Xuxa (programa de televisão) – Wikipédia, a enciclopédia livre

Xuxa
Xuxa EUA (BR)
Xuxa TV Series.jpg
Logotipo do programa
Informação geral
Formato programa de auditório
Duração 60min
Criador(es) Tom Lynch
Marlene Mattos
Elenco Xuxa
Ana Paula Guimarães
E. E. Bell
Mark Caso
Natasha Pearce
Jeff Dunham]].
País de origem  Estados Unidos
Idioma original inglês
Temporadas 1
Episódios 65
Produção
Tema de abertura "Xuxa and Her Friends" por Xuxa
Composto por Dido Oliveira
Versão: David Wolff e Eric Thorngren
Empresa(s) produtora(s) Lynch Productions
MTM Enterprises
Exibição
Emissora original Redifusão
Transmissão original 13 de setembro de 1993 (1993-09-13) – 10 de dezembro de 1993 (1993-12-10)

Xuxa foi um programa de televisão norte-americano de gênero Game show, baseado no extinto Xou da Xuxa, criado por Tom Lynch e Marlene Mattos, produzido pela empresa MTM Enterprises [1] e exibido pelo sistema de sindicação da TV americana de 1993 até 1996 nos Estados Unidos, totalizando 65 episódios. O show funciona com diversos blocos, aonde em cada bloco um game é apresentado. O programa também recebia pessoas famosas ou profissionais diversos, além de lições educacionais.

Inicialmente, no ano de 1992, o programa esteve em disputa para ser criado pela MTM Enterprises ou pela DiC Entertainment, que tinham ideias diferentes de um show para a apresentadora infantil brasileira.[2] No entanto, Xuxa considerou a ideia da MTM era mais interessante, e acabou ficando com a empresa no final.

O programa estreou em 13 de setembro de 1993, totalmente baseado no programa de televisão brasileiro Xou da Xuxa, mas com aspectos mais norte-americanos, ganhando algumas diferenças do programa original, como as Paquitas que receberam o nome de Pixies e os personagens de palco Jelly, um urso panda interpretado por E. E. Bell, e Jam, um jaguar interpretado por Mark Caso, quais Xuxa recebia ajuda. [3]

Enredo[editar | editar código-fonte]

Xuxa é um Game show, baseado no programa de televisão brasileiro Xou da Xuxa, que aborda diversos jogos, que estimulam o aprendizado das crianças, com atividades diversas, que são guiadas tanto pela apresentadora como por seus assistentes, Jelly, o panda (E. E. Bell) e Jam, o jaguar (Mark Caso). O show é dividido em cerca de cinco blocos, que serviam para comerciais, assim como no Brasil. Durante os blocos, ela chama algumas crianças do palco para games interativos, aonde no final, todas ganham prêmios. Em outros blocos, Xuxa recebia profissionais diversos (como esqueitistas, nadadores, treinadores de animais, etc), que mostravam seu trabalho. Ela também recebeu algumas pessoas famosas, como Mary-Kate e Ashley Olsen.[5]

Ela também cantava versões de suas músicas conhecidas durante o programa, e no final, dava um beijo em uma criança escolhida no palco.

História[editar | editar código-fonte]

Antecedentes[editar | editar código-fonte]

Em 1992, quando Xuxa estava fazendo muito sucesso no Brasil e em países da America Latina, como Argentina, com seus programas Xou da Xuxa e El Show de Xuxa, as empresas MTM Enterprises e DiC Entertainment disputaram para levar a apresentadora aos EUA, com propostas para um programa baseado na cantora, no entanto, ela recusou os convites, pois acreditava que deveria aprender a falar inglês primeiro, para depois poder pensar em ter um programa nos Estados Unidos.[2]

Desenvolvimento e exibição[editar | editar código-fonte]

Em 1993, Xuxa retornou com a ideia de fazer um programa nos Estados Unidos, fechando com a MTM Enterprises, que queria fazer um projeto baseado no programa de televisão original da apresentadora, enquanto a DiC Entertainment queria fazer um programa próprio, totalmente diferente do que Xuxa imaginava. O programa foi projetado para ter 65 episódios na primeira temporada, gravado nos estúdios da rede CBS (era filmado no maior estúdio da CBS Television City, em Hollywood) com exibição para o The Family Channel, dedicado a crianças de 2 a 11 anos.[6][7] A MTM Productions era a antiga MTM Enterprises, uma das mais elogiadas produtoras de TV dos anos 70 e 80.[8]

