Yeísmo – Wikipédia, a enciclopédia livre

Áreas yeístas e distinguidoras no domínio do espanhol.

O yeísmo (em IPA: [jeˈismu]) é um fenômeno linguístico da língua espanhola pelo qual o dígrafo ll (“l” duplo que equivalente ao fonema lh do português, representado no Alfabeto Fonético Internacional como /ʎ/) sofre alteração fonética e é pronunciado como y (ípsilon ou i grego), resultando nos fonemas ʝ, j, ɟ, ʒ ou ʃ.[nota 1] Por exemplo, ao dizer cabayo em vez de caballo.[1]

Este fenômeno, de origem andaluza, está atualmente presente em várias variantes do idioma espanhol, nomeadamente na América hispânica.[1] No entanto, não aparece no dialecto tradicionalmente considerado a referência linguística principal, o dialeto castelhano.[1]

Yeísmo rehilado[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Rehilamiento

O chamado yeísmo rehilado é uma característica do yeísmo no espanhol rioplatense, onde há uma estridente pronunciação das letras "y" e "ll".[2]

Ou seja, no espanhol rioplatense, as letras LL (elle) e Y (I griega) são pronunciadas com um som similar ao "J" ou, às vezes, ao "ch" do português.[2]

Yeísmo na língua portuguesa[editar | editar código-fonte]

Em algumas áreas rurais do Brasil, tanto no norte como no sul, como também na fala popular das periferias das grandes cidades, pode-se encontrar a pronúncia de <lh> (/ʎ/) como /j/ em posição intervocálica, o que às vezes se reflete na ortografia, por exemplo, as palavras velho, palha e olho pronunciadas e escritas como veio, paia e oio.

O mesmo fenômeno ocorre na ilha de São Miguel, nos Açores.[3] Já em Portugal continental e na Galiza, há alguns exemplos de yeísmo, mas por influência externa, sobretudo do castelhano e do leonês.[4]

Notas

  1. As duas últimas são pronúncias comuns na Argentina e no Uruguai, por influência da imigração italiana

Referências

  1. a b c Enrique Obediente (1998). Fonética y fonología. [S.l.]: Universidad Los Andes. 398 páginas. ISBN 9789801100287 
  2. a b bbc.com/ ¿Por qué en Argentina y Uruguay pronuncian las letras “y” y “ll” distinto del resto de América Latina?
  3. Günter Holtus (1994). Galegisch, Portugiesisch. [S.l.]: Walter de Gruyter. 731 páginas. ISBN 9783110939637 
  4. María Teresa Echenique Elizondo (2005). Las Lenguas De Un Reino / The Languages of a Kingdom: Historia Linguistica Hispanica/ Hispanic Linguistic History. [S.l.]: Editorial Gredos. 535 páginas. ISBN 9788424927608 
Ícone de esboço Este artigo sobre linguística ou um linguista é um esboço. Você pode ajudar a Wikipédia expandindo-o.