podia estar em Palmira, mas isso teria diminuído a probabilidade de uma transição tranquila; os soldados poderiam escolher um de seus oficiais, e assim, o primeiro cenário dela estando junto de seu marido parece mais provável.[55] Os registros históricos são unânimes que ela não lutou pela supremacia e não há evidência de atraso na transferência do trono para o filho de Odenato de Zenóbia, o jovem Vabalato de dez anos.[56] Embora nunca reclamou governo em seu próprio direito e agiu como regente para seu filho,[57] Zenóbia manteve as rédeas do poder no reino,[58] e Vabalato foi mantido na sombra de sua mãe, nunca exercendo o poder real.[59]

Consolidação do poder[editar | editar código-fonte]

A monarquia palmirena era nova; a obediência estava baseada na lealdade a Odenato, fazendo a transferência de poder para um sucessor mais difícil do que seria numa monarquia estável.[60] Ele tentou assegurar o futuro da dinastia ao coroar seu filho mais velho como corei, mas ambos foram assassinados. Zenóbia, deixada para assegurar a sucessão palmirena e manter a lealdade dos súditos, enfatizou a continuidade entre seu marido entre seu marido e seu filho e sucessor. Vabalato (com Zenóbia orquestrando o processo) assumiu imediatamente os títulos reais de seu pai, e sua inscrição mais antiga conhecida registra-o como rei de reis.[56][61]

Odenato controlou uma grande área no Oriente romano,[e] e manteve a mais alta autoridade política e militar na região, superando os governadores provinciais.[44][62] Seu estatuto autocriado foi formalizado por Galieno,[63] que tinha pouca escolha senão aceitar.[64] O poder de Odenato relativo aquele do imperador e a autoridade central era sem precedente e elástico, mas as relações permaneceram tranquilas até sua morte. Seu assassinato significa que a autoridade e posição dos governantes palmirenos tinham que ser clarificados, o que levou a um conflito sobre a sua interpretação. A corte romana via Odenato como um oficial romano nomeado que tirou seu poder do imperador, mas a corte palmirena viu a posição como hereditária. Este conflito foi o primeiro passo no caminho à guerra entre Roma e Palmira.[65]

Os títulos romanos de Odenato, como duque dos romanos, corretor do Oriente todo e imperador do Oriente todo diferem de seus títulos orientais, pois as posições romanas não eram hereditárias.[66] Vabalato tinha uma legítima reivindicação de seus títulos reais, mas não tinha direito aos títulos romanos — especialmente corretor (denotando um comandante militar e provincial sênior no sistema romano), que Zenóbia usou para seu filho em suas primeiras inscrições conhecidas com rei de reis.[61] Embora os imperadores romanos aceitaram a sucessão real, a suposição do posto militar romano antagonizou o império.[67] O imperador Galieno pode ter decidido intervir numa tentativa de reganhar a autoridade central;[24] segundo a História Augusta, o prefeito pretoriano Aurélio Heracliano foi enviado para afirmar a autoridade imperial sobre o Oriente e foi repelido pelo exército palmireno.[68] O relato é duvidoso, pois Heracliano participou no assassinato de Galieno em 268. Odenato foi assassinato logo depois do imperador, e Heracliano teria sido incapaz de ser enviado ao Oriente, lutar com os palmirenos e retornar ao Ocidente a tempo de se envolver na conspiração contra o imperador.[f][69]

Início do reinado[editar | editar código-fonte]

Ruínas da cidadela de Halabia (Zenóbia)

A extensão de seu controle territorial durante seu reinado inicial é debatida; de acordo com o historiador Fergus Millar, sua autoridade foi confinada a Palmira e Emessa até 270.[g][70] Se era o caso, os eventos de 270 (que levaram a conquista de Zenóbia do Levante e Egito) são extraordinários. É mais provável que a rainha governou os territórios controlados por seu marido,[71] uma visão apoiada por Southern e o historiador Udo Hartmann, e corroborada por fontes antigas (como o historiador romano Eutrópio, que escreveu que ela herdou o poder do marido). A História Augusta também citou que tomou controle do Oriente no reinado de Galieno.[72] Outra evidência do controle territorial ampliado foi a declaração do historiador bizantino Zósimo, que escreveu que tinha residência em Antioquia.[h][71]

Não há agitação registrada contra ela após sua ascensão em fontes antigas hostis, indicando nenhuma oposição séria ao novo regime.[i][73] Os candidatos mais óbvios para a oposição foram os governadores provinciais romanos, mas as fontes não dizem que Zenóbia marchou sobre qualquer um deles ou que tentaram removê-la do trono. Segundo Hartmann, os governadores e líderes militares das províncias orientais aparentemente reconheceram e apoiaram Vabalato como sucessor de Odenato.[74] Durante o começo da regência de Zenóbia, focou na salvaguarda das fronteiras com a Pérsia e pacificar os tanuquitas em Haurã.[75] Para proteger as fronteiras persas, a rainha fortificou muitos assentamentos no Eufrates, incluindo as cidadelas de Halabia — depois chamada Zenóbia — e Zalabia.[76] Existem evidências circunstanciais de confrontos com os persas; provavelmente em 269, Vabalato assumiu o título de vitória de Pérsico Máximo (o grande vencedor na Pérsia); isso pode estar ligado a uma batalha não registrada contra um exército persa tentando controlar o norte da Mesopotâmia.[j][77][78]

Expansão[editar | editar código-fonte]