As despesas em torno da produção semanal foram orçadas entre $ 150,000 a $ 200,000 segundo a revista Broadcasting & Cable, relacionadas sobre tudo a construção de um grande cenário, com capacidade para 150 a 200 crianças que seria construído para as seis semanas de gravações. O custo total foi de mais de $ 2 milhões.[9]

Para alguns observadores, a entrada de Xuxa no mercado americano dominante lembrou a de outra celebridade brasileira multitalentosa; comentando sobre o movimento, o editor da Brazil magazine em Los Angeles escreveu que "desde Carmen Miranda, o Brasil não teve uma exportável artista".[10]

Durante um ano, o programa foi ao ar sem reprises, já que Xuxa tinha gravado uma boa parte dos episódios. Porém o programa não alcançou o sucesso que era esperado. A partir de setembro de 1994, o programa passou a ser reprisado, ficando no ar até 1996, quando o contrato com a MTM não foi renovado.

Ainda em 1994, Xuxa gravou alguns blocos inéditos para serem inseridos nos programas reprisados.[11][12][13][14][15]

Assim como os seus outros programas internacionais, El Show de Xuxa e Xuxa Park, o programa também teve exibição internacional, sendo transmitido em países como Canadá, Israel, Romênia, Rússia, Filipinas, Zimbábue e entre outros.

Segundo Tom Lynch, executivo expert em programas infantis, o show conseguiu uma audiência de 3 milhões de telespectadores. Para efeitos de comparação, o maior canal infantil dos Estados Unidos, costumava ter uma audiência de 8 milhões de telespectadores. [16]

Controvérsias[editar | editar código-fonte]

Em abril de 1993, o tabloide The Globe, publicou um artigo de página inteira em que chamava Xuxa de "rainha pornô", por ela ter posado nua para a Playboy e por sua participação no filme Amor Estranho Amor, onde sua personagem seduz um menino de 12 anos. O The Globe criticou o televangelista Pat Robertson, um dos donos da MTM Enterprises, empresa que produziu o novo programa de Xuxa nos EUA, "pastor da TV paga convida rainha pornô para apresentar seu novo show para as crianças", escreveu o repórter Bob Michals. Na reportagem, o porta-voz da MTM, Gary Berberet, tenta amenizar a polêmica dizendo, "nós sabíamos do seu passado, mas ela (Xuxa) traz tanta alegria para as crianças de todo o mundo que não iriamos impedi-la de trazer essa alegria para a America também". O artigo que tem o título de Vaca sagrada, traz ainda declarações de David Harrel, biografo de Pat Robertson, "como toda figura religiosa de sucesso, Robertson não separa a voz de Deus da voz da oportunidade". O jornalista Bob Michals descreve a apresentadora como uma "mulher provocativa, que apresenta seu show metida em uma calça colante ou em uma microssaia, botas de cano alto e jaquetas reveladoras".[17]

Prêmios[editar | editar código-fonte]

O programa foi nomeado em 1994 para um Daytime Emmy Award na categoria de Melhor Direção de Arte/Cenário/Cenografia.[18]

Lista de episódios[editar | editar código-fonte]

  • Michael Feinstein (1º programa)
  • The Olsen Twins
  • Another Olsen Twins
  • Mat Plendl
  • Another Mat Plendl
  • Marty Putz
  • Ed Alonzo and his Cat Trainer
  • American Gladiators
  • Woody Itson
  • Mark Nizer
  • Magician Ed Alonzo
  • More Magician Ed Alonzo
  • Mess of Mutts
  • Team Rollerblade
  • Universal Studio Animals
  • Mongolian Acrobats
  • Jeff Dunham & Peanut
  • Juggling Duo The Mums
  • Miniature Horse
  • Bob Golic
  • Skate Squad
  • Ronn Lucas
  • Another Ronn Lucas
  • The Butterfly Man
  • Rudy Coby
  • Orangutan
  • Alvin and the Chipmunks
  • The Harlem Globetrotters
  • Olga the Gymnast
  • Trampoline
  • Kim Zmescal
  • Circus
  • Marsupial
  • Rebel Ropers
  • David Larible
  • Jugglers
  • Waylon Jennings
  • Jeff Dunham
  • Robert Nelson
  • Amos Levkovitch
  • Deborah Blando
  • Phyton and Moongose
  • Exposé

Marketing[editar | editar código-fonte]

Linha de bonecas[editar | editar código-fonte]