Áureo com busto de Cláudio Gótico

Em 269, enquanto Cláudio Gótico (sucessor de Galieno) defendia as fronteiras da Itália e dos Bálcãs contra as invasões germânicas, Zenóbia estava cimentando sua autoridade; oficiais romanos no Oriente foram apanhados entre a lealdade ao imperador e as crescentes demandas de lealdade da rainha. O tempo e a razão da decisão dela de usar a força militar para fortalecer sua autoridade no Oriente não são certas;[79] o estudioso Gary K. Young sugeriu que os oficiais romanos se recusaram a reconhecer a autoridade palmirena, e as expedições dela pretendiam manter sua dominância. Outro fator pode ter sido a fraqueza da autoridade central e sua correspondente incapacidade de proteger as províncias, provavelmente convencendo Zenóbia de que a única maneira de manter a estabilidade no Oriente era o controle direto.[80] O historiador Jacques Schwartz ligou as ações da rainha a seu desejo de proteger os interesses econômicos de Palmira, que estavam ameaçados pela falha de Roma em proteger as províncias.[81] Também, segundo Schwartz, os interesses econômicos conflitaram; Bostra e o Egito receberam bens comerciais que, de outra forma, teriam passado por Palmira. Os tanuquitas perto de Bostra e os mercadores de Alexandria provavelmente tentaram se livrar da dominância palmirena, desencadeando uma resposta militar.[82]

Síria e a invasão da Arábia Pétrea[editar | editar código-fonte]

Bostra, saqueada em 270
Umal Jimal

Na primavera de 270, enquanto Cláudio lutava contra os godos nas montanhas da Trácia, Zenóbia enviou seu general Sétimo Zabdas para Bostra (capital da Arábia Pétrea);[79] o tempo da rainha parece intencional.[83] Na Arábia, o governador (duque) Trasso (chefe da III Legião Cirenaica),[k] confrontou os invasores e foi perseguido e morto. Zabdas saqueou a cidade e destruiu o templo de Zeus Amom, o santuário reverenciado da legião.[79] Uma inscrição latina feita após a queda de Zenóbia atesta a destruição:[84] "O Templo de Júpiter Amom, destruído por inimigos palmirenos, que [...] reconstruído, com estátua de prata e portas de ferro (?)".[85] A cidade de Umal Jimal pode também ter sido destruída pelos palmirenos em conexão com seu esforço para subjugar os tanuquitas.[84]

Após sua vitória, Zabdas marchou ao sul junto ao vale do Jordão e aparentemente encontrou pouca oposição.[79] Há evidência de que Petra foi atacada por contingente menor que penetrou a região. A Arábia e Judeia foram posteriormente subjugadas.[86] O controle de Palmira da Arábia é confirmado por muitos miliários com o nome de Vabalato.[87] A subjugação da Síria requereu menos esforço, pois Zenóbia tinha apoio substancial lá, particularmente em Antioquia,[88] a capital tradicional da Síria.[89] A invasão da Arábia coincidiu com o cessar da produção de moedas em nome de Cláudio pela casa da moeda de Antioquia, indicando que Zenóbia arrochou seu controle sobre a Síria.[88] Cerca de novembro de 270, a casa da moeda começou a emitir moedas em nome de Vabalato.[90]

Os miliários da Arábia apresentam o rei palmireno como governador e comandante romano, referindo-se a ele como homem claríssimo, rei, cônsul, imperador e duque dos romanos.[87] A suposição de tais títulos foi provavelmente destinada a legitimar o controle da rainha na província, ainda não uma usurpação do título imperial.[91] Até então, podia dizer que estava agindo como representante de Cláudio ao assegurar as províncias orientais, enquanto ele lutava na Europa.[92] Embora o uso dos títulos por Vabalato equivalia à reivindicação ao trono imperial, Zenóbia podia ainda justificá-los e manter uma máscara de subordinação;[66] um "imperador" era um comandante de tropas, não um equivalente ao monarca ("imperador César").[91]

Anexação do Egito e campanhas na Ásia Menor[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Invasão palmirena do Egito
Império de Palmira
Antoniniano de 270 com efígie de Quintilo

A invasão do Egito é às vezes explicada pelo desejo de Zenóbia de assegurar uma rota alternativa ao Eufrates, que foi cortada devido a guerra com a Pérsia.[93] Essa teoria ignora o fato de que a rota do Eufrates só foi parcialmente perturbada, e negligencia a ambição da rainha.[86] A data da campanha é incerta; Zósimo colocou-a após a Batalha de Naísso e antes da morte de Cláudio, que ocorreu no verão de 270.[94] Watson, enfatizando as obras de Zonaras e Sincelo e ignorando o relato de Zósimo, coloca a invasão em outubro de 270 (após a morte de Cláudio).[30] Segundo Watson, a ocupação do Egito foi um movimento oportunista de Zenóbia (que foi encorajada com as notícias da morte de Cláudio em agosto).[95] A aparição palmirena na fronteira oriental do Egito teria contribuído à agitação na província, cuja sociedade estava fraturada; Zenóbia tinha simpatizantes e opositores entre os egípcios locais.[86]

A posição romana piorou pela ausência do prefeito do Egito, Tenagino Probo, que estava combatendo piratas.[86][94] Segundo Zósimo, os palmirenos foram ajudados pelo general egípcio Timágenes; Zabdas se movimento pelo Egito com 70 000 soldados, derrotando um exército de 50 000 romanos.[95] Após sua vitória, retirou sua força principal e deixou uma guarnição de 5 000 soldados.[83] No começo de novembro,[86] Tenagino Probo retornou e reuniu um exército; repeliu-os e reganhou Alexandria, obrigando Zabdas a retornar.[83] O general palmireno almejou investir contra Alexandria, onde parece ter tido apoio local; a cidade caiu nas mãos de Zabdas e o prefeito fugiu para o sul.[86] A última batalha ocorreu na Fortaleza da Babilônia, onde Tenagino Probo se refugiou; os romanos tinha a dianteira, pois escolheram cuidadosamente o campo. Timágenes, com seu conhecimento do território, emboscou a retaguarda romana; Tenagino Probo cometeu suicídio, e o Egito se tornou parte de Palmira.[88] Na História Augusta, os blêmios estavam entre os aliados de Zenóbia,[96] e Gary K. Young cita o ataque e ocupação blêmia de Copto em 268 como evidência de uma aliança palmireno-blêmia.[97]