A empresa Rose Art Industries lançou uma linha de bonecas de Xuxa na American International Toy Fair em 1993, antes do programa estrear. As bonecas, inspiradas nos traços da apresentadora, seriam do mesmo tamanho da famosa boneca Barbie, e seriam vendidas por $5.99, só a boneca e $24.99, quando a boneca vinha com acessórios.[19] A boneca de moda foi lançada em todo o território norte-americano, e foi rapidamente se tornando a boneca étnica mais vendida nos Estados Unidos, com 500 bonecas vendidas somente no final de semana de estreia, que aconteceu na famosa rede de brinquedos Toys R Us. Na contagem final, a boneca acabou vendendo mais do que o esperado, que era de 200.000 bonecas vendidas, levando a Rose Art a fabricar mais 50.000 bonecas, para superar a demanda.[20] As bonecas também vinham com uma pequena fita K7 com músicas da Xuxa em inglês. Todas essas fitas têm o nome: Xuxa, A Real Superstar.

Lançamento em VHS[editar | editar código-fonte]

O show recebeu apenas 2 volumes em VHS, lançados durante o período de exibição do mesmo pela The Family Channel pela Sony Wonder.[21] Esses VHS são muito procurados até hoje: Funtastic Birthday Party e Celebration with Cheech Marin.

Referências

  1. «'Xuxa' gets go-ahead» (em inglês). Variety. 28 de abril de 1993. Consultado em 13 de março de 2014 
  2. a b Cerone, Daniel (19 de abril de 1992). «COVER STORY : A Hit in L.A. Latino Homes, Xuxa Is Working on Her English» (em inglês). Los Angeles Times. Consultado em 1 de maio de 2013 
  3. «Programas - Xuxa». Xuxa.com. Consultado em 31 de março de 2014. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2014 
  4. Walstad, David (19 de dezembro de 1993). «Will Xuxa spell success on American TV?» (em inglês). Baltimore Sun. Consultado em 13 de março de 2014 
  5. «Por essa você não esperava: as irmãs Olsen cantaram no palco do programa norte-americano da Xuxa». Rolling Stone Brasil. 5 de setembro de 2013. Consultado em 13 de março de 2014 
  6. Suzan Bibisi (5 de setembro de 1993). «Xuxa: Hello, Hello,' America». Chicago Tribune. Consultado em 31 de março de 2014 
  7. Tobenkin, David (16 de maio de 1994). «'Xuxa' resurfaces on Family Channel. (children's television show) (Brief Article)» (em inglês). Broadcasting & Cable. Consultado em 1 de maio de 2013. Arquivado do original em 10 de Junho de 2014 
  8. Mendonza, N. F. (28 de agosto de 1994). «SHOWS FOR YOUNGSTERS AND THEIR PARENTS TOO : Calling all good drivers and bomb defusers for Family game shows» (em inglês). Los Angeles Times. Consultado em 1 de maio de 2013 
  9. Freeman, Mike (2 de agosto de 1993). «Xuxa works on U.S. makeover. (South American childrens' television star)» (em inglês). Broadcasting & Cable. Consultado em 28 de maio 2015. Arquivado do original em 24 de Setembro de 2015 
  10. Marsha Kinder. «Kids' Media Culture» (em inglês). Consultado em 28 de maio 2015 
  11. «10 curiosidades sobre Xuxa». Guia dos Curiosos. Consultado em 1 de maio de 2013 
  12. «Family Channel Wins 'Shade'» (em inglês). Variety. 26 de abril de 1994. Consultado em 1 de maio de 2013 
  13. Rick Miller (13 de janeiro de 1993). «She's Coming To America» (em inglês). Chicago Tribune. Consultado em 31 de março de 2014 
  14. Xuxa - Various Safety Messages, consultado em 30 de outubro de 2023 
  15. Xuxa - Public Service Announcement, consultado em 30 de outubro de 2023 
  16. «Exclusivo: "Xuxa poderia ter sido maior do que Oprah Winfrey"». Guia dos Curiosos. Consultado em 30 de abril de 2023 
  17. (21/04/1993). A "rainha pornô" dos baixinhos. Publicado em Jornal do Brasil. (Acesso data: 09/11/2016).
  18. «Xuxa (1993–) Awards». IMDb. Consultado em 31 de março de 2014 
  19. «COMING TO AMERICA...CHILDREN'S SUPERSTAR XUXA, A FASHION DOLL FIRST» (em inglês). PRNewswire. 8 de fevereiro de 1993. Consultado em 10 de março de 2014 
  20. «Rose Art Industries History» (em inglês). FundingUniverse. Consultado em 10 de março de 2014 
  21. Levine, Evan (20 de setembro de 1994). «Xuxa breaks kids' stereotype» (em inglês). The Cedartown Standard. Consultado em 13 de março de 2014