Apenas Zósimo citou duas invasões, contrastando com muitos estudiosos que argumentam em favor de uma invasão inicial e sem recuo (seguido por um reforço, que tomou Alexandria no final de 270).[83] Durante a campanha egípcia, Roma enredou-se numa crise de sucessão entre o irmão de Cláudio, Quintilo, e o general Aureliano. Os papiros e moedas egípcias confirmam o governo palmireno no Egito; os papiros pararam de usar os anos reais dos imperadores de setembro a novembro de 270, devido a crise sucessória. Em dezembro, a datação real foi reutilizada, com os papiros usando os anos reais de Aureliano e de Vabalato, enquanto a cunhagem foi emitida em nome deles desde novembro.[6] Não há evidência que Zenóbia sequer vendeu o Egito.[98]

Embora a operação possa ter começado com Sétimo Zabai, o segundo-em-comando de Zabdas, a invasão da Ásia Menor não iniciou totalmente até a chegada de Zabdas, na primavera de 271.[99] Os palmirenos tomara a Galácia e, segundo Zósimo, alcançaram Ancira.[31] A Bitínia e a casa da moeda de Cízico ficaram além do controle de Zenóbia, e suas tentativa para capturar a Calcedônia falharam.[99] A campanha está mal documentada, mas a parte ocidental da região não se tornou parte da autoridade da rainha;[31] nenhuma moeda com retratos de Zenóbia e Vabalato foram cunhadas na região, e nenhuma inscrição real palmirena foi encontrada.[100] Em agosto de 271, Zabdas estava em Palmira, com o Império de Palmira em seu zênite.[99]

Governança[editar | editar código-fonte]

Zenóbia governou um império de diferentes povos; como palmirena, estava acostumada a lidar com a diversidade multilíngue e multicultural desde que veio de uma cidade que abraçou muitos cultos.[101] O reino da rainha era culturalmente dividido em zonas semitas e helenísticas orientais; Zenóbia tentou apaziguar os dois e parece ter apelado com sucesso aos grupos étnicos, culturais e políticos da região.[102] A rainha projetou uma imagem de um monarca sírio, uma rainha helenística e uma imperatriz romana, que ganhou amplo apoio à sua causa.[103]

Cultura[editar | editar código-fonte]

O colosso direito foi provavelmente restaurado por Zenóbia

Zenóbia transformou sua corte num centro de aprendizado, com muitos intelectuais e sofistas relatados em Palmira em seu reinado. À medida que os acadêmicos migraram à cidade, substituíram centros de ensino clássicos, como Atenas, por sírios.[104] O mais célebre filósofo da corte foi Longino,[105] que chegou durante o reinado de Odenato e se tornou o tutor de Zenóbia em paideia (educação aristocrática).[104] Muitos historiadores, incluindo Zósimo, acusaram Longino de influenciar a rainha a se opor a Roma.[106] Esta visão apresenta a rainha como maleável,[107] mas, de acordo com Southern, suas ações "não podem ser colocadas inteiramente à porta de Longino".[27] Outros intelectuais associados com a corte incluíram Nicóstrato de Trapezo e Calínico de Petra.[108]

Do século II ou IV, intelectuais sírios argumentaram que a cultura grega não evoluiu na Grécia, mas foi adaptada do Oriente Próximo.[108] Segundo Jâmblico, os grandes filósofos gregos reutilizaram ideias do Oriente Próximo e do Egito. A corte palmirena possivelmente foi dominada por essa escola de pensamento, com uma narrativa intelectual apresentando a dinastia local como uma imperial romana sucedendo os governantes persas, selêucidas e ptolomaicos que controlavam a região na qual a cultura helenística supostamente se originou.[109] Nicóstrato escreveu uma história do Império Romano de Filipe, o Árabe a Odenato, apresentando este último como um legítimo sucessor imperial e contrastando seus sucessos com os desastrosos reinados dos imperadores.[108]

A Zenóbia encabeçou em vários projetos de restauração no Egito.[110] Um dos colossos de Mêmnon era conhecido na Antiguidade por cantar; o som foi provavelmente devido a rachaduras na estátua, com a radiação solar interagindo com o orvalho nas rachaduras.[111] O historiador Glen Bowersock propôs que a rainha restaurou o colosso ("silenciando-o"), o que explicaria os relatos do canto do século III e seu desaparecimento no IV.[112]

Relevo com os deuses palmirenos mais importantes (direita para esquerda): Bel, Iaribol, Aglibol e Baal-Xamim

Religião[editar | editar código-fonte]

Os palmirenos eram pagãos e cultuavam algumas divindades semíticas, com Bel como principal deus.[113] Zenóbia acomodou cristãos e judeus,[101] e fontes antigas fizeram muitas alegações sobre suas crenças;[29] fontes maniqueístas alegaram que era uma deles.[114] É mais provável, contudo, que Zenóbia tolerou todos os cultos num esforço de atrair apoio de grupos marginalizados pelos romanos.[101] O bispo Atanásio de Alexandria escreveu que Zenóbia não "entregou igrejas aos judeus para transformá-las em sinagogas";[115] apesar dela não ser cristã, entendeu o poder dos bispos nas comunidades cristãs. Em Antioquia — considerada representante do controle do Oriente e contendo uma grande comunidade cristã — Zenóbia aparentemente manteve autoridade sobre a Igreja ao trazer sob seus auspícios clérigos influentes, provavelmente inclusive Paulo de Samósata.[116] Ela pode ter concedido a Paulo a posição de ducenário (juiz menor); aparentemente gostava da proteção da rainha, que o ajudou a manter a igreja diocesana depois que foi removido de seu cargo como bispo de Antioquia por um sínodo de bispos em 268.[l][117]

Judaísmo[editar | editar código-fonte]

Menos de um século após seu reinado, Atanásio de Alexandria chamou-a "judia" em sua História dos Arianos. Em 391, o arcebispo João Crisóstomo escreveu que Zenóbia era judia, tal como um cronista siríaco cerca de 664 e o bispo Bar Hebreu no século XIII. De acordo com o estudioso francês Javier Teixidor, era provavelmente uma prosélita; isso explicou seu relacionamento tenso com os rabinos. Teixidor acredita que se interessou pelo judaísmo quando Longino falou sobre o filósofo Porfírio e seu interesse pelo Antigo Testamento.[115] Embora as fontes talmúdicas eram hostis a Palmira, devido a supressão por Odenato dos judeus em Neardeia,[118] Zenóbia aparentemente tinha o apoio de algumas comunidades judaicas (particularmente em Alexandria).[99] No Cairo, foi encontrada uma placa originalmente portando uma inscrição confirmando uma concessão de imunidade para uma sinagoga judia no último cartel do I milênio a.C. pelo rei Ptolomeu Evérgeta (I ou II).{ Numa data muito posterior, a placa foi reinscrita para celebrar a restauração da imunidade "sob ordens da rainha e rei".[119] Embora não seja datada, as letras da inscrição datam de muito tempo depois da era de Cleópatra e Marco Antônio; Zenóbia e seu filho são os únicos candidatos a rei e rainha governando o Egito após os Ptolomeus.[110][120]

A historiadora E. Mary Smallwood escreveu que as boas relações com a comunidade da diaspora não significou que os judeus da Palestina estivessem contentes com Zenóbia, e seu governo foi aparentemente confrontado naquela região.[118] O Terumote conta a estória do rabino "Ami" e o rabino "Samuel bar Namani" que visitaram sua corte e pediram que libertasse um judeu (Zeir bar Hinena) detido sob suas ordens.[121] A rainha se recusou, dizendo: "Por que vieram para salvá-lo? Ele ensina que nosso criador realiza milagres para vocês. Por que não deixar Deus salvá-lo?"[122] Durante a destruição de Palmira por Aureliano, conscritos palestinos de "tacos e porretes" (possíveis judeus) desempenharam papel vital na derrota de Zenóbia e a destruição de sua cidade.[123] Além disso, não há evidência de seu nascimento como judia; o nome de sua família e a de seu marido pertenciam à onomástica aramaica. O alegado patronado da rainha a Paulo de Samósata (que foi acusado de "judaizar"),[118] pode ter dado origem à ideia de que era prosélita.[29] Apenas os relatos cristãos observam o judaísmo de Zenóbia; nenhuma fonte judaica menciona isso.[124]

Administração[editar | editar código-fonte]

A rainha passou provavelmente a maior parte de seu reinado em Antioquia,[98] a capital administrativa da Síria.[89] Antes da monarquia, Palmira tinha as instituições de uma cidade grega (pólis) e foi governada por um senado que era responsável pela maioria das questões civis.[125] Odenato manteve as instituições de Palmira, tal como Zenóbia;[126] uma inscrição palmirena após sua queda registra o nome do senador Sétimo Hadudane.[127] Porém, a rainha aparentemente governou autocraticamente; Sétimo Vorodes, vice-rei de Odenato e um dos mais importantes oficiais de Palmira, desapareceu do registro após sua ascensão.[128] A rainha abriu as portas de seu governou à nobreza oriental.[101] Seus cortesões e conselheiros mais importantes eram seus generais Sétimo Zabdas e Sétimo Zabai; ambos eram generais sob Odenato e receberam o gentilício (sobrenome) Sétimo em sua honra.[129]

Odenato respeitou o privilégio do imperador de nomear governadores provinciais,[130] e Zenóbia continuou essa política durante seu reinado inicial.[131] Embora a rainha não interferisse na administração cotidiana, provavelmente tinha o poder de comandar os governadores na organização da segurança nas fronteiras.[73] Durante a rebelião, Zenóbia manteve as formas romanas de administração,[31] mas nomeou os próprios governadores (mais notavelmente no Egito,[132] onde Júlio Marcelino assumiu o poder em 270 e foi seguido por Estacílio Amiano em 271).[m][73]

Acordo com Roma[editar | editar código-fonte]

Antoniniano cunhado em Antioquia em 271 com efígie de Aureliano como imperador (esquerda) e Vabalato como rei (direita)

Zenóbia inicialmente evitou provocar Roma reivindicando para si e para seu filho os títulos, herdados de Odenato, de súdito de Roma e protetor de sua fronteira oriental.[75] Depois de expandir seu território, parece ter tentado ser reconhecida como uma parceira imperial na metade oriental do império e apresentou seu filho como subordinado ao imperador.[92][133] No fim do ano 270, cunhou moedas com a efígie de Aureliano e Vabalato; Aureliano foi intitulado "imperador" e Vabalato "rei". O ano de reinado nas primeiras moedas era só o de Aureliano.[134] Em março de 271,[135] apesar de indicar Aureliano como o monarca supremo, nomeando-o primeiro nas fórmulas de datação, a cunhagem também começou a ter o ano de reinado de Vabalato. Ao indicar na cunhagem que o reinado de Vabalato iniciou em 267 (três anos antes do imperador), parecia ser o colega mais antigo de Aureliano.[136]

A bênção do imperador da autoridade palmirena foi debatida; a aceitação de Aureliano do controle palmireno do Egito pode ser inferida a partir dos papiros de Oxirrinco datados nos anos de reinado do imperador e Vabalato.[137] Nenhuma prova de acordo formal existe, e a prova é baseada unicamente na cunhagem conjunta e papiros. É improvável que Aureliano tenha aceitado compartilhar o poder, mas foi incapaz de agir em 271 devido às crises no Ocidente. Sua aparente tolerância das ações de Zenóbia pode ter sido um artifício para dar a ela falsa sensação de segurança enquanto se preparava à guerra.[133][134] Outra razão à tolerância de Aureliano pode ter sido seu desejo de assegurar suprimento constante de grãos egípcios para Roma;[138] não está registrado que o suprimento foi cortado, e os navios navegaram para Roma em 270, como de costume. Alguns estudiosos modernos, como Harold Mattingly, sugerem que Cláudio Gótico concluiu um acordo formal com Zenóbia que Aureliano ignorou.[30]

Imperatriz e rebelião aberta[editar | editar código-fonte]

Antoniniano de Zenóbia como Augusta, de 272

Uma inscrição, encontrada em Palmira e datada de agosto de 271, chama-a Eusébia (a Piedoso);[135] o título, usado pelas imperatrizes romanas, poderia ser visto como um passo da rainha em direção a um título imperial. Outra inscrição coetânea chamou-lhe sebaste, o equivalente grego de imperatriz (em latim: Augusta), mas também reconheceu o imperador romano. Um recibo de grão egípcio do final de 271 equiparou Aureliano e Vabalato, chamando-os em conjunto de Augustos.[139] Por fim, Palmira rompeu oficialmente com Roma, [140] as casas da moeda de Alexandria e Antioquia removeram a efígie de Aureliano das moedas em abril de 272, emitindo novas com os nomes de Vabalato e Zenóbia (que foram chamados Augusto e Augusta, respectivamente).[139]

O uso de títulos imperiais por Zenóbia assinalou uma usurpação: independência e rebelião aberta contra Aureliano.[141] A linha do tempo dos acontecimentos e por que Zenóbia se declarou imperatriz é vaga.[142] Na segunda metade de 271,[143] Aureliano marchou para o leste, mas foi atrasado pelos godos nos Bálcãs;[141] isso pode ter alarmado a rainha, levando-a a reivindicar o título imperial.[142] Zenóbia também provavelmente entendeu a inevitabilidade do conflito aberto com Aureliano, e decidiu que fingir subordinação seria inútil e uso do título imperial para reunir os soldados à sua causa.[144] A campanha de Aureliano parece ter sido a principal razão para a declaração imperial de Palmira e a remoção da efígie dele de suas moedas.[81][135]

Queda[editar | editar código-fonte]

Rota da campanha de Aureliano

A usurpação, que começou no final de março ou início de abril de 272, terminou em agosto.[145] Aureliano passou o inverno de 271-272 em Bizâncio,[146] e provavelmente atravessou o Bósforo até a Ásia Menor em abril.[147] A Galácia caiu facilmente; as guarnições foram aparentemente retiradas e a capital provincial de Ancira foi recuperada sem luta.[148] Todas as cidades da Ásia Menor abriram suas portas ao imperador, com apenas Tiana resistindo antes de se render; isso abriu o caminho para Aureliano invadir a Síria.[149] Uma expedição simultânea chegou ao Egito em maio; no início de junho, Alexandria foi capturada pelos romanos, seguida pelo resto do Egito na terceira semana de junho.[148] Zenóbia parece ter retirado a maioria de seus exércitos do Egito para se concentrar na Síria - que, se perdida, significaria o fim de Palmira.[146]

Em maio, Aureliano dirigiu-se para Antioquia. A cerca de 40 quilômetros ao norte da cidade, derrotou o exército de Palmira (liderado por Zabdas) na Batalha de Imas.[150][151] Como resultado, Zenóbia, que esperou em Antioquia durante a batalha, recuou com seu exército para Emesa.[152] Para esconder o desastre e tornar sua fuga mais seguro, divulgou relatos de que Aureliano foi capturado; Zabdas encontrou um homem que se assemelhava ao imperador e o exibiu através de Antioquia.[153] No dia seguinte, Aureliano entrou na cidade antes de marchar para o sul.[152] Depois de derrotar uma guarnição de Palmira, ao sul de Antioquia, Aureliano continuou sua marcha para encontrar Zenóbia na Batalha de Emesa.[154]

O exército palmireno de 70 000 homens, reunido na planície de Emesa, quase derrotou os romanos. Em uma emoção inicial de vitória, apressaram seu avanço, quebrando suas linhas e permitindo que a infantaria romana atacasse seu flanco.[154] A derrotada Zenóbia dirigiu-se a sua capital seguindo o conselho de seu conselho de guerra, deixando seu tesouro para trás.[155] Em Palmira, a rainha preparou-se para um cerco;[156] Aureliano bloqueou as rotas de abastecimento de alimentos,[157] e provavelmente houve negociações malsucedidas. De acordo com a História Augusta, Zenóbia disse que lutaria contra Aureliano com a ajuda de seus aliados persas; no entanto, a história foi provavelmente fabricada e usada pelo imperador para ligá-la ao maior inimigo de Roma. Se tal aliança existisse, uma guerra de fronteira muito maior teria entrado em erupção; no entanto, nenhum exército persa foi enviado.[158] Com o agravamento da situação, a rainha deixou a cidade à Pérsia, com a intenção de buscar ajuda do antigo inimigo de Palmira; de acordo com Zósimo, montou um "camelo fêmea, o mais rápido de sua raça e mais rápido que qualquer cavalo".[155][159]

Cativeiro e destino[editar | editar código-fonte]

Vila de Adriano, em Roma

Aureliano, ciente da fuga de Zenóbia, enviou um contingente que capturou a rainha antes que pudesse cruzar o Eufrates à Pérsia;[159] Palmira capitulou logo após as notícias do cativeiro chegarem à cidade em 272.[127][160][n] Aureliano enviou-a com Vabalato a Emessa para julgamento, seguido pela maioria da elite da corte de Palmira (incluindo Longino). Segundo a História Augusta e Zósimo, Zenóbia responsabilizou seus conselheiros por suas ações; porém, não há fontes coetâneas descrevendo o julgamento, apenas as posteriores romanas hostis. A covardia relatada pela rainha na derrota foi provavelmente a propaganda de Aureliano; beneficiou o imperador pintar Zenóbia como egoísta e traidora, desencorajando os palmirenos a saudá-la como heroína.[161] Embora Aureliano tenha executado a maioria de seus prisioneiros, poupou a rainha e seu filho para desfilá-los em seu planejado triunfo.[162]

Seu destino depois de Emessa é incerto, uma vez que os historiadores antigos deixaram relatos conflitantes. Zósimo escreveu que morreu antes de cruzar o Bósforo a caminho de Roma; de acordo com esse relato, a rainha ficou doente ou morreu de fome.[163] O cronista geralmente pouco confiável João Malalas[164] escreveu que Aureliano humilhou Zenóbia, desfilando-a através das cidades do leste num dromedário; em Antioquia, o imperador a manteve acorrentada e sentada em um estrado no hipódromo durante três dias diante da população da cidade.[163][165] Malalas concluiu seu relato escrevendo que Zenóbia apareceu no triunfo de Aureliano e foi então decapitada.[166]

A maioria dos historiadores antigos e estudiosos modernos concorda que Zenóbia foi exibida no triunfo de Aureliano em 274. Zósimo foi a única fonte a dizer que a rainha morreu antes de chegar a Roma, tornando seu relato questionável. Uma humilhação pública (como relatada por Malalas) é um cenário plausível, uma vez que Aureliano provavelmente teria querido divulgar sua supressão da rebelião de Palmira. Apenas Malalas, no entanto, descreve a decapitação de Zenóbia; de acordo com os outros historiadores, sua vida foi poupada após o triunfo.[166] A História Augusta registrou que Aureliano deu a Zenóbia uma vila no Tibre, perto da Vila de Adriano, onde morava com seus filhos.[167][168] Zonaras escreveu que Zenóbia se casou com um nobre[169] e Sincelo que se casou com um senador.[167] A casa que supostamente ocupou se tornou uma atração turística em Roma.[170]

Títulos[editar | editar código-fonte]

Ficha de chumbo nomeando Zenóbia como rainha, ca. 268

A rainha devia sua posição elevada à menoridade de seu filho.[171] Uma inscrição num marco miliário entre Palmira e Emessa, datada do início do reinado de Zenóbia,[172] a identifica como "ilustre rainha, mãe do rei dos reis";[24] esta foi a primeira inscrição dando a ela uma posição oficial.[173] Um sinal de liderança de Antioquia também identifica Zenóbia como rainha.[o][174][175]

A mais antiga atestação conhecida de Zenóbia como rainha em Palmira é uma inscrição na base de uma estátua erguida para ela por Zabdas e Zabai, datada de agosto de 271 e chamada de "rainha mais ilustre e piedosa".[173][176] Num marco sem data encontrado perto de Biblos, Zenóbia é intitulado sebaste.[142] A rainha nunca foi reconhecida como única monarca em Palmira, embora fosse de fato a soberana do império; sempre esteve associada a seu marido ou filho em inscrições, exceto no Egito (onde algumas moedas foram cunhadas apenas em seu nome).[58] De acordo com suas moedas, a rainha assumiu o título de Augusta (imperatriz) em 272.[139]

Descendência[editar | editar código-fonte]

Selo de Heranes I

Além de Vabalato, tinha outros filhos; a imagem de uma criança chamada Heranes II aparece numa impressão de selo com a de seu irmão Vabalato; nenhum nome de mãe foi gravado e o selo é sem data.[177] Herodiano, filho de Odenato, é identificado por Udo Hartmann com Heranes I, um filho de Odenato que aparece em inscrições palmirenas já em 251.[178] David S. Potter, por outro lado, sugeriu que Heranes II é o filho de Zenóbia e que era Herodiano em vez de Heranes I.[179] Hereniano e Timolau foram mencionados somente na História Augusta.[180] Hereniano pode ser uma fusão de Heranes e Herodiano; Timolau é provavelmente uma invenção,[52] embora o historiador Dietmar Kienast tenha sugerido que poderia ter sido Vabalato.[181] Uma controversa inscrição palmirena registra Sétimo Antíoco, "o filho de Zenóbia". Pode ter sido o irmão mais novo de Vabalato, ou foi apresentado dessa maneira por razões políticas; Antíoco foi proclamado imperador em 273, quando Palmira se revoltou contra Roma pela segunda vez.[182] Se Antíoco era um filho de Zenóbia, provavelmente era uma criança não gerada por Odenato; Zósimo o descreveu como insignificante, apropriado para um menino de cinco anos de idade.[183]

De acordo com a História Augusta, os descendentes de Zenóbia eram nobres romanos durante o reinado de Valente (r. 364–378). Eutrópio e Jerônimo narraram que os descendentes da rainha estavam em Roma durante os séculos IV e V.[168][170] Eles podem ter sido o resultado de um casamento relatado com um cônjuge ou filho romano que a acompanhou de Palmira; ambas as teorias, no entanto, são tentativas. Zonaras é o único historiador a falar que Zenóbia tinha filhas;[184] escreveu que uma se casou com Aureliano e que as outras filhas foram casadas com romanos distintos.[169] Segundo Southern, o casamento do imperador com a filha de Zenóbia é uma invenção.[167] Outra reivindicação de descendência é a relação do santo Zenóbio de Florença com a rainha; a família bancária Girolami alegou descendência do santo do século V,[185] e a suposta relação foi notada pela primeira vez em 1286.[186] A família também estendeu suas raízes a Zenóbia alegando que o santo era descendente dela.[187]

Avaliação e legado[editar | editar código-fonte]

Ruínas de Halabia, chamada Zenóbia por ter sido reconstruída pela rainha


Uma avaliação de Zenóbia é difícil; a rainha foi corajosa quando a supremacia de seu marido foi ameaçada e ao tomar o trono protegeu a região de um vácuo de poder após a morte de Odenato.[188] Para Watson, fez o que Odenato lhe deixou: "brilhante demonstração de força". Em sua visão, não deveria ser vista como poderio total, nem como heroína altruísta lutando por uma causa; para o historiador David Graf, "levou a sério os títulos e responsabilidades que assumiu para seu filho e que seu programa era muito mais ecumênico e imaginativo do que o de seu marido Odenato, não apenas mais ambicioso".[189]

Zenóbia inspirou estudiosos, acadêmicos, músicos e atores; sua fama permaneceu no Ocidente e é suprema no Oriente Médio. Como uma rainha heroica com um final trágico, está ao lado de Cleópatra e Boudica.[16] A lenda da rainha a transformou num ídolo, que pode ser reinterpretado para acomodar as necessidades de escritores e historiadores; assim, tem sido, por vezes, tida como combatente da liberdade, heroína dos oprimidos e símbolo nacional.[10] A rainha é um modelo feminino; segundo o historiador Michael Rostovtzeff, Catarina, a Grande gostava de se comparar a Zenóbia como mulher que criava poder militar e uma corte intelectual. Durante os anos 1930, graças a uma imprensa feminista baseada no Egito, tornou-se um ícone para as leitoras de revistas femininas no mundo de fala árabe como uma forte líder nacionalista feminina.[190]

Seu legado mais duradouro é na Síria, onde a rainha é um símbolo nacional.[191] Tornou-se um ícone para os nacionalistas sírios; teve culto de seguidores entre os sírios com formação ocidental, e um romance de 1871 do jornalista Salim al-Bustani foi intitulado Zenóbia, Rainha de Palmira (Zenobia malikat Tadmor).[192] O nacionalista sírio Ilyas Matar, que escreveu a primeira história da Síria em árabe em 1874,[193][194] O Colar de Pérolas na História do Reino Sírio (al-'Udd al-durriyya fi tarikh al-mamlaka al-Suriyya),[195] era fascinado por Zenóbia e incluiu-a em seu livro. Para Matar, a rainha despertou a esperança de uma nova Zenóbia que restaurasse a grandeza da Síria.[196] Outra história da Síria foi escrita por Jurji Yanni em 1881,[197] em que Yanni chamava-a de "filha da pátria" e ansiava por seu "passado glorioso". Yanni descreveu Aureliano como um tirano que privou a Síria de sua felicidade e independência capturando sua rainha.[198]

Na moderna Síria, é considerada heroína; sua imagem apareceu em notas,[191] e em 1997 foi tema da série de televisão A Anarquia (Al-Ababeed). A série foi assistida por milhões no mundo árabe[16] e examinou o conflito israelo-palestino do ponto de vista sírio, onde a luta da rainha simbolizava a luta dos palestinos para obter o direito de autodeterminação. Zenóbia também foi tema de uma biografia de Mustafa Tlass, ex-ministro da defesa da Síria e uma das figuras mais proeminentes do país.[191]

Mito, romantismo e cultura popular[editar | editar código-fonte]

Harold Mattingly chamou Zenóbia de "uma das figuras mais românticas da história".[188] De acordo com Southern, "A verdadeira Zenóbia é indescritível, talvez inatingível, e romancistas, dramaturgos e historiadores podem absorver as evidências disponíveis, mas ainda precisam entrar em variados graus de especulação".[199] Tem sido objeto de biografias românticas e ideologicamente orientadas por escritores antigos e modernos.[200] A História Augusta é o exemplo mais claro de um relato ideológico de sua vida e seu autor reconheceu que foi escrito para criticar Galieno.[180] De acordo com a História Augusta, Galieno era fraco porque permitia que uma mulher governasse parte do império e Zenóbia era uma soberana mais capaz que ele. A narrativa mudou à medida que a História Augusta avançou à vida de Cláudio Gótico, um emérito e vitorioso imperador, com o autor caracterizando a proteção de Zenóbia da fronteira oriental como uma sábia delegação de poder por parte de Cláudio. Quando a História Augusta alcançou a biografia de Aureliano, a visão do autor de Zenóbia mudou drasticamente; a rainha é retratada como um covarde orgulhosa, insolente e culpada.[201] Sua sabedoria foi desacreditada e suas ações consideradas o resultado da manipulação por conselheiros.[37]

Sua beleza "convicta" foi enfatizada pelo autor da História Augusta, que atribuiu a sua feminilidade a timidez e inconsistência (as razões à alegada traição de seus conselheiros para se salvar). O gênero da rainha representou um dilema à História Augusta, uma vez que lançou uma sombra sobre a vitória de Aureliano. Seu autor lhe atribuiu muitos traços masculinos para tornar Aureliano um herói conquistador que suprimiu uma perigosa rainha amazônica.[202] De acordo com a História Augusta, tinha uma voz clara e masculina, vestida de imperador (em vez de imperatriz), montada a cavalo, assistida por eunucos em vez de damas de companhia, marchava com seu exército, bebia com seus generais, era cuidadosa com o dinheiro (contrariando os hábitos de consumo estereotipados de seu gênero) e tinha hábitos masculinos como a caça.[203] Giovanni Boccaccio escreveu um relato fantasioso do século XIV sobre a rainha, na qual era uma Maria-rapaz que preferia lutar com garotos, vagando pelas florestas e matando bodes para brincar como garotinha. A castidade de Zenóbia era um tema desses relatos romantizados; segundo a História Augusta, desdenhou a relação sexual e permitiu que Odenato se deitasse apenas para sua concepção. Sua reputada castidade impressionou alguns historiadores masculinos; Edward Gibbon escreveu que superou Cleópatra em castidade e valor. Segundo Boccaccio, salvaguardou sua virgindade quando lutou com os meninos quando criança.[204]

Os visitantes do século XVII em Palmira reacenderam o interesse romântico do mundo ocidental em Zenóbia.[37] Esse interesse atingiu o auge em meados do século XIX, quando Hester Stanhope visitou Palmira e escreveu que seu povo a tratava como rainha; teria sido cumprimentada cantando e dançando, e guerreiros beduínos estavam nas colunas da cidade. Uma procissão terminou com uma coroação simulada de Stanhope sob o arco de Palmira como "rainha do deserto".[21] William Ware, fascinado por Zenóbia, escreveu um relato fantasioso de sua vida. Romancistas e dramaturgos, como Haley Elizabeth Garwood e Nick Dear, também escreveram sobre a rainha.[14]

Representações culturais selecionadas[editar | editar código-fonte]

Zenóbia, Rainha de Palmira (1857)
O Último Olhar da Rainha Zenóbia em Palmira (1888)
Esculturas
Literatura
  • Geoffrey Chaucer narra uma estória condensada da vida de Zenóbia em uma das séries de "tragédias" em O Conto do Monge;[20][207]
  • A Grande Zenóbia (La gran Cenobia) (1625) de Pedro Calderón de la Barca;[208]
  • Zenobia, tragédia. Onde a verdade da História é preservada na observação das mais rigorosas regras do Poema Dramático (Zénobie, tragédie. Où la vérité de l'Histoire est conservée dans l'observation des plus rigoureuses règles du Poème Dramatique) (1647) de François Hédelin;[209]
  • Zenóbia, Rainha de Palmira; uma Narrativa, Fundada na História (Zenobia, Queen of Palmyra; a Narrative, Founded on History) (1814) de Adelaide O'Keeffe;[210]
  • A Rainha do Leste (The Queen of the East) (1956) de Alexander Baron;[211]
  • Eu, Zenóbia rainha de Palmira (Moi, Zénobie reine de Palmyre) (1978) de Bernard Simiot;[14]
  • A Crônica de Zenóbia (The Chronicle of Zenobia) (2006) de Judith Weingarten.[14]
Pinturas
  • Rainha Zenóbia dirigindo-se a seus soldados por Giambattista Tiepolo; data do início do século XVIII, mas o ano exato não é conhecido. Esta pintura (parte de uma série de pinturas de Zenóbia) foi pintada por Tiepolo nas paredes do palácio da família Zenóbio em Veneza, embora não tenham relação com a rainha.[212]
  • O Último Olhar da Rainha Zenóbia em Palmira (1888) de Herbert Gustave Schmalz.[213]
Óperas
Peça
Música
Filme

Notas[editar | editar código-fonte]


[a] ^ "Sétimo" era o gentilício da família de Odenato, adotado como expressão de lealdade à reinante dinastia severiana do Império Romano,[223] cujo imperador Sétimo Severo conferiu a sua família cidadania romana no final do século II.[224]


[b] ^ O escritor da História Augusta pode ter baseado seu relato na obra de Amiano Marcelino, que escreveu sobre os hábitos dos homens em "termas abobadadas" e como exaltam as mulheres "com bajulação tão vergonhosa como os partas de Semíramis, os egípcios [e] suas Cleópatra, os cários e Artemísia, ou os povos de Palmira e Zenóbia. Se o escritor da História Augusta realmente usou as palavras de Amiano, então a observação sobre a suposta descendência de Zenóbia perde seu mérito.[11]


[c] ^ Essa conclusão se baseia no fato da obra ter sido escrita após a invasão palmirena do Egito, combinado com o que se sabe das reivindicações de ancestralidade de Zenóbia.[27] O primeiro estudioso a sugerir que, por Cleópatra, Calínico quis dizer Zenóbia foi Aurel Stein, em 1923, e sua visão foi aceita por muitos outros historiadores.[225]


[d] ^ A visão romana de Cleópatra era negativa; ela foi retratada como uma mulher traiçoeira e manipuladora que usou sua beleza e sexo para alcançar seus objetivos.[226]


[e] ^ O Oriente romano tradicionalmente incluiu todas as terras romanas na Ásia a leste do Bósforo.[227]


[f] ^ Um cenário plausível, segundo David Potter, seria que a campanha foi enviada em 270 por Cláudio Gótico, sucessor de Galieno.[68]


[g] ^ Um argumento citado frequentemente para o controle territorial limitado é que a casa da moeda de Antioquia não emitiu moedas em seu nome ou seu filho antes de 270. Contudo, na opinião de Southern, isso pode ser explicado pela existência de Cláudio Gótico no trono imperial, o que tornou desnecessário à rainha emitir moedas em nome de seu filho. Após a morte de Cláudio em 270, o trono imperial foi contestado por seu irmão Quintilo e o candidato do exército Aureliano, mas a casa da moeda de Antioquia, provavelmente sob ordens de Zenóbia (que aparentemente não reconheceu Quintilo) não emitiu moedas para ambos os pretendentes. Quando Aureliano prevaleceu, Zenóbia pôde ter achado a oportunidade para se declarar para ele; as novas moedas portam a imagem de Aureliano, mas também, pela primeira vez, Vabalato.[71]


[h] ^ O palácio foi provavelmente estabelecido por Odenato que coroou seu filho em Antioquia,[71] a capital histórica da Síria.[89]


[i] ^ Segundo a História Augusta, Aureliano enviou uma carta para o senado dizendo que os egípcios, armênios e árabes estavam com tanto medo de Zenóbia que não se atreveram a se revoltar; porém, o autor não diz que os sírios estavam com medo da rainha.[73]


[j] ^ Fontes antigas acusaram Zenóbia de simpatizar com os persas, alegando que era reverenciada como os líderes persas e bebia vinho com seus generais;[57] entretanto, as acusações são infundadas desde que Zenóbia fortificou a fronteira com a Pérsia.[76]


[k] ^ Embora seu nome é apenas citado por João Malalas, a evidência arqueológica confirma a campanha árabe.[87]


[l] ^ Paulo de Samósata é considerado um herege pelo cristianismo tradicional, acusado de negar a preexistência de Cristo.[228] A referência mais antiga à relação entre Zenóbia e Paulo vem da História dos Arianos, de Atanásio de Alexandria, do século IV.[229] Segundo Eusébio, Paulo preferiu ser chamado "ducenário" em vez de bispo;[116][230] há evidência de que manteve essa posição no serviço de Zenóbia.[117] Não há evidência de que Paulo foi convidado à corte palmirena, e sua relação com a rainha foi exagerada por fontes posteriores.[29] A rainha pode ter apoiado-o como bispo ao promover a tolerância religiosa.[101]


[m] ^ Uma das inscrições de Estacílio é firmemente datada da primavera de 272, então poderia ter sido nomeada pelos romanos que recuperaram o Egito à época.[231]


[n] ^ Muitos escritos antigos, incluindo João Malalas, Rúfio Festo, Jordanes, Jorge Sincelo e Jerônimo, erroneamente escreveram que Zenóbia foi capturada em Imas.[232]


[o] ^ Datada de 268,[233] e registrada na obra de Delbert R. Hillers e Eleonora Cussini intitulado Palmyrene Aramaic Texts (PAT), na inscrição se lê: "rainha Zenóbia".[174]

Referências

